sexta-feira, 14 de novembro de 2025

A CRÍTICA DO ACESSÓRIO

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A CRÍTICA DO ACESSÓRIO
Nos seus últimos artigos em que reage à minha crítica, o Prof. Elísio Macamo continua a falar de coisas que existem só na cabeça dele. Como era de se esperar, argumenta que eu não lhe percebi. E que eu sou exemplo de alguém que não sabe lidar com a crítica. Diz, dentre outras coisas, que eu fiz comentários ad hominem (ataques pessoais a ele). Como se ele não fizesse pior, ao recorrentemente designar as ideias dos outros de conhecimento “não sério”, espectaculoso, barulhento, opinativo, ressentido ou eivado de superficialidades. E há mais. Ele ficou tão tocado com a minha crítica que passou a fazer duas coisas: por um lado, uma associação sem nexo de causalidade entre a qualidade dos meus argumentos e o que ele chama de “episódios de entretenimento” (tomando em consideração os aplausos das pessoas na minha crítica ao texto dele sobre a entrevista do Venâncio Mondlane à MBC TV); por outro lado, diz que o que eu faço é “cultura do espectáculo” e faz um apelo emocional solidário ao ostracismo e à solidão intelectual em que se diz encontrar (por quase ninguém o ler ou o levar a sério, hoje em dia, para além dos seus mais aficionados seguidores e admiradores).
Diz o Prof. Macamo, numa série de textos que decidiu escrever para rebater a minha crítica, que nós os dois não somos intelectualmente equivalentes, porque o que ele escreve é pensamento e o que eu escrevo é opinião. Partindo de uma visão elitista do pensamento e da produção de conhecimento, reforça a ideia de que apenas quem possui formação ou “disciplina intelectual” é que tem legitimidade para pensar, reduzindo o valor das experiências e saberes quotidianos, especialmente os oriundos de contextos populares, periféricos ou não académicos. Essa é uma lacuna cognitiva muito grande para um professor universitário da sua dimensão. Afinal, o pensamento não é monopólio da universidade nem privilégio dos que dominam certas disciplinas relacionadas; ele é uma prática humana universal, manifestada tanto na ciência (que o Prof. Macamo alegadamente domina melhor do que eu) quanto na arte, na religião, na militância ou na vivência comunitária. Portanto, o saber nasce de múltiplas formas de vida e que o diálogo autêntico só existe quando há escuta horizontal – não quando se re-instaura uma hierarquia entre “quem pensa” e “quem apenas fala”.
Paralelamente, nesse estéril exercício de colocar a arrogância académica como forma superior de conhecimento em relação a todo o resto, o Prof. Macamo ignora que o surgimento de múltiplas vozes na nossa esfera pública (eu incluso) é, em si, um avanço democrático. O que o Prof. Macamo diz ou pensa não podia permanecer tirânico num contexto de expansão da opinião pública em Moçambique. A meu ver, o que falta em Moçambique não é restringir quem pode falar – onde só têm espaço e hegemonia professores universitários como o Prof. Macamo –, mas criar condições de mediação e educação crítica que fortaleçam o discernimento colectivo (num ambiente em que todos participam, com ou sem títulos académicos). Se o que o Prof. Macamo hoje diz e/ou escreve não é levado a sério pelo grande público (e até pela Frelimo e a OJM, a quem ele critica às vezes), é mesmo pela forma arrogante e pretensiosa com que partilha as suas ideias. O problema não está em todos terem opinião, mas na ausência de espaços que promovam a construção conjunta de sentido. O debate público não precisa do que ele chama de “hierarquia epistêmica”. Precisa de práticas pedagógicas e comunicativas que coloquem os intelectuais e o resto de Moçambique em sintonia. Caso contrário, enquanto o Prof. Macamo ver em tudo o que os outros dizem uma permanente ameaça à razão e tentar arrogantemente conter a pluralidade de pensamento e de opinião dos outros, continuará a não ser ouvido. Ou pior, continuará a ser desconsiderado como relevante (tanto na Frelimo quanto na oposição).
