terça-feira, 28 de maio de 2013

Uma pergunta



  • Ok, já vou dormir. Mas deixo mais uma questão para variar a temática:

    Uma pergunta (5)

    A democracia reflecte a vontade da maioria. A maioria dos moçambicanos é contra práticas sexuais “anormais” (por exemplo, homossexualidade), logo, qualquer decisão tomada com respeito à vontade da maioria é legítima. Alguém me pode elucidar se a criminalização da homossexualidade por respeito à vontade da maioria seria legítima?



    • Egidio Guilherme Vaz Raposo POR MIM, O HOMOSSEXUALISMO DEVIA SER COMBATIDO DENTRO E FORA DE MOÇAMBIQUE! NÃO SE TRATA DE NENHUMA CONQUISTA DA HUMANIDADE! NEM SE TRATA DA CONQUISTA INTELECTUAL, NEM CIENTIFICA MUITO MENOS CIVILIZACIONAL. PELO CONTRARIO, UM PROBLEMA ECOLÓGICO DO SÉCULO XX E XXI.

    • Eusébio A. P. Gwembe Dr. Elisio Macamo, o reflectir a vontade da maioria não exclui a vontade da minoria, no meu entender. Por isso penso que uma decisão tomada pela maioria que exclui a vontade da minoria não pode ser considerada legítima senão vingativa.

    • Carlos Mavuie Seria um pouco injusto! Se nao sou pq o outro nao pode ser. Se e o que ele quer qual e problema. E algo que acho que nao deviria importar se alguem e contra ou a favor!

    • Stélio Matusse Presado Dr, Elisio Macamo sera legitimo se fazer parte dos custumes da vontade do povo(a maioria) numa vertente macrosocial

    • Alfredo Muianga Melhor seria perguntar se a maioria dos funcionario publicos estao a favor do salario que auferem.

    • Mohmed Saide Pode não parecer, mas, no espaço universitário, ser moral, cívica, cultural, intelectual e politicamente correcto (sim tudo isso), é a grande tentação, para não dizer, é o mínimo que se espera de você. Ora, relativamente a este tema, num café, alguém p...

    • Ilidio Lobato Mas tbem o facto de não fazer parte da maioria não significa que tenho cometido algum delito. É uma questão de opção, ou então haveria muitas leis para criminalizar tudo que foi do contra. ou então, se a demcracia reflecte a vontade da maioria, então as minorias que não se identificam com o poder/vontade instituido devem sofrer perseguição???

    • Egidio Guilherme Vaz Raposo HOMOSSEXUALISMO, HOMOSSEXUALIDADE, QUEJANDO, DESDE O MOMENTO QUE SE REFIRA A ESTES AI QUE JA CONHECES,

    • Carlos Mavuie Acho que mesmo nos paises que aprovam o casamento nao e por questao de moralidade. E que nao ha, rigorosamente, nenhuma razao para rejeitar o que o e bom para o outro, mas nao e bom para mim... Desde que tal nao seja prejudicial.

    • Borges Nhamirre Tolerancia precisa-se, Egidio Guilherme Vaz Raposo! De ilustres figuras como vos, Professor Elisio Macamo, que esperamos e desejamos que um dia venham a Governar Mocambique, exige-se tolerancia com todos os segmentos sociais.

    • Egidio Guilherme Vaz Raposo BORGES BORGES...TCHAU

    • Ilidio Lobato Lembrar que a limpeza ética no Ruanda deveu-se, em parte, a essa intolerância, que parece existir, em estado latente, em alguns de nós!!

    • Amosse Macamo Nem sempre as maiorias estão certas professor. Há maiorias loucas, ninguém me vai convencer que os meus irmãos de T3 que convencionam anelar um pneu no pescoço de outro irmão e ater lhe fogo só por ser ladrão estão certos. Não lhes assiste razão e disc.

