SOBRE O DEBATE DA (NOVA) BANDEIRA
Estava num debate hoje em que o palestrante, um conhecido professor, lembrou-nos de um famoso ditado queniano que diz o seguinte: “The croaking of the frogs does not stop the elephant from drinking water”. Em português livremente traduzido, diz que o coaxar das rãs, por mais barulhento, incessante e até ensurdecedor que seja, jamais impediu o elefante de saciar a sua sede no rio. Logo pensei: essa metáfora pode oferecer-nos uma lente através da qual podemos compreender o momento histórico que Moçambique atravessa.
O elefante representa aquilo que é essencial, legítimo e inevitável. A água simboliza o direito inalienável de um povo se autodeterminar. E o coaxar? Esse é o ruído, às vezes bem-intencionado, outras vezes oportunista, que tenta obscurecer, minimizar ou deslegitimar os processos democráticos genuínos que temos estado a experimentar nos últimos anos. No contexto moçambicano actual, esse ruído manifesta-se nas críticas dirigidas contra Venâncio Mondlane e o partido ANAMOLA relativamente ao recente concurso público para a proposta de uma nova Bandeira Nacional.
O meu argumento é simples, aqui. O concurso público promovido pelo ANAMOLA não constitui, como alguns críticos apressadamente sugeriram, um capricho partidário, uma distracção política ou uma manobra populista. Trata-se, pelo contrário, e de forma inequívoca, de um acto de cidadania, e esse acto encontra-se explícita e robustamente protegido pela Constituição da República de Moçambique. Os alicerces constitucionais desta iniciativa são múltiplos e convergentes, formando uma base jurídica sólida que resiste a qualquer contestação de boa-fé.
O que diz a Constituição da República?
Por exemplo, o artigo 48 da nossa Constituição, que consagra a Liberdade de Expressão, garante a todos os cidadãos moçambicanos o direito de formar, exprimir e divulgar livremente os seus pensamentos e opiniões. Esse direito não se limita a questões triviais ou desprovidas de importância nacional; pelo contrário, estende-se precisamente àquelas matérias de maior relevância simbólica e identitária, incluindo a discussão sobre os símbolos que representam a nação. Propor uma nova bandeira é, portanto, exercer o direito constitucional de opinar sobre a identidade colectiva do país.
Complementarmente, o artigo 73, que trata da Participação na Vida Pública, estabelece que todos os cidadãos têm o direito e o dever de participar na vida política e na direcção dos assuntos públicos do país. Esta participação não se esgota no voto periódico, abrangendo o seu envolvimento activo na definição dos destinos da nação, incluindo os seus símbolos, valores e representações. A meu ver, o concurso da bandeira materializa, de forma exemplar, esse princípio participativo, permitindo que dezenas de milhares de cidadãos exercessem concretamente este direito constitucional.
Há mais. O artigo 52, sobre a Liberdade de Associação Política, reconhece que os partidos políticos gozam de ampla liberdade para desenvolver iniciativas de mobilização cívica, educação política e participação democrática. Nesse sentido, o concurso da bandeira insere-se plenamente nesse âmbito de actuação legítima dos partidos políticos numa democracia pluralista, representando precisamente o tipo de iniciativa que fortalece o tecido democrático de uma nação.
Por último, e talvez o mais fundamental de todos, seja o artigo 2, que consagra o princípio da Soberania Popular. A nossa Constituição proclama que a soberania reside no povo moçambicano, que a exerce segundo as formas estabelecidas pela própria Constituição. Se o poder emana do povo, então os símbolos que representam esse poder também devem emanar do povo, e não de decisões autoritárias tomadas por elites partidárias em gabinetes fechados há mais de quarenta anos.
Portanto: propor, debater e redesenhar símbolos nacionais não constitui crime, heresia, subversão ou desvio de prioridades. É, pelo contrário, o exercício pleno da democracia. As sociedades democráticas maduras distinguem-se precisamente pela capacidade de revisitar, questionar e, quando necessário, reformular os seus símbolos à luz de novos contextos históricos, valores emergentes e aspirações colectivas renovadas. A ideia de que os símbolos nacionais são intocáveis, sagrados ou imunes ao escrutínio público revela uma mentalidade autoritária incompatível com os princípios democráticos. Numa democracia genuína, tudo, absolutamente tudo, pode e deve ser objecto de debate público, desde que esse debate respeite os procedimentos constitucionais e os direitos fundamentais dos cidadãos.
