Sobre o primeiro tiro e o inicio da Luta Armada
Numa data imprecisa de 1966, num artigo «Três anos de Revolução Armada em Moçambique» da autoria de Lucas K. Dzonzi, ex membro da Frelimo e então Secretário da informação do Comité Revolucionário de Moçambique, publicado no « La Voix du Peuple», diz-se que a Luta Armada iniciou em Mutarara, tendo-se espalhado pela Zambézia, em Abril de 1964. A batalha de 25 de Setembro de 1964, segundo ele, seria a segunda tendo como homem do primeiro tiro Lucas Fernande Mbunda, que tinha combatido nas fileiras dos Mau-Mau no Kenya.
Boa leitura
Fonte: A rquivo da Torre do Tombo, PT/TT/ PIDE/DGS, 2ª Divisão de Informação, CI (2) 9089, EXÉRCITO REVOLUCIONÁRIO POPULAR DE MOÇAMBIQUE (EREPOMO OU EPRM), 1967/68, folhas 12-15
Nota
Como discernir as falsidades das verdades contidas em documentos escritos pelos protagonistas da epopeia libertária? Eis a difícil tarefa dos historiadores do futuro.
Jeckson Maposse, Quivi José Faera, Fidalgo Salomao Madeirao Mauai e 85 outras pessoas gostam disto.
Comentários
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Olympius J. Mondlane A história moçambicana está muito viciada, só se fala do que convém às pessoas. A única verdade é que o tal reivindicador do primeiro tiro na verdade matou o seu próprio pai. Haja coragem
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Eduardo Domingos Confiaram no sergio vieira pra escrever a nossa historia.... Ninguem sabe como sv apareceu na frelixo
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Brazao Catopola Eis a grande questão da filosofia política. Arendt chama atenção a esse debate e introduz ou pelo menos nos orienta a debater isto não na ótica de verdade e mentira mas no sentido de verdade racional e verdade factual. Na verdade o que está e mm causa aqui é afinalidade do discurso. Spivak (2002) pode o subalterno falar? é também uma referência para essa tua grande questão. como discernir a falsidade da verdade...
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Gabriela Das Neves Santos Muito por aprender
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Eusébio A. P. Gwembe Diga «eu nao sei como SV apareceu na Frelimo» Eduardo Domingos.
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Schauque Spirou esses documentos nao tinham porque mentir.... se os tugas sentiram na pele o primeiro tiro em Abril de 1964 em Zambezia essa deve ser a data OFICIAL....ehehehheeh juro que eu estou com pe atras sobre tudo que sei ate mesmo sobre as versoes sobre a morte de Samora. eheheheheh
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Luiz Gaby Pouco aos poucos, podemos reformular a historia moçambicana que sofreu influências estranhas, mas isso explica-se na altura o elevado nível de analfabetismo que culminava em sim e sim senhor.
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Estevao Pangueia Óptima observação, desafio para os historiadores. Acho que o recurso ao cruzamento de dados e fontes pode ser uma saida. É necessário que procuremos também no presente respostas sobre o nosso passado.
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Eusébio A. P. Gwembe Schauque Spirou, não se pode ser pessimista quanto ao que já sabe. Fica a impressão de que a questão do primeiro tiro não é de hoje. A partir deste documento há que pesquisar se houve mesmo um tal Fernandes, quem foi? O que dizem os relatórios de Abril de 1964, da administração de Mutara e da Zambézia? (de 15 em 15 dias todas as administrações enviavam relatórios sobre as ocorrências subversivas, desde 1963). O que levou Dzonzi a dizer estas coisas e o que lhe fez sair da Frelimo? Seria ele a pessoa isenta de deturpações históricas que os outros em que criticamos? Até que ponto?
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Schauque Spirou aprendemos a desconfiar de tudo o que nos ensinaram...e as inconstancias que foram se revelando dos relatos oficiais... bom...eu nao sou pilitico nem estudioso de historia, façam voces esse apanhado e apurem quem é o lobo mau nisto...estamos cansados disto. tsc tsc
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Jonas Joaquim Penso que ee uma discussão inútil se a Frelimo tinha um sitio escolhido para um tiro inaugural nao quer dizer que nao foram disparados outros tiros antes. Aliais mesmo em Cabo Delgado antes do primeiro tiro do Chai, um grupo de jovens da Frelimo atacara um machimbombo em Muidumbe antes do dia 25 de Setembro de 1964 do qual meu pai fez parte mas esse tiro nao foi inaugural. A Frelimo era um grupo organizado e tinha preparado com antecedência o tiro inaugural. Ora a pergunta que faço ee quem mandou este Mbunda disparar? tinha ordens?, pode ter sido indisciplinado.
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Eusébio A. P. Gwembe Os documentos não dizem isso! Pelo contrário, dizem que Mondlane fez a proclamação do inicio da Luta para não perder o controlo da situação porque a guerra já tinha iniciado. O discurso de Kaulza de Arriaga, no nó górdio deixa claro que a Luta Armada não iniciou em 25 Setembro. Mas este é outro assunto. A discussao nunca pode ser inútil porque o historiador nunca vê os factos como os contemporâneos os viram. Vê-os desenrolarem-se como um profeta infalível: o que com efeito separa totalmente o historiador de não importa que categoria do contemporâneo dos factos que relata, é que o historiador conhece sempre o futuro. Isto tira-lhe completamente a possibilidade de ver os acontecimentos com os olhos de um contemporâneo. O historiador escreve sempre a história em função do ponto de chegada da evolução.
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Jonas Joaquim Percebo Gwembe mas parece que a cada dia que passa vao aparecendo protagonistas do primeiro tiro e nao vejo graça nisso a ideia ee de termos outras datas dos inícios da mesma luta armada?
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Schauque Spirou Não se trata de aparecer protagonistas novos mas de dados novos sobre o que não vem nos livros de história. Só isso
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Eusébio A. P. Gwembe O objectivo da história não é mudar as coisas. Quando as pessoas evocam Samora, não é porque o querem ressuscitado, mas o fazem porque o sentido da história não está nos museus, mas nos actos que ainda não vieram.
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Jonas Joaquim Ha alguns apareceu alguem a dizer que foi o primeiro a dar o primeiro tiro, ha brother
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Elisio Macamo a tarefa não me parece difícil. primeiro, o autor do artigo em questão fala de "primeiro ataque organizado". a historiografia da frelimo fala da luta armada de libertação nacional por ela desencadeada, a única à qual ela dá importância. a gente pode não concordar com isso, mas não há nenhuma contradição. segundo, é só ler entrelinhas. o autor do artigo fala em nome do seu próprio grupo, logo, é natural (e legítimo) que ele puxe a brasa para a sua sardinha. o historiador aprende a apreciar isso. não consigo perceber o interesse historiográfico que tem mostrar que não foi chipande quem disparou o primeiro tiro.
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Estevao Pangueia Professor não estará a limitar o debate a subjetividade que nos leva ao regionalismo?
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Elisio Macamo não sei se percebi a pergunta.
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Estevao Mabjaia "(...) a historiografia da frelimo fala da luta armada de libertação nacional por ela desencadeada, a única à qual ela dá importância. a gente pode não concordar com isso, mas não há nenhuma contradição." Há até certo ponto uma contradição significativa, considerando-se a génese da própria Frelimo enquanto movimento/ frente de libertação. Considerar irrelevante todos os antecedentes é mutilar e/ou criar inconsistências/ incoerências na própria historiografia da Frelimo.
"(...) não consigo perceber o interesse historiográfico que tem mostrar que não foi chipande quem disparou o primeiro tiro." À priori, parece não haver efectivamente relevância historiográfica neste acto. A relevância emerge, ao que parece, como consequência de lacunas na forma por vezes simplista e/ ou reducionista em que se construiu a historiografia da Frelimo e suas figuras centrais, durante o período da luta armada. No caso de Chipande, parece que toda a heroicidade, singularidade e relevância da figura dele na Frelimo da e durante a luta armada, estão alicerçados no "facto" dele ter sido autor do "primeiro tiro." É claro que esta é uma forma minimalista de ver as coisas mas pela forma como a própria história está estruturada, o detalhe sobre a autoria do "primeiro tiro" revela-se fundamental por consubstanciar a destruição ou afirmação do "mito" e/ou heroicidade da figura em apreço. Por outras, se Chipande é herói da luta de libertação nacional porque deu o tiro que marca o início das hostilidades militares contra o colonialismo português, mostrar que esse "facto" histórico é falso ou um não facto ganha importância.