    • Borges Nhamirre Ai sim, Amosse. Falaste como presidenciável-

    • Ilidio Lobato Uma pergunta caro Elisio Macamo, que evidencia tem para demonstrar que a maioria dos moçambicanos são contra práticas sexuais anormais?

    • Estevao Mabjaia Macamo (A), esgota quase a questão. A pergunta de volta a si, Macamo (E): se
      num desses países em que negros não são bem vindo se legalisasse o
      racismo, tal seria legítimo?

    • Juma Aiuba Não sei se a maioria dos moçambicanos é contra a homossexualidade. Não há evidências disso.

    • Alcídes André de Amaral parece simples, mas é preciso pensar muito.

    • Carlos Cavadas Labiba e lasanta vão ser fuzilados? não podem assumir compromissos legais em comum como aquisição de casa, descontar irs como membros em agregado? Se um deles teve um desvio nos cromossomas em que o gene do bambolear a bunda lhe dá essa característica; o que querem fazer os mzs contra a natureza biológica destes dois? E, eu conheço já muitas jovens mzs com as alterações ou desvios somáticos que face à liberdade de hoje não metem a cabeça na areia.

    • Eunice Themba A vontade da maioria termina onde começa a liberdade da minoria. Resposta a sua questão: sería crime!
      Bom descanso !

    • Juma Aiuba É engraçado que dou-me conta que conheço muito pouco, ou quase nada, certas pessoas quando o assunto é homosexualismo. Nunca me passou pela cabeça ver comentários como o de Egidio Guilherme Vaz Raposo em relação a este assunto. Pensava que Egidio, pela pessoa publica que é, que se quer civilizada, evitaria comentários do género, pelo menos em redes sociais, sabendo que tem amigos em toda a parte do mundo e que nem os conhece fisicamente, muito menos socialmente. Até que ponto as pessoas não têm medo de ofender as outras. Respeito pela diferença é muito bom. Não sou homosexual, mas não os desdenho. Os respeito, e muito.

    • Gervasioa Absolone Chambo Texto de 606 palavras: Democracia, Corrupção, Sexualidade, Injustiça
      Um dos pontos mais interessantes da democracia tem a ver com o facto de, mesmo que os factos sejam irracionais, validam-se por determinação da maioria. Um exemplo claríssimo é a sexua
      lidade. Os lugares do prazer entre os humanos estão cada dia a crescer e a se multiplicar entre os jovens e adultos e até velhos assim como cresce a consciência sobre os princípios alguns irracionais da democracia em Moçambique. Atenção que os animais que são irracionais mantêm a genética sexual inalterada. Nunca vi dois cães em pleno cio sem que seja através dos órgãos reprodutivos da cadela e do cão. Não há homossexualidade científica e geneticamente apurada entre os cães e entre os demais animais, mas sim entre os humanos (lésbicas e homossexuais). Este fenómeno, entre os humanos, é genético embora alguns se aproveitam desta para fins monetários.
      Tanto a democracia sexual entre os heterossexuais como a política são, no meu entender, dinamizadas pela influência da globalização, da internet e factores sociais e psicológicas. Miremos que a lei genética da sexualidade está em um processo de subalteração. Hoje o sexo realiza-se em partes do corpo inapropriados. Aqui há portanto, uma violação da lei da probidade genética humana, o choque de interesses e de órgãos definidas para funções humanas vitais diferentes. Os órgãos do aparelho reprodutivo humano (órgãos femininos e masculinos que todos conhecemos) estão em conflito de poder, de interesses diante dos órgãos do aparelho digestivo, nomeadamente: a boca, a língua e o ânus. Há entre os heterossexuais a preferência mútua que consiste em explorar os órgãos do aparelho digestivo através dos do aparelho reprodutor e vice-versa que até se confundem a respectiva sequência. Isto mostra a claríssima e verdadeira corrupção, o prazer de corromper a lei genética através do choque de interesses e desejos emocionais e prazerosos. Alguns mesmo sendo heterossexuais adoram apenas e apenas o cruzamento dos aparelhos diante do seu ou sua parceira que até por vezes é obrigatório. Diante destes factos, porquê os homossexuais não podem também ter o direito de realizar as suas relações sexuais que, em parte são geneticamente aceites? Há a sublinhar que a relação sexual homossexual realizada entre dois homossexuais ou duas lésbicas está dentro das leis genéticas e portanto constitui uma das manifestações da democracia sexual entre cidadãos reais assim como o é entre o cruzamento dos órgãos reprodutores masculinos e femininos. Alias, a nova onda que acima descrevi sobre o choque de interesses causado pela intersecção de órgãos opostos entre os heterossexuais, a considero uma burla da sociedade, uma forma de roubo da lei genética sexual homossexual. Estes mesmos ladrões, burladores aparecem na praça para, com recurso a maioria, legitimar a sua burla, o seu roubo, a sua corrupção, a sua ganância, a sua violação à lei genética sexual heterossexual. Os homossexuais que são a minoria, perdem a razão, a causa, vêem a sua lei genética roubada, deslegitimada a favor da maioria. Eu considero isto um desastre da democracia que é protagonizada pela irracionalidade da maioria. Observemos que a única violação da lei genética dos homossexuais ocorre quando estes realizam o sexo com os heterossexuais ou forçosamente por razões monetárias. Se há democracia sexual entre os heterossexuais que é feita dentro da lei genética humana é irracional que a sociedade a concebe como ilegal, injusto, anti-humano, nojento, imoral, etc. Deve haver também democracia sexual entre os indivíduos heterossexuais pois o contrário, poderei considerar a democracia injusta e desumana. Atenção que a democracia não significa a subalteração das leis genéticas e se for o caso, então seria preferível castrar ou capar a todos os moçambicanos e moçambicanas para que todos estejamos no mesmo ponto inalterável, zero a esquerda e zero a direita.