O falso dilema das prioridades: quem governa é o Governo, não a oposição
Uma das críticas mais recorrentes dirigidas ao concurso da bandeira assume a seguinte forma: “Há problemas mais importantes em Moçambique, fome, pobreza, desemprego, acesso à saúde, educação precária. Por que perder tempo com uma bandeira?” No meu entendimento, essa crítica, aparentemente sensata, confunde as funções constitucionais da oposição com as responsabilidades executivas do Governo.
Nenhum país amadurece democraticamente enquanto mantiver a ilusão infantil de que a oposição deve governar no lugar do executivo. A arquitectura constitucional das democracias modernas estabelece uma clara divisão de responsabilidades. Compete ao Governo executar políticas públicas, gerir recursos orçamentais, implementar programas de combate à pobreza, criar empregos através de políticas económicas eficazes, garantir acesso universal à saúde e educação, e assegurar a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável. Por outro lado, compete à Oposição fiscalizar a acção governamental, propor alternativas políticas e programáticas, mobilizar a cidadania, educar politicamente a população, representar perspectivas minoritárias ou dissidentes, e preparar-se para, eventualmente, assumir funções governativas.
Meus caros, a responsabilidade constitucional para resolver os problemas da fome, da pobreza e do desemprego, dentre outros, recai sobre o partido no poder, o que está a governar de facto a nossa república. Exigir que a oposição resolva esses problemas é não apenas irracional, mas também uma tentativa de desviar a atenção das falhas governamentais. Nessa ordem de ideias, o argumento segundo o qual “há problemas mais importantes em Moçambique do que discutirmos sobre uma nova bandeira” constitui um falso dilema, um truque retórico destinado a silenciar iniciativas cívicas legítimas. Este tipo de argumentação pressupõe, erroneamente, que só se pode trabalhar numa frente de cada vez, quando na realidade organizações e movimentos políticos são multifacetados e capazes de actuar em múltiplas dimensões simultaneamente. Pressupõe também que questões simbólicas (como a mudança da actual bandeira) são triviais comparadas com questões materiais (como combater a fome ou a corrupção), ignorando décadas de investigação em ciências sociais que demonstram como os símbolos estruturam identidades coletcivas e mobilizam vontades políticas. Por fim, sugere absurdamente que a oposição deve abster-se de propostas inovadoras até que o Governo resolva todos os problemas do país. Pelo amor de Deus…
Para já, e sem querer ser advogado do ANAMOLA, importa salientar que a intervenção pública desse partido não se limita(rá) à questão da bandeira. Obviamente, o partido apresenta propostas claras, públicas e programáticas, expressas nos seus estatutos, conteúdo programático e (futuro) manifesto eleitoral, para enfrentar os problemas estruturais de Moçambique. Do que eu já li até agora, essas propostas abrangem a desigualdade económica através de políticas redistributivas e reforma fiscal progressiva, o desemprego juvenil mediante programas de formação profissional e incentivos ao empreendedorismo, a pobreza crónica através de redes de proteção social robustas e desenvolvimento rural sustentável, as deficiências educativas via investimento na qualidade do ensino e acesso universal, a necessidade de reforma institucional através da descentralização administrativa e combate à corrupção, e o problema do autoritarismo mediante o fortalecimento das instituições democráticas e a separação efectiva de poderes. Tudo isso é de domínio público.
Novamente, o concurso da bandeira não substitui essas propostas programáticas. O concurso as complementa e, mais do que isso, demonstra que o ANAMOLA é capaz de liderar processos participativos, transparentes e verdadeiramente democráticos, algo que nenhum Governo moçambicano jamais ousou fazer, até hoje, relativamente aos símbolos nacionais. A meu ver, essa capacidade de mobilização e gestão democrática é, em si mesma, uma prova de competência política que valida a credibilidade do ANAMOLA como alternativa governativa.