PS: não quero de forma nenhuma pôr em causa a relevância do camarada Chipande na luta de libertação nacional. Quis apenas fazer um parêntesis para contestar a questão da relevância/ relevância da questão à volta do tiro.
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Elisio Macamo duas obsrvações rápidas porque estou de saída: a frelimo nunca negou a "resistência secular" do povo moçambicano. mas ela considera a "sua" luta armada como sendo a verdadeira luta de libertação nacional. portanto, tudo o que aconteceu antes, ou paralelamente, não conta, pelo menos para a frelimo. nesse sentido, não há contradição. o que a historiografia deve contestar é a redução da luta anti-colonial ao que a frelimo fez. nâo se faz isso contestado o primeiro tiro porque esse foi dado apenas por alguém da frelimo. segundo, se chipande foi ou não o autor do primeiro tiro não diminui a sua importância dentro da própria história da frelimo, pois a sua contribuição militar de certeza não se reduz a esse primeiro tiro. não consigo imaginar porque a frelimo poderia ter querido alimentar um mito desses para uma pessoa sem nenhum valor militar, mas só para mais tarde dizer que ele é herói. não vejo a utilidade historiográfica dessa contestação. aqui também o que me parece ser mais importante é a contestação da luta anti-colonial, o que se não reduz a quem deu o primeiro tiro.
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Eusébio A. P. Gwembe Eu acho que a questão do primeiro tiro já foi ultrapassada. pelas várias intervenções e palestras que o general Chipande deu, a seguir a revolta de Ripua, quando disse «eu estava lá». Numa dessas palestras em que participei, o General disse que a informação do grupo dele chegou primeiro na sede da Frelimo em Dar-es-Salaam. Portanto, eu náo acho que este documento se reduza apenas ao primeiro tiro. Um dado importante, no meu ponto de vista, é que o autor fala dos acontecimentos na altura em que o COREMO náo existia e ele próprio era membro da Frelimo. Não há contestação do primeiro tiro, mas a inclusão de outros episódios que concorreram para o mesmo fim e que foram sendo ignorados, não obstante fazerem parte dessa historiografia dessa verdadeira luta de libertação nacional
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Estevao Mabjaia Não precisaria de recuar até à "resistência secular", afinal a génese da Frelimo não está assim tão longe. Não sei se é mesmo verdade que a Frelimo acha "que tudo o que aconteceu antes, (...), não conta". Pelo que consta a Frelimo é produto do que vinha acontecendo nos anos que antecederam a sua constituição (resulta da "fusão" de três movimentos antecessores). A história e a própria Frelimo ressaltam isso não apenas como um marco do início da luta de libertação, mas como um marco de fortalecimento e/ ou unificação das "lutas paralelas e/ou concorrentes" que até então estavam em curso.
No que tange à questão do "primeiro tiro" não é correcto dizer que é uma questão "ultrapassada" e/ ou irrelevante, afinal oficialmente ainda é assim que reza a história. O problemático nessa abordagem reside no enfoque que se dá à questão do "primeiro tiro". Hoje consigo perceber as coisas numa perspectiva mais abrangente, mas o que nossa história destaca da figura de Chipande na luta de libertação nacional é a sua autoria do "primeiro tiro" em detrimento dum papel mais amplo que este pode ter desempenhado no contexto da luta. Este reducionismo deturpa a coerência e consistência da história, mesmo apenas daquela história contada pela própria Frelimo.
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Mauro Manhica Não existem "primeiros tiros" nas guerras. Isso foi um símbolo criado para alimentar a epopeia revolucionária e embriagar o povo sedento de liberdade. É meninil e profundamente naïve andar, hoje, a discutir um não-assunto destes.
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Elisio Macamo Estevao Mabjaia, regressei. acho que não nos entendemos na abordagem. a historiografia da frelimo - e não sou o primeiro a dizer isso - tem uma definição clara (e ideológica) da luta armada. foi a que aconteceu com a "proclamação da insurrreição geral" em 1964. dentro desta lógica o "primeiro tiro" só aconteceu neste espaço. isto não quer dizer que não tenha havido outras lutas anti-coloniais, outros movimentos, etc., só que isso não interessa à historiografia da frelimo. não importa donde a frelimo vem, se da fusão de vários movimentos ou não. o que interessa é o seu conceito de "luta armada" e esse é claro e coerente. se a gente quer contestar alguma coisa, a gente tem que contestar a redução da luta anti-colonial ao que a frelimo fez (algo que o historiador joão paulo borges coelho faz muito bem com a metáfora da fábula). estes assuntos estão a ser tratados por historiadores. sobre a irrelevância do "primeiro tiro": refiro-me à relevância para a historiografia e mantenho dois pontos. primeiro, saber que foi chipande ou não que deu o primeiro tiro não altera nada na historiografia da frelimo, pois essa não depende duma única pessoa. o Mauro Manhiça explica isso muito bem no seu comentário acima. chipande vai continuar herói, se continuar, não (apenas) por causa do primeiro tiro.
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Elisio Macamo Eusébio A. P. Gwembe, a não ser que eu esteja a ler mal o documento os acontecimentos narrados pelo autor do texto referem-se a algo "estranho" à frelimo. o enfoque, do ponto de vista historiográfico, devia ser no conceito de "luta armada" como ele foi definido pela frelimo.
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Estevao Mabjaia Ok; não se está discutindo se existem "primeiros tiros" em guerras ou não; esses até podem existir, pois há de existir sempre quem "acende o rastilho" da guerra ou faz algo na guerra, em primeiro lugar (ex. reza a história que foram os EUA que pela primeira vez usaram bombas atómicas nalguma guerra).
No caso em apreço considera-se importante, ainda que seja apenas como um marco simbólico, a questão da factualidade do "primeiro tiro" como um dos "marcos" importantes na história da luta de libertação nacional - mesmo se considerarmos os eventos apenas na óptica da Frelimo. Esse é um detalhe quase irrelevante obviamente, mas que, paradoxalmente, carrega tamanha importância na solidez, consistência e factualidade da história de Moçambique, tal e qual ela está escrita (mesmo apenas na óptica exclusivamente frelimista). O que estou tentando dizer é se detalhes como esse e outros (por exemplo o local e as circunstâncias em que morreu o primeiro presidente da Frelimo, etc.) começam a revelarem-se desfasados dos registos históricos vigentes ou mesmo falsificados de todo, a história da luta de libertação - mesmo aquela contada pelos e na óptica dos vencedores - torna-se moral e cientificamente dúbia.
Não é a relevância do assunto ou não assunto em si que motiva ou é de interesse nesta discussão; são as implicações que emanam dessa discussão: se os detalhes aparentemente irrelevantes revelam-se inverosímeis, desmorona-se a história.
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Elisio Macamo acho que está a confundir dois níveis de análise que me parecem incompatíveis neste caso. o primeiro nível é o da veracidade de factos num relato histórico. a veracidade de factos só é relevante quando se procura estabelecer causalidades numa determinada narrativa histórica. historiadores sérios aprendem nos bancos da escola a saber que esse tipo de causalidade é falsificável pelo que o relato duma história - e a idoneidade de quem faz o relato - não pode depender disso. portanto, no caso do primeiro tiro (ou das circunstâncias em que morreu mondlane) não há nenhuma causalidade útil. o que conta é a coerência do relato, razão pela qual insisto que (e os historiadores já estão a fazer isto como indiquei no meu comentário anterior) o mais importante seria contestar a redução da luta anti-colonial ao que a frelimo fez. isso é que é relevante do ponto de vista historiográfico. o segundo nível é forense, que não é exactamente o forte, nem o ponto de interesse, da historiografia. para o relato histórico pouco importa quem realmente deu o primeiro tiro, ou em que circunstâncias morreu mondlane. para a investigação criminal, sim. são campos diferentes! para todos os efeitos, quem deu o primeiro tiro foi chipande, mesmo que tenha sido o nyussi ou chissano. a história não vai perder a sua coerência pela alteração dos nomes de protagonistas.
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Estevao Mabjaia Agree... to disagree.
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Elisio Macamo certo. só que alguns assuntos não são cobertos por esse princípio. trata-se duma questão metodológica, não de interpretação de alguma coisa. historiografia não é actividade forense.
