MAPUTO, 31/Outubro/2016 - A RENAMO deve deixar de se tornar vítima de um cenário que ela própria criou e parar imediatamente com as suas acções armadas para que a paz e a tranquilidade voltem a reinar no país.
Este posicionamento foi expresso ontem por analistas entrevistados pelo “Notícias” a propósito da alegada existência de esquadrões da morte, uma questão colocada pela Renamo ao Governo, no Parlamento.
O Executivo, chefiado pelo Primeiro-Ministro, foi semana passada à Assembleia da República prestar esclarecimentos sobre as implicações do ajustamento dos preços dos combustíveis, uma pergunta formulada pela bancada parlamentar da Frelimo, e sobre os alegados assassinatos, raptos e perseguições a membros dos partidos Renamo e MDM, incluindo existência de esquadrões da morte.
O partido de Afonso Dhlakama acusa o Governo de criar os alegados esquadrões da morte para eliminar a oposição. O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, distanciou-se de tais acusações, considerando-as totalmente infundadas e desprovidas de qualquer sentido.
Segundo afirmou, como princípio e prática, o Executivo repudia a actuação de todo o tipo de redes criminosas que tentam colocar em causa a existência e a razão de ser do Estado.
Entretanto, reacções às acusações levantadas pela Renamo não se fizeram esperar. O secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Fernando Faustino, considerou que as acusações são uma “táctica de fuga em frente” e “propaganda política barata”, pois, de acordo com as suas palavras, todos os moçambicanos sabem quem é detentor ilegal de armas e persegue cidadãos indefesos, assalta aldeias e pilha os bens da população, invade hospitais e rouba medicamentos, mutila pessoas e destrói infra-estruturas sócio-económicas, procurando, a todo o custo, inviabilizar os esforços do Governo tendentes à criação do bem-estar para todos.
RENAMO QUER MANCHAR BOM NOME DO GOVERNO
PARA o deputado Pedro Cossa, as acusações da Renamo, além de infundadas, não passam de tentativa de manchar o bom nome do partido Frelimo e do Governo da República de Moçambique, porquanto é este partido que detém homens armados, violando o princípio de Estado de direito democrático e a Constituição do país.
“A Renamo já confessou aberta e claramente que tem estado a perpetrar ataques nalgumas regiões do país. É a Renamo quem possui esquadrões da morte e está a usá-los, não só para manchar o bom nome do partido Frelimo e do Governo da República de Moçambique, como também para o ajuste de contas e disputa do poder entre os seus membros, ligados ou distantes do líder.
Nunca nos devemos esquecer de que a Renamo deve ser a primeira investigada sobre a matéria e quiçá ser ilegalizada por práticas antidemocráticas e nocivas a um Estado de direito e à livre circulação de pessoas e bens no país”, disse o parlamentar, acrescentando que ao acusar o Governo de criar os esquadrões da morte, a formação política liderada por Afonso Dhlakama está a tentar fugir à sua responsabilidade, bem como a usar a táctica antiga da ratazana que sopra e morde.
Segundo Pedro Cossa, o principal partido da oposição foi infeliz ao tentar acusar o Governo da sua própria criação. Indicou que a Renamo deve é parar de perpetrar terror e violência e reorganizar-se, se quiser ser um partido normal que actua em respeito à Constituição que ela própria aprovou, às demais leis e às escolhas do povo moçambicano.
Acrescentou que no mínimo é estranha e ridícula a atitude deste partido ao tentar atribuir a autoria e responsabilidade dos esquadrões da morte ao Governo, numa altura em que diariamente são ouvidos relatos de actos bárbaros cometidos pelos seus homens armados contra cidadãos indefesos, saques, destruições de bens e restrições às liberdades dos moçambicanos conquistadas à custa de muito sacrifício, constituindo-se num autêntico terrorismo.
ATITUDE DE AUTO-VITIMIZAÇÃO
O SECRETÁRIO-GERAL da Organização da Juventude Moçambicana, Mety Gondola, disse que a Renamo está a tentar antecipar-se a uma situação que ela própria provocou, acrescentando que a única solução para o problema por si fabricado é abster-se da violência.
