domingo, 11 de novembro de 2018

Catarina Martins: “Seremos governo quando o povo quiser”

XI Convenção BE

Em direto/ Catarina Martins: “Seremos governo quando o povo quiser”

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Já acabou a Convenção do Bloco de Esquerda, com Catarina Martins a diminuir um pouco a temperatura da discussão sobre se o BE já se está a preparar para entrar no Governo.
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Bem-vindo ao liveblog do Observador. Em poucos segundos terá uma síntese do que se está a passar - e uma primeira atualização de dados. Fique por aqui.
  • No Pavilhão do Casal Vistoso já se arruma a casa: a convenção do Bloco de Esquerda terminou.
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  • PCP: "Sempre que o PS teve maioria absoluta infernizou ainda mais a vida dos portugueses"

    Armindo Miranda, da comissão política do PCP, reage ao discurso de Catarina Martins. Questionado sobre se, tal como o BE, também o PCP admite fazer parte de um governo, o comunista diz que só aceitaria fazê-lo se fosse para construir um governo “pela positiva”. PCP e BE concordam sobre qual é o novo diabo: as maiorias absolutas do PS.
    “Nós, naturalmente, existimos para levar a felicidade a casa dos portugueses, por isso apoiamos qualquer governo que vá nesse sentido, sim. Se for para fazer parte de um governo que nos últimos anos deu milhares de euros aos banqueiros, para um governo desses não nos convidem”, começou por dizer, destacando que admitirá entrar num governo “se for um governo pela positiva”. Ou seja, “um governo que coloque a economia ao serviço do povo e dos trabalhadores. Se for um governo que governe para servir os trabalhadores o povo e o país, então sim” o PCP responderá à chamada.
    PCP e BE entendem-se bem, admite o dirigente comunista, recordando que em mais de 90% das propostas feitas pelo PCP na AR recebem a aprovação do BE. Quanto ao PS, o importante é que não tenha maioria absoluta: “Sempre que o PS teve a maioria absoluta infernizou ainda mais a vida do portugueses, basta irem ver os factos”, disse.
  • Ana Catarina Mendes: "Resultado positivo desta solução foi que o PS e o BE não perderam identidade"

    A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, começou por relembrar que “ao longo destes três anos Portugal fez um progresso enorme no aprofundamento da sua democracia” e conseguiu um resultado “histórico do ponto de vista do rigor das contas públicas”, mas também a “conquista e reconquista atacados pela direita.”
    Para Ana Catarina Mendes o PS é o partido que pode garantir um governo para Portugal “progressista e europeísta”, fazendo-o “cumprindo sempre”. E acrescentou: “Cumprimos sempre com as metas que nos propomos e cumprimos com a Europa e com os parceiros desta solução governativa.”
    A dirigente socialista admite, no entanto, que Portugal “está hoje melhor, mas ainda há muito a fazer” e por isso promete: “Continuaremos o caminho que iniciámos em 2015.”
    Sobre um eventual Governo PS/Bloco, Ana Catarina Mendes afirma que as “convenções servem para que os partidos discutam objetivos eleitorais” e não composições de governo, destacando que “se há um resultado positivo desta solução [geringonça] é que nenhum partido perdeu a sua identidade. Nem o BE quer ser PS, nem o PS quer ser BE.” E que o que importa, para Ana Catarina Mendes, é que nos últimos três anos “BE e o PS disseram presente por um bem maior: Portugal.”
  • Reações. Governo reconhece "contributo do BE" mas desvaloriza ambições: "todos os partidos em ano eleitoral querem ser governo"

    Mariana Vieira da Silva, secretária de Estado adjunta do primeiro-ministro, assistiu ao discurso de Catarina Martins em nome do Governo. Numa primeira reação, “reconheceu o contributo do BE nestes três anos”, mas desvalorizou as ambições do BE de chegar ao Governo: “Todos os partidos querem ter o melhor resultado possível e ser governo. Mas agora temos muito trabalho a fazer até ao fim do ano. Depois, cada partido, junto dos seus eleitores, apresenta as suas propostas”, disse aos jornalistas.
  • Depois de Catarina Martins terminar arranca logo a canção “Liberdade”, de Sérgio Godinho”, que Helena Pinto mandou baixar para declarar encerrados os trabalhos da Convenção e também para pedir a cada um dos bloquistas presentes que arrume a cadeira e a mesa em que esteve sentado. Num instante, a sala vai ficando vazia.
    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
  • "Teremos a força para fazer parte de um governo quando o povo quiser"