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Elisio Macamo e só mais uma achega e páro: é facto assente que a primeira guerra mundial foi desencadeada pelo assassinato do arqueduque da áustria, morto a tiro por um tal gravilo princip. se se viesse a descobrir que na verdade não foi gravilo princip, mas sim gravata proncop, esse detalhe, do ponto de vista historiográfico, não alteraria nada, a não ser que a identidade do perpretador fosse estruturalmente relevante para a continuação da história. hoje pode aparecer alguém a escrever uma história com o título "será mesmo verdade que gravilo princip matou o arqueduque?", mas isso só terá valor folclórico. tudo questão de metodologia.
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Eusébio A. P. Gwembe Não leu mal, Elisio Macamo- Tudo está claro que o autor tem uma versão estranha à versão da Frelimo. Porém, ele não tem como dissociar-se do tempo e do espaço. Acho que não é forçoso que o enfoque deva, do ponto de vista historiográfico (a maneira de escrever a História), cingir-se ao conceito de luta armada definida pela Frelimo, pelo simples factos de que na relação sujeito que conhece e objecto que se deixa conhecer nem sempre o sujeito define a problemática. A relação não é passiva uma vez que o objecto (a luta armada neste caso) não se deixa conhecer na sua totalidade. A História da Luta Armada não depende da vontade da Frelimo em delimita-la, mas dos factos que ocorreram para a sua delimitação. A versão da Frelimo (legítima, diga-se), não é livre de questionamentos. Pode ser que entendi mal o seu raciocínio, mas a ser assim, temo que a Historiografia determine a História, em vez de ser o contrário.
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Elisio Macamo ou que eu não me tenha exprimido bem. acho, porém, que estamos a misturar assuntos. o enfoque deve cingir-se ao conceito de luta armada definida pela frelimo se queremos achar alguma contradição. no caso, não há nenhuma contradição. a história da luta armada, se por luta armada entendemos o mesmo que a frelimo, depende da vontade da frelimo, pois ela é em si uma delimitação de algo mais vasto, a saber a luta anti-colonial. só é possível rejeitar este conjunto, não elementos (primeiro tiro, etc.), pois esses são irrelevantes. pode parecer cómico, mas é verdade: muitas vezes, a historiografia determina a história, a não ser que possamos determinar com segurança o que é a história (o que tornaria a historiografia desnecessária).
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Eusébio A. P. Gwembe Elisio Macamo. aceito que a Frelimo é em si mesma uma delimitação de algo mais vasto, a saber a luta anti-colonial, e acrescento que é uma delimitação que resulta das partes (do particular). Ora, do ponto de vista historiogrãfico, se só é possível rejeitar este conjunto, não elementos, entendo que não se pode aceitar este conjunto rejeitando-lhe as partes que o compõem. Para a historiografia da Frelimo, tal como ela a define, estes pedaços são úteis para a visão do de conjunto. Porque o caminho do conhecimento é aproximar o sujeito que conhece à objectividade. Quanto mais numerosas forem as respostas sobre determinadas questões da sua historiografia, tanto mais a realidade infinita se liberta dos seus véus. Todos estes fragmentos são incompletos, são imperfeitos, mas todos contribuem para o progresso do conhecimento sobre a historiografia da Frelimo. Mais uma vez, o objecto irá influenciar na tomada de posição do sujeito.
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Elisio Macamo sim, é um pouco o que estou a dizer. a frelimo não é em si a delimitação de algo mais vasto. a sua definição de luta armada é que é. e é isso que importa rejeitar ou aceitar. não se rejeita ou aceita questionando partes, mas sim o todo, pois as partes são irrelevantes. até certo ponto, "chipande" é apenas um rótulo; podia ser "chupando", "pachunde" ou "dopanchu". isso não afecta a coerência da história. o desafio historiográfico consiste em separar a história da frelimo da história da luta anti-colonial. isso é possível fazer e há quem já o faça.
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Eusébio A. P. Gwembe Totalmente de acordo, Elisio Macamo. Valeu, aquele abraço
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Mauro Manhica Good point!
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Alexandre Jemusse Martins Mutarara e Zambézia sem data!!
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Nando Mais muita verdade ainda por vir atona
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José de Matos Eusébio A. P. Gwembe, e a versao de que a primeira acçao foi protagonizada pela MANU em Nangololo ?
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Eusébio A. P. Gwembe José de Matos a junção de vários fragmentos que tive acesso, pelos nomes dos que se fizeram presentes em Nangolo e o historial das reuniões havidas anteriormente, conclui que eram elementos da Frelimo e não da MANU. Tres deles constam da lista dos 16 que a Frelimo apresentou à imprensa aquando da expulsão de Nkavandame, em 1969.
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Jonas Joaquim O ataque ao machimbombo em Nangololo em Muidumbe nao foi feita pela MANU foi a Frelimo o meu participou neste ataque mas nao foi do tiro inaugural.
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Eusébio A. P. Gwembe Jonas Joaquim posso ter o nome completo do seu pai?, se não for pedir demais, claro. Sobretudo o alcunha da guerra :)
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Jonas Joaquim Oh Gwembe, meu pai também como protagonista do primeiro tiro? kkkkkk que Deus o tenha
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José de Matos Jonas Joaquim parece que nao foi ataque a machimbombo mas sum a Missao em Nangololo!
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Jonas Joaquim Houve um ataque a missao sim em Nangololo que resultou na morte de um missionario este ataque sim foi da MANU mas em 1964 antes do ataque ao posto de Chai houve um ataque a um machimbombo protagonizado por tropas da Frelimo
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José de Matos Jonas Joaquim , era desse ataque a Missao de Nangololo, muito antes de Chai, alegadamente protagonizado pela MANU, que eu estava a falar!
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Jonas Joaquim Aconteceu sim o missionario morto chama-se qualquer coisa de Booms era holandes mas isso foi antes das incursões da Frelimo de maneiras que nao se pode associar este acontecimento com o inicio da luta armada de libertacao nacional liderada pela Frelimo.
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Antonio A. S. Kawaria Jonas Joaquim, se o ataque ao machimbombo em Nangololo deu-se antes do de Chai e pela Frelimo, ficamos ainda a saber que houve muitos tiros em Moçambique dados pela Frelimo e antes do de Chai. Não é verdade?
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Jonas Joaquim Sim meu irmão sempre defendi que houve muitos tiros antes do 25 de Setembro mas a Frelimo tinha agendado 25 de Setembro para o arranque oficial da insurreição armada. A minha irma iniciou limpeza da sua machamba em Montepuez a dois meses e ja fez sementeira na zona baixa mas o governo lancou oficialmente a campanha agrícola 2016/2017 no sabado passado simples quanto a isso.
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Albazino Ricardo Cumbane A verdade é que oque seria da história sem as sua imprecisões? Ora vejamos, "vox poupule", os vencedores é que escrevem a sua história. Os livros ainda dizem que a religião era uma das formas de exploração, em discursos politicos assumem o apoio que receberam das Igrejas protestantes. Mais não disse.
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Sergio Serpa Salvador A crítica externa e interna, certamente, irão ajudar-nos a fazer falar estes documentos. A história do primeiro tiro continua a ser muito polémica. Várias vezes, um tal de Madebe, desmentiu essa versão de chipande. Curiosamente, Madebe ainda vive. Onde está a verdade?
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Juma Aiuba Se formos pela teoria de quem foi o primeiro tiro de resistencia em Mocambique, vamos descobrir que afinal o primeiro tiro foi de Ngungunhane ou uns gajo antes dele. O tiro atribuido a Chipande eh da luta armada organizada pela Frelimo. E normalmente essas coisas tem um plano organizado. O que deviamos discutir eh porqueh eh que, agora, o Chipande ja duvida do seu primeiro tiro? Deviamos saber dele como o seu nome foi atribuido ao primeiro tiro da luta armada organizada da Frelimo e quem atribuiu?
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Estevao Pangueia É por essa razão que o historiador deve procurar também no presente respostas sobre o passado, só com cruzamento de dados e fontes isso é possível.
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Antonio A. S. Kawaria Mesmo essa conversa do primeiro tiro da Frelimo. Se Gruveta nem acreditava??