    • Télio Chamuço Uma pretensa (não passaria disso) criminalização da homossexualidade, constituiria uma autêntica aberração jurídica e atrocidade sociológica. Um crime deve ser (e é), acima de tudo, uma acção ilícita. Não basta uma mera reprovação social duma conduta para se concluir que a escolha ou afecto por uma pessoa do mesmo sexo traduz-se numa ilicitude e comportamento culposo capaz de criar um juízo de censura que chegasse ao ponto de atribuir àquele comportamento carácter tão nocivo aos demais membros duma colectividade que sujeitasse os visados a uma pena de prisão (aspecto característico dos crimes). Poder-se-ia, ainda, recuperar (para afastar a criminalização), aspectos ligados ao "direito natural" que as pessoas têm à liberdade. As pessoas até podem sentir repulsa e repúdio ao assistirem um entrelaçamento amoroso entre pessoas do mesmo sexo, mas nunca poderiam afirmar [ou provar] objectivamente que tal relação lhes prejudica, de tal sorte que os homossexuais merecessem a marginalização ou banimento do convívio comum [enclausuração numa cela] dos demais numa sociedade.

    • Egidio Guilherme Vaz Raposo Juma Aiuba, me poupe com a sua civilização. Se civilização significa falta de carácter e princípios então, considere-me selvagem. Então, sou eu obrigado a me acobardar perante coisas que não gosto e princípios morais com os quais não concordo? Não tenho eu o direito de não concordar? Atenção que não estou negar a vida aos homossexuais. Muito menos o direito ao lazer, qualquer que seja. Não gostei, mas respeito, da mesma forma que te peco para não faltares respeito a pessoas so porque não concorda com a opinião delas, caro Juma Aiuba.

