terça-feira, 4 de setembro de 2018

Provável substituto de Lula nas presidenciais brasileiras acusado de corrupção


Fernando Haddad
HEULER ANDREY/GETTY

Fernando Haddad foi esta terça-feira acusado pelo Ministério Público de São Paulo dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha

Fernando Haddad, apontado como o possível substituto de Lula da Silva às eleições presidenciais pelo PT, foi esta terça-feira acusado dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O Ministério Público de São Paulo acredita que Haddad tenha recebido 2,6 milhões de reais da empresa UTC Engenharia.
“O promotor de Justiça Marcelo Mendroni (...) ofereceu denúncia criminal por corrupção nesta segunda-feira contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad pelo recebimento de R$ 2,6 milhões de propina da empreiteira UTC Engenharia S.A. para pagamento de dívida contraída durante a campanha eleitoral de 2012. O dinheiro foi pago pelo doleiro Alberto Youssef em 2013 por meio de contratos firmados com três gráficas”, lê-se no comunicado divulgado pelo Ministério Público de Saõ Paulo esta terça-feira.
A Justiça acredita que João Vaccari Neto, ex-tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), falou em nome de Haddad quando pediu a quantia a Ricardo Pessoa, antigo presidente da UTC Engenharia. “Havia um esquema de captação e transferências de dinheiro para dissimular sua origem que funcionava da seguinte forma: a captação e distribuição de recursos ilícitos acontecia através de um esquema montado pela empreiteira. Primeiramente, por meio de contratos de prestação de serviços fictícios ou superfaturados e ou superfaturados de forma que os valores ou a diferença retornassem à UTC Engenharia, mas para uma conta de Caixa 2”, lê-se na explicação do Ministério Público.
Fernando Haddad, que é candidato a vice-presidente na lista do antigo líder brasileiro, é apontado como o possível substituto de Lula da Silva às presidenciais deste ano. Esta segunda-feira, os dois estiveram reunidos por mais de cinco horas na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula se encontra a cumprir pena de prisão. O objetivo da conversa foi o de analisar todas as possibilidades jurídicas para manter de pé a candidatura a Presidente.
Na sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que Lula, condenado em segunda instância e preso desde abril pela Operação Lava Jato, não pode concorrer à Presidência. O tribunal deu um prazo de dez dias para que a lista do antigo Presidente defina quem será o candidato. A data limite é dia 11.

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