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Claudio Zunguene Vamos abrir a discussão para a reconstituição dos fatos. O significado do iníco da luta armada de libertação nacional todos sabem. Pra que ela se torna-se numa luta verdadeiramente armada e aglutinadora, era inevitável que ela tivesse o seu começo. O certo é que o descontentamento era generalizado e a raiva em expulsar o colonialista caracteriza todo o povo moçambicano. Na escola aprendemos que o primeiro tiro foi em Chai. Este marco histórico abri uma cronologia de acontecimentos que foram se sucedendo depois. Hoje, e como deve ser a função do historiador, há outras possibilidade de pesquisa muitas delas oferecidas pela historiografia colonial, Aqui é preciso ter cautela no tratamento dessas fontes, isenção do seu tratamento e acima de tudo confrontação de informações por forma a se ´´ aproximar a verdade´´, digo aproximar, entendem isso os historiadores pois, a vardade de hoje pode se tornar na mentira do amanhã. Por isso é muito bom confrontar as fontes.
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Claudio Zunguene interessante!
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Eusébio A. P. Gwembe Claudio Zunguene, a história é reescrita quando emergem perspectivas novas que nos permitem perceber o significado de certos acontecimentos do passado, que havia escapado à atenção dos contemporâneos. Estes acontecimentos inserem-se nos modelos de continuidade incluindo os acontecimentos que constituíam o futuro para os que vivam no passado. Do mesmo modo que os nossos descendentes compreenderão melhor o nosso tempo do que nós o compreendemos, porque serão capazes de ver as consequências de acontecimentos que ignoramos actualmente e que constituem as premissas de tendências importantes que darão os seus frutos quando já não existirmos. Como diz Estevao Pangueia, decemos procurar também no presente respostas sobre o passado. E acrescento que a reinterpretação da história é função das necessidades variáveis do presente; dos efeitos dos acontecimentos do passado emergidos no presente.
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Melo David Mogoa e aquilo q nos aprendemos durante o ensino primario sobre o inicio da guerra como fica diante dessas novas abordagens?
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Sireneu Miguel Uassote Cuidado!
Em moz não gostam de verdade, mas mentira. lembro me duma entrevista daqual chipande duvidou de ser o promotor do primeiro tiro.
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Carlos Quizado Quizado Nos somos os donos de fazermos ou seja, reconstituir essa historia que em muitas versoes eh falsa.
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Mick Fanning Foi essa porra que eu estudei.
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Zeka Honolosse Eusebio, the world is like this. But the questions will still come. Why they changed the story? And what hapened to the people like Dzonzi? If I understa.d well this Dzonzi, is from Angónia, there is a lot of matter that there are most important writers for story of mozambique, coming from the dofferent coners from this country. In the way I understand my reading I think that there hapened a bad ideia, the contemporaneo writter done everything whatever they wanted to make their lives,forgeting that a day.the people will go to school.and will.discover every hidden story. You are well come to.the.history for.the country.
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Antonio A. S. Kawaria Se Bonifácio Gruveta, um dos antigos combatentes nem acreditava?
“A luta de libertação nacional não começou em Cabo Delgado” “Eu não sei se foi Chipande o autor do 1º tiro”- idem Foi nesta terça-feira, na sala de conferências do Instituto de Formação de Professores de Quelimane, ex-IMAP, numa palestra subordinada ao tema “percurso do movimento independentista de…
macua.blogs.com
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José Albano Agora já se luta para a possiçao do Primeiro tiro.Cuidatinho.
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Munguambe Netinho Uma coisa é a história oficial de Moçambique e a outra é a história de Moçambique. O importante e fazer um exercício e ver rupturas e continuidades nas múltiplas versões que temos acesso até reconstruir a HISTÓRIA DE MOÇAMBIQUE com factos reais.
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Eusébio A. P. Gwembe Netinho, fica sempre aberta a possibilidade de nos aproximarmos indefinidamente da percepção exacta da paisagem, sempre que novos elementos vêem ao de cima. Antonio A. S. Kawaria, a História divide paixões e há quem tenha medo dela. Uma pergunta salta ao ar, por que motivo o general Gruveta (homem que impediu que Marcelino dos Santos Sucedesse a Samora) questionou a versão do primeiro tiro? A história possui uma importancia excepcional em cada fase da evolução dos estados. Postos frente à realidade, haverá muitos cegos que não consigam vê-la, e haverá quem a veja alterada pela cor dos óculos que empregue, mas haverá também quem não use lentes, ou quem as use de tal modo transparentes que a imagem lhes chegue sem sofrer deformação apreciável.
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Munguambe Netinho Tenho certas dificuldades em perceber alguns aspectos da história de Moçambique porque não tenho acesso a livros e artigos que realmente permitam. Se.puderes compartilhar o documento que aborda os contornos da sucessão de Machel seria muito grato Eusébio. edasilvagustavo@gmail.com
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Eusébio A. P. Gwembe Vamos esperar pelo Marcelino dos Santos, Netinho. Ele disse, numa entrevista em Angola, que há de contar e o mundo há de saber. Eu também aguardo com expectativa
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Macvildo Pedro Bonde Vai aguardando meu caro. Mas, pelo estado das coisas não se sei poderás sair satisfeito dessa empreitada. A idade já pesa e a fala parece carcomida com a odisseia libertária e suas benesses.
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Antonio A. S. Kawaria Eu não sei porquê o General Gruveta questiona a versão do General Chipande. Parece que o General Nihia também questiona. Mas com estes retratos, eu fico a pensar que tanto 25 de Setembro como Chipande como homem do primeiro tiro são uma construção, uma criação. Os factos vamos conhecendo com novas revelações.
Agora estou curioso com isso de Gruveta ter impedido Marcelino dos Santos a suceder Samora.
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Edson Chiziane Helio Thyago Krpan Nelson Matsinhe Mauro Manhica Emídio Munguambe here
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Claudio Zunguene Como eu disse, está aqui um desafio para os historiadores e demais interessados na investigação do assunto. Agora, devemos antes nos despir dos nossos " fatos macacos " por forma a mantermos isenção no tratamento dos fatos. Vejo aqui muita "raiva " a mistura, isso pode não ser bom e facilmente nos leva a frustração. Não basca dizer que devemos investigar ou confrontar as fontes, é precisa pôr mão na brasa e trabalhar o assunto.admiro a forma inteligente como Eusébio A. P. Gwembe nos coloca o assunto pra discussão. Estamos todos preparados pra iniciar uma verdadeira investigação? Porque investigar esse relato e não outra coisa? A quem interessa essa investigação? Tratasse duma investigação virada ao combate do resultado que temos? Vamos a isso?
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Fernando Jorge Francisco Cumbana O importante è sabermos contextualizarmos o significado do primeiro tiro.A resistencia nacional começou muito antes da frelimo existir e ela foi feita de varias formas,com pedras,catanas,paus,atè com tiros em varios cantos deste país.No entanto,o inicio da guerra de libertaçao duma forma organizada certamente teve uma data e portagonista...quem foi?
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Mauro Manhica Não existem "primeiros tiros" nas guerras. Isso foi um símbolo criado para alimentar a epopeia revolucionária e embriagar o povo sedento de liberdade. É meninil e profundamente naïve andar, hoje, a discutir um não-assunto destes e, historicamente, como é o único momento em que é citado o Chipande, não ganhamos nem perdemos nada se se mantiver como está ou se for apagada esse referencia. Portanto, é indiferente se o Chipande deu o primeiro peido ou o primeiro tiro.
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Oreste Muatuca Muatuca Indivíduos mudam a data de nascimento quando tiverem necessidades para tal... a História é assim também. Quem faz a história são pessoas que, por necessidades, podem alterar factos em seu favor.
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Macvildo Pedro Bonde A presença dos protagonistas, muita das vezes, prejudica um olhar mais focado sobre a verdade parcial dos factos.
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Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe, João Paulo Borges Coelho em «O Início da Luta Armada em Tete, 1968-69 - A primeira fase da guerra e a recção colonial» (Maputo Arquivo Histórico de Moçambique, 1989, p. 62), cita um documento do serviço de informações, creio que ligado às Forças Armadas Portuguesas, como tendo existido o Elinamo (Exército de Libertação Nacional do Monomotapa), braço armado da Udenamo-Monopotapa, de Adelino Gwambe. O Elinamo é apontado como tendo atacado Chire em Dezembro de 1964. Será o mesmo grupo a que Lucas K. Dzonzi faz referência? Devemos ter em conta que por factores vários (restrições dos tanzanianos + postura de Mondlane, em sincronia com Washington, para retardar o início da guerra), outras forças nacionalistas desencadearam acções armadas antes da Frelimo. Para além do caso Elinamo, os ataques em Cabo Delgado antes do '1° tiro'. Não esquecer que Gwambe foi o primeiro a advogar a luta armada, ainda antes da fundação da Frelimo - o que mereceu o repúdio dos dois sectores atrás identificados.