    No final da intervenção, a líder do Bloco fala de um dos assuntos que marcou esta convenção: o BE quer entrar num Governo? “Toda a política é luta pelo poder e pelo Governo. Aqui está, esta é a nossa luta pelo Governo, queremos um capaz de cumprir perante o nosso povo”, disse: “”Trabalharemos para que esse governo exista”.
    “Não perguntem se queremos fazer parte do próximo governo: temos a certeza que teremos a força para fazer parte de um governo quando o povo quiser”, afirmou Catarina Martins mesmo no final da intervenção
  • Catarina Martins: "A urgência é derrotar o tratado orçamental"

    Em matéria de União Europeia, Catarina Martins diz que “o próximo ano é de escolhas e que o caminho que o partido propõe tem opositores brutais”, dando como um dos exemplos o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e colocando o Brexit como um exemplo da “degradação da Europa” que, diz, “tem vindo a acelerar”. Também diz que “a urgência é derrotar o tratado orçamental” europeu.
    “O compromisso é com o povo e com a certeza funda que quando os tratados atacam o povo, a responsabilidade da esquerda é clara: mudem-se os tratados”, afirmou a líder bloquistaque acredita que em Portugal, “a barragem contra o ódio”, a “força dessa aliança, desse movimento popular” é o Bloco de Esquerda.
    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
  • Nacionalizar setor energético e banca entre as cinco reformas exigidas pelo Bloco

    Na segunda reforma estrutural, relativa à demografia, Catarina Martins criticou os “arautos da direita” que fizeram tudo mal e “impuseram todas as condições para que ter um filho fosse um factor de empobrecimento”. No entender do BE, a “reforma que é preciso fazer é o contrário do que a direita fez: melhores salários, salários iguais para as mulheres, transportes e livros gratuitos, a universalidade do Estado Social.”
    A terceira reforma é relativa às alterações climáticas, em que Catarina Martins se congratulou pela luta do Blcoo de Esquerda a travar “perfurações de petróleo, que fariam Portugal num queijo suíço” e defendeu que continue uma “baixa progressiva dos preços dos passes sociais”, bem como o investimentonos transportes públicos e nos veículos elétricos.
    A quarta reforma é relativa as sistema de crédito e bens comuns, em que o Bloco de Esquerda defende a nacionalização da banca e da energia. Isto porque “em 40 anos de privatizações na energia e na banca, levou a que os portugueses paguem a eletricidade mais cara, enquanto pagaram à banca 40 mil milhões de resgates e garantias. E fizeram-no com impostos”. E, por isso, o BE “propõe o controlo público” destes setores.
    Na última e quinta reforma, o Bloco pede um salto de qualidade da democracia, pela transparência. Catarina Martins lembrou a proposta do Bloco de Esquerda desde o início da legislatura de “criação de uma entidade da transparência”. O BE quer “novas e exigentes medidas de responsabilização da classe pública” e deixa uma promessa: “Tudo faremos para que a entidade da transparência seja uma realidade ainda este ano.”
  • O caminho que ainda falta fazer. Catarina aponta 5 reformas estruturais

    Catarina lembra que ainda há problemas: "temos uma justiça ainda lenta, uma dívida externa grande demais, um território desigual, empresas descapitalizadas. As lutas sociais desta semana, dos funcionários judiciais, cuidadores informais, trabalhadoras das limpezas industriais, lembram que é preciso alterar a lei laboral de modo a que os trabalhadores não fiquem reféns", disse. Uma palavra para os professores, que estão em braço de ferro com o governo para conseguirem ver contabilizado todo o tempo de carreira congelado no tempo da troika: "aos professores dizemos que não os abandonamos, queremos revogar o decreto de lei porque o tempo de carreira é o tempo de carreira para todos". "Percebemos a frustração com o desinvestimento dos últimos anos. Essas são as lutas do dia de hoje. Todas elas colocam a questão que se segue para os próximos anos: para onde vamos a partir daqui? Como fazer melhor?" Por isso, Catarina indica que há cinco reformas estruturais que ainda faltam implementar: 1) Lei de bases da saúde, que deve ser aprovada em 2019. "Não é possível ter um SNS decente se continuarmos a entregar 4 em cada 10 euros aos grandes grupos privados. A pergunta a que temos de responder nas eleições é esta: o que queremos, é para toda a gente", diz.
  • Catarina Martins: "Só houve um momento em que a legislatura esteve em risco"

