terça-feira, 13 de novembro de 2018

Setina Titosse e Filimão Suaze na lista de dívidas complicadas no “Nosso Banco”?


Faz também parte da lista de devedores João Trincheira o administrador executivo da empresa que gere o Fundo de Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural.
A nova Comissão Liquidatária do extinto “Nosso Banco” emitiu, na semana passada, uma convocatória a 126 clientes seus, incluindo clientes particulares e clientes empresariais, para que se compareçam para tratarem de “assuntos do seu interesse”.
O CANALMOZ apurou que são pessoas singulares e colectivas que beneficiaram dos créditos dados de forma irregular pelo “Nosso Banco”, que faliu exactamente por má gestão, em que uns receberam dinheiro acima do solicitado e sem qualquer garantia.
Na longa lista consta o nome de Setina Titosse, a ex-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Desenvolvimento Agrário, que em 2017, foi condenada a 18 anos de prisão por delapidação dos fundos daquela instituição de promoção da agropecuária.
Consta também o nome de Filimão Joaquim Suaze, um activo membro do “G 40”, o famigerado grupo de propagandistas de Armando Guebuza, controlado e financiado pela dupla Edson Macuácua e Gabriel Muthisse.
Os préstimos caninos no período áureo do “G 40” valeram-lhe a indicação para membro do Conselho Superior da Magistratura Administrativa.
Outro nome familiar que consta na lista é o de João Trincheira, administrador executivo da empresa que gere o Fundo de Desenvolvimento Sustentável do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural. João Trincheiras já foi também director financeiro das Linhas Aéreas de Moçambique. No relatório interno do “Nosso Banco” aparece como quem solicitou um crédito num esquema mafioso em que recebeu mais do que pediu.
Recorde-se que o processo de recuperação do crédito tem-se mostrado complicado, pelo perfil dos devedores, que têm cobertura política para propositadamente incorrerem em incumprimento. O encerramento do “Nosso Banco” tem-se mostrado polémico, com o Banco de Moçambique a actuar como protagonista. A primeira Comissão Liquidatária foi extinta pelo governador do Banco de Moçambique em circunstâncias estranhas.
Na altura, Rogério Zandamela alegou fraco desempenho. O “Nosso Banco” foi usado por indivíduos próximos do poder para sacar dinheiro do erário público, pois o “Nosso Banco” era detido maioritariamente por entidades públicas como, por exemplo, o Instituto Nacional de Segurança Social e a EDM. (Eugénio da Câmara)
CANALMOZ – 13.11.2018

Sem comentários: