segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Ragendra a desbobinar o projecto Matdjedje Motor


Imagino o êxtase dos meus amigos anti-Mr construtor da nação, ao ver o ministro Ragendra a desbobinar o projecto Matdjedje Motors. Eu até gosto dele, mas neste caso particular, parece que apenas está a ser um "qualquerista qualquer".
Ele sabe muito bem do contexto em que o Matdjedje Motors foi projectado e implementado. Dizer aquelas baboseiras (com todo respeito, sô miniatro), é o mesmo de alguém que parece que quer simpatias com o Deus Allah, sobretudo neste momento em que se fala de guerrilhas e guerrinhas internas, em que a AJUDEM parece ser apenas um exemplo.
Quando aquele projecto veio ao terreiro, para o gáudio de muitos, pois representava tanto na nossa pseudoideia de identidade e auto-estima como país (a auto-estima foi, a par do combate à pobreza, dos termos muito usados na década entre 2005-2015), este país era das economias mais promissoras, não só na nossa zona umbilical, como no concerto das nações. Nessa altura, enquanto os outros desenhavam aquele projecto, e alguém "aprovou por baixo do joelho" como ele diz (já esqueci o que exactamente ele disse), ele turbinava entre a academia, a televisão e por ai.
Naquela altura, não foram poucos os que viam no projecto uma solução à cemiterizacao do país pelos dubaizinhos aka carros de segunda-mao comprados ora no Japão ora nas garagens da vizinha África do Sul, o mesmo país que ele o cita como estando com a indústria automóvel em colapso. Mas naquela altura, o nosso estado da nação era "BOM".
O que ele deve apontar como falhas, se tiver aqueles frutos no lugar, é reconhecer que vários projectos fracassaram depois de 2015, e nao se pode alegar em momento algum alguma incompetência do elenco formado, e sim, a situação em que o país se mergulhou, da famosa crise aka Ematum ou dólar. Mas muita coisa contribuiu para isso, sendo que a falta de leitura à letra dos projectos da governação anterior, a engavetacao de algumas, só facilitou o colapso, e ficamos a nós às esquivas de nossos problemas à crise. Falhou tambem, como já observamos aqui neste espaço, que enquanto por um lado o governo estimulava o "consumo do produto made in Mozambique", por outro lado se percebia que essa mensagem era dissonante com as políticas adistritas à promoção da ideia. Por exemplo, o Matdjedje parece que não era assim tão acessível ao nosso bolso como era de se esperar (eu disse "parece" porque não tenho elementos comparativos e afirmativos), o que fazia com que as pessoas optassem pelas vias acima indicadas para a compra de um carrito para fazer frentebao crónico problema de transporte público, como para darvvazao as suas necessidades do dia-a-dia. O mesmo aconteceu com a linha de montagem da Coreana Hyundai, que como alguns já demonstraram por aqui, seguiu o mesmo diapasão: carros caros. Outra falha tem a ver com a falsidade do alcance e abrangência de nossas políticas. Enquanto se queria que se consumisse o Matdjedjecono produto made in Mozambique, as instituições do Estado preenchiam as suas frotas de Toyota, para nao falar do famigerado Mercedes da dignidade.
Então, na minha singela forma de ver, o ministro (que é um grande intelectual, que parece que já fumou a bosta da droga que os dirigentes tomam quando sobem ao conclave), presta um mau servico à história automovel e da economia deste país com aquelas afirmações, tentando diabolizar uma ideia transformada em realidade, mas que não sobreviveu à mudança de governo e à situação poscedente, num país que as políticas são quinquenais, não interessa o que sejam.
Aliás, conta-se aos dedos da mão os projectos que continuaram, que sobreviveram, que arisco dizer que se a ponte Maputo-Katembe não "interessasse aos interesses" dos marcedeiros pelos projectos noutro lado da Baía, também teria fracassado, da mesma forma que se o Matdjetdje Motors fosse uma linha de montagem dos Benz, não teria fracassado.
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Comentários
Manish Cantilal Obrigado, transcreveste Pensamento de muitos. Ele devia saber k em 36 meses o governo ja importou 200 autocarros segunda mao de China e quase 200 novos.
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Ser - Huo É isso Manish Cantilal, entranho que ele, economista que é, não percebe o alcance disso na sobrevivência do projecto Matdjedje Motors, e outros.
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Manish Cantilal Virou politico, ele so queria atingir antigos governantes e esqueceu que pertence a mesma familia. Na vespera de eleicoes quando frelimo ataca frelimo obviamente deixa Malta nos confuso

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