Operação surge numa altura em que o Egipto e a ONU tentam mediar o conflito entre as duas partes na fronteira.
As forças de Israel mataram sete pessoas numa operação no interior da Faixa de Gaza, incluindo um líder do braço armado do movimento palestiniano Hamas. A operação israelita acontece num momento em que as Nações Unidas e o Egipto tentam mediar um cessar-fogo entre as duas partes, ao fim de oito meses de conflitos frequentes na fronteira.
MAIS POPULARES
O ataque contra os palestinianos foi lançado por um comando do Exército israelita que circulava num automóvel no interior da Faixa de Gaza, na cidade de Khan Younis, a três quilómetros da fronteira.
Em resposta, o Hamas disparou pelo menos dez rockets contra o território de Israel e lançou uma perseguição contra o grupo de operações especiais, que escapou com o apoio de bombardeamentos da Força Aérea de Israel.
Pelo menos um soldado israelita morreu e outro ficou ferido durante a perseguição, segundo as Forças de Defesa de Israel.
Num comunicado publicado no seu site oficial, o movimento Hamas louva "a corajosa resistência palestiniana que enfrentou a covarde agressão israelita" em Khan Younis.
"O que está a ser feito pela resistência palestiniana prova que ela está preparada para defender os palestinianos", disse o Hamas.
No mesmo comunicado, o movimento que governa a Faixa de Gaza desde 2007 identifica seis dos seus "mártires", incluindo Nour Baraka, de 37 anos, um dos líderes das Brigadas Izzedine al-Qassam (o braço armado do Hamas).
O Exército israelita disse apenas que houve “uma troca de tiros durante uma acção de segurança das Forças de Defesa de Israel na região da Faixa de Gaza” e garantiu que nenhum soldado israelita foi capturado.
O facto de esta operação israelita surgir num momento em que as Nações Unidas e o Egipto tentam acalmar a situação na fronteira pode levar a uma nova escalada do conflito entre as duas partes. Por essa razão, alguns responsáveis israelitas tentaram justificar os confrontos de domingo à noite como se se tratasse de uma operação falhada de recolha de informação.
"A toda a hora acontecem actividades que não chegam ao conhecimento dos civis, todas as noites e em todas as regiões. Esta acção – uma operação que terá sido exposta – não foi uma tentativa de assassínio. Temos outras formas de assassinar pessoas, e sabemos fazê-lo de forma muito mais elegante", disse o major general Tal Russo ao Canal 10 israelita, citado pelo jornal Times of Israel.
A notícia deste confronto entre o Exército israelita e o Hamas levou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a encurtar a sua estadia em França, onde participava nas comemorações do 100.º aniversário do Armistício.
Numa conferência de imprensa, ainda em Paris, Netanyahu disse que Israel quer evitar "guerras desnecessárias", mas também indicou que um grande conflito em Gaza poderá ser necessário.
"Não há uma solução diplomática para Gaza, tal como não há nenhuma solução diplomática para o ISIS [outra designação para o Daesh]", disse o primeiro-ministro israelita.
A situação na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza agravou-se nos últimos meses, desde o dia 30 de Março, quando os palestinianos lançaram a Grande Marcha do Retorno – para lembrarem o direito de retorno dos refugiados palestinianos que fugiram ou foram expulsos aquando da criação do Estado de Israel.
Desde então, todas as semanas há protestos com queima de pneus, lançamento de pedras e balões incendiários, e também tentativas de entrada forçada em território israelita.
Para tentar acalmar esta situação, o Governo do Egipto e o coordenador especial das Nações Unidas para o Médio Oriente, Nikolai Mladenov, têm mediado conversações entre as duas partes, num processo que pode sofrer agora uma nova e significativa contrariedadeIsrael avisou que não toleraria ninguém perto da barreira que separa os dois territórios e que dispararia contra quem chegasse entre 300 a 100 metros da barreira (e que tecnicamente não é uma fronteira, porque apenas Estados têm fronteiras). Estas pessoas sabem que arriscam morrer, mas a ideia de poderem chegar ao pé da barreira, danificá-la e eventualmente passar (ideia fomentada também pelo Hamas), quebrando o cerco, é muito forte.
.
bento guerra
Filipe Sousa
Dublin - Música do dia: "Só à estalada" (Ruth Marlene)pedro.gonio
Rio de MouroManuel Caetano
FaroFilipe Sousa
Dublin - Música do dia: "Só à estalada" (Ruth Marlene)martins.ruijorge
Quinta do AnjoTiago Vasconcelos
AmsterdamFilipe Sousa
Dublin - Música do dia: "Só à estalada" (Ruth Marlene)