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BANCADA PARLAMENTAR
DISCURSO DE ABERTURA DA VIII SESSÃO
ORDINÁRIA DA VIII LEGISLATURA
PROFERIDA POR SUA EXCELÊNCIA
LUTERO CHIMBIROMBIRO SIMANGO- CHEFE
DA BANCADA PARLAMENTAR DO MDM
MAPUTO, 18 DE OUTUBRO DE 2018
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BANCADA PARLAMENTAR
DISCURSO DE ABERTURA DA 8ª SESSÃO
ORDINÁRIA DA 8ª LEGISLATURA
18 de Outubro de 2018
SENHORA PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA
DA REPÚBLICA,
SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO DO
GOVERNO DE MOÇAMBIQUE,
SENHORES MEMBROS DA COMISSÃO
PERMANENTE DA ASSEMBLEIA DA
REPÚBLICA,
SENHORAS DEPUTADAS E SENHORES
DEPUTADOS,
SENHORES MINISTROS,
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SENHORES VICE MINISTROS,
DIGNÍSSIMAS AUTORIDADES CIVIS,
MILITARES E RELIGIOSAS,
SENHORES MEMBROS DIRIGENTES DOS
ÓRGÃOS JUDICIAIS DE MOÇAMBIQUE,
SENHOR PRESIDENTE DO CONSELHO
MUNICIPAL DA CIDADE DE MAPUTO,
SENHORA GOVERNADORA DA CIDADE DE
MAPUTO,
SENHORES REPRESENTANTES DE
PARTIDOS POLITICOS,
SENHORES MEMBROS DO CORPO
DIPLOMÁTICO,
SENHORES MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE
COMUNICAÇÃO SOCIAL,
CAROS CONVIDADOS,
MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,
EXCELÊNCIAS,
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Ao iniciarmos a nossa intervenção nesta sessão solene
da abertura da VIII Sessão Ordinária da Assembleia
da República, queremos endereçar ao Povo
Moçambicano uma viva saudação e aos munícipes
das 53 Autarquias um reconhecimento especial por
terem exercido o seu direito cívico e constitucional de
votar.
Em condições adversas, e tipicamente da nossa
realidade, os munícipes falaram, expressaram e
decidiram nas urnas no passado dia 10 de Outubro.
O MDM, com menos de dez anos de existência, tem
participado em todas eleições de forma exemplar e
didática.
O combate eleitoral permitiu verificar a dimensão
política e as potencialidades de cada organização
concorrente, e a sua inserção territorial.
Os nossos cabeças de listas e os candidatos do MDM
fizeram o seu máximo para atrair a simpatia,
confiança e o voto do eleitorado numa situação em
que o quarto poder foi manipulado para desacreditar
o MDM, quer antes e durante o período eleitoral; e as
incursões de ordem política foram direcionadas para
desestabilizar a estrutura funcional do MDM.
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A vitória duramente conseguida na cidade da Beira é
uma demonstração clara e indiscutível que a espinha
dorsal não foi destruída.
Temos a certeza de que nas cidades governadas pelo
MDM nos mandatos ora a terminar, nomeadamente
Nampula, Quelimane e Gurué, dificilmente se
apagarão as marcas do MDM.
Queremos a partir deste pódio manifestar o nosso
reconhecimento a determinação dos nossos
candidatos e o sacrifício consentido para expor as
linhas de forças dos nossos manifestos eleitorais.
Foram os nossos verdadeiros mensageiros de uma
nova visão de governação para dinamizar o progresso
e criação de oportunidades.
Uma palavra especial aos munícipes do todo país: no
dia 10 de Outubro tomaram a decisão nobre de
delegar as rédeas governativas locais para os
próximos cinco anos. Confiaram a cidade da Beira ao
Movimento Democrático de Moçambique, e nas
restantes autarquias colocaram-nos na oposição.
Expressaram bem alto a vontade de consolidar uma
democracia participativa, baseada na consulta
permanente e nos valores do multipartidarismo. Esta
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vontade popular, de inclusão, deve ser respeitada e
consolidada.
Bem-haja os munícipes de Moçambique.
Felicitamos os vencedores justos de cada autarquia
moçambicana das Quintas Eleições Autárquicas.
Glória aos vencedores e honra aos vencidos.
Senhora Presidente da Assembleia da República,
Senhor Primeiro Ministro,
Senhoras Deputadas e Senhores Deputados,
Caros Convidados
Excelências,
Temos a consciência de que a batalha eleitoral não é
uma lua-de-mel. É uma batalha de confrontação de
projectos políticos, ideais de governação e
apresentação de propostas de execução de projectos
governamentais de curto e médio prazo.
Os actores principais da batalha eleitoral são somente
os concorrentes previamente aprovados, de acordo
com os requisitos legais. Em algum momento os
agentes da segurança e ordem pública transformaram-
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se em actores do processo e parte mais interessada do
que os próprios concorrentes, violando todos
princípios de eleições livres e justas; e a sua nobre
missão de garantir a ordem e proteger os cidadãos.
Vimos o STAE a equipar-se no campo da batalha
eleitoral em vez de assegurar a fiabilidade do
manuseamento dos editais produzidos nas mesas de
votação, de acordo com a escolha dos eleitores.