    • Egidio Guilherme Vaz Raposo Paulo Araujo você conhece minha posição desde os tempos. E não irei mudar. Felizmente não estou sozinho. Sou aliado dos valores morais e cristãos milenares e neste assunto, estou com Jesus Cristo e Deus, o criador de todos incluindo homossexuais.
    •  
    • Paulo Araujo Egidio Guilherme Vaz Raposo conheco e bem mesmo heheheheh.
    • Carlos Cavadas Hoje as sociedades evoluídas consideram uma violação aos direitos humanos, e discriminação, após estudos científicos de todas as ordens. Veja-se: Homossexualidade, também chamada de homossexualismonota 1 (do grego antigo ὁμός (homos), igual + latim sexus = sexo), refere-se à característica ou qualidade de um ser (humano ou não) que sente atração física, estética e/ou emocional por outro ser do mesmo sexo ou gênero. Enquanto orientação sexual, a homossexualidade se refere a "um padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas" principalmente ou exclusivamente entre pessoas do mesmo sexo; "também se refere a um indivíduo com senso de identidade pessoal e social com base nessas atrações, manifestando comportamentos e aderindo a uma comunidade de pessoas que compartilham da mesma orientação sexual."1 2
      A homossexualidade é uma das quatro principais categorias de orientação sexual, juntamente com a bissexualidade, a heterossexualidade e a assexualidade, além de também ser registrada em cerca de cinco mil espécies animais (sendo bem estudada e devidamente comprovada em no mínimo 200 delas), incluindo minorias significativas em seres tão diversos quanto mamíferos, aves e platelmintos.3 4 A prevalência da homossexualidade entre os humanos é difícil de determinar com precisão;5 na sociedade ocidental moderna, os principais estudos indicam uma prevalência de 2% a 13% de indivíduos homossexuais na população,6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 enquanto outros estudos sugerem que aproximadamente 22% da população apresente algum grau de tendência homossexual.17
      Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade foram admirados, tolerados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram. Quando admirados, esses aspectos eram entendidos como uma maneira de melhorar a sociedade;18 quando condenados, eram considerados um pecado ou algum tipo de doença, sendo, em alguns casos, proibidos por lei. Desde meados do século XX a homossexualidade tem sido gradualmente desclassificada como doença e descriminalizada em quase todos os países desenvolvidos e na maioria do mundo ocidental.19 Entretanto, o estatuto jurídico das relações homossexuais ainda varia muito de país para país. Enquanto em alguns países o casamento entre pessoas do mesmo sexo é legalizado, em outros, certos comportamentos homossexuais são crimes com penalidades severas, incluindo a pena de morte.
      As principais organizações mundiais de saúde, incluindo muitas de psicologia, não mais consideram a homossexualidade uma doença, distúrbio ou perversão. Desde 1973 a homossexualidade deixou de ser classificada como tal pela Associação Americana de Psiquiatria. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia adotou o mesmo procedimento, deixando de considerar a homossexualidade uma doença.20 No Brasil, em 1984, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) posicionou-se contra a discriminação e considerou a homossexualidade como algo não prejudicial à sociedade.21 Em 1985, a ABP foi seguida pelo Conselho Federal de Psicologia, que deixou de considerar a homossexualidade um desvio sexual e, em 1999, estabeleceu regras para a atuação dos psicólogos em relação às questões de orientação sexual, declarando que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e/ou cura da homossexualidade.22 23 No dia 17 de maio de 1990, a Assembleia-geral da Organização Mundial de Saúde (sigla OMS) retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais, a Classificação Internacional de Doenças (sigla CID).23 20 Por fim, em 1991, a Anistia Internacional passou a considerar a discriminação contra homossexuais uma violação aos direitos humanos.
    • Lola Huete Machado No lo sería. El respeto a los Derechos Humanos está por encima. Hay pruebas en Europa mismo en el siglo XX de que seguir a la mayoría no siempre es garantía de sentido común siquiera.
    • Gervasioa Absolone Chambo Carlos Cavatas, obrigado pelo texto. Não sabia que: 1 havia homossexualidade entre os animais não humanos; 2. nunca tinha ouvido de assexualidade; 3. não sabia que a OMS reconhece como não doença. A sua descrição relata factos do Ocidente, USA e Brasil. A minha pergunta questiona o seguinte: Sendo o Ocidente o espaço em que este não problema foi investigado e que o ocidente constitui o "centro do mundo" por que há estereótipos? No dia 26 houve uma manifestação em Paris contra a casamento dos homossexuais e pelo que vi na TV havia um mundo de gente. O que se passa afinal?
    • Carlos Cavadas Genética e Biologia Evolutiva da Universidade de São Paulo (USP). É por meio dos comandos epigenéticos, por exemplo, que o pâncreas fabrica apenas insulina, apesar de as células nesse órgão terem genes para a produção de muitos outros hormônios.

