domingo, 28 de outubro de 2018

Viúva de triatleta esconde 'lucro' pela morte do marido de 400 mil euros

Rosa falou em 100 mil euros na carta enviada ao CM e esqueceu-se de outros três seguros.

Por Tânia Laranjo|25.10.18
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Rosa Grilo
Vítor Mota
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Rosa mentiu na carta que enviou ao Correio da Manhã. Falou apenas de um seguro de 100 mil euros - porque era o valor que tínhamos noticiado - e garantiu que o ‘lucro’ da morte do marido seria de 20 mil, porque tinha uma dívida de 80 mil ao Estado.
Rosa explicou depois que aquele nunca poderia ser o móbil do crime, dado tratar-se de um valor diminuto, mas esqueceu-se dos restantes seguros que perfazem 400 mil euros. Era esse o valor que Rosa Grilo ganharia se a morte fosse considerada acidental. O que a mulher esperava depois de criar um cenário de desaparecimento, enquanto Luís Miguel Grilo andava de bicicleta. Argumentaria que o triatleta tinha sofrido um acidente.

Rosa não contou que fizeram quatro seguros, entre abril e maio deste ano. Os prémios só começaram a ser pagos em junho e foi depois da primeira mensalidade que Luís Miguel Grilo desapareceu. Também não contou que a dívida ao Estado estava a ser paga e não era de 80, mas sim de 20 mil euros.
Ainda segundo a fundamentação do Ministério Público - quando apresentou a mulher a primeiro interrogatório judicial, indiciada de homicídio qualificado e ocultação de cadáver - Rosa Grilo ficaria ainda com a casa de Vila Franca de Xira paga. 
Passaria a ter uma situação económica abastada e deixaria de viver na dependência do marido - o único sócio -gerente da sociedade na qual ela não passava de uma funcionária administrativa. Passaria também a ser a única proprietária de uma casa em Benavila, que recebeu por herança.

Edredão estava a cinco quilómetros 
O edredão com sangue e que segundo o filho de Rosa era usado na casa onde morava a família foi encontrado a cerca de cinco quilómetros do local onde o corpo foi descoberto. Junto ao cadáver estava apenas um tapete do carro e alguns sacos.

Ministério Público junta depoimento da criança menor 
O filho de Rosa foi formalmente ouvido pelo magistrado do Ministério Público e o seu testemunho foi usado para a determinação da prisão preventiva à mãe. A criança conta, por exemplo, que no dia em que os alegados raptores estavam na casa percorreu várias divisões da habitação. No entanto, não viu os atacantes.
Facebook usado como prova dos crimes 
O Facebook de Rosa Grilo também foi analisado pelas autoridades. Há prints de conversas que foram anexas aos autos e que serão usados como prova.

Uma das situações tidas em conta foi o facto de Rosa Grilo não ter usado de imediato a rede social após o desaparecimento do marido. Há mesmo uma fotografia, com a data do dia seguinte ao suposto desaparecimento, na qual ela aparece sorridente com o filho num jantar de família.

Também ao contrário dos amigos, que não se cansavam de partilhar os apelos para procurar o triatleta, Rosa Grilo manteve-se distante. Apenas quando o corpo apareceu escreveu um texto sobre o marido, acabando dias depois por apagar todas as publicações que tinha naquela rede social.

Quando foi presa, Rosa Grilo também tinha apagado do seu telemóvel todas as mensagens com António.

PORMENORES 
Vinte anos casados
Rosa e Luís faziam 20 anos de casados a 5 de dezembro. O filho de ambos faz 13 anos também no mês de dezembro. 

Mulher deixou-o
Quando descobriu a relação extraconjugal de António, a mulher deixou-o. Sabia que ele andava com Rosa.

Camas separadas
O casal já dormia em camas separadas. Mantinham a fachada da relação, mas já não tinham intimidade.

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