Ademais, o Prof. Macamo nunca vê e reconhece, nele próprio, também extremados excessos e vícios (sobretudo na sua recorrente retórica de adjectivação, de altivez intelectual, de snobbery, de imbecilização e de ridicularização de quem age e/ou pensa diferente dele). Prossegue ele, nos seus textos, afirmando que tudo o que os outros dizem é, invariavelmente, uma e outra falácia, uma crise de discernimento ou uma ausência de critérios cognitivos. Insiste o Prof. Macamo em dizer que quem ousa colocar em causa os seus argumentos não o compreende(u), que os está a nivelar por baixo ou que não respeita a sua autoridade científica. Acha que debater o país (com método e rigor) é apenas endossar o que ele propõe como linhas e conteúdo de análise. Renova a convicção de que é dos únicos que pensa (bem) em Moçambique inteiro. Continua sem reconhecer a sua (in)suspeita desproporcionalidade analítica, especificamente manifesta na concentração desmedida da sua atenção crítica sobre Venâncio Mondlane e o partido ANAMOLA. Volta a exigir deles, com apenas dois meses de existência e ainda em plena fase de estruturação, uma teoria acabada de Estado, uma institucionalidade madura e um projecto político totalmente articulado. Essa última exigência, reitero, e por mais academicamente válida que possa parecer, revela uma inquietante desproporcionalidade analítica.
Desta vez vou fazer diferente. Vou partir de simples perguntas, terra-à-terra: primeiro, onde é que está, em Elísio Macamo, a mesma energia crítica, o mesmo rigor analítico e a mesma impaciência intelectual quando se trata de analisar as estruturas que efectivamente governam Moçambique há décadas? Segundo, onde é que está a dissecação minuciosa das falhas institucionais de quem detém o poder? Terceiro, onde é que está, nas suas análises actuais, a cobrança de uma “teoria mínima de Estado” a quem controla o aparelho estatal há meio século? Como se pode depreender, essa inversão de prioridades não é apenas uma questão académica. Ela tem consequências políticas reais. A minha tese neste texto é simples: no contexto moçambicano, quando a crítica intelectual se concentra, quase que absolutamente, em actores emergentes e poupa sistematicamente os detentores históricos do poder, ela torna-se, (in)voluntariamente, funcional à conservação do status quo.
Nesse contexto, e porque já vi que a intenção reiterada do Prof. Macamo é a de sequestrar o debate para as balizas que ele próprio criou (análise científica com rigor e método), eu vou também indicar a substância desse debate. Muito humildemente, passo aqui a sugerir uma proposta de agenda séria para “pesquisa sociológica” ao Prof. Macamo, para parar de perder tempo e as suas energias intelectuais com o Venâncio Mondlane e com o ANAMOLA. Na primeira parte, indicarei alguns exemplos de assuntos que podem, doravante e concretamente, informar o seu exercício analítico. Na segunda parte, apontarei os vieses que também precisa de combater nele mesmo (tal como ele propõe os que identifica nos outros, eu incluso) para descer ao chão dos moçambicanos comuns.
I. Os verdadeiros desafios estruturais de Moçambique
Mais do que debater se um movimento político nascente tem ou não uma teoria de Estado suficientemente robusta, Moçambique enfrenta inúmeros desafios existenciais – documentados por extensa literatura académica com o devido rigor e método, já agora – que influenciam, dominam e absorvem, corrosivamente, a agenda diária de larga maioria dos cidadãos moçambicanos. Evidentemente, já li alguns livros (e vários artigos) do Prof. Macamo, dos mais antigos aos mais recentes, e ainda não encontrei neles nem rigor nem método empírico (baseados em estudos no terreno, quantitativos e qualitativos) ao abordar os assuntos abaixo. Permita-me (re)apresentá-los a si alguns deles, Prof. Macamo, a ver se despertam o seu interesse analítico:
1. A fusão partido-Estado
Existe em Moçambique uma persistente fusão entre partido e Estado, traduzida na falta de uma efectiva separação material de poderes. Isto não é retórica política baseada em emoções. São conclusões baseadas em investigação empírica rigorosa ao alcance de qualquer um, armazenada em repositórios científicos localizados em Moçambique e um pouco pelo mundo. Essa fusão, prezado Prof. Macamo, não é uma falha de um partido emergente como o ANAMOLA. É a realidade concreta de décadas de governação que corrói quotidianamente as nossas instituições republicanas. Há um efectivo sequestro e politização ad nauseam dos nossos órgãos de soberania. Tomando isso em consideração, procurei e não encontrei nada disso devidamente analisado, com método e rigor científico (baseados em evidências) que tanto propala, nos seus textos em livros, artigos científicos e de opinião. Se estiver enganado ou equivocado, demonstre-me nos seus próximos textos com citações literais.
Aqui chegados, a questão crítica que eu colocaria ao Prof. Macamo é a seguinte: por que razão essa disruptiva fusão institucional – que manipula, distorce e alterna impunemente resultados eleitorais legítimos, que captura o Estado para as mãos do crime organizado, que sobrevive do apadrinhamento fétido do grande capital internacional e que desvia discricionariamente dinheiros do Fundo Soberano –, empiricamente documentada e com impacto estrutural no desenvolvimento do país, merece menos atenção analítica do Prof. Macamo do que a suposta imaturidade ideológica de um partido político com apenas dois meses de existência? Não será esta uma inversão de prioridades intelectuais que desvia o foco das estruturas de poder reais que, efectivamente, mandam e desmandam em Moçambique?
Enquanto o ANAMOLA se encarrega dos seus assuntos internos (que nada têm a ver com a agenda por si imposta), avanço a primeira proposta de pesquisa e dissertação para si, Prof. Macamo. Apresente-nos sugestões de reformas institucionais concretas que poderiam dissolver essa fusão partido-Estado em Moçambique e indique, precisamente, que estudos o Prof. Macamo desenvolveu para chegar a tais conclusões e/ou recomendações. Cite o método que usou, evidencie o rigor analítico que aplicou e demonstre, explicitamente, a sua falibilidade e replicabilidade científica.
2. O colapso do Estado
A vastidão de Moçambique, aliada à heterogeneidade regional e aos desafios de coordenação entre o governo central e as estruturas de governação local, agrava dramaticamente a implementação de políticas públicas em toda a sua extensão territorial. Temos extensas áreas onde o Estado moçambicano literalmente não existe – nem como prestador de serviços, nem como garantidor de direitos, nem como monopolizador legítimo da violência. A situação actual em Cabo Delgado, por exemplo, onde o conflito está forçosamente a deslocar populações inteiras, é disso exemplo paradigmático. E, conforme sustentam estudos rigorosos com método e enquadramento teórico que baste, aquele conflito não é apenas uma questão de segurança. É, muito mais do que isso, o sintoma visível de décadas de marginalização, de ausência de Estado efectivo, e de promessas de desenvolvimento nunca cumpridas.
Sei que o Prof. Macamo tem já desenvolvida, dentro do seu brilhante cérebro (e em muito mais tempo do que os dois meses de existência do ANAMOLA), uma “análise rigorosa” sobre as regiões ingovernadas ou desgovernadas em Moçambique. Por conseguinte, proponho ao Prof. Macamo uma premente questão sociológica para resposta urgente: como é que décadas de governação centralizada contribuíram para a fragilidade da presença e autoridade estatais em regiões como aquela? Indique, concretamente, que estudos de caso comparativos o Prof. Macamo analisou para chegar a essa eventual resposta, que dados empíricos recolheu sobre a densidade e eficácia da administração pública naquele tipo de regiões do país, e que quadros teóricos sobre state-building e fragilidade estatal mobilizou. Estarei à espera da resposta disso tudo no seu próximo artigo.
3. Pobreza estrutural e desigualdades
Como deve o Prof. Macamo saber, a maioria da população rural moçambicana vive da agricultura de subsistência, com forte dependência das condições naturais de precipitação ou de irrigação, de tecnologia limitada e de infraestrutura deficiente ou inexistente. Consequência: insegurança alimentar e miséria generalizada que nos coloca como o segundo país mais pobre e faminto da África subsahariana. O nosso sistema nacional de educação enfrenta, dentre outros lugares comuns, desigualdades regionais e socioeconómicas, infraestrutura precária, falta de financiamento adequado e lacunas na formação de professores. Consequência: forma Edgares que não conseguem (nunca, passe a redundância) perceber o português do Prof. Macamo, que não pensam analiticamente e que são tidos por si como exemplos paradigmáticos da pobreza na cultura de debate nacional.
A nossa estrutura económica permanece marcada por baixos níveis de industrialização, forte dependência de matérias-primas, vulnerabilidades a choques externos, crescente dependência da extracção de recursos minerais e energéticos, agricultura de baixa produtividade e limitações na absorção de mão-de-obra. Como o Prof. Macamo vai concordar, esses não são problemas que surgiram há dois meses, com o nascimento do ANAMOLA. São o resultado acumulado de décadas de escolhas políticas erradas, de prioridades distorcidas e de um modelo económico que perpetua desigualdades.
Novamente, deixo ficar uma pergunta sociológica fundamental para ocupar os tempos livres de elucubração intelectual do Prof. Macamo: como é que as políticas económicas das últimas décadas moldaram as estruturas de desigualdade actuais? Que mecanismos de exclusão económica persistem? Como é que as desigualdades regionais (norte/centro/sul) se reproduzem através das nossas instituições disfuncionais? Que papel desempenha a fusão partido-Estado na perpetuação dessas desigualdades? Como é que o ambiente institucional moçambicano (incluindo a fusão partido-Estado) afecta o desenvolvimento empresarial? Que relações existem entre as redes políticas e o acesso a oportunidades económicas?
