GRADUALISMO NA DESCENTRALIZAÇÃO?
Em 2016 ou 2017 nos encontros entre o Município de Quelimane e o Governo para a descentralização da gestão das Escolas Primárias e Centros de Saúde Primários para o Município, no âmbito da Lei 33/2006, a Secretária Permanente na altura, aventou a seguinte hipótese:
Em Quelimane, das 27 Escolas Primárias 5 passariam para a gestão do município; das 18 instituições primárias da Saúde 5 Centros de Saúde passariam a ser geridos pela autarquia.
Na verdade desde 2006 nenhuma Escola Primária ou Centro de Saúde foi descentralizado. Era tudo “conversa para boi dormir”, não quiseram mais falar no assunto.
Mas analisando essas hipóteses podemos ver que continham armadilhas que de certeza se iriam concretizar.
Começaria por ser uma descriminação, pois uma parte beneficiária da administração local (municipal), e a outra parte da administração central (do Governo). Provavelmente seriam criadas as condições para uma situação em que haveriam munícipes filhos da Nossa Senhora e munícipes enteados!
Segundo o Decreto 33/2006 o Governo Central proveria o material escolar nas Escolas ou os medicamentos nos CS. E o Orçamento para o funcionamento normal dos Centros de Saúde e das Escolas descentralizadas.
Mas, por razões políticas, claro que falharia em relação às unidades que tivessem sido descentralizadas. Teríamos assim apenas as escolas primárias e os Centros de Saúde não descentralizados apetrechados. E os enteados não!
Pretender-se-ia, com isso, inviabilizar a gestão das unidades descentralizadas e conseguir o descrédito para o município.
NOTA: Não é exagero - em Pemba aconteceu há anos a descentralização de uma escola, e desde essa altura o Governo “esqueceu-se” do orçamento que deveria destinar a ela. O Governo violou o seu próprio Decreto – atitude corriqueira deste Governo!
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