Os procedimentos da constituição da mesa de
votação, ausência da definição e a interpretação do
espírito do legislador sobre o papel real dos membros
da mesa de votação indicados pelos partidos políticos
com o assento parlamentar continua a ser um
elemento de conflito, muitas das vezes são
encarregues a organizar as filas para votação. Os
Partidos Políticos com assento parlamentar quando
indicam uma parte dos membros da mesa de votação
é para estarem dentro da sala onde decorre a votação,
e são os garantes da transparência.
A persistência destas situações de eleição a eleição
desacredita o processo e põem em causa a
legitimidade dos vencedores proclamados.
A Bancada Parlamentar do MDM reitera o seu
posicionamento sobejamente conhecido de que o
STAE tem de deixar de ter ligação umbilical com o
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Governo Central, isto é, o STAE tem de deixar ser um
departamento do Governo Central, subordinando-se a
CNE de forma real e efectiva.
Neste contexto uma revisão do Pacote Eleitoral será
bem-vinda para sanear estes elementos nocivos a
eleições transparentes, livres e justas com uma
Comissão Nacional de Eleições profissionalizada,
com autonomia administrativa e financeira.
Senhora Presidente da Assembleia da República,
Senhor Primeiro Ministro,
Senhoras Deputadas e Senhores Deputados,
Caros Convidados,
Excelências,
A presente sessão inicia com um rol de 32 matérias.
O debate parlamentar vai ter lugar num momento em
que o país está a tentar recompor-se para uma Paz
efectiva. Todavia, persistem as ameaças serias a
segurança pública no norte de Moçambique, na
Província de Cabo Delgado, distrito de Mocímboa de
Praia.
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As famílias moçambicanas continuam a levar uma
vida dura, de escassez e serviços públicos
degradantes.
As pequenas e médias empresas estão a
descapitalizar-se e a encerrarar as suas portas,
colocando milhares e milhares dos nossos
compatriotas no mundo do desemprego.
Os Professores continuam a não receber o pagamento
de horas extras.
A debilidade orçamental do Estado, por falta de
injecção financeira das instituições monetárias
internacionais e da comunidade doadora, transforma
o Estado Moçambicano num Estado sem a capacidade
de satisfazer as necessidades básicas da maioria do
seu povo. A debilidade orçamental da Estado
Moçambicano está associado a falta de
responsabilização dos actores da engenharia
financeira que originou as dívidas não autorizadas.
A Justiça é orientada para ser forte contra os fracos, e
fraca contra os fortes. Uma justiça fraca torna-se um
verdadeiro guardião da teia de corrupção.
O combate a corrupção tem que ser uma acção
coordenada, com vontade política, sem violar a
liberdade de indivíduos e oportunidades. Os ventos de
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Angola podem ser importados para animar a marcha
da nossa Justiça. O clamor da justiça e oportunidades
reflecte a ausência de uma economia inclusiva e
partilhada; e o volume do serviço da divida pública
imputada ao povo moçambicano.
Senhora Presidente da Assembleia da República,
Senhor Primeiro Ministro,
Senhoras Deputadas e Senhores Deputados,
Caros Convidados,
Excelências,
Para esta sessão a Bancada Parlamentar do MDM
continuará a trabalhar no sentido de cumprir com
agenda da sessão e em particular no debate do
Projecto de lei do regime orgânico do referendo.
Acreditamos que com a existência de uma Lei do
Regime Orgânico do Referendo o povo pode ser
consultado sobre as grandes questões nacionais. Por
isso, desafiamos as Comissões Especializadas para
apreciação deste projecto e a respectiva elaboração do
competente parecer permitindo assim que o plenário,
em sua sede, possa tomar a soberana decisão.
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Esperamos da Informação Anual do Chefe de Estado
uma abordagem profunda sobre o processo da
normalização da situação política do país, sobretudo
no que diz respeito a Paz efectiva e o cumprimento
dos prazos; a situação de Mocímboa de Praia; os
investimentos da exploração dos recursos na bacia de
Rovuma e o uso dos fundos provenientes das mais -
valias; posicionamento real das dívidas não
autorizadas pelo Parlamento Moçambicano e a
responsabilização moral e criminal dos responsáveis
desta macabra operação financeira.
No debate do Plano Economico Social para o ano
2019 e o respectivo Orçamento estaremos atentos
sobre o serviço da divida pública; habitação para
jovens; emprego e oportunidades para as mulheres e
jovens; inclusão e economia partilhada; impostos e os
fundos das mais-valias; e distribuição do orçamento
para as áreas de educação, saúde e agricultura assim
como infra-estruturas: estradas, pontes, água e
energia.
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Senhora Presidente da Assembleia da República,
Senhor Primeiro Ministro,
Senhoras Deputadas e Senhores Deputados,
Caros Convidados,
Excelências,
Ao terminar queremos desejar a todos um bom
trabalho em prol do fortalecimento deste órgão
legislativo, e que Moçambique se torne numa nação
reencontrada, reconciliada e unida na diversidade.
O nosso obrigado pela atenção prestada.
Maputo, 18 de Outubro de 2018.
Lutero Chimbirombiro Simango
Chefe da Bancada Parlamentar do MDM
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