      Acreditava-se que os traços da epigenética não eram hereditários, sendo apagados e recriados a cada passagem de geração. Como pesquisas nas últimas décadas mostraram que uma fração de epimarcas é, sim, passada de pais para filhos, Friberg, Rice e Gavrilets julgaram ter encontrado a peça que faltava para montar o quebra-cabeça.

      Sensibilidade – Os três criaram um modelo segundo o qual uma dessas epimarcas transmitidas hereditariamente é o marcador responsável por regular a sensibilidade à testosterona de fetos no útero materno. Ao longo da gestação, tanto fetos masculinos quanto femininos são expostos a quantidades variadas do hormônio, sendo que o fator epigenético estudado no artigo torna o cérebro dos meninos mais sensíveis à testosterona quando os níveis estão abaixo do normal. Isso acontece para preservar características masculinas, podendo inclusive influir na orientação sexual. O mesmo ocorre, mas inversamente, com as meninas. Quando a testosterona está acima do normal, a epimarca funciona como uma barreira, diminuindo sua sensibilidade ao hormônio.

      A partir desse modelo, a homossexualidade poderia ser explicada pela transmissão de epimarcas sexualmente antagônicas. Ou seja: quando o pai transmite seus marcadores, que tiveram a função de torná-lo mais sensível à testosterona, para uma filha. De igual maneira, esse material hereditário pode ser passado de uma mãe para um filho, tornando-o menos sensível à testosterona.

      "Quando os efeitos desse mecanismos (que regulam a sensibilidade à testosterona) não são apagados entre as gerações, eles se expressam na prole do sexo oposto. Isso pode resultar em indivíduos que desenvolvem preferências sexuais pelo mesmo sexo", explica Friberg, da Universidade de Uppsala. "O que fizemos foi colocar pela primeira vez o conceito da transmissibilidade epigenética no contexto de desenvolvimento sexual."

      O pesquisador faz questão de ressaltar que ainda não se pode provar que a epimarca específica da sensibilidade à testosterona é hereditária. Para tanto, testes específicos precisarão ser realizados. "Uma grande solidez do nosso estudo é que o modelo epigenético para a homossexualidade faz predições que são testáveis com tecnologia já existente. Se o nosso modelo estiver errado, pode ser rapidamente descartado", escrevem os autores no artigo do The Quarterly Review of Biology.

      Outro pesquisador envolvido, Sergey Gavrilets, da Universidade do Tennessee, afirma que mesmo que a teoria da hereditariedade seja respaldada por futuros estudos, o debate está longe de acabar. "A hereditariedade explica apenas parte da variação na preferência sexual. As razões, que podem ser sociais, culturais e do ambiente, permanecerão como um tópico de intensa discussão."

      "Estudo positivo" – Carmita Abdo é coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ela destaca que a nova pesquisa é positiva, uma vez que contribui para a melhor compreensão dos fatores biológicos envolvidos na ocorrência da homossexualidade. "O trabalho é importante porque reforça uma ideia cada vez mais prevalente: a de que a genética — no caso a epigenética — tem influência sobre a orientação sexual."