    Catarina Martins diz que “o povo sabe com quem pode contar para melhorar salário e para não cortar pensões” e promete: “Fizemos, fazemos e faremos o impossível pela nossa gente, pelo nosso povo”.
    Apesar dos elogios feitos à geringonça, a líder bloquista admite que houve “momentos muito difíceis nesta legislatura, houve negociações que ficaram prejudicadas por pressões ilegítimas do poder económico”. Ainda assim, “só houve um momento em que a legislatura decidiu compensar os patrões com a redução da TSU como compensação pela descida do salário mínimo. Porque estava no nosso acordo que não era possível. Levámos muito a sério a nossa palavra. Queríamos subir o salário mínimo, mas não damos com uma mão para tirar com a outro“.
    E acrescentou:”Gostamos dos contratos assinados por isto. E o Governo aumentou o salário mínimo sem reduzir a TSU para patrões, afinal provámos que não há impossíveis”
    JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR
  • O tiro à direita: "Eles lá sabem com que políticas se cosem quando falam em clientelas"

    Agora, a líder do partido atira-se à direita que acusa o BE de “cuidar da clientela e de nichos. Continuem” Eles lá sabem com que políticas se cosem Pois habituem-se agora ao Bloco de Esquerda”, atirou.
    Para Catarina Martins, esta “clientela” é “toda a gente trabalhadora em Portugal”. “Não há família em que os idosos ou os pais ou os filhos ou as netas não sejam beneficiados. Nós lutamos para a maioria, não nos esquecemos de ninguém, o nosso lugar é de toda a gente trabalhadora em Portugal. Com a certeza que, para o Bloco, palavra dada é palavra cumprida”, disse ainda numa provocação ao PS e diretamente a António Costa que colocou como máxima da sua legislatura “palavra dada é palavra honrada”.
    Da colaboração com o PS, a líder bloquista diz ter “orgulho” que ela tenha “garantido a devolução de salários e pensões”. E fez as contas às conquistas: quem recebe o salário mínimo nacional, chegará ao fim da legislatura a ganhar mais 1330 euros por ano, quem vive com as pequenas reformas “ganha no mínimo mais 420 euros num ano”, “800 mil famílias” tiveram acesso automático à tarifa normal de energia, “1 milhão e 800 mil estudantes beneficiaram dos manuais escolares gratuitos e “reduzimos em um quinto o valor das propinas para 400 mil estudantes”.
  • Catarina Martins não se "arrepende de nada" (mas nota que António Costa não agradeceu aos parceiros no congresso do PS)

    Resumindo: "o diabo não apareceu". Continuando o ataque à direita, Catarina Martins lembra que a Comissão Europeia teve de recuar nas sanções, a aliança da direita desfez-se e agora é "o salve-se quem poder". "Cavaco Silva anda pelo país a pedir desculpa por ter de engolir o sapo de um governo que abomina". Assim como "Passos Coelho espera o dia de nevoeiro em que vai desembarcar no Terreiro do Paço. Todos os chefes da direita estão com saudades de si próprios. A nostalgia desse passado entristece-os mas é bom que saibam que já chegamos ao presente". "Desde há 3 anos viramos uma página e toda a gente viu os resultados: a reposição de salários e pensões pôs a economia a crescer, o emprego aumentou, parámos a sangria", diz. Catarina deixa, contudo, uma nota para António Costa, que "escolheu encerrar o congresso do seu partido sem referir que o sucesso se deve aos acordos à esquerda". Ao contrário do que fez Costa, Catarina Martins encerra a convenção a "saudar com amizade todos os que fizeram esta convergência: PS, PCP e Verdes". E garante: "Não nos arrependemos de nada".
  • Catarina Martins: "Diziam que o trigo voltaria a crescer para baixo da terra, mas o diabo não chegou"

    Catarina Martins defende que um "partido de massas depende dessa energia, que são os seus homens" e lembra que um bloquista não é "de esquerda por obrigação, mas por consciência". E que os bloquistas têm a "aprendizagem que, depois dos tempos, vêm tempos" e "a certeza que nunca ninguém tem a última palavra". A líder bloquista lembra que antes do acordo das esquerdas todos diziam "que era impossível descongelar pensões, acabar com os cortes, aumentar o emprego. Os analistas, a autoridades europeias, todos diziam, todos sabiam que o trigo voltaria a crescer para baixo da terra, mas o diabo não chegou".
  • Catarina Martins: "Negociar com tantos ministros é, às vezes, tarefa para ganhar o céu"

