sexta-feira, 24 de maio de 2013

“Os médicos podem ficar em casa porque ninguém lhes obrigou a vir pedir emprego”

Os doentes que morram!  
 
 
 - porta-voz do MISAU, Francelina Romão
 
 Maputo (Canalmoz) – O Governo moçambicano deu mais um passo de distanciamento – ao invés de reconciliação – com os médicos. Ontem, no Ministério da Saúde (MISAU), a porta-voz da instituição, Francelina Romão, disse que o Governo não está preocupado com os médicos que paralisaram as suas actividades como forma de pressionar o Governo no sentido de aumentar os seus salários em 100 por cento. Chegou mesmo a afirmar que os médicos podem ficar em casa, pois ninguém lhes obrigou a ir pedir emprego no Estado.
 Francelina Romão, que falava durante uma conferência de Imprensa convocada pelo MISAU para dar a conhecer a actual situação da greve dos médicos, afirmou que apesar da ausência de alguns médicos nos seus postos de trabalho, a maioria das unidades sanitárias em todo o País estão a funcionar normalmente e que por isso as autoridades sanitárias não estavam preocupadas com os médicos que continuam em greve até porque na sua óptica “não se trata de uma greve, mas, sim, tentativa de uma greve, tendo em conta que está tudo sob controlo”.
 
“Podem ficar em casa porque ninguém lhes obrigou a vir pedir emprego”
 
Questionado pelo Canalmoz o porquê é que as autoridades sanitárias não estão preocupadas com os médicos que continuam em greve, a porta-voz do MISAU respondeu nos seguintes termos: “Não estamos preocupados com eles, porque eles é que vieram pedir emprego e não nós que fomos pedir a eles para virem trabalhar, daí que podem ficar em casa”, disse Francelina Romão.
Prosseguindo, a porta-voz do MISAU disse: “Até porque a maioria das unidades sanitárias estão a funcionar normalmente com base nos médicos que solicitamos dos nossos parceiros  de cooperação e outras instituições públicas e  privadas nacionais, tais como Ministério da Defesa Nacional, Cruz Vermelha de Moçambique, a Universidade Eduardo Mondlane, Universidade Católica da Beira,  Unilúrio de Nampula, os institutos de Ciências de Saúde médio e superior de Maputo, entre outras que neste momento não me ocorre,  Por isso, que fiquem em casa!”, sentenciou Francelina Romão. 
“Apenas gostaria de aproveitar a ocasião para agradecer a estas instituições por terem respondido positivamente ao nosso pedido de apoio”, disse a responsável do MISAU para depois lançar um apelo a todos os médicos que continuam em greve no sentido de voltarem ao trabalho. 
“Em todo caso, gostaria de apelar a todos os médicos que continuam indecisos para voltarem ao trabalho porque os doentes lhes espera com carinho”, finalizou.
 Francelina Romão ignora jornalistas
A conferência de Imprensa foi marcada por atitude menos digna por parte da porta-voz do MISAU, pois ela não  respondia a algumas questões colocadas pelos órgãos de comunicação presentes, tendo se limitado a dizer que a situação tende a regressar à normalidade.
 O pior é que quando os jornalistas tentaram insistir no facto de ela ter afirmado que estava tudo bem, enquanto a maioria das unidades sanitárias não estão a funcionar, a porta-voz retirou-se da sala, deixando microfones e gravadores de jornalistas ligados. (Raimundo Moiane)
 

Sem comentários: