sexta-feira, 3 de maio de 2013

Responsável pela investigação ao assassinato de Benazir Bhutto morto em Islamabad

 

Procurador foi assassinado por homens armados quando chegava ao tribunal.
O carro de Chaudhry Zulfikar foi baleado por homens que seguiam numa motorizada Mian Khursheed/Reuters
O procurador do Ministério Público paquistanês responsável pela investigação ao assassinato da antiga primeira-ministra Benazir Bhutto foi morto a tiro nesta sexta-feira, em Islamabad, quando chegava ao tribunal no seu automóvel.
O carro de Chaudhry Zulfikar foi atingido por 12 balas, disparadas por homens armados que seguiam numa motorizada. O procurador ficou gravemente ferido e acabou por morrer no hospital. O segurança ficou ferido, mas está fora de perigo. No ataque foi também morta uma mulher, que foi apanhada no tiroteio.
Para além da investigação ao assassinato de Bhutto, Zulfikar era também o principal responsável pelas investigações aos ataques de 2008 na capital comercial do país, Bombaim, que fizeram 166 mortos. A justiça paquistanesa acusou sete elementos do grupo jihadista Lashkar-e-Taiba pelos ataques, mas o processo ainda não foi concluído por falta de provas suficientes, segundo o jornal paquistanês em língua inglesa The News International.
Benazir Bhutto foi assassinada dia 27 de Dezembro de 2007 durante um comício na cidade de Rawalpindi. A antiga primeira-ministra morreu no hospital depois de ter sido baleada no pescoço. No mesmo ataque, a explosão de uma bomba matou pelo menos outras 20 pessoas.
A autoria do ataque foi primeiro reivindicada pelo comandante da Al-Qaeda Mustafa Abu al-Yazid, mas o Governo do Paquistão – então liderado por Pervez Musharraf – apontou o dedo a Baitullah Mehsud, com ligações ao grupo extremista sunita Lashkar-e-Jhangvi.
Em 2010, um relatório das Nações Unidas concluiu que qualquer investigação credível ao assassinato de Benazir Bhutto não poderia excluir o possível envolvimento da estrutura militar e das agências de segurança do Paquistão. No ano seguinte, o Tribunal Anti-Terrorismo de Rawalpindi emitiu um mandado de captura em nome de Pervez Musharraf, sob a acusação de que o antigo Presidente estava ao corrente das ameaças contra a vida de Bhutto, mas que nada fez para evitá-las.
Há menos de duas semanas, Musharraf foi colocado em prisão domiciliária, acusado de não ter proporcionado as condições de segurança adequadas no comício em que Benazir Bhutto foi assassinada. O antigo Presidente regressou ao país em Março, após um exílio auto-imposto de quase quatro anos para concorrer às eleições do próximo dia 11, mas está agora proibido de se envolver na política para o resto da sua vida.

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