Muito mais importante, Prof. Macamo: onde, em toda a sua produção científica – uma carreira de décadas, certamente – podem ser encontradas respostas cientificamente validadas e validáveis a essas questões? Não vou aceitar “não existem” como resposta. Isso pode deixar cair por terra toda a sua integridade e credibilidade científica, Prof. Macamo. Não brinque com isso.
4. Os desafios da juventude moçambicana
Prezado Prof. Macamo, mais do que a (in)existência de uma teoria de Estado no recém-criado ANAMOLA, há uma geração inteira de jovens moçambicanos que cresceu (e outra que está ainda a crescer) vendo promessas eleitorais não cumpridas pelo status quo, que enfrenta desemprego estrutural e que tem aspirações legítimas de mudança. Existe, em Moçambique, uma crise geracional estrutural, traduzida no desemprego massivo de jovens, na ausência de oportunidades de mobilidade social, na exclusão sistemática dos processos de decisão política e na ruptura do contrato social entre o Estado e os cidadãos nascidos após a independência (gerações um pouco depois da dos privilegiados da sua geração que encontraram emprego imediato e todas as facilidades possíveis para viverem condignamente, Prof. Macamo). Como tem visto nos comícios do ANAMOLA, essa juventude não é um dado ou evidência abstracta. É uma força social real cujas dinâmicas precisam de ser compreendidas (já agora) sociologicamente.
O Prof. Macamo já se perguntou e procurou responder, com rigor e método analítico, como é que esses jovens – condenados, aos milhões, ao desemprego, à informalidade precária, à impossibilidade de construir projectos de vida autónomos, e que alimenta tanto a emigração massiva quanto a mobilização política contestatária – percebem o seu presente e o seu futuro político? Já conversou com eles, através de entrevistas em profundidade ou grupos focais, sobre as suas expectativas e frustrações concretas? Já estudou, sociologicamente, como e por que é que eles se mobilizam politicamente, de forma massiva, em torno do ANAMOLA e não da Frelimo? Já analisou, etnograficamente, as práticas e discursos políticos dessa juventude nos comícios, nas redes sociais, nas suas conversas quotidianas? Será que o Prof. Macamo fala, nos seus livros e artigos prenhes de método e rigor (?), sobre as barreiras estruturais que a teoria de Estado do regime vigente cria sobre eles – o bloqueio geracional na função pública (que só emprega meia dúzia de milhar de jovens por ano) e o clientelismo que fecha oportunidades a quem não tem cartão do partido no poder, por exemplo –, ou como é que esses jovens têm articulado as suas aspirações de mudança diante da estrutura institucional (opressiva e repressiva) existente?
Não. Em vez de estudar essas dinâmicas – não com mero método e rigor teórico e/ou abstracto, mas sobretudo com método e rigor empírico (que nunca vi nos seus estudos) –, o Prof. Macamo prefere concentrar a sua energia intelectual em criticar a alegada imaturidade teórica de movimentos políticos emergentes que tentam precisamente canalizar essas aspirações juvenis. Não será isto, ironicamente, uma forma de deslegitimar a priori a própria emergência de alternativas políticas como o ANAMOLA?
Proposta: já que, nas suas décadas de prática sociológica, tem uma opinião formada e cristalizada sobre esses assuntos, apresente-nos, Prof. Macamo, uma análise rigorosa sobre as trajectórias, as expectativas, as frustrações e os modos de mobilização política da juventude moçambicana contemporânea (e, com particular atenção e para o nosso deleite, àqueles que aderem a movimentos de contestação como o ANAMOLA). Indique, precisamente, quantos jovens o Prof. Macamo entrevistou nos seus livros e artigos, em que contextos, com que instrumentos metodológicos, que técnicas de análise de dados aplicou, e que quadros teóricos sobre movimentos sociais, gerações políticas e mudança social arrolou, contextualizou, problematizou e aplicou. Cite, prezado Prof. Macamo, o método que usou, evidencie o rigor analítico que aplicou, demonstre explicitamente a sua falibilidade e replicabilidade científica, e, sobretudo, mostre-nos que foi ao terreno, que ouviu essas vozes, que levou a sério as suas aspirações e as citou devidamente nas suas produções científicas. Antes de fazer isso, não vou mais engolir o seu julgamento sobre essas realidades, invariavelmente feitos à distância de Basileia, como “imaturas” ou “populistas”. Haja vergonha.