P.S.1: A presença da AK-47 na nossa actual bandeira é particularmente problemática. Para além de não ser um símbolo ancestral, cultural ou identitário moçambicano, é um artefacto militar soviético do século XX. A sua permanência na bandeira levanta questões éticas fundamentais: Que mensagem transmitimos às nossas crianças quando as ensinamos que o símbolo máximo da nação é uma arma de guerra? Que imagem projectamos internacionalmente quando nos apresentamos ao mundo com um fuzil de assalto? Como podemos falar, com a devida credibilidade, sobre paz, reconciliação e desenvolvimento sustentável enquanto portamos um símbolo tão explicitamente associado à violência armada? Essas questões, parecendo que não, são dilemas éticos reais e estruturantes que afectam a nossa autopercepção nacional e a inserção internacional do nosso país. É preciso começarmos a pensar muito seriamente nisso.
P.S.2: Regressemos ao provérbio queniano que abre este texto. O elefante não para de beber água apesar do coaxar das rãs porque conhece a sua necessidade e sabe que precisa de água para sobreviver. Reconhece a sua legitimidade e tem direito natural àquela água. Confia na sua força, sabendo que nenhum coaxar tem poder para o deter. E mantém a sua dignidade, não se rebaixando a discussões inúteis ou a justificações permanentes perante quem não tem autoridade para questionar o seu direito básico. A mesma perspectiva deveria ser aplicada ao ANAMOLA e ao Venâncio Mondlane. O concurso aconteceu porque é constitucionalmente legítimo, com todos os fundamentos jurídicos claramente presentes e verificáveis. Foi um acto democraticamente exemplar, seguindo padrões de transparência e de participação que estabelecem novos patamares para Moçambique. É historicamente necessário, uma vez que símbolos autoritários não cabem confortavelmente em democracias maduras. E é nacionalmente apoiado, como demonstram as dezenas de milhares de cidadãos que participaram voluntária e entusiasticamente no processo.
P.S.3: Mesmo que a actual bandeira nunca mude oficialmente, o que dependerá de processos constitucionais complexos e da correlação de forças políticas (sobretudo no actual Parlamento), três vitórias já foram irrevogavelmente conquistadas.
A primeira é pedagógica: dezenas de milhares de moçambicanos, muitos dos quais nunca haviam participado activamente em processos políticos, aprenderam sobre vexilologia (ciência que estuda as bandeiras – a sua origem, história, simbolismo, design, evolução e uso cultural, político e social), participação democrática e soberania popular. Esta educação cívica é irreversível; estas pessoas nunca voltarão a ver os símbolos nacionais da mesma forma passiva ou reverente.
A segunda vitória é metodológica: estabeleceu-se um modelo robusto de participação que pode ser replicado noutras áreas da vida pública moçambicana. O ANAMOLA provou que processos transparentes, inclusivos e auditáveis são possíveis em Moçambique, contrariando o fatalismo de quem acredita que o país está condenado à opacidade e ao autoritarismo.
A terceira vitória é simbólica no sentido mais profundo, por ter demonstrado que nada, mas absolutamente nada, está acima do escrutínio democrático. Nem bandeiras, nem hinos, nem constituições. Tudo pode ser debatido, questionado e reformulado, desde que seja através de processos democráticos legítimos.
Portanto, o coaxar das rãs não parará a marcha do elefante. A vontade do povo moçambicano, expressa pela participação histórica de dezenas de milhares de cidadãos, é imensamente mais forte do que qualquer crítica oportunista, qualquer falso dilema retórico e qualquer tentativa de silenciamento através da ridicularização ou da intimidação. Porque, no fim, depois de todos os argumentos serem apresentados e todas as críticas serem ouvidas, a verdade permanece simples e incontornável – numa democracia genuína, são os elefantes que bebem a água os últimos vencedores, exercendo direitos legítimos e constitucionalmente protegidos. As rãs apenas fazem barulho, tentando inutilmente perturbar processos que não têm poder para deter.
Valerio Ussene
Edgar Barroso Meus parabéns pelo texto. Um texto lúcido, academicamente consistente, com uma linguagem acessível para todos, um texto que discute o assunto e não pessoas, uma linguagem civilizada e civilizante. Óptima contribuição. Não precisou de um entulho de citações de autores científicos deslocados do contexto, apenas precisou de citar a constituição e encaixar a reflexão. Parabéns!
