Profissionais de saúde exigem demissão da porta-voz do MISAU

 

 

 

 

Maputo (Canalmoz) – Um dos rostos mais visíveis da irresponsabilidade e de arrogância no diferendo que opõe os profissionais de saúde e o Governo é a porta-voz do Ministério da Saúde, a senhora Francelina Romão. É justamente dela que os profissionais de saúde nem querem ouvir falar por aquilo que chamaram de “comportamento arrogante” que tem demonstrado a cada sua aparição pública. 

Lembre-se que foi a porta-voz do Ministério da Saúde, Francelina Romão, que reagindo à greve dos médicos disse publicamente que o Governo não precisa dos médicos que estão em greve, numa clara demonstração de irresponsabilidade. 

Aliás, esta segunda-feira a porta-voz do MISAU deu uma entrevista à RDP-África onde reafirmou tal posicionamento, chegando mesmo a dizer “quem quiser trabalhar no Ministério da Saúde que vá, e que o ministério não chamou ninguém”.

Na reunião dos profissionais de saúde desta segunda-feira, os participantes traziam dísticos com mensagens como “demitam a senhora Francelina”; “Francelina Irresponsável, não sabe o que diz”.

Uma enfermeira que propositadamente vamos omitir o nome, dado o nível de intimidação e perseguição por parte do Ministério da Saúde, desafiou a senhora Francelina a viver 30 dias com um salário de 2800 meticais, sem direito à transporte nem qualquer outro subsídio. “Há 30 anos sou enfermeira e ganho 2800 meticais. Não temos direito a transporte e vivo em Magoanine, trabalhando no Hospital Central. Gasto quase tudo em chapa, porque o Hospital só tem um autocarro que passa cheio e sou obrigada a apanhar camião para ir trabalhar”, disse desafiando a porta-voz do Ministério da Saúde a viver nessa mesma condição a ver se “fala as besteiras que anda a falar na televisão”, disse a enfermeira arrancando fortes aplausos dos seus colegas. (Matias Guente)