sexta-feira, 13 de maio de 2016

O preço que Dilma teve de pagar, segundo o The New York Times

As chamadas pedaladas fiscais de que Dilma é acusada foram cometidas por outros governantes sem que eles tenham sofrido o mesmo escrutínio.

© Adriano Machado/Reuters
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No editorial publicado esta quinta-feira, dia 12, o jornal americano The New York Times defendeu que a presidente brasileira afastada, Dilma Rousseff, pode "pagar um preço desproporcionalmente grande por irregularidades administrativas enquanto vários de seus detratores mais ardentes são acusados de crimes mais escandalosos".
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Para a publicação, embora seja discutível dizer se Dilma cometeu algum tipo de crime, não há evidências de que tenha abusado do poder para benefício próprio. "Já muitos dos políticos que orquestraram a sua deposição foram atrelados a um grande esquema de luvas e outros escândalos", diz o texto, assinado pelo conselho editorial do jornal.
O The New York Times cita argumentos frequentemente usados por defensores de Dilma, destacando que o presidente interino, Michel Temer, pode ficar inelegível após condenação no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e que o deputado Eduardo Cunha, que conduziu o processo de impeachment na Câmara, foi afastado do seu mandato pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por responder a denúncias de corrupção.
Além disso, o jornal afirma que as chamadas pedaladas fiscais de que Dilma é acusada foram cometidas por outros governantes sem que eles tenham sofrido o mesmo escrutínio.
"Muitos suspeitam, porém, que os esforços para remover Dilma têm mais a ver com a decisão dela de permitir que procuradores sigam adiante com a investigação de esquemas na Petrobras", diz o texto. "O escândalo atingiu mais de 40 políticos, inclusive altos líderes do PT de Dilma".
A publicação levanta a hipótese de que, sem a presidente, fique mais fácil retomar a política de pagamento de subornos. "Isso seria indefensável", defende.
O  The New York Times posiciona-se, assim, pela realização de novas eleições caso a presidente perca definitivamente o seu mandato após julgamento a ser feito pelo Senado Federal.

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