sábado, 5 de novembro de 2016

Atividades da RENAMO em Inhambane paralisadas por medo de mais assassinatos



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Os membros da RENAMO, o maior partido da oposição moçambicana, paralisaram as suas atividades há mais de 8 meses na província de Inhambane. Temem ser raptados e depois assassinados pelas forças governamentais.
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É desconhecido desde março deste ano o paradeiro dos membros da RENAMO na província de Inhambane. Nesse mês foi assassinado Aly Jane, membro sénior do maior partido da oposição moçambicana. Altura em que também foram baleados vários elementos do partido liderado por Afonso Dhlakama na cidade de Maxixe e noutros distritos.
Com a morte de Aly Jane, que arrendava uma das suas residências para o funcionamento da delegação provincial, o partido ficou sem sede. Por isso, as diligências da RENAMO passaram a ser feitas por telefone, através de números alternativos.
Terror diário
Os membros do partido abandonarem as suas casas para locais considerados seguros, contou à DW África Pedro Nhabanga, membro sénior do partido em Inhambane.
"Andamos aterrorizados, quando amanhecer amanheceu, quando é noite é noite, não é fácil portanto saber onde dorme este e onde anda aquele (membro) porque de facto a vida está difícil (como político opositor), a Província esta mal. É só ver quantos elementos nossos foram perseguidos, alguns sequestrados, baleados. Caso da Maxixe por exemplo houve muitos sacrificados por causa da política. De facto andamos espalhados”.
A cada semana que passa, há notícia em Moçambique de raptos e assassinato de membros da RENAMO. Por isso, o medo instalou-se na  província de Inhambane, diz Pedro Nhabanga.
"Porque se todos dias ao abrir o televisor ou sintonizar a rádio fala-se de matança aqui, rapto acolá, sequestro sei lá aonde e assim ganhamos medo. Por isso estamos assim parados epara a frente será o caminho”.
Apelos à calma
O membro sénior da RENAMO em Inhambane apela à calma dos restantes membros do partido e também ao povo. Pede que não se deixem levar pelo desejo de vingança e que esperem pelo momento oportuno para que seja feita justiça.
"A única forma de nos vingar, vamos esperar os 4 ou 5 anos vamos nos vingar nas urnas, vamos votar mais em quem tem razão, vamos fazer justiça na boca da urna.”
Acelerar os trabalhos na mesa do diálogo político que decorre na capital do país, Maputo,  entre a RENAMO e o Governo, poderá ajudar alcançar a paz efetiva, defende Pedro Nhabanga.
"Gostaríamos também de apelar para que as negociações ou o diálogo entre as partes seja célere para podemos descansar desta confusão que estamos a viver, vamos esperar o dialogo. Tenho a certeza que esse dialogo vai trazer a paz para Moçambique e com calma depois nas urnas é que podemos nos vingar”.
DW- 04.11.2016

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