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Gabriel Muthisse João Joao Cabrita, quando é que a FRELIMO enviou os primeiros homens para treinos na Argélia, Egipto, Israel...? Alguém manda treinar homens sem intenção de iniciar a guerra? O facto de não andar a falar irresponsavelmente, como em alguns casos Guambe fez, isso quer dizer que se é contra a luta armada? Quando houve o ataque contra a missão de Nangololo ainda existia alguém, na FRELIMO que queria retardar a luta armada?
Existem fontes que advogam que, quando Mondlane se reuniu com os líderes religiosos em Ricatla, isso em Fevereiro/Março de 1961, ele teria referido que a independência seria conquistada por via armada. Essa sua constatação resultava do estudo e do conhecimento que ele tinha das características do colonialismo português. Um regime que impedia qualquer forma de contestação política, incluindo a sindical. Um estudioso como Mondlane percebeu, de imediato, que a luta aqui seria diferente da que tinha ocorrido nos países limítrofes. Há indicações de que, nessa altura, a generalidade dos pastores expressaram a sua conformidade com a independência, desde que fosse por vias pacificas. Não me recordo se Teresa Cruz e Silva trouxe esses dados nos seus trabalhos.
Portanto, Mondlane já sabia, desde antes da fundação da FRELIMO que a independência não seria por via pacífica. Não procede, em minha opinião, essa insistência de que esta figura estava contra a luta armada ou que a queria retardar.
Veja-se que essa luta seria desencadeada a partir de um país vizinho, recém independente e sem exército organizado ainda. Seria pura irresponsabilidade andar a dar entrevistas a proclamar a proximidade do desencadeamento da luta armada nessas condições. Daí o silêncio prudente da FRELIMO e de Mondlane nessa matéria. Silêncio quando, ao mesmo tempo, preparava soldados e mobilizava recursos para a luta.
De recordar que Guambe chegou a ser expulso da Tanzânia por, com muita ligeireza, andar a falar de insurreições, colocando em risco a segurança do país hospedeiro.
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Joao Cabrita Gabriel Muthissee, por hábito apoio-me em factos quando faço afirmações, e não em suposições.
Quanto aos tanzanianos:
Recentemente, um membro fundador da Udenamo, Lopes Tembe Ndelana, publicou um livro de memórias (Da UDENAMO à FRELIMO e a diplomacia moçambicana” ) no qual insere, a páginas 192-194, um documento da MANU datado de Novembro de 1961, cujos signatários, em consonância com o partido TANU, insurgem-se contra a luta armada tal como advogada por Gwambe. O documento não pede prudência a Gwambe; não diz que a TANU ou Nyerere apostam na luta armada; ou que não convém falar na guerra publicamente. O que diz é claro: independência não é guerra, nem mortes. Chamo particular atenção ao parágrafo 4. (ver tradução do documento do kiSwahili para o inglês. O livro contém uma tradução em português,)
Relativamente a Mondlane:
Ele acreditava tanto na luta armada antes e depois da fundação da Frelimo que em Maio de 1961, na sequência da visita a Moçambique, foi pedir ao Departamento de Estado que lhe arranjasse um emprego fora do sistema das Nações Unidas para poder desenvolver actividades políticas – no período de férias. Não foi por acaso que o 1° Congresso da Frelimo coincidiu com o período de férias da Universidade de Siracusa.
Cito de um documento «confidencial» do Departamento de Estado com a data de 16 de Maio de 1961, reportando um encontro mantido entre Mondlane e entidades do governo americano nessa instância, isto é, em Washington, DC (as maiúsculas são minhas):
«Mondlane said that he was on the point of giving up his United Nations position in order to lead the nationalist movement of Mozambique. He had a problem in supporting his family and was therefore reluctant to give up his UN job; however, he was actively seeking a post in the university TEACHING ONE OR TWO SEMESTERS A YEAR AND WOULD DEVOTE THE REST OF HIS TIME TO ORGANIZING THE MOZAMBIQUE NATIONALIST MOVEMENT.»
Um revolucionário em regime part-time, portanto, que queria ‘liderar o movimento nacionalista de Moçambique’ que já existia: Udenamo; e que tinha líder próprio: Adelino Gwambe. Por outras palavras: um golpe contra Gwambe discutido com americanos – e depois com tanzanianos.
Toda a acção de Mondlane de 1961 até depois da formação da Frelimo centrou-se na promoção de programas educacionais para futuros quadros moçambicanos – dentro e fora de Moçambique. A opção pela guerra só veio depois – enquanto os ‘primeiros tiros’ eram disparados algures e por outros. Tal como afirmei antes – e agora demonstrei, factualmente.
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Joao Cabrita Tradução do documento constante do livro de Lopes Tembe Ndelana: MANU SHOULD BE VIGILANTE
TO GUARD THE INTEGRITY
OF TANGANYIKA AND MOZAMBIQUE
SO THAT THEY ARE SAFE
Saturday 11.Nov.1961
“FREEDOM AND WORK”
Mister Secretary and all leaders of MANU, the elderly and youth. I saw it better to write to you to impart news and information about the great defence of highest honouraccorded to us by the people of Tanganyika.
I am afraid to say that, the time to recognise each nation and its place has now come, although we Mozambicans have not realised it. The Portuguese with his brutality should be condemned, threats in our own countries here in Africa; that’s the shame of his rule. The right of humankind has to be preserved.
My compatriots, even so I am this way far away due to varied problems I cannot give up on talking. Thus, I am saying the following.
1. Mr Gwambe should clearly understand that “uhuru” is not war. Because people demanding independence are not demanding war. The meaning of independence in short is for a people to govern themselves. Think like this: “How can people be independent when they are dead?” MANU demands independence, not DEATHS.
2. It should be remembered that PAFMECA is the unity of Africa to demand independence but not to demand or beg for weaponry to prosecute war in the name of independence; independence is demanded orally and money…(sorry, João, the bottom part of this note on p192 is, as you can see, not legible).
3. It will be completely the opposite if the Right Honourable Kwame Nkrumah will provide weapons of war that would destroy the state of Mozambique. Ghana is a member of PAFMECA. PAFMECA is not a unity for agitating war. I am saying Gwambe’s are mere words. If Gwambe is unable to demand independence peacefully, he should return to Mozambique.
4. Up to this day, I don’t see why Gwambe should remain here in Tanganyika to get the opportunity to plot for the destruction of Africa. From my personal perspective, and indeed that of the MANU cadre, is that, Tanganyika should not welcome people who are bent on orchestrating war against Mozambique. Also, Tanganyika is not a hub of war plots against the Portuguese, and to drive a wedge in Africa’s unity.
5. I conclude by saying that my opinions as expressed herein should be forwarded to the Honourable Minister of peace and security as soon as possibilities allow.
Signed
PRESIDENT and Member of Coordinating Freedom Council
P.T.O (note overleaf)
In case of reply my address is of Mikindani.
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Gabriel Muthisse Joao Cabrita, não são suposições que (i) Mondlane se reuniu com religiosos em Ricatla (escolhidos a dedo) e com eles discutiu o seu projecto de Libertação de Moçambique; (ii) que nessa reunião teria referido a eventualidade de a independência poder vir a ser conquistada por via armada; (iii) que o I Congresso, nas suas resoluções, advogou a conquista da independência POR TODOS OS MEIOS POSSIVEIS; (iv) que já nos princípios de 1963, portanto muito antes dos tiros de Nangololo e outros, Mondlane e a FRELIMO já haviam enviado homens para treinos MILITARES na Argélia, no Egipto, em Israel, na China...; (v) que, quando em Maio de 1964 (creio) se dão os acontecimentos de Nangololo, a FRELIMO já tinha em quase todas as províncias, incluindo as do Sul, guerrilheiros preparando o inicio da luta armada; (vi) que já desde o regresso do primeiro grupo de guerrilheiros treinados na Argélia, muitos dos quais desertaram porque haviam sido recrutados entre imigrantes na Tanzânia com famílias por cuidar, a FRELIMO tinha campos militares como o de Kongwa...
Todos estes factos, amigo Cabrita, mostram que, desde o I Congresso, ou desde as reuniões secretas de Lourenço Marques, a FRELIMO e Mondlane tinham a luta armada na sua agenda. Há testemunhos escritos sobre estes factos todos. Portanto, não procede a tese de que a FRELIMO e Mondlane fossem contra a luta armada.
