quinta-feira, 15 de novembro de 2018

“caso dos sete corpos”

Procuradoria de Nampula reconhece complexidade do “caso dos sete corpos”

Procuradoria de Nampula reconhece complexidade do “caso dos sete corpos”
Relatório da Medicina Legal pronto, causas da morte conhecidas e um “silêncio técnico”, em nome do chamado segredo de justiça. A conversa, ontem, com a magistrada do Ministério Público em Nampula, Hermínia Xavier, serviu apenas para dar elementos considerados não perturbadores para o processo normal da investigação do caso dos sete corpos despojados há semanas nas matas do distrito de Morrupula.
“As causas da morte constituem um elemento intrínseco à investigação. Não podemos avançar sob pena de prejudicarmos a própria acção de investigação deste processo. A verdade é que o relatório (da Medicina Legal) já foi junto aos autos e consta do processo e a partir deste relatório são traçadas as linhas de investigação”.
Entre o sigilo que o legislador impõe aos investigadores na fase de instrução preparatória de um processo e o direito de acesso à informação que assiste o cidadão, Hermínia Xavier manteve a discrição, tendo reconhecido apenas que, de facto, está-se perante uma investigação complexa.
“É um processo complexo porque como vocês puderam ver ao despoletar a situação, são corpos abandonados num local recôndito, não se sabe quem foi, porque foi, como e onde aconteceu em relação a morte, portanto tudo isso revela uma grande complexidade relativamente a este processo”.
Entretanto, o mesmo não se pode dizer do caso que envolve militares que há pouco mais de uma semana mataram um jovem de 20 anos, feriram uma criança de 10 e são acusados de violar sexualmente uma adolescente de 14 anos no bairro de Mutava Rex. A magistrada garantiu que já foram abertos dois processos, um que investiga o caso da morte e ferimento e outro, a suposta violação. Mas sobre este ultimo ponto, a Academia Militar, que usa o quartel de onde saíram os referidos militares, disse estar a fazer diligencias e as informações iniciais dão conta de que não houve violação por parte de um militar e acusa o pai da menor de ter inventado essa narrativa para justificar a sua atitude que discussão e retirada de uma boina a um militar, depois dos mesmos terem interditado a esposa a filha do referido homem de tirar lenha na zona de servidão militar.
“O pai dessa menor levou a boina de um militar e ate hoje ainda não entregou. Na nossa ordem militar isso equivale a um soldado capturado quando sai e volta sem a boina. Este assunto já entregamos à Policia porque nos não podemos poder de investigação”, assegurou-nos uma fonte bem posicionada na Academia Militar em Nampula.
A Procuradoria destacou ainda a colaboração das autoridades militares que mostram-se interessadas no esclarecimento do caso.

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