II. Desligamento ontológico, epistemológico e metodológico com a crítica do acessório
Franz Fanon, em “Os Condenados da Terra”, aquando dos movimentos independentistas africanos, alertou para um perigo que transcendia a violência colonial directa, nomeadamente a perpetuação das estruturas de dominação das massas populares através da cumplicidade (consciente ou inconsciente) das elites intelectuais pós-coloniais. Fanon argumentou que a verdadeira descolonização não se completaria com a simples substituição de rostos (ou nomes) no poder, mas exigiria uma ruptura ontológica radical com as formas de pensamento e de organização que reproduziam a subalternidade. No contexto moçambicano, Prof. Macamo, as elites pós-coloniais são os que mandam na Frelimo; a subalternidade é o resto (e o ANAMOLA é a personalização mais actualizada disso). Assim sendo, quando a intelligentsia nacional se torna guardiã da ordem estabelecida (como é naturalmente o seu caso, Prof. Macamo), criticando timidamente as margens enquanto poupa o centro de poder, ela assume, na expressão fanoniana, o papel de burguesia nacional que não se engaja na produção, na invenção, na construção e no trabalho que orienta a transformação e a mudança social da condição de subalternidade das massas; pelo contrário, contenta-se em servir de correia de transmissão entre o povo e as estruturas elitistas que o oprimem. Nesse desiderato, a crítica que se concentra obsessivamente nos movimentos emergentes de contestação, enquanto sistematicamente evita escrutinar os detentores históricos do poder, não é apenas metodologicamente questionável – é, na perspectiva fanoniana, uma forma de violência epistémica que perpetua a colonialidade interna, feita pelos sipaios dos novos colonos pretos. É precisamente este desligamento ontológico, epistemológico e metodológico da análise estrutural do poder que caracteriza o que Fanon denunciava como a traição da intelligentsia (personificada em figuras como o Prof. Macamo, no contexto moçambicano) às aspirações genuínas de libertação popular. É precisamente isto o que o Prof. Macamo está a fazer com o ANAMOLA.
Voltando à vaca fria: Prof. Macamo, o senhor defende num dos seus textos mais recentes (e muito bem) que “a crítica é parte constitutiva da vida política e democrática”. Concordo inteiramente. Mas a crítica também precisa de ser crítica de si mesma. Precisa de questionar os seus próprios alvos, a sua proporcionalidade e as suas omissões estratégicas.
Focado nos anamolalistas, o senhor identifica a “intolerância diante da crítica” como sintoma de “traço autoritário residual”. Mas será que também se pergunta de onde emerge essa intolerância? Emerge, evidentemente – e dentre outros – da experiência de décadas de concentração de poder nas mãos de poucos, na recusa (politizada ou armada) da transição legítima de poder via resultados eleitorais, e da marginalização, perseguição e eliminação física de vozes dissidentes (dentro da estrutura anamolalista, no seu exemplo mais recente). É preciso aceitar, reconhecer e respeitar isso, a priori. É muita ingenuidade, Prof. Macamo, pedir a um jogador de futebol que jogue dentro das regras da “cidadania responsável” quando o árbitro que apita o mesmo jogo até se dá ao luxo de chutar os penalties da equipa adversária! Assim sendo, quando a crítica académica se concentra desproporcionalmente em actores emergentes e marginais ao poder efectivo, e sistematicamente poupa os detentores históricos desse poder, ela corre o risco de se tornar, ela própria, parte do problema que diagnostica. Torna-se uma crítica que, paradoxalmente, conserva em vez de transformar.
Por conseguinte, proponho, Prof. Macamo, uma reorientação radical do seu foco analítico, assente numa agenda de intervenção pública que se aparta de diagnósticos apressados e marginais do ANAMOLA e se foque, sobretudo, em linhas estruturais de investigação que estudem – com o devido rigor e método – a sustentabilidade de Moçambique como Estado, como nação e como sociedade. Mais do que exigir que movimentos políticos nascentes desenvolvam teorias acabadas sobre o que o Prof. Macamo acha que é o certo, há questões de pobreza estrutural, desigualdade territorial, exclusão juvenil, conflito armado, fragilidade institucional e fusão partido-Estado que precisam muito mais da sua enérgica reflexão.