    Catarina Marrisn começa com uma lista longa de agradecimentos onde inclui a comunicação social presente na cobertura convenção para alertar para o “tempo de ameaças” que se vive hoje. Depois passa para a avaliação dos últimos anos, começando por dizer que “negociar com tantos ministros é, às vezes, tarefa para ganhar o céu”.
    A líder do partido diz que “a luta parlamentar foi exigente, foram dias longo e intensos” e anunciou uma “novidade”: “Os próximos tempos vão exigir muito mais”.
    O debate deste dois dias foi classificado por Catarina Martins como “muito importante para o Bloco, porque ajudar a refletir depois de dois anos de muita inetnsidade depois da última Convenção”. “Saímos daqui com uma certeza: estaremos mais fortes e mais preparados”.
  • Catarina Martins sobe agora ao palco para o discurso de encerramento da Convenção do Bloco.
  • Recordar é viver (ou não): Robles apagado da história dos últimos tempos e uma gargalhada na sala

    Passou agora um vídeo sobre a ação do partido nos últimos anos onde teve lugar também mais uma referência a João Semedo, que morreu em julho passado. No vídeo que regista vários momentos, aparece Catarina Martins a defender o "direito à habitação" e imagens das autárquicas do ano passado, mas nunca aparece o ex-vereador Ricardo Robles, que representou o partido em Lisboa nessas eleições, sendo eleito e fazendo mesmo um acordo com Fernando Medina que garantiu ao PS governar com maioria absoluta na CML -- Roble demitiu-se na sequência de um negócio imobiliário que estava a tentar fazer com a irmã em Lisboa e que embaraçou o BE. Houve um momento que fez a sala disparar a rir, o frente-a-frente da SIC-Notícias onde o deputado do PSD António Leitão Amaro, em debate com Mariana Mortágua, disse que "foi pela lei anterior que a Legionella passou a ser totalmente proibida, passou a ser zero”.
  • Apupos e aplauso tímido à delegação PS

    O PCP foi muito mais aplaudido que o PS, que, além de um aplauso tímido, ainda ouviu alguns apupos. Já a representante do Governo e do primeiro-ministro, Mariana Vieira da Silva, ouviu aplausos sem apupos. A CGTP também é aplaudida de pé, com gritos de "C-G-T-P-Unidade-Sindical".
  • O momento em que a nova Mesa Nacional do Bloco subiu ao palco

    [caption id="attachment_2912380" align="alignnone" width="2000"] JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR[/caption]
  • Também há representantes do Presidente da República na sala: Paulo de Almeida Sande e Frutuoso de Melo.
  • Sala da Convenção de pé a aplaudir o embaixador da Palestina em Portugal, durante o momento de saudação às delegações entrangeiras
  • Entram as delegações dos partidos convidados na sala a momentos de começar o discurso de Catarina Martins.
  • Direção de Catarina Martins com vitória esmagadora

    Em 584 votantes, a lista encabeçada por Catarina Martins para a Mesa Nacional (órgão de direção máxima), foi eleita com 457 votos, tendo a lista adversária conquistado apenas 62 votos. Houve 57 votos brancos e 8 nulos. Ou seja, sem surpresas, direção de Catarina Martins foi reeleita sem contestação interna visível: com 78,25% dos votos. Já a Moção da direção, que define a linha de orientação política, ganhou com 87,5% dos votos. [caption id="attachment_2912358" align="aligncenter" width="2000"] JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR[/caption]
  • Sem surpresas, Moção A (da direção) ganha de forma esmagadora (87,5%)

    Votações: Moção A ganha de forma esmagadora com 459 votos (87,5% dos votos) Moção M tem 40 votos Moção C tem 9 votos (2 abstenções) [caption id="attachment_2912356" align="aligncenter" width="2000"] JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR[/caption]
  • Secretária de Estado Adjunta de Costa estará no fecho da Covenção