      Essa compreensão científica tem sido importante, segundo Carmita, no combate a mitos que envolveram o tema e que alimentaram interpretações preconceituosas. "Até pouco tempo atrás, achava-se que a orientação sexual era proveniente de uma escolha, como se deliberadamente o indivíduo optasse por ser homossexual. Muito do preconceito contra os homossexuais advém daí", afirma, lembrando que até o início dos anos 90 a homossexualidade era tratada como um transtorno de preferência, e não como uma característica. "Observar um fenômeno pelas lentes da ciência muda a compreensão e ajuda a deixar de lado certas discriminações. Nesse caso em particular, você remove da equação a ideia de que o homossexual é responsável por uma opção que muitos veem como negativa, pejorativa."

      Ela ressalva, entretanto, que ainda existe muita incerteza no campo e que a orientação sexual precisa ser encarada como produto de vários fatores. "O estudo reforça a ideia segundo a qual existe uma predisposição que vai ser confirmada ou não a partir de uma serie de influências que vão ocorrer ao longo da vida, algumas delas de ordem cultural, educacional e social. Ele não consagra uma interpretação determinista, nem diz que tudo depende dos genes"
    • Chu Chelen Defendo eu que não seria.
    • Carlos Cavadas Homossexualidade pode ser influenciada pela epigenética
      Pesquisa afirma que a orientação sexual pode estar ligada a marcadores epigenéticos que regulam a sensibilidade à testosterona e são transmitidos de pais para filhas e de mães para filhos.
      Do ponto de vista evolutivo, o fato de a homossexualidade ser algo bastante comum na sociedade humana, ocorrendo em cerca de 5% da população mundial, é intrigante. Como homossexuais produzem menos prole do que heterossexuais, uma possível variação genética relacionada à homossexualidade dificilmente seria mantida ao longo das gerações. "Isso é muito enigmático a partir de uma perspectiva evolucionária: como a homossexualidade pode existir em uma frequência tão alta a despeito do processo de seleção natural?", diz em entrevista ao site de VEJA Urban Friberg, do departamento de Biologia Evolutiva da Universidade de Uppsala, na Suécia. Friberg, ao lado de William Rice, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, e Sergey Gavrilets, da Universidade do Tennessee, ambas nos Estados Unidos, pode ter encontrado uma resposta: o fator biológico ligado à homossexualidade não estaria na genética propriamente dita, e sim em um conceito conhecido por epigenética. Os resultados foram publicados nesta terça-feira no periódico científico The Quarterly Review of Biology.
      A epigenética trata de modificações no DNA que sinalizam aos genes se eles devem se expressar ou não. Esses marcadores não chegam a alterar nossa genética, mas deixam uma marca permanente ao ditar o destino do gene: se um gene não se expressa, é como se ele não existisse.
      Essa nova teoria vai ao encontro de outra tese mais antiga, a de que a homossexualidade é definida, ao menos em parte, por um componente hereditário. Pelo menos quatro grandes estudos, publicados em 2000, 2010 e 2011, nos periódicos Behavior Genetics, Archives of Sexual Behavior e PLoS ONE, apontam para esse fator na origem da orientação sexual, a partir de estudos com gêmeos monozigóticos (também chamados de idênticos ou univitelinos, produtos da fertilização de um único óvulo) e dizigóticos (também chamados de fraternos ou bivitelinos, produtos da fertilização de dois óvulos diferentes).
      Epigenética — Imagine o material genético humano como um manual de instruções. Os genes formariam o conteúdo do livro, enquanto as epimarcas ditariam como esse texto deveria ser lido. "A epigenética altera e regula a forma como os genes se expressam", explica a geneticista Mayana Zatz