O trecho que citou acima não prova que Mondlane fosse contra a luta armada. Não prova que a FRELIMO fosse contra a luta armada. Provará, porventura, que o MANU o fosse. Provará, porventura, que Mondlane esteve preocupado com a segurança da sua familia. Mas, mesmo que Mondlane possa ter tido dúvidas de como dirigir eficazmente uma luta como a moçambicana (seria isso possível ao mesmo tempo que se davam aulas de um ou dois semestres?!?!?...), essas dúvidas não significam que houvesse hesitações sobre a pertinência da luta armada. E essas dúvidas terão terminado no I Congresso quando a preocupação de Mondlane era apenas a de terminar o contrato que tinha com a Universidade de Syracusa. Vários testemunhos referem que, quando vai aos USA depois do I Congresso, fazia-o apenas para terminar esse contrato.
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Antonio Grispos Fiquei com a mesma impressão. Ter preocupações com a família (o que é legítimo) mas em momento algum o texto referido pelo Sr Cabrita mostra um Mondlane contra a via armada. Li e reli e fiquei com a mesma convicção.
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Afonso Nassone Macaiele Se for para procurarmos verdades estamos perdidos, vamos pegar no que já existe comentarmos a nossa mocambicanidade, até hoje se pergunta quem foi Jesus? Porque os Israelitas não o aceitaram? Porque até hoje não aceitam? Portanto, quanto a mim, neste momento interessa discutirmos o que pode ajudar a chegar a paz, qualquer outra discussão no momento mesmo com provas evidentes não será ouvida, o que os Mocambicanos querem são caminhos da paz, o contrário disso seria distração. Ora alguns documentos que dr. Apresenta tem um nível de apresentação e conservação não possível nas condições da nossa independência. Contudo respeito suas fontes, mas vamos falar. De caminhos para a paz, caros compatriotas.
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Afonso Nassone Macaiele Errata, onde se lê comentar, deve se compreender cimentar.
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Afonso Nassone Macaiele Caros historiadores permitam que assim os trate, uma pergunta, quem foi o verdadeiro vencedor da 2 guerra mundial? Será que verdadeiramente Adolfo Hitler se suicidou? Portanto, se aceitaram. Que são historiadores. Entendem que qualquer verdade depende do contexto de vida que queremos a seguir. Assim, não se procura verdade, mas a verdade aparece com o tempo e para pessoas de contexto diferente, isto é, enquanto pudermos fazer uso dos acontecimentos a história não nos deixa conhecermos a verdade, pois a acontecer muita coisa ruim seria feita. Por isso até hoje ainda não sabemos quem matou Kennedy, ainda não temos a certeza de quem foi Jesus, mesmo sendo dito em tradução que se passaram 2016 ou 2013 anos apois a sua morte. Eu insisto, vamos falar do que pode trazer mudanças que o povo quer, PAZ. O resto, o momento actual ninguém vai ouvir, seria igual no dia de falecimento do pai de alguém nos ao invez de darmos sentimento lhe perguntássemos, qual a dama mais linda que gostaria ter ele nem será capaz. Please.
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Antonio Grispos Acho que até agora para mim, conta a versão oficial. Foi assim que a Frelimo se preparou oficialmente para a luta armada de libertação nacional e não pequenas escaramuças aqui e acolá....só para contextualizar, Cristóvao Colombo não foi o primeiro europeu a chegar as Américas, há registros de nórdicos terem feito esse percurso 05 séculos antes. Igualmente embora oficialmente Pedro Álvares Cabral seja o "descobridor" do Brasil, há relatos oficiais de duas esquadras, uma comandada pelo português Duarte Pacheco Pereira em 1498 e mais tarde do espanhol Vicente Yáñez Pinzón em 26 de janeiro de 1500 chegaram ao Brasil mas por motivos diversos, quer Portugal, quer Espanha preferiram não dizer nada. O monte Everest foi assim chamado por sir Andrew Scott Waugh, o governador-geral da Índia colonial britânica, em homenagem a seu predecessor, sir George Everest. Porém foi Radhanath Sikdar, um matemático e topógrafo indiano de Bengala, o primeiro a identificar o Everest como a montanha mais alta do globo, de acordo com seus cálculos trigonométricos em 1852....Portanto é natural que a Frelimo tenha fixado um data formal em atenção a um objectivo nacional e concreto, sem prejuízo de escaramuças e outros levantamentos de revolta, muitos dos quais localizados quanto ao objectivo e quanto a área de intervenção.
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António Tony Bonde Jr. Despois da guerra é k abrem bocas a dizer k deu o primeiro tiro, na altura andavam escondidos e sem cominicacao viável.
se calhar kem foi o primeiro a dar tiro nem sabe.
Agora keremos saber kem foi o prmeiro a vender o país com dívidas disnecessarias.
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Joao Cabrita Antes de mais, Gabriel Muthisse, nunca aqui neguei que Mondlane ou a Frelimo não viessem a optar pela via armada. O que disse, face ao documento aqui divulgado por Eusébio A. P. Gwembe, foi que os «primeiros tiros» disparados algures, anteciparam-se aos da Frelimo. Pelas razões que já apresentei. E há outras que explicam o atraso. E repito: Mondlane inicialmente não era pela via armada, tanto assim é que em Outubro de 1963 deslocou-se a Nova Iorque para uma reunião na sede das Nações Unidas entre Portugal e 9 países africanos escolhidos pela OUA para discutir o futuro das colónias portuguesas pela via do diálogo – não pela via armada. Aliás, a narrativa oficial da Frelimo ainda hoje salienta este aspecto da opção inicial pelo diálogo, o que - volto a repetir – contrariava a postura de Gwambe que, e o próprio Gabriel Muthisse não nega, até foi declarado persona non grata pelas autoridades tanzanianas, para grande gaúdio de Mondlane.
O documento americano antes citado confirma que Mondlane manteve de facto contactos com religiosos durante a visita a Moçambique, deixando transparecer de forma clara que a mensagem de Mondlane foi na área da promoção educacional dos moçambicanos – não da guerra. Mondlane é citado no documento a dizer que havia angariado $3,000 nos Estados Unidos para apoio a estudantes moçambicanos e que esses fundos – e outros que passou a solicitar ao governo americano – seriam canalizados para Moçambique através da Missão Suíça. (Eusébio A. P. Gwembe, a minha colecção de documentos americanos está em PDF. Caso a sua cópia esteja em Jpeg, agradecia que divulgasse aqui o «Memorandum of Conversation» de 3 páginas com a data de 16 de Maio de 1961, referente ao encontro de Mondlane com entidades americanas no Departamento de Estado em Washington, DC.)
E voltando à posição tanzaniana, em 1964 Nyerere está ciente da posição periclitante em que se encontra – sem meios, humanos e materiais, eficazes para responder a uma eventual retaliação militar portuguesa. Ele está também consciente de uma outra realidade: perante a sublevação de forças tanzanianas nesse ano, Nyerere teve de se socorrer da antiga potência colonial que de Mombaça enviou uma fragata par sufocar a revolta militar na capital tanzaniana. A posição de Nyerere é, portanto, frágil e não convidativa a conflitos militares com vizinhos.
E já depois do início da luta armada, Mondlane lamentou-se junto da embaixada americana que o governo tanzaniano havia restringido a quantidade e tipo de armamento que os guerrilheiros da Frelimo podiam levar no momento da travessia do Rovuma. Mondlane lamentava ainda que o governo tanzaniano tivesse proibido uma conferência de imprensa da Frelimo destinada a divulgar o início da luta armada. (Telegrama Confidencial, Embaixada dos EUA, Dar es Salam, 19 Out 1964 – FOIA)
Um outro documento da embaixada americana em Dar es Salam revela que o presidente da Frelimo discutiu com os americanos em 1965 uma proposta a apresentar a Salazar quanto a uma solução do problema colonial. Na proposta discutida e acertada com Mondlane, não constava a independência de Moçambique e outras colónias – mas somente a integração das mesmas numa comunidade lusófona.
Isto para demonstrar que há, claramente, uma evolução na postura política de Mondlane. Ante da visita a Moçambique em 1961, Mondlane mantinha contactos regulares com a representação portuguesa junto das NU. Eram contactos cordiais, reveladores de uma certa intimidade até. Mondlane chegou a considerar uma posição académica em Lisboa, tal como sugerida por Adriano Moreira. Quando ocorreu a célebre manifestação em Lisboa, «Para o Ultramar e em Força», decorrente dos acontecimentos em Angola, Janet Mondlane estava hospedada na Casa York, em Lisboa, a expensas do governo português.