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Galhardo Vaz Negro ·
Esse gás escreve. Isso não tem a ver com favoritismo, mas sim com reconhecimento de uma capacidade intelectual tão aprazível.
Isso é ser um verdadeiro intelectual. Todos deveriam ler este texto sem amarras políticas ou partidárias.
Os meus reconhecimentos!
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Jonasse Da Silva
#Resumo: O texto defende que o concurso para uma nova bandeira em Moçambique é legítimo, constitucional e democrático. Diz que a iniciativa do ANAMOLA não é perda de tempo, mas um acto de participação cidadã, protegido pelos artigos da Constituição. Argumenta que criticar a bandeira usando “problemas maiores do país” é um falso dilema, porque quem governa é o Governo, não a oposição. Destaca ainda que o processo trouxe três ganhos: educação cívica, modelo democrático transparente e a ideia de que todos os símbolos podem ser debatidos numa democracia.
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Cremildo Manhica
Edgar é uma bomba atómica. Ele pulverizou aquele professor turbo que come queijo e chocolate suíços.
São textos longos, mas dão vontade de ler até ter vontade de continuar...
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Brazao Catopola
Bom texto e óptima reflexão. Tem questões muito importantes a se ter em conta e sobretudo que valorizam o sentido de participação política. Good. Há, no entanto, alguns pontos importantes que são necessários para aclarar o debate. Deixe-me dizer, deste já, que a minha intervenção é acadêmica e não política. 1) não se nega o debate. Sugere-se uma relação melhor entre a acção e o tempo da acção (timing). Crêem -se neste momento, acções iguais mas que possam influenciar diretamente os próximos passa do ANAMOLA e VM7 nas suas lutas e que dão mais vantagens estratégicas a luta, pelo acesso ao poder, pela credibilidade das acções, ganho de confiança e esperança do que discutir o símbolo. Repare, prezado Edgar Barroso , que o argumento que justifica a retirada do símbolo é extremamente forte e louvável. A questão da simbologia das coisas é forte. A segunda questão é o da percepção da crítica como instrumento revelador de preferências. É importante compreender que a meta, pelo menos propalada, deste jovem partido, é exatamente a integração e inclusão, daí aliança. Por conseguinte, as posições contrárias não podem ser entendidas como afronta, mas como outros lugares possíveis. Entendendo novas ou diferentes abordagens como afrontas significa apenas combater o que se combate apenas para ocupar espaço e não ser diferente nas acções, diria eu uma extensão do modus operandis colonial e da frelimo. Terceiro e não menos importante é que o Edgar diz e bem que quem governa é outro partido e a responsabilidade do ANAMOLA e VM7 é a de dar alternativas. Muito bem, chamaria aqui Dambisa Moto (2012) que afirma que um dos grandes problemas da nossa fraca participação democrática está no facto de nos processos eleitorais não sermos capazes de compreender a ideia de prioridade das populações. Optamos por lhes fazer votar quando elas querem estradas, lugares de comércio, ir machamba naquele dia, capinar ao invés de ir votar. Ora, o debate sobre a bandeira cai nesta armadilha de olhar para o não substancial e nos focarmos numa elite, quando a geração de condições para uma participação objetiva teria mais ganhos e aderência se refletisse sobre essa maioria desamparada e com eles discutindo problemas reais que do mesmo jeito podiam ser levados à Assembleia da República. Ao dizer que a agenda do ANAMOLA é uma responsabilidade diferente da de quem governa está de facto certo . Todavia, desta organização que as pessoas esperam alternativa espera-se que toque mais os problemas reais e catapute as pessoas a uma participação mais ativa em função daquilo que as distância do actual posição em relação à política. Se a ideia for debater o supérfluo, então a breve trecho teremos um partido igual aos outros. Só quero lembrar que o fez o VM7 foram as intervenções objetivas no parlamento tocando e atacando coisas reais da população, as idas aos bairros onde estava tudo degradado, inundado, sem energia, doenças de origens hídricas, as intervenções nas TVs sobre aquilo que de facto eram/são os problemas reais. Portanto, a grande questão não é não trocar a bandeira, não é estar contra o ANAMOLA, não é serem incapazes é a simples relação entre a ação e o tempo da ação. Abcs
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Cuzane Gune
Não costumo ler textos tão longos mas este texto lavou-me até ao fim, sem querer elogia-lo o tipo é bom e deixou tudo claro para os malta Alfazema e de Sousa deviam ler este artigo e aprenderem.