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    • Carlos Cavadas Muito bem Juma Aiuba nesse reparo ao sr Egídio Guilherme Vaz Raposo. Eu também nasci y e cresci nos hábitos másculos e, sou o que a natureza na virilidade me concedeu. No me serviço tive um assessor jurídico que por deformação talvez cromossomática e ou desvio de comportamento por influência de vivências em áreas circunscritas a miúdos enquanto pequeno e na adolescência, não é o que a matriz da natureza confere na sua essência, e não é mais do que uma "sepsia" do genoma másculo. Contudo, é um ser duma educação inigualável, respeitador, intelectual e um bom profissional inserido como sempre esteve em instituição de topo. Sentimentalmente está ligado a um outro ainda mais passivo. Hoje assumem as responsabilidades em comum, porque a lei lhes confere direitos e responsabilidades. Como pode alguma pessoa menosprezar à semelhança do seu amigo Egídio guilherme Vaz Raposo que diz ser uma pessoa pública deve ser muito descompensado no conhecimento biológico-sócio-cultural. Digo cultural porque é assunto de culturas até de 4500 a. c.. Será que o sr Egídio sendo figura pública nunca terá trabalhado já com a pessoa a que faço referência aos ditos desvios? É que também é figura pública pisando latitudes e longitudes diferentes; Para quem tem menos paciência de ir aos tempos de tribos na áfrica remota, aqui vai assim como de outros continentes um pouco de cultura essencialmente para o sr Egídio, com todo o respeito. História
      Veja também: Temas LGBT na mitologia, Cronologia dos direitos homossexuais e Atitudes da sociedade em relação à homossexualidade
      Khnumhotep e Niankhkhnum; acredita-se que eles representem a primeira união homossexual registrada da história (ca. 2400 a.C.).
      Ao longo da história da humanidade, os aspectos individuais da homossexualidade foram admirados ou condenados, de acordo com as normas sexuais vigentes nas diversas culturas e épocas em que ocorreram.
      Em uma compilação detalhada de materiais históricos e etnográficos de culturas pré-industriais, "forte desaprovação da homossexualidade foi relatada em 41% das 42 culturas; aceita ou ignorada por 21% e 12% não relataram tal conceito. Das 70 etnografias, 59% relataram a homossexualidade como ausente ou rara em frequência e 41% a relataram como presente ou como não incomum".58
      Em culturas influenciadas pelas religiões abraâmicas, a lei e a igreja estabeleciam a sodomia como uma transgressão contra a lei divina ou um crime contra a natureza. A condenação do sexo anal entre homens, no entanto, é anterior à crença cristã.59
      Muitas figuras históricas, incluindo Sócrates, Lord Byron, Eduardo II, e Adriano,60 tiveram termos como homossexual ou bissexual aplicados a eles. Uma linha comum de argumento construcionista é que ninguém na antiguidade ou na Idade Média experimentou a homossexualidade como um modo de sexualidade exclusivo ou permanente. John Boswell tem combatido este argumento, citando antigos escritos do grego Platão, que descrevem os indivíduos exibindo homossexualidade exclusiva.61
      África
      Embora muitas vezes ignorada ou suprimida pelos exploradores europeus e colonialistas, a expressão homossexual na África nativa também esteve presente e tomou uma variedade de formas. Os antropólogos Stephen Murray e Will Roscoe relataram que mulheres do Lesoto envolviam-se em relações de "longo prazo e eróticas" chamadas motsoalle.62 E. E. Evans-Pritchard, também registrou que guerreiros Zandes no norte do Congo rotineiramente assumiam jovens amantes do sexo masculino entre as idades de doze e vinte anos, que ajudavam com as tarefas domésticas e praticavam sexo intercrural com seus maridos mais velhos. A prática já havia morrido no início do século XX, depois de os europeus conquistarem o controle de países Africanos, mas foi relatada para Evans-Pritchard pelos anciões, com quem ele falou.63
      O primeiro registro de um casal homossexual na história é geralmente considerado o de Khnumhotep e Niankhkhnum, um casal egípcio do sexo masculino, que viveu por volta de 2 400 a.C. O par é retratado durante um beijo, a mais íntima pose na arte egípcia, rodeado pelo que parecem ser os seus herdeiros.64