Tudo isto, apenas para uma vez mais salientar que a discórdia entre Mondlane e os tanzanianos, por um lado, e Adelino Gwambe, por outro, centra-se fundamentalmente na questão da luta armada.
Gabriel Muthisse, não tarda que me volte a tratar de atrasado mental tal como na discussão sobre a disputa entre os seus antigos camaradas cubanos e Mondlane em 1965, cujos contornos até ajudam a compreender melhor a presente questão. Não lhe darei uma segunda oportunidade. Por isso, termina aqui a minha participação neste debate, salientando estar consciente que comprovei claramente o que disse de início, e que agora reitero no primeiro parágrafo do presente comentário.
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Gabriel Muthisse Estou sem tempo, Joao Cabrita. Está a dizer que em outubro de 1963, quando Mondlane foi à ONU, ele e a FRELIMO não tinham ainda optado pela luta armada? Meu caro amigo, as fontes históricas devem ser lidas de forma cruzada. Como os versículos da Bíblia. Sob risco de graves e infelizes equívocos.
Para sua informação, nessa altura Mondlane e a FRELIMO já se estavam a preparar para a luta armada. Reveja suas fontes. E de forma cruzada!!!!!!
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Tony Bambo Desculpem, mas o papel da história, como ciência social, não de relatar e registar qualquer facto, sem estabelecer um nexo de causa e efeito com a realidade que está em consideração. Vejamos: Estes tiors de se faz referência aqui que consequências é que teve quanto ao processo da independência? Com que legitimidade se pode usar este elemento como factor libertador?
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Tony Bambo Ou será mais retórica do que história, pois não encontro a sua relevancia para a gesta libertadora da Pátria do jugo colonial...
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Tony Bambo Depois da Liberdade de 1992, com a introdução das liberdades civis e politicas todo mundo teve uma história diferente, por exemplo, alguém disse que Mondlane Morreu em local diferente do que era referido.... Qual era o escritório referido? Porque não podia ser AQUELE? o facto que a história registou é de que foi morto o Presidente da Frelimo, por atentado. Pretendeu-se amputar e decepar a cabeça do movimento. Isto é o que de relevante a historia regista e não o detalhe que alguém a procura de protagonismo vem BOMBASTICAMENTE dar eviência...
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Gabriel Muthisse O que Joao Cabrita faz é trazer informação parcelar para justificar posições muito fortes que ele advoga. Aceitar dialogar, coisa que Mondlane e a FRELIMO sempre fizeram, não é prescrever a luta armada. Mondlane terá ido a Nova York nos termos em que Cabrita sugere, para dialogar com Portugal, isso demonstrando que a janela de negociações nunca esteve fechada, durante todos os anos de luta. Mas nunca isso significou que a luta armada não fosse uma opção de peso.
Mondlane nunca colocou em causa a independência. E sobre isso eu já discuti com Joao Cabrita. Muito menos em 1965. Eu e Cabrita partilhamos documentos que atestavam que Mondlane esteve, sim, interessado em alcançar aquele objectivo (independência), passando embora por fases transitórias. Por exemplo, as colónias inglesas não avançaram directamente para a independência. Passaram por estágios em que os africanos estavam presentes no Parlamento, no Governo, até chegarem à posição de Primeiros-Ministros. Isso foi assim no Gana, na Zâmbia, na Tanzânia e em outros países. Por exemplo, só em 1964 Kaunda chegou a Presidente da Zâmbia, depois de ter passado por vários estágios. O objectivo de Mondlane, em 1965, não era aceitar uma posição definitiva de Moçambique como Colonia portuguesa. Isso já não era possível naquele ano. O que Mondlane estava a explorar eram os caminhos, os estágios que, a prazo, conduziriam à independência. Numa discussão anterior partilhei com Cabrita documentos que provam isso.
Insisto, os factos e documentos históricos só falam quando cruzados com outros. O que Cabrita faz, de trazer dados parcelares para reforçar as suas posições, esquecendo propositadamente outros, é fraude.
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Gabriel Muthisse Mais, a questão da luta armada, a partir da Tanzânia, durante os princípios da década 60, foi sempre uma matéria muito delicada. A Tanzânia era uma nação em nascimento, com instituições fracas e praticamente sem exército. Aliás, Joao Cabrita reconhece isso. Nestas circunstâncias, andar por aí a fazer entrevistas advogando o início da guerra, a partir daquele país seria uma ligeireza, uma irresponsabilidade. Nyerere e Mondlane conheciam a natureza do regime colonial. Sabiam, desde o primeiro momento, que a independência só poderia ser obtida por pressão armada. É óbvio que não andaram a dizer isso em todos os cantos por onde andavam. Eles eram homens de Estado. E sabiam que nem tudo se deve dizer.
A reunião de Ricatla discutiu muito mais que bolsas. Se localizar os documentos que tratam disso vou partilhar.
É verdade que Mondlane manteve relações cordiais com Adriano Moreira, quando este esteve destacado em Nova York. Mantiveram essa relação cordial por algum tempo. Mas isso não significa que Mondlane desejasse integrar-se na Portugalidade. Cabrita diz ter documentos sobre as actividades de Mondlane nos Estados Unidos (que, aliás, são públicos). Da análise desses documentos e da correspondência de Mondlane infere-se que, desde finais da década 50, este moçambicano já tinha a independência do seu país como um objectivo central.
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Tony Bambo Metendo a foice em Vossa seara de cultura e de troca de documentos, vejo que o que distingue o facto histórico do não histórico é valor de cada episódio no conjunto destes. O que é que cada um representa para o acervo de facto que constituiram o chamado precurso para a independência. Há muita subjectividade na avaliação dos factos. usa-se e abusa-se do termo: QUEREMOS SABER A VERDADE!?
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Tony Bambo A verdade é uma relação casuística com o facto, como tal. o facto pode estar relacionado com muito outros paralelos que não deixam de ser verdades. Não existe em História um único facto que seja aquele que é verdadeiro e ponto final. A verdade é que alguem programou, preparou um conjunto de guerrilheiros liderados pelo Chiipande e atacou Mueda, a 25 de Setembro. Este é um registo que pertence ao Movimento de Libertação: Frelimo.
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Tony Bambo Este facto não impede que outras pessoas fora da organização, tenham uma outra planificação, mas da qual não resultou o reconhecimento e a consequente negociação com o MFA, para a indepenência de Moçambique. Este é que é o facto histórico relcionado com a INDEPENDÊNCIA e nenhum outro.
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Joao Cabrita Eusébio A. P. Gwembe, tomo a liberdade de aqui divulgar o documento de 3 páginas (“Memorandum of Conversation”) com a data de 16 de Maio de 1961, acima citado. Trata-se, de facto, de um documento público – passou a sê-lo depois de eu ter requerido a sua divulgação ao abrigo da Lei de Liberdade de Informação (FOIA) em vigor nos Estados Unidos. A par disso, ofereci a colecção, que inclui esse e outros documentos, ao Contemporary Portuguese History Research Centre (CPHRC) do Reino Unido para consulta livre.
Uma vez que aqui foi insinuada a prática de fraude, gostaria de esclarecer que os referidos documentos foram por mim obtidos com o intuito de compreender melhor as circunstâncias do assassinato do primeiro presidente da Frelimo. Já conhecia a versão da Frelimo, e cruzando-a com a que consta dessa documentação – que inclui pareceres da CID (Policia de Investigação Criminal) tanzaniana - fácil foi compreender a razão de até hoje os governos tanzaniano e moçambicano não terem divulgado o relatório policial sobre o sucedido em 3 de Fevereiro de 1969. Permitiu também a mesma documentação uma reinterpretação de fases da história da Frelimo e do perfil de pessoas a ela associadas, o que, obviamente, contraria a ‘versão oficial’ e é difícil de digerir por quem da história possui uma visão sectária, ou que faça da mesma um relato faccioso.
