O “onze inicial” de Filipe Nyusi
Comité Central
Sérgio Pantie é o único novo rosto no “11 inicial” de Filipe Nyusi, aprovado na terceira sessão extraordinária do comité central.
A entrada de Pantie na lista de chefes das brigadas centrais da Frelimo
deve-se à saída de Carvalho Muária, que liderava o partido no Niassa.
Na verdade, esta é a única substituição feita por Filipe Nyusi, que apostou mais no reposicionamento dos membros da comissão política.
O único que manteve a posição é Filipe Paúnde, que continua a
supervisionar a máquina partidária em Nampula, o maior círculo
eleitoral.
Para
Zambézia, segundo maior círculo eleitoral, o partido mandou Alberto
Vaquina, que terá como adjunta Esperança Bias, também membro da comissão política.
Vaquina sai de Gaza - um tradicional reduto eleitoral da Frelimo - para
uma província dominada pela oposição. Se Filipe Paúnde e Alberto
Vaquina sobreviverem no 11º congresso,
terão o desafio de “recuperar” das mãos do MDM as capitais das duas
províncias (mais Gurúè) nas autárquicas de 2018. Para Sofala, outra “dor
de cabeça” do partido no poder, Nyusi mandou o moderado Eneas Comiche,
para substituir o combatente extrovertido Alberto Chipande. Coadjuvado
por Carvalho Muária, Comiche sai de Inhambane - outro reduto da Frelimo -
para um terreno meio hostil à Frelimo, cuja capital (Beira) está sob
domínio do MDM. Chipande sobe para Tete, onde substitui Margarida
Talapa, esta que desce para Maputo, a cidade cobiçada pelo MDM.
Quem
tem trabalho facilitado é Verónica Macamo, que passa Gaza, depois de
ter trabalhado na província de Maputo. José Pacheco sai da disputada
Zambézia para Niassa, uma das províncias sem grandes embates políticos.
José Pantie estreia-se em Manica como chefe da brigada central, depois
de ter servido como adjunto de Pacheco na Zambézia. Conceita Sortane
deixa a agitada capital e sobe para a tranquila Cabo Delgado, fazendo
descer Eduardo Mulémbwè para a pouco turbulenta província de Maputo.
Aqui, o sossego não é um dado adquirido, pois a oposição “está de olho”
na Matola.
Vaquina
(Zambézia) e Comiche (Sofala) terão de adaptar os seus discursos à
linguagem da tensão político-militar, enquanto Talapa tem o desafio de
afinar a linguagem, para atingir a classe média da capital, agitada com a
crise económica e financeira.
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