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Helder Condjo
Não me arrependo de ser seu seguidor. Há textos longos que vale apena ler, este é um deles.
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Helder Bacar
Edgar Barroso me faz acreditar que ainda existem académicos que pensam Moçambique.
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Isa Iveth Licussa
Texto claro e esclarecedor, deu gosto ler.
Pude perceber que não ando a discutir á toa sobre o assunto da bandeira, mas há quem vai continuar com discursos absurdos sobre o assunto.
Quem ainda não leu, recomendo.
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Julio Zimba
Aí estāo esgrimidos de forma clara, objectiva os argumentos que definitivamente silenciam o coaxar insuportável das rās. Parabéns Barroso!
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Chilaw JL
Caro Sr Edgar Barroso, quero te dar uma assessoria gratis. Essa coisa de falares de constituição e de leis não é para ti. Primeiro porque citas artigos errados para abordares um assunto que a propria lei-mãe ja te dá a "receita" para os problemas. Segundo, já havia te dito que não tinhas como mexeres na bandeira sem alteração da Constituição e hoje dizem que a pessoa que assessoras foi pedir alteração da constituição para que o país tenha nova bandeira. A mudança da Constituição só pode ser feita por proposta de um terço dos deputados e pelo Presidente da República. Nenhum partido político tem tal competência. Logo, esta brincadeira só vai somar a mais uma incompetência, a que se juntam a ideia de terem a sede do vosso partido na Matola_rio e a proposta de atribuição de novas compências ao Conselho de Estado fora do que a própria constituição determina.
Este assunto, uma vez mais, mostra que o Venancio nao tem agenda. Por exemplo, o país está a discutir reformas que vão desanguar, inevitavelmente, na revisão constitucional. Como é numa altura destas solicitam uma revisao? Uma vez feita a revisao, nesta altura, não seria possivel fazer-se outra nos proximos anos, pois a propria constituição já determina os prazos dentro dos quais é permitida uma nova.
Isto é um exercicio de exibição de incompetência e nada mais.
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Joaquim Micas
Alguém chama o Alfazema para ter esta aula.
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Feliciano Ndeve
Espero que as rãs tenham entendido este texto.
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Carlos Graca
Como sempre brilhante.. . As magumbas armadas em carapau de corrida que andam nesta rede social, deviam vir aqui aprender o que é ser intelectual assertivo apolítico nas análises que se fazem seja qual for o assunto...
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Agostinho Jose Cambula
Anamola e VM são na verdade a maior inspiração do povo. Força.
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Helio Maguengue
Se olharmos para a arma, se olharmos para os acontecimentos recentes (desacato social/reação desproporcional), se olharmos para a ideologia em volta da criação da bandeira actual, se olharmos para as dinâmicas actuais, se olharmos para o regime que estamos a seguir (democrático), se olharmos para a geração Z, se olharmos para o cenário de governação em África, se olharmos para o que defendemos e o que queremos, faz todo sentido um debate aberto e abrangente, acerca da retificação ou não do nosso símbolo.
Agora, se é oportuna ou não? Creio que é. VM e Anamola, deveriam supervisionar e auxiliar mais a governação, exercendo mais pressão e pedir esclarecimento públicos.
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Heródoto Paço
Edgar Barroso Não sou muito de comentar nas redes sociais! Tenho apreciado bastante as tuas reflexões e, concordo com muitas.
Mas, sobre este assunto de NOVA BANDEIRA, eu penso que o VM7 poderia se preocupar mais em criar bases do partido ANAMOLA nos bairros e solidificar os que já existem a nível dos distritos. Isto para permitir “vitória” no próximo pleito eleitoral e, daí submeter essa proposta à AR tendo uma bancada parlamentar. Agora, não considero oportuno, sem bancada parlamentar e, como se não bastasse, o partido no poder com maioria parlamentar, chumbarão a proposta sem piedade! E depois, virão lamentações, “chumbaram a proposta, este regime é sanguinário, é anti-democrático, etc”.