    Como é habitual, para a sessão de encerramento vêm representantes dos outros partido políticos da esquerda com assento parlamentar, mas também do Governo, uma vez que se trata de um dos parceiros do PS na governação. Assim, a secretária de Estado Adjunta do primeiro-ministro, Mariana Vieira da Silva, representará o Executivo na Convenção do Bloco de Esquerda, assistindo à intervenção final, de Catarina Martins. O PS respondeu ao convite do Bloco de Esquerda com a presença da secretária-geral Adjunta, Ana Catarina Mendes, e pela porta-voz do partido, Maria Antónia Almeida Santos. Do PCP foram enviados o deputado António Filipe, Inês Zuber e Armindo Miranda. Dos Verdes estará Ana Sofia Calado e Artur Correia. E, por fim, do partido Pessoas-Animais-Natureza estarão Adré Charter Azevedo e Morgado Valente. O Bloco nunca convida os partidos da direita para estarem no encerramento das suas convenções.
  • Começam agora as votações. Os delegados votam primeiro a moção A.
  • Pedro Filipe Soares: "O sonho ao poder. Agora, o sonho do Bloco governar o nosso país"

    Coube ao líder parlamentar do Bloco de Esquerda o encerramento da moção A, que também é de Catarina Martins. Pedro Filipe Soares começou por rebater as críticas que estão a ser feitas ao partido nesta Convenção: "Criticam-nos por não falarmos da direita nesta convenção, mas é preciso perguntar que direita é essa. O líder do PSD ainda está com o software em alemão. Foi a uma cimeira onde apoiou Manfred Weber, que foi eleito candidato com os votos do PSD e do CDS e é o mesmo que queria aplicar sanções ao nosso país. Porque não falamos desta direita? Porque ela não conta para o futuro do país". Para Pedro Filipe Soares é simples derrotar esta direita: "Quando nós sairmos à rua nos próximos meses, basta dizer que do outro lado está quem queria aplicar sanções ao nosso país. Esta direita não é uma alternativa, é uma caricatura e, por isso, não perdemos tempo com ela". Outra das críticas, lembra, é que "o Bloco se institucionalizou, que normalizou, que estamos no bolso do PS". E aí questiona: "Se estamos no bolso do PS, porque se irrita tanto António Costa com o Bloco de Esquerda?" Para acrescentar: "O Bloco ajuda a construir, mas não deixa de apontar o dedo". Depois aos que criticaram o facto do Bloco só estar no Parlamento, Pedro Filipe Soares enumerou: "Quando houve mobilização contra os despejos onde estava o Bloco? Ao lado dos despejados. Quando as funcionárias da Triumph enfrentaram o despedimento? Ao lado das trabalhadores. Quando protestavam contra os poluidores do Tejo? Ao lado das populalões Quando os emigrantes se manifestavam onde estava o BE? Ao lado deles. Quando os racistas estavam à espreita ? Sempre ao lado de todos." E lembrou que está no ADN do Bloco estar na rua. "Não somos ativistas de sofá". Ao terminar a declaração, Pedro Filipe Soares citou José Gomes Ferreira, "não o politólogo, o poeta", para dizer: "O sonho ao poder. Agora o sonho do Bloco de Esquerda Cito José Gomes Ferreira, não o politólogo, mas o poeta: "o sonho ao poder". Para logo pedir: "Agora o sonho do Bloco de Esquerda de Governar o nosso país."
  • Começa a votação, de braço no ar, das moções políticas

    É o momento da votação, de braço no ar, das moções de orientação política. Começa a votação da moção A, a moção maioritária onde está representada toda a atual direção do BE.
  • Francisco Pacheco, da moção M: "Não nos podemos dar ao luxo de termos mais quatro anos de geringonça"

    Francisco Pacheco subiu ao palco para fazer a intervenção de encerramento da moção M. Afirmou que não se revê no rumo seguido pelo partido e criticou a direção de Catarina Martins. "As regras do jogo mudaram. Este é o tempo das ruturas", começou por analisar. E o Bloco perante este paradigma não se pode "encostar". De resto, o título da moção é precisamente "Um Bloco que não se encosta". O subscritor da moção M entende que apenas sobra para o Bloco uns restos que não deviam satisfazer os militantes. "Sobra-nos a geringonça da estagnação salarial". Assim, pediu que nesta convenção exige fossem todos "claros". E tentou sê-lo: "Na nossa perspetiva não nos podemos dar ao luxo de termos mais quatro anos de geringonça", disse. Antes de terminar aplaudido de pé por um pequeno grupo de delegados subscritores, anunciou que a aproximação ao PS "não é o caminho". "Temos de afirmar um partido anti-sistema e anti-capitalista", adiantou. E um exemplo: "Não temos de cronometrar tudo para a Catarina Martins aparecer à hora certa no jornal", terminou.
  • Paulo Teles Silva, da moção C: "Bloco deve recusar integrar um governo com o PS"