Afinal, como defenderia o próprio Prof. Macamo, o papel do sociólogo (crítico) é, fundamentalmente, iluminar com investigação rigorosa as estruturas de poder que efectivamente moldam a realidade. Mas como é que se faz isso sem denunciar, empiricamente, a fusão entre um partido e o Estado, no contexto moçambicano? Sem ousar analisar, sem complacência e/ou sentidos subtis ou indisfarçável de pertença, as falhas de quem governa há décadas? Como é que isso se faz sem dar voz, através de investigação séria, às aspirações legítimas de mudança, mesmo quando elas ainda não se articulam em linguagem académica ou cientificamente perfeita?
Venâncio Mondlane e o ANAMOLA podem (ou não) ter uma teoria adequada de Estado neste momento. Mas isto é, francamente, uma questão marginal quando comparada com os desafios estruturais empiricamente documentados que o país enfrenta. Focar-se apenas nisso (ou desproporcionalmente nisso) é criticar o acessório. Naturalmente, o Prof. Macamo pode discutir essa questão, mas não pode ser essa a sua única (ou a sua maior) prioridade analítica. A meu ver, a prioridade deve ser as estruturas de poder que há décadas moldam (e limitam) as possibilidades de desenvolvimento moçambicano.
Convido-o a liderar essa agenda. A sua autoridade intelectual, o seu rigor analítico e a sua experiência académica podem ser decisivos para produzir conhecimento que efectivamente transforme Moçambique. Novamente, não estou a falar aqui daquele conhecimento produzido filosófica ou retoricamente enquanto se senta no conforto do seu escritório em Basileia, mas aquele que é resultado de pesquisas de campo pelo Moçambique adentro, baseado em evidências. Afinal, o essencial desse conhecimento de facto – e não supositório, hipotético ou teórico – não está (ainda) no ANAMOLA. Está noutro lugar, à espera de uma investigação sociológica séria como a que o Prof. Macamo propõe. Caso contrário, a sua persistência na crítica do acessório demonstrará, só por si, a importância da sua narrativa e a relevância do seu lugar de fala para o Moçambique de hoje e o Moçambique do futuro: absoluta inutilidade.
Mário Macilau
Edgar Barroso por essa razão é entre outras que eu deixei de escrever e ser participativo. Tu tens muita razão.
A crítica só cumpre o seu papel quando se dirige ao essencial. Quando se limita a discutir pormenores ou a medir o valor intelectual de quem fala, perde utilidade e torna-se um exercício de vaidade. O pensamento não pertence apenas à universidade. Pensar é uma prática humana e colectiva, que nasce da vida diária, das dificuldades, das lutas e das aspirações de quem vive o país por dentro.
Em Moçambique, a prioridade não devia ser decidir quem tem direito a pensar, mas perceber porque é que continuamos presos às mesmas estruturas de poder e desigualdade. A fusão entre partido e Estado, o colapso de instituições públicas, a pobreza persistente e a exclusão dos jovens são questões centrais que exigem reflexão séria. É aí que a crítica deve concentrar-se, e não em distrair-se com assuntos marginais.
O país precisa de uma crítica que construa, que aproxime o saber académico da realidade e que sirva para compreender e transformar. Uma crítica que escute, em vez de julgar. Uma crítica que reconheça que todos têm voz e que o conhecimento não é monopólio de alguns. Só assim o debate público se tornará mais justo e mais útil para todos.
Como lembrou Frantz Fanon, “cada geração deve descobrir a sua missão, cumpri-la ou traí-la”. Pensar o país é assumir essa missão, a de romper com o silêncio e enfrentar, sem medo, as estruturas que perpetuam a desigualdade.
Kkkkkk e Paulo Freire, “ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens libertam-se em comunhão”.
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El Madrugada Madruga
Foste profundo ,directo e esclarecidor. Em Moz, a academia parece servir apenas interesses estocamais ,quando na verdade deveria transformar e moldar uma sociendade em desenvovimento.
El Madrugada Madruga
,....estomacais...
Francisco Neves
Obrigado, Mário Macilau! Forte abraço
Devis Gimo
Peço que coloquem um “gosto” sobre o meu comentário. Quero continuar a par de todos comentários a este post.
Devis Gimo
Obrigado irmão
Cisler Aissa
Lembro me de uma entrevista de Venâncio Mondlane quando disse ja usamos por muito tempo oque outros inventaram e criaram, foi bom e util por um tempo, hoje queremos criar e inovar oque sera util para essa geração...
Graca Conceicao
Professor encontrou Professor dele 😅.
