03.09.2018 às 10h39
Temendo pelas suas vidas, os guardas foram incapazes de impedir a fuga da prisão de Ain Zara. O incidente aconteceu durante os episódios de violência armada que se registaram entre fações rivais nas instalações prisionais masculinas. Os confrontos levaram o Governo líbio, apoiado pelas Nações Unidas, a declarar o estado de emergência
Cerca de 400 homens escaparam este domingo de uma prisão perto da capital da Líbia, Trípoli. “Os detidos conseguiram forçar a abertura das portas” para se evadirem da prisão de Ain Zara, revelou a polícia, citada pela BBC. Temendo pelas suas vidas, os guardas foram incapazes de impedir a fuga. O incidente aconteceu durante os episódios de violência armada que se registaram entre fações rivais nas instalações prisionais masculinas.
Os confrontos entre milícias na capital levaram o Governo líbio, apoiado pelas Nações Unidas, a declarar o estado de emergência. Muitos dos prisioneiros detidos eram alegadamente apoiantes do antigo líder líbio Muammar Kadhafi, tendo sido considerados culpados de assassínios durante a insurreição contra o regime do coronel em 2011.
Ainda no domingo, duas pessoas foram mortas e várias outras ficaram feridas quando mísseis atingiram um campo em Trípoli que serve de abrigo a centenas de pessoas deslocadas, de acordo com testemunhas e serviços de emergência. Na semana passada, cerca de meia centena de pessoas, incluindo civis, morreram e dezenas de outras ficaram feridas em confrontos entre milícias rivais na capital, segundo o Ministério da Saúde.
No sábado, os EUA, Reino Unido, França e Itália pediram o fim imediato da violência na capital líbia. Num comunicado conjunto, os quatro países disseram que as tentativas de “enfraquecer as autoridades legítimas da Líbia e impedir o processo político em curso não são aceitáveis”. “Pedimos aos grupos armados que parem imediatamente toda a ação militar e avisem aqueles que pretendem minar a estabilidade, em Trípoli ou em qualquer outro sítio na Líbia, que serão responsabilizados por isso”, lê-se ainda no comunicado.
O Governo apoiado internacionalmente está no poder na capital mas as milícias ocupam grande parte do resto do país.
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