    Na intervenção de encerramento das moções, Paulo Teles Silva diz que a sua moção, a C, é contra a existência de tendências no Bloco e que as outras duas moções (a A e a C), são "completamente controladas por tendências, num total de cinco". O subscritor da moção C lamenta que o Bloco tenha centrado a sua ação política nos grandes centros urbanos. Paulo Teles Silva diz que o Bloco "deve recusar integrar um Governo com o PS", "deve recusar apoiar um governo maioritário do PS" e só deve aceitar um governo minoritário do PS com outras condições.
  • Mariana Mortágua: "Sim, queremos ser Governo"

    A deputada do Bloco, Mariana Mortágua -- apontada como uma futura ministra das Finanças por Francisco Louçã -- assumiu no palanque (como já tinha feito na Mini entrevista ao Observador) -- o desejo de ver o BE chegar ao Governo: "Perguntam-nos se queremos ser Governo? Sim, queremos ser Governo. Perguntam-nos se queremos ser Governo? Somos uma força capaz. Somos uma força de política. Somos uma força de proposta, de coragem, com humildade de discutir com quem quer construir à esquerda". E se um dia pode ser ministra das Finanças, Mariana Mortágua não deixou de atacar um eventual seu futuro antecessor. Lembrou que, em 2015, Mário Centeno defendia, por exemplo, um crédito fiscal de subsídio aos baixos salários, um regime de liberalização de despedimentos, a redução da TSU dos patrões, o congelamento de pensões. "A proposta de Centeno já era o plano de Bruxelas, antes mesmo de Mário Centeno ser ministro", atirou. Com a ação do BE, defende Mariana Mortágua, "não houve liberalização de despedimentos; não houve promoção de baixos salários, houve aumento de salário mínimo; não houve pensões congeladas, houve aumento da pensão." Sobre a banca, Mortágua defendeu que o PS demonstrou "irresponsabilidade" e foi "imprudente" na maneira como geriu este setor, já que o "Banif devia ter sido entregue à Caixa Geral de Depósitos em vez de ser entregue ao Santander e o Novo Banco podia ter ficado na esfera pública em vez de ser entregue à Lone Star com garantias de quatro mil milhões de euros para vir a acabar na mão de outro Ricardo Salgado." Mariana Mortágua disse ainda que, ao defender o défice zero, o PS demonstrou que nas suas prioridades o défice é mais importante do que o "investimento público e a pobreza". Para a bloquista, é este o "momento de fazer justiça na economia", por exemplo às "famílias que pagam a conta da luz e que a EDP entrega aos acionistas da China e que depois os acionistas entregam a António Mexia", que ganha mais num mês do que um trabalhador em muitos anos.
  • Fabian Figueiredo: "O que não cria Bolsonaros é a força do Bloco de Esquerda"

    O dirigente bloquista Fabian Figueiredo, que foi candidato do partido à Câmara Municipal de Loures, começou o discurso ao ataque. "A direita é que se vê grega, não a esquerda". E atribui um motivo para esta atitude: "A direita não tem programa". Criticou ainda os que acusam o Bloco de ter ficado satisfeito "apenas com umas migalhas". Na sua ótica, houve uma resposta ao problemas reais nesta legislatura, com a devolução de rendimentos. "Não são migalhas". Terminou com apelos à luta pelo socialismo. "A ideia de que o socialismo é inatingível é um favor que se faz ao capitalismo", disse. "Somos socialistas porque realistas", acrescentou. E concluiu com uma nota de força do partido. "O que não cria Bolsonaros é a força do Bloco de Esquerda", afirmou.
  • Jorge Costa: "O poder do capital é a maioria do Partido Socialista"

    O deputado e dirigente Jorge Costa fez um discurso dirigido ao ataque que o poder económico em Portugal está a fazer e vai fazer ao Bloco em ano de eleições. "O poder económico não nos perdoa termos feito os combates que fizemos. Os fundos imobiliários não nos perdoam o combate que fizemos à especulação, a Galp não nos perdoa a pressão que fizemos e que impediu os furos de petróleo, os CTT não nos perdoam, Altice não perdoa, a família Queiroz Pereira não nos perdoa, os poluidores do Tejo não nos perdoam, a EDP não nos perdoa a termos obrigado a pagar a tarifa social, as confederações patronais não perdoam que o salário mínimo tenha subido para 600 euros." Jorge Costa lembrou depois vários empresários Francisco van Zeller, Soares dos Santos ou António Saraiva, que defenderam o PS em entrevistas, mas desejaram que os socialistas se vissem livres de Blocode Esquerda e PCP. Este, antecipa o deputado bloquista, vai ser um ano de um ataque "potente" do Bloco de Esquerda e diz que o poder económico sabe que "só uma maioria do PS pode despejar o Bloco". E atirou: "O poder do capital é a maioria do Partido Socialista". E por isso, defende, é preciso dar força ao Bloco nas próximas legislativas. O deputado do Bloco de Esquerda terminou a dizer: "Eles não nos perdoam e isso só pode ter uma certeza: alguma coisa andámos a fazer bem nos últimos tempos".
  • Carpool José Manuel Pureza: "Gostava que houvesse condições" para ver o BE no governo