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Linda Mabjaia
Edgar, obrigada por este texto. Concordo que rever os nossos símbolos é um direito e um gesto de cidadania. Quando o debate é feito com esta profundidade e honestidade, o país só tem a ganhar 
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Nelson Muchanga
Uma abordagem coerente estás de parabéns
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Raul Ganda
Altamente nós que não queremos mais a arma na bandeira somos tipo rãs, qual é a necessidade de escrever tanto para chegarmos a mesma conclusão?
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Alberto Domingos Ngome
Espero que o aluno tenha lido e entendido
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Genito Inácio
Tenho aprendido muito..
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Francis Manuel
Só o Edgar para trazer a luz nesta pérola de zarolhos...
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Roberto Macuacua
Permite que partilhe esta sua longa pedagógica e metodológica explanação , com uma outra carta a servir de cabeçalho ao deputado , ex magistrado e advogado Elísio de Sousa, para dismitificar o seu preconceito que soa mais a politiquice barata do que um acto idóneo de jurisprudência, talvez assim ele mude a sua atitude um tanto ou quanto de falta de idoneidade académica e também de falta de deontologia profissional...
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Oscar Mapanga
Edgar Barroso , muito Obrigado pelo texto. Muita gente tem esse conhecimento mas prefer transmitir outro pensamento super errado só para defender os interesses pessoais e não a verdade.
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Azmen Mahalaotana Mahalaotana
Esses artigos ,existindo na constituição,eu acho que o Alfazema e o De Sousa ,não viram. Talvez nessa aula lá na escola inferior não tiveram. Há muito barulho na academia,juro
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Aurelio Ribelia
Excelente artigo,parabéns Edgar Barroso.
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Tchya Jacques Nkomo
Este País só é pobre porque os verdadeiros intelectuais não são valorizados pelo sistema.!! Poxaaas... Man!! 

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Graca Conceicao
Não estou a conseguir colocar dois likes aquu
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Carlos Nuno Castel-Branco
Não pode existir uma democracia genuína sem plena igualdade social, sem respeito e valorização das diferenças humanas, sem solidariedade e fraternidade, sem cultura. Logo, numa democracia genuína, não existem diferenças entre direitos, deveres e poderes de elefantes e rãs, não faz mal se és elefante ou rã porque todos são igualmente respeitados e valorizados, ninguém passa sede ou não tem direito a beber água apenas por ser de uma ou outra espécie, todos se solidarizam fraternalmente para partilharem os recursos existentes de forma ecológica e socialmente responsável.
Uma sociedade que exclui e segrega contra rãs, por serem rãs, e dá todo o poder asfixiantemente para os elefantes, por serem elefantes, é racista, socialmente desigual e promotora de desigualdade e, portanto, não é democrática de modo nenhum.
Democracia não é igual ao autoritarismo que favorece o meu grupo.
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Jaime Micael Souto Tembissa
Primo, você é mau
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Melo David Mogoa
Ilucidativo
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Margarida Matusse
Prontos
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Otto Pizarro
Este texto…
1. Assenta no raciocínio lógico. Nos seus três princípios fundamentais: identidade; não contradição e terceiro excluído. Apresentando assim, premissas e conclusões acertivas. É preciso não ter lido ou estar ideologicamente cego para contestá-lo e/ou continuar a contestar o concurso público sobre a bandeira nacional.
2. Revela que, para muitos, infelizmente, o problema não é o concurso sobre a bandeira, mas a pessoa que tomou a iniciativa de levar a discussão sobre o assunto até as últimas consequências.