“A Renamo tem a consciência de que quando se fazem incursões armadas começa-se a chegar a uma situação em que ela própria perde o controlo das coisas. Se ela não fizesse incursões armadas, se não estivesse a fazer esta confusão toda, não teríamos esta situação. Acredito que dentro da própria Renamo há pessoas que usam este cenário para matar os seus correligionários. Mas a chave de tudo isto é a Renamo se abdicar da desestabilização, parar as acções armadas. O Presidente da República mostrou várias vezes a sua abertura ao diálogo e vontade para a paz. Uma vez resolvido tudo isto, não haverá ninguém que poderá fazer mal ao outro”, disse.
Mety Gondola afirmou que não é princípio nem prática do Estado mandar eliminar cidadãos e razão da sua convicção político-partidária, mas sim garantir a segurança para todos sem discriminação.
Indicou que devido às reiteradas incursões armadas da Renamo, jovens e crianças não podem ir à escola, professores não podem trabalhar com tranquilidade, o que deita abaixo a esperança e o sonho de, futuramente, fazerem a diferença neste país.
A AGENDA É INVIABILIZAR
COM a sua actuação sanguinária e com os condicionalismos que impõe no diálogo a Renamo está, infelizmente, a mostrar que não tem outra agenda para este país senão inviabilizar, na onda do desespero pelas sucessivas derrotas que sofrem.
Para Isálcio Mahanjane, deve-se começar a considerar seriamente na ilegalização da Renamo, por agir fora dos ditames da lei. Acrescentou que não se pode continuar a usar fundos do erário público para suportar as despesas de um partido que continua a matar.
“No diálogo, a Renamo continua a impor uma série de condições, o que leva a crer que não está interessada na paz. Se não quer a paz, logo a sua agenda é simplesmente inviabilizar. Estamos a viver uma instabilidade armada, cuja autoria a própria Renamo já veio a terreiro confirmar”, disse, acrescentando que a formação política liderada por Afonso Dhlakama é igual a si própria.
Afirmou que as manobras dilatórias da Renamo começam a cansar os moçambicanos, o que sustenta a ideia da sua responsabilização criminal por violação aos Direitos Humanos.
DISTRACÇÃO À OPINIÃO PÚBLICA
PARA Moisés Mabunda, as acusações sobre a existência de esquadrões da morte não passam de manobra para distrair a opinião pública. Segundo o analista, a Renamo deve parar de matar, de emboscar viaturas e impedir a livre circulação de pessoas e bens.
“Todos apelam à Renamo para parar de matar. O que está a alegar é uma estratégia de ataque para não ser questionada. Muita gente questiona a Renamo porque é que não pára de matar e ela tem de encontrar uma explicação. Ela faz-se de vítima, mas está por detrás das matanças”, disse.
Moisés Mabunda afirmou que em Moçambique existe espaço para que as reclamações dos cidadãos sejam satisfeitas dentro da lógica da democracia legitimada por todos.
2 comentários:
Boa Tarde!
Acho que o Senhor que fez este artigo apoiando o assassinato dos membros dos partidos opositores do prtido no poder e que diz nao existir esquadroes da morte em mocambique! dentro de si sabe da existencia dos mesmos, sabe muito bem que nao e verdade que o Prsidente Nyuse Quer a Paz ele fala da paz de boca para fora, Afinal de conta quem esta matar as pessoas indefesas? tens a certeza de que e a RENAMO? em que cidade estas? conheces a verdade no terreno? Quando a pessoa nao sabe de nada e melhor calar do que estar a falar besteiras para ser considerado bom camarada. Porque um dia sera a sua vez ou da sua familia ai falaras a verdade se sobreviveres, Os esquadroes da morte recebem ordens bem especificas, podes ser simpatizante da FReli, mas se deslizares levaras um chumbo. Fungula masso.
ALEGAÇÕES DE ESQUADRÕES DE MORTE,QUANTO DINHEIRO FOI PAGO A PONTO DE SE TORNAR ASSIM TÃO ESTÚPIDO PARA ESCREVER ESTA FRASE COM AS MORTES NA TUA CARA?
Será que é você um dos assassinos e Está a sentir o peso da sua imoralidade?
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