Minha inspiração Hawenaaaa
Tony Domingos Bulacho Bulacho
Edgar Barrosoo, eu quando me formei, meu sonho era ser como tu. Um gajo com escrita pesada, mas estou muito longe disso. Você escreve o meu pensamento sem poder falar comigo. Isto é impressionante. Eu amo a sua escrita tudo que escreveste aqui, hoje comentei na pagina do professor Macamo mas você desenvolveu.
Um gajo violento na escrita. Confesso que rendo contigo. E agradecia se tivesse um artigo, livro escrito por te pra me ofertar, estou com vontade de ler seus escritos. Seria um grande prazer!
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Joanguete Celestino
Dá gosto de ler os textos de Edgar Barroso. Chamam atenção para as novas epistemologias críticas e o combate ao monopólio do saber.
André Cardoso
Interessante. Deixa saír da ideia segundo a qual, estás zangado. Broh, não é uma questão de alas ou de perpetuação da polarização. Numa de que se estás lá não és nosso e se estás cá és nosso. Mas o facto, é que estou contigo Edgar Barroso 😅😅🤣🤣. Existe nas análises de alguns académicos, um erro craço de intrepretar e iterpelar o mundo, que é a ideia de que só se pensa melhor na academia. É verdade que ela, a academia, é dos espaços privilegiados que ajuda a arrumar o entendimento sobre a vida baseado em ferramentas analiticas e metodologicas concretas. Ora, isso não torna esse espaço o único válido para produzir conhecimento. Há vários tipos de conhecimentos e cada um tem de ser visto no seu quadro sem essa arrogancia de que nós pensamos melhor. Essas elites académicas, estão na verdade, a fazer o mesmo que a frelimo. Perpetuar o seu status quo. Numa de que nós que estudamos primeiro, pensamos melhor, e por isso, vocês tem mais a aprender de nós que o contrário. Mas o stress é que a hora já chegou. Nós nos outorgamos o direito de ter direito de pensar também fora da academia. No caso por exemplo de Azagaia, com base no rap. E fê-lo com brio. Sim a academia sempre, mas os académicos, principalmente os mais velhos, tem de começar a pensar seriamente sobre como dialogar com quem está fora da academia com rigor e aínda assim ser útil para a transformação progressista do país moldando positivamente as mentalidades e não as putrificando e imbecilizando. Disse, Chamboco.
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Mario Jacinto
Bro você é o único ou dos poucos que põe o homem de cócoras. Vou ultimar a leitura amanhã. Parabéns irmão.
Honorio Isaias Massuanganhe
Edgar Barroso se por uma imbecil eventualidade eu lhe ofender, tendes piedade de mim, eu tenho filhos e amigos, não seria bonito expor dessa maneira as fragilidades do meu discurso. Que escrita maravilhosa, que diálogo maravilhoso, até irei revisiitar o livro do Platão - Diálogo. Era disto que precisávamos, alguém que fizesse um contra peso a esse lugar de sabedoria hegemónica e sacro santa, que o professor se tinha habituado a ocupar (minha percepção) - uma espécie de fonte absoluta da verdade. O debate esta bom, eu que não gosto de escrever e nem de ler textos longos, cá estou me deliciando deste debate de extraterrestres.
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Cisler Aissa
Prof Macamo, precisa se lembrar oque a "filosofia" diz sobre o pensamento. Ela se refere, que esse não é limitado, mas sim continuo, é vergonhoso ver/ouvir ele se aprisionando somente no que teve oportunidade de aprender em uma academia"(Estático)"(Limitado)" Mas enfim, para um exemplo claro, da continuidade e ilimitaçao do pensamento, lhe convido a estudar as tecnicas de comunicação do MC Bandeira que não é formado academicamente, mas apresenta um brio cultural e comunicativo extraordinário.
Nelia Piores
Ih, hedjo, não fica bem bater num cão com o osso dele!
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Macauze Evaristo
Confesso que já tinha perdido o hábito de ler textos longos numa telinha mas, você Edgar Barroso está conseguir me concentrar e até me fazer repetir a leitura duas ou mais vezes...
É uma estratégia que os nossos "intelectuais" decidiram abraçar esta de vedar os debates a eles como gente bem nutrida academicamente e com bases para abordarem os assuntos com propriedade!
Vi um vídeo hoje em que também o Conrado, no seu estilo característico, citou alguns autores e mais algumas coisas da cabeça dele para limitar as pessoas não estudadas a não falarem do caso dos 33 milhões e outros assuntos que no seu entender, só devem ser abordados por gente como ele...