3. Chama atenção, nas entrelinhas, para a necessidade de submeter o restante dos símbolos nacionais ao debate público/democrático. E sinaliza para a oportunidade aberta para os que querem ser “os tais”, os que acham que é coisa pouca o que VM7 fez, o provarem, levando a cabo o debate sobre o restante dos símbolos nacionais — a título de exemplo, o Hino nacional. Muitos de nós, que entoamos o hino pós-independência, acordamos numa manhã e nos foi informado que existia um novo hino. No ensaio “O livro que era uma casa, a casa que era um país”, Mia Couto vem revelar que afinal o hino foi concebido numa “sala fechada”, numa casa na Matola.
4. Ensina que há lições a serem aprendidas em cada facto que se desenrola nos últimos tempos em Moçambique. Nada é por acaso. A História está ser escrita e, as próximas gerações terão de aprender como se ganha uma bandeira.
Haja Luz!
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Maria Helena Pinto
Obrigada pelo texto.
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Alberto Luísa Massingue
Esse texto é tudo que todos precisamos ler.
Pude ler do início ao fim e vou novamente ler para os meus filhos.
Devem crescer com isso na cabeça.
Todos podemos contribuir para questões identitárias do país.
Com ou sem rãs a coaxar, os elefantes vão beber da água do rio.
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Fafetine Jose
Há 2 senhores que devem ler este texto com 1L de água ao lado
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Arnaldo Soares Mendes
Chegou a hora do sistema perceber que a sociedade pode se organizar e apresentar várias iniciativas
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Ricardino KO
Caro Edgar Barroso, concordo consigo a respeito da legalidade ou, se quisermos, da constitucionalidade da iniciativa do ANAMOLA. No entanto, há um excesso comunicacional que foi cometido ao se apresentar a bandeira vencedora do concurso como "A NOVA BANDEIRA DE MOÇAMBIQUE" e não como uma PROPOSTA (o que ela é, de facto).
Ações e Implicações Democráticas
Este excesso verbal — que parece ser intencional — demonstra uma atitude contraditória aos princípios democráticos e aos próprios valores do NOVO PARTIDO, por dois motivos principais:
1. Limitação da Representatividade Popular: Ao introduzir a premissa de que o povo Moçambicano se resume aos milhares de votantes que aprovaram esta proposta, ignora-se a vasta maioria da população, principalmente àqueles quem tem acesso são membros ou simpatizantes dos outros partidos políticos.
2. Autoritarismo Disfarçado de Participação (Autoritarismo Cínico): O ato de anunciar a proposta como a "nova bandeira de Moçambique" em um processo informal e pouco inclusivo (visto que a votação se restringiu a quem tem acesso à internet, presumivelmente a simpatizantes do VM7) levanta sérias preocupações sobre quem realmente é o “POVO”. Este ponto é muito problemático, justamente por ser a razão pela qual este movimento surgiu — para combater aqueles Que reservavam à si, e somente à si próprios, o direito de ser povo moçambicano.
Exclusão Digital e Direito à Opinião
Essa abordagem dá a entender que os moçambicanos sem eletricidade, internet ou um smartphone são privados do seu direito fundamental de opinar sobre um símbolo nacional de tamanha importância. A utilização da tecnologia para uma decisão de âmbito nacional, sem mecanismos de inclusão robustos, cria uma exclusão digital , bem como a ausência dos demais partidos e ou grupos socias, comprometem a legitimidade e a representatividade do resultado final.
E antes que me venham atacar, eu sou membro do ANAMOLA.
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Rlindo Mahesse
Os POLÍTICOS ORTODOXOS NÃO ESTÃO HABITUADOS A ACÇÕES CONCRETAS, MAS SIM A RECEBER DINHEIROS E ESBANJAR EM PERIODOS ELEITORAIS.
NÃO ESTÃO PREPARADOS PARA ESTA NOVA FORMA DE FAZER POLÍTICA.
VATAGRAMARA, COMO DIZ O WILKER DIAS
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Zekeene Chichava
É isto que eu deveria ter começado a aprender na 7* classe.



É muita informação instrutiva.


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Soares De Pombal Pombal
tudo limpo
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Adelino Branquinho
Belo texto
didático e pedagógico 
gostei muito 
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Dercio Cossa
Edgar Barroso escreve. Mas que lucidez analítica.
Vale a pena lêr esse texto.
Os analistas lambebotas, deviam lêr.
Opps: quis dizer, as rãs deviam lêr.
Parabéns
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