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Eusébio A. P. Gwembe Joao Cabrita e Gabriel Muthisse, documentos sobre os preparativos para a guerra a que tive acesso mostram um Mondlane que, numa primeira fase, é contra a via armada. O Enfoque dele é a educação. Até ao envio dos primeiros combatentes, acompanhados por Filipe Magaia a Árgélia, Mondlane continuava apostado na independência negociada e ficou «irritado» quando Simango, num encontro havido no Analtough Hall, em 23 de Agosto de 1963, disse que a opção armada era o caminho caso a independência não fosse dada naquele ano de 1963. E há evidencias de que quem terá feito os primeiros contactos com Argélia para a formação dos militares não terá sido Eduardo Mondlane. Porém, Mondlane era inteligente. Não é de por de lado a hipótese de que o seu pacifismo tenha sido propositado para dar tempo ao grupo em preparar o seu exército. Numa segunda fase, em princípios de 1964, Mondlane começa a falar abertamente na possibilidade de um levantamento militar antes de Junho daquele ano, possivelmente influenciado pelo que acontecia noutras colónias portuguesas, nomeadamente em Angola e na Guine Bissau.
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Gabriel Muthisse Eusébio A. P. Gwembe, memórias escritas e entrevistas dadas por combatentes que chegavam a Dar-es-Salam em princípios de 1963 mostram que Mondlane dissuadiu alguns deles de irem estudar. Encaminhou-os para a preparação militar.
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Gabriel Muthisse O Departamento de Guerra (de Defesa) da FRELIMO é formado logo no I Congresso. Mesmo o controverso Leo Milas chegou, num certo momento, a ser responsável deste Departamento. Portanto, nos primeiros momentos da FRELIMO.
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Eusébio A. P. Gwembe Sim, Gabriel Muthisse. Todos os partidos criados no ambito da luta armada tiveram departamento de Guerra porque segundo os ideólogos eram o esboço do futuro governo. Mesmo a UNAMO de Amos Sumbane, que era contra qualquer tipo de violencia, tinha o seu Departamento de Defesa.
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Eusébio A. P. Gwembe E outra coisa, Gabriel Muthisse, os departamentos do Primeiro Congresso da Frelimo eram o copy and past dos Departamentos da UDENAMO de Adelino Gwambe, exceptuando o Departamento dos assuntos sociais que veio a ser criado para acomodar Changonga.
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Gabriel Muthisse No documento postado por Joao Cabrita vem escrito: "He predicted that indepence would come for Mozambique within five years and he though it could be brought about only by bloodshed, owing to the intransigent attitud of the Portuguese"
Entao, meu amigos, onde está o Mondlane contrário à luta armada, mesmo neste documento elaborado antes da fundação da FRELIMO?
Neste mesmo documento, Mondlane analisa com grande clareza a situação da então Colonia portuguesa. Apesar de ter sido bem recebido, ele mostra como era vigiado e seguido pela polícia secreta do regime. E enfatiza que teve de ser muito discreto. Esta discrecao de Mondlane já levou alguém, que diz que não quer debater mais comigo, a classificar Mondlane quase que como um colaborador dos portugueses. Até o facto de a Janneth ter se hospedado numa residência oferecida pelos portugueses em Lisboa foi trazida para mostrar como Mondlane estava longe, em 1961, de ser um nacionalista!!!!
EusébioA. P. Gwembe, a irritação de Mondlane com as afirmações de Simango, já em pleno 1963, não podem indiciar um Mondlane contrário à luta armada, pois:
(i) como mostrei neste comentário, Mondlane já afirmava em 1961 que a independência seria obtida com derramamento de sangue;
(ii) aquando da fundação da FRELIMO, e sob os auspícios de Mondlane, foi instituído um Departamento de Guerra (numa Conferência que ele deu algures, Mondlane explicou porque este departamento não se chamou de guerra e tomou o nome de "Defesa";
(iii) há memórias escritas e entrevistas que mostram que, bem antes das datas a que aludes, Mondlane dissuadiu alguns jovens de obterem bolsas de estudos e encaminhou-os para o programa militar.
Insisto que os documentos históricos devem ser lidos de maneira cruzada. Se usarmos apenas documentos da CIA ou dos USA podemos chegar a conclusões incompletas.
Creio que foste tu, Eusébio, que postaste uma imagem de Mondlane a ser recebido pelo Vice presidente da RPChina, em 1963. Temos os arquivos da China para saber o que Mondlane conversou com entidades chinesas? Conhecemos o teor das suas conversas? Sabemos, no entanto, que, ainda em 1963, um grupo de jovens moçambicanos foi a China para se preparar militarmente. Alguém aqui acredita que tido esse programa militar, toda essa preparação, toda a instalação de campos militares na Tanzânia, foi feito à revelia de Mondlane (que estaria contra a luta armada)? Outras coisas!
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Gabriel Muthisse Bem o dizes, Eusébio A. P. Gwembe, todos os Partidos criados "no âmbito da luta armada". Então concordas comigo que Mondlane nunca teve dúvidas da inevitabilidade da guerra. Tendo até em conta o que ele mesmo afirma, neste documento partilhado por Joao CabritaJoao Cabrita
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Eusébio A. P. Gwembe Eu penso que Mondlane nunca colocou de fora a luta armada. Há evidencias de que Mondlane, fazia contactos com a Shangan Burial Society e com Max Ngoben e discutiram a possibilidade de um levantamento via armada (Ofício 111/1962 da Curadoria da África do Sul, e o Jornal >Star de 2 de Junho de 1962)
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Gabriel Muthisse Conforme prometido em comentário anterior, mais abaixo poderão encontrar uma referência, das várias que já vi que pude localizar por ora, sobre a realização de uma reunião restrita em Ricatla, na qual teriam participado líderes religiosos escolhidos a dedo. A referência que localizei, por hora, aparece como anexo1 de um trabalho de Teresa Cruz e Silva com o título "ZEDEQUIAS MANGANHELA: NOTAA PARA UMA RELEITURA DAS RELACOES ESTADO COLONIAL-IGREJAS PROTESTANTES NA DECADA DE 70"
É um dado que indicia que, diferentemente ao que alguém aqui defendeu, nas reuniões protagonizadas por Mondlane, em 1961, em Lourenço Marques, ele não se teria limitado a falar de bolsas de estudos, embora este fosse, inquestionavelmente, um tema caro àquele líder nacionalista.
A referência a essa reunião teria sido retirada de autos judiciais de um dos arguidos do caso que levou ao assassinato de ZEDEQUIAS MANGANHELA, Casimiro Pedro Matie:
"Casimiro Pedro Matie, casado, pastor da Missão Suíça no Chamanculo, nascido a um de Fevereiro de mil novecentos e sete, natural de Languene, do posto administrativo da sede, do Conselho de Gaza, filho de pais incógnitos e residente na rua do Cilex número quatrocentos e oitenta traço doze, no Chamanculo. Encontra-se em liberdade mediante torno(sic!) de identidade e residência (folhas 21/4498 e 21/4499, é acusado da (folha 7/1149)
Ter sido mentalizando contra a presença dos portugueses em Moçambique pelos missionários suíços e por Dr. Eduardo Mondlane, que numa reuniao efectuada em Ricatla, a que assistiram alguns pastores e missionários suíços, se referia à intenção de criar um movimento para derrubar o Governo Português em Moçambique, necessitando para isso da colaboração de todos os africanos..."
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Gabriel Muthisse Na página 235, do livro "ZEDEQUIAS MANGANHELA, organizado por Teresa Cruz e Silva, afirma-se que "Aliás, está desconfiança para com a Missão Suíça existia desde Fevereiro de 1961 por haver informações de que líderes desta igreja se tinham encontrado, nesse ano, com Eduardo Mondlane (que viria a ser o primeiro Presidente da FRELIMO), quando este visitara Moçambique como funcionário superior das Nações Unidas para as questões relacionadas com os territórios sob tutela".
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Gabriel Muthisse Pág 153 do mesmo livro: "O Pastor Ntimbana recorda ainda que, quando Eduardo Mondlane veio a Moçambique em 1961, ele era ancião em Ricatla, e por isso teve a oportunidade de falar com ele e abraca-lo. Recorda ainda que Mondlane e Manganhela se encontraram, mas secretamente, já que ouviu falar desse encontro, dr acordo com as suas palavras: 'ouvi de que houve essa reunião. Portanto, não testemunho assim de maneira clara, porque dr facto não vi. Mas ouvi de que houve essa reunião aqui mesmo em Ricatla, de tratar assuntos do país'."
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Gabriel Muthisse A realização do encontro de Ricatla é confirmada pelo pastor suíço Andrié, embora não elabore sobre o que lá se discutiu. Afirma apenas que a DGS considerou o encontro altamente subversivo. Pág 62 do livro já citado
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