    Última pergunta: Gostava de ver o BE no governo? "Gostava que houvesse condições para que isso fosse possível".
  • Carpool Pureza: "Porque não me hei de ver nas funções [de ministro]"?

    Mais um bloquista a entrar sem reservas no exercício dos ministeriáveis do Bloco. À pergunta sobre se entraria no Governo, José Manuel Pureza começa por dizer que "nunca" pensou nisso, mas adiantou logo a seguir que "nenhum responsável do Bloco se pode eximir de dar as respostas que têm de ser dadas e exercer as responsabilidades que têm de ser assumidas. Também não me ponho de fora de nenhuma responsabilidade que me seja colocada", assegurou. Pureza não se coloca de fora dessa responsabilidade e quando questionado sobre se não se veria nessas funções dispara: "Não me vejo nessas funções? Porque não me hei de ver nessas funções ou qualquer dirigente do BE, quando existe uma equipa larga de dirigentes do BE com percepção política e técnica das matérias de Governo?". E até chega a falar de áreas, dizendo que "certamente" não se "sentiria confortável na área da agricultura ou das infraestruturas e planeamento. Uma mais próxima das questões dos dieitos humanos, à justiça. Mas não há aqui uma candidatura a qualquer tipo de função, apenas a vontade de que haja uma mudança à esquerda". O dirigente do BE diz, no entanto, que "o mais importante, nesta altura, é contribuir para que se forme um programa que responda às questões fundamentais e para criar condições que o BE tenha força para exercer todas as responsabilidades".
  • Carpool José Manuel Pureza: "Quando uma força política falha, a mudança não é possível"

    Questionado sobre a batalha da eutanásia, em que a maior parte do PS esteve ao lado do BE na despenalização, Pureza explica que falou nessa questão durante o seu discurso de ontem na convenção porque esse momento foi um momento em que a "grande esmagadora maioria" dos socialistas estiveram do lado certo. Mas fê-lo sobretudo para lembrar a memória de João Semedo, que mostrou "como devíamos atuar em situações desta natureza: com uma grande abertura e capacidade de inclusão, para que a unidade das forças políticas pudesse acontecer". Ao contrário do PS, quem esteve do lado "errado" foi o PCP, que usou "argumentos que não se distinguiam dos argumentos mais conservadores usados no debate da eutanásia". Pureza rejeita, contudo, que tenha falado no exemplo do conservadorismo do PCP para mostrar ao eleitorado mais à esquerda que o BE está mais à frente do PCP. "Fi-lo apenas para mostrar que quando uma força política falha, a mudança não é possível".
  • Carpoool Pureza: A "geringonça" não aconteceu antes "por falta de capacidade de resposta dos dirigentes da esquerda"

    Pureza não vai pela linha de Catarina Martins, quando esta diz que foi a "geringonça" que fez o O PS virar à esquerda, defendendo antes que "o que está a haver é a quebra de um tabu que havia na sociedade portuguesa em que o PS estava condenado a associar-se à direita". E que isso foi suscitado pela conjuntura de 2015: "Houve um peso relativo das várias forças políticas que tornou possível -- e naquela conjuntura tornou exigível -- que houvesse a quebra desse tabu". Também faz o mea culpa quanto à incapacidade dos partidos à esquerda não terem conseguido dar esta resposta antes de 2015: "Não aconteceu antes por falta de capacidade de respostas por parte dos dirigentes nos quais me incluo. O que houve no passado, foi uma relação de forças entre as várias forças da esquerda e da esquerda com a direita que não tornava isso possível nem exigível".
  • Salomé Ventura falou do direito à habitação e lembrou que o "CDS despejou centenas de pessoas" e que o "PS é insuficiente para as respostas necessárias". A bloquista vê, por isso, um bom motivo para o Bloco ir para o Governo: para garantir o direito à habitação.
  • Mariana Aiveca sobe ao palco e começa por destacar que as primeiras quatro intervenções da manhã são de mulheres. De seguida falou de Europeias e destacou que é um “orgulho” ter “uma mulher coragem” como Marisa Matias a representar o Bloco e a lutar “contra a Europa fortaleza e na defesa da Europa dos povos”.
    A antiga deputada bloquista lembra que o Bloco tem agora mais responsabilidade, mas é também agora o seu momento. E despede-se lembrando o slogan da Convenção: “Agora, a esquerda”.
  • Carpool José Manuel Pureza: "Estão errados os que dizem que o BE amansou ou se encostou ao poder"