    • Joaquim Salvador Uma das bases consensuais da democracia "mais" moderna é de que os direitos das minorias devem estar consagrados constitucionalmente e, dest'arte, no ordenamento jurídico; importante saber é como se define "minoria"...
    • Elisio Macamo caros amigos, muito obrigado por este interessante debate. nem sei porque fui dormir. mas vê-se que há muita gente aqui sem companhia nocturna...a questão que coloquei é bicuda e não tem resposta fácil. ou melhor, só o debate é que permite uma aproximação à resposta. ainda hoje a questão continua a dividir mesmo os filósofos. muitos aqui destacaram o facto de que a protecção dos direitos das minorias constituem um trunfo contra a vontade da maioria. este aspecto é importante e o que tem sido destacado nos debates mais filosóficos. nenhuma democracia pode ser justa se usa o princípio da maioria para limitar os direitos das minorias. a questão, contudo, é que não está claro o que são os direitos da minoria. alguns procuram uma saída (com a qual eu concordo) na ideia de que esse direito é fundamentalmente de ser tratado como igual. quem nos criou estes problemas todos foi john stuart mill, filósofo britânico do século xix no seu texto "da liberdade" (1857, se nao estou em erro, nâo tenho tempo de consultar) que limitou a acção do estado apenas ao fortalecimento da auto-protecção, defesa da liberdade de expressão e enfatizou o que ele chamou do princípio do dano. o problema disto tudo é que foi sempre vago. na grã-bretanha, por exemplo, a homossexualidade foi descriminalizada em 1967 por recomendação duma comissão que produzira um relatório dez anos antes em que fazia uma distinção entre crime e pecado. nessa distinção dizia-se que crime é algo público enquanto pecado é privado. o estado não tem nenhum direito de interferir no que é privado, o que é uma maneira de dizer que os princípios morais que alguém tem não podem servir de base para limitar os direitos de outras pessoas. houve quem não aceitou (e não aceita ainda) a relegação da moral para segundo plano, para o plano privado por assim dizer, insistindo na ideia dum moralismo jurídico que pressupõe um fundo de valores comuns a todos. é claro que este não é o caso, nem na grã-bretanha, nem em moçambique. para não ser mais longo do que a pergunta: a questão de fundo aqui é a limitação das prerrogativas da maioria tendo como objectivo a protecção dos direitos fundamentais das minorias. levantei a questão porque me interessa a concepção que alguns compatriotas têm da natureza da nossa ordem política, das liberdades que nos são conferidas pelos princípios democráticos e, naturalmente, do seu próprio compromisso com aquilo que gostam de apregoar de forma vaga nos vários debates em que participam. é no debate destas questões que começamos a ver (eu pelo menos) que, afinal, aquela sensação de unanimidade que vem da crítica que é fácil de formular contra o governo ou contra a oposição se desmorrona facilmente quando a reflexão é sobre questões mais fundamentais. isso é interessante! e um aviso também para aqueles que na extase da crítica (povo no poder!) nao se lembram de considerar o tempo que vem depois. está aí o norte de áfrica para nos contar a verdadeira história de consensos apenas fundados na hostilidade a um objecto comum. pela boca morre o peixe...
    • Honorio Isaias Massuanganhe Massuanganhe A homossexualidade tem a ver com a orientação da libido, ou seja a energia sexual por natureza não tem um objecto definido. A sociedade atravez do processo de socialização vai ditando e orientando onde essa libido deve ser canalizada. Ora bem, não desconsidero as bases genéticas, mas não são determinantes. Quanto a criminalizção é mais por conta da ideia sustentada anteriormente pela ciencia de que a homossexualidade era uma patologia e por outro lado o facto dos homens se sentirem de certo modo afrontados na sua imagem de masculidades, não é de admirar que os que mais condenam a homossexualidade são os homens. do mesmo jeito que a homossexualidade femina é mais tolerada quie a masculine.
    • Aida Paula Fumane Nao nao seria legitima.

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