Arjen Kamphuis foi visto pela última vez no dia 20 de agosto a abandonar o seu hotel em Bodo, no norte da Noruega. A polícia norueguesa "recusa-se a especular sobre o que poderá ter-lhe acontecido".
A polícia norueguesa confirmou este domingo estar a investigar o desaparecimento de um sócio do fundador da Wikileaks, Julian Assange: Arjen Kamphuis é um especialista em cibersegurança visto pela última vez há quase duas semanas no norte da Noruega. “Abrimos um inquérito”, disse um porta-voz da polícia, Tommy Bech, citado pela agência noticiosa francesa AFP, acrescentando não ter qualquer ideia de onde poderá encontrar-se o cidadão holandês.
A polícia “recusa-se a especular sobre o que poderá ter-lhe acontecido”, frisou. A publicação ‘online’ Wikileaks, que se celebrizou em 2010 pela divulgação de comprometedores documentos secretos militares norte-americanos, referiu no sábado na rede social Twitter, “o estranho desaparecimento” de Kamphuis, precisando que ele foi visto pela última vez a 20 de agosto a abandonar o seu hotel em Bodo, no norte da Noruega.
Segundo a Wikileaks, Kamphuis tinha um bilhete de avião para 22 de agosto, com partida de Trondheim, a mais de 700 quilómetros a sul de Bodo. “O percurso de comboio entre as duas localidades demora cerca de 10 horas”, precisou a Wikileaks, assim desencadeando o surgimento de muitas teorias da conspiração no Twitter sobre o que terá acontecido a Arjen Kamphuis.
Julian Assange, um cidadão australiano de 47 anos, está desde 2012 refugiado na embaixada do Equador em Londres para fugir à Justiça norte-americana, que quer julgá-lo pela publicação na Wikileaks dos ditos documentos militares e mensagens diplomáticas norte-americanos classificados como secretos.
No início do mês de agosto, a advogada de Assange, Jennifer Robinbson, disse estar preocupada com a recente disponibilidade demonstrada pelo Presidente do Equador em negociar a saída do fundador da Wikileaks da Embaixada do país em Londres. O fundador da Wikileaks “ainda é um cidadão australiano e [o governo da Austrália] tem a obrigação, e eu acredito que o dever, de exercer os direitos de proteção de um cidadão australiano”, considerou Jennifer Robinbson. “Estamos a monitorizar a situação de perto. O risco de ser processado nunca esteve tão alto como agora”, acrescentou.
Também em agosto, a WikiLeaks informou que a comissão dos Serviços de Informações do Senado norte-americano quer ouvir Julian Assange a propósito da investigação sobre a ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016, uma vez que o portal divulgou vários e-mails de Hillary Clinton nas vésperas da convenção nacional dos democratas em Filadélfia em julho desse ano.