    O deputado e dirigente José Manuel Pureza já está no Carpool do Observador. Questionado sobre as suas origens no Bloco de Esquerda, Pureza esclarece que chegou ao BE ao fim de um ou dois anos da fundação e que não fazia parte de nenhuma das correntes fundadoras, tendo-se depois aproximado mais da Política XXI, de Miguel Portas, entretanto transformada em Fórum Manifesto. À passagem pelo largo do Rato, Pureza diz que o que está a acontecer ao BE não é a "perda da rebeldia", mas a exigência para eles próprios de um "rigor muito fundo na maneira como somos consequentes da indignação". "Para lá da verbalização dos nossos juízos críticos, estamos cada vez mais a ser capazes de na realidade intervir para que as injustiças acabem", diz, recusando a ideia de que o BE "amansou" com a proximidade ao PS. "Claro que o BE é um partido de protesto", diz, afirmando que isso não é uma coisa má. "Estão errados os que dizem que o BE amansou ou se encostou ao poder. As mesmas pessoas que fazem essa crítica são as mesas que depois criticam o PS por estar dominado pelo BE, encostado a posições extremas".
  • "Não passarão!"

    A primeira bloquista a falar esta manhã foi Beatriz Farelo que fez uma intervenção contra o imperialismo americano, defendendo uma luta contra o crescimento da extrema-direita e terminou com uma expressão histórica para a resistência de esquerda: "Não passarão!"
  • No púlpito já vão falando os aderentes do Bloco de Esquerda que não conseguiram discursar ontem.
  • Dentro de instantes José Manuel Pureza será conduzido — literalmente e numa entrevista — por José Pedro Mozos em mais um carpool do Observador.
  • As críticas ao PS no primeiro dia da Convenção

    Catarina Martins deu o mote, logo no discurso de arranque da Convenção do Bloco, ao insistir nos riscos de uma maioria absoluta do PS e a apontar para o copo meio vazio da governação, que resultou, segundo a líder bloquista, da falta de vontade socialista em romper com as políticas da troika. Daí em diante, os discursos que se seguiram, foram no mesmo sentido. A Rita Dinis esteve a reunir essas declarações críticas do PS e de António Costa, que dominaram o primeiro dia de trabalhos do BE.

  • Mariana Mortágua esteve a conversar com o Observador sobretudo sobre o futuro. Quererá ser ministra das Finanças — como já disse Francisco Louçã?

  • Ontem foi também dia de “Mini” entrevistas, com vários dirigentes bloquistas. Ao fim do dia já pôde ouvi-las no Observador, como foi o caso da entrevista (com cerveja) a Mariana Mortágua e a Jorge Costa.

  • Quem seriam os ministros do Bloco?

    No primeiro dia da Convenção, o Bloco de Esquerda alinhou discursos contra o voto útil e a maioria absoluta socialista, com vários dirigentes a subirem ao palco do pavilhão desportivo do Casal Vistoso, em Lisboa, para pedirem mais força para o seu partido nas eleições legislativas do próximo ano. O objetivo é poder ter mais influência no futuro Governo, com o partido a admitir pela primeira vez com clareza que está pronto para integrar um Governo. O Observador ouviu as várias declarações ao longo do dia e também o carpool com o líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares, e deixa-lhe este especial onde já faz esse exercício: quem seriam os ministros do Bloco?

  • Bom dia! Termina ao final desta manhã a Convenção do Bloco de Esquerda e vamos voltar a estar por aqui a acompanhá-la no liveblog, mas também com várias entrevistas paralelas, no Carpool do Observador -- hoje com José Manuel Pureza -- e também com mais "Mini" entrevistas. Fique por aí a acompanhar!

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