A economia de Moçambique está mais estável, mas com menor capacidade de crescimento, refere uma avaliação do Banco Mundial sobre o país, a apresentar esta quarta-feira em Maputo.
A economia de Moçambique está mais estável, mas com menor capacidade de crescimento, refere uma avaliação do Banco Mundial sobre o país, a apresentar esta quarta-feira em Maputo.
“Moçambique está a emergir da recente volatilidade macroeconómica com uma reduzida capacidade de crescimento, que caiu para uma média de 3,8% em 2016/17, abaixo dos 8%, em média, na década anterior”, lê-se no documento.
A análise intitulada “Atualidade da Economia Moçambicana – Mudança para um crescimento mais inclusivo”, destaca que as necessidade de financiamento do Estado e os riscos que se colocam ao comércio externo turvam as perspetivas económicas.
“A conjugação de uma redução de preços das principais exportações, como o carvão, alumínio e tabaco, é uma fonte de risco”, sobretudo se se intensificarem pressões, que já se notam, no sentido do aumento das importações, para satisfazer “um aumento de procura por parte dos consumidores”.
A situação pode pressionar as reservas do banco central e motivar desequilíbrios, “enquanto as exportações e os investimentos na economia (fora dos megaprojetos) continuarem lentos”, acrescenta.
Ao nível das contas públicas, “o declínio gradual do défice primário do Estado coincidiu com um aumento dívida interna, refletindo as necessidade de financiamento persistente do setor público”, nota o Banco Mundial.
Essas necessidades estão associadas ao “fraco desempenho de empresas estatais”, acrescenta.
A dívida interna crescente alimenta preocupações sobre o risco de o setor público excluir o setor privado do acesso ao crédito.
Por outro lado, a massa salarial do Estado, que está a desacelerar, continua a ser uma fonte significativa de pressão, à qual se juntam despesas ainda por apurar relativas ao processo eleitoral em curso e à descentralização emergente.
O Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde a independência de Portugal, em 1975, e a principal força da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), celebraram este ano um acordo para descentralização do poder, que será posto em prática com as eleições gerais de 2019.