É muito estranho que os nossos "académicos" pensem desta forma e proponham que os outros fiquem de fora quando o assunto é soberano e mexe diretamente na vida de qualquer cidadão, desde o intelectual ao menos escolarizado...
Força irmão, estás a tocar na tecla certa...
Jaime Tembe
Eu acompanhei as análises críticas sobre o nosso país do professor Elisio, até o dia que o Venâncio Mondlane começou a destacar se na política Moçambicana. O professor deve ter problemas pessoais com Venâncio.....vejo um professor com muita raiva sobre o Venâncio.... Não é só crítica é raiva que ele tem...no texto acima ele pode aproveitar muita coisa para o bem dele mesmo e para o bem do país.... aproveite...
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Huwana Rubi
Ora o professor Macamo já teve/tem algum reconhecimento científico principalmente na área epistemológica na academia, pelo menos nas academias nacionais.
Agora ele confunde se do limbo da disparidade entre comentários, opiniões pessoais e aquilo que ele pretende confundir ao público “ incauto” de problema sociólogo. Alguns acadêmicos sofrem da síndrome do ninho vazio, ou crise existencial, por ter títulos acadêmicos que tem, presumem que tudo que eles forem a falar indubitavelmente tornará se ciência, mesmo quando nada dizem, e o resto do mundo navega no common sense. A humildade e o rigor científico que eles tanto defendem/defendiam nas academias sumiu, e estranhamente neste mundo virtual, muitos perdem se e até se auto-descredibilizam. Espanta me um “intelectual” das ciências sociais, poderia ser outra área do saber, estaria “perdoado “ mas um cientista social, tem por norma respeito aos outros saber, principalmente cientistas do hemisfério sul, que de praxe, conhece e reconhece, saberes como o conhecimento endógeno e exógeno, há não ser que sofra da famosa lavagem cerebral, ou síndrome de “branquitude” sentir se europeu ou como europeu… E deste pedestal, sabemos que está longe de alcançar. Nós sabemos que os nossos acadêmicos na diáspora não passam de meros serviçais alguns meramente assistentes das ditas Universidade de elite…
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Elcídio Bila
Sim, sim: está a animar 😆
Gastao Machango Pillas
Edgar Barroso quem não o segue não sabe o que perde, os seus escritos despertam.
Pedro Filipe Mafuiane
Consigo ler teus textos sem nem saltar um parágrafo
Assim também vou reaprendendo o português que fica perdido nas linhas do tempo da minha pobre engenheira.
Primos aprendam também um pouco aqui. Primo Barosso que tal a derrota de ontem
Walekaya Tamele
Deixa eu chegar em casa para ler a encíclica do Dom Barroso.
Merece atenção especial. Kkkkkkkk
Lourenco Jose
Vou ler na íntegra amanhã, mas amei só pelo título
Helio Maguengue
Professor acaba de escrever qualquer coisa lá no seu mural, está mais preocupado com o espectáculo das nossas reações, que rebater o TPC que lhe foi apresentado.
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Daniel Siquisse Nhare
Borboi Maganja da Costa o que acha de fumarmos um cachimbo da paz com os dois?
O Zé Faya
Pronto , acabei de ler o texto do Barrosinho , e digo que quem fala e escreve assim , não é gago nem paralítico, confesso que já tive mais respeito pelos textos do professor Macamo que ultimamente me tem desiludido , faz me lembrar aquele verme que defendia com unhas e dentes a RENAMO e o seu líder , e de repente ficou um vira casacas, triste mesmo ver estes intelectuais a defenderem o indefensável 🥺🥺🥺🥺
Gilberto Machava
Não precisa de método científico rigoroso para que analisando e buscando "comprender". O posiciomento do prof. Elísio é tendencioso e parcial.
É daqueles casos em que o cientista social escreve para so e/ou usando suas próprias lentes e convicções. É necessário, antes demais, ao cientista social se dispa de si e faça ruptura com as suas emoções, contexto e interesses pessoais para que não corramos o risco de mais uma vez as ciências social não serem acusadas de trabalhar ao cargo do "poder".Não precisa de método científico rigoroso para que analisando e buscando "comprender", que o posiciomento do prof. Elísio é tendencioso e parcial.
É daqueles casos em que o cientista social escreve usando suas próprias lentes e convicções. É necessário, antes demais, ao cientista social que lute com um dos grandes dilemas que é ruptura ruptura com as suas emoções, contexto e interesses pessoais para que não corramos o risco de mais uma vez as ciências social não serem acusadas de trabalhar ao cargo do "poder".
Lurdes De Menezes
Definitivamente, espero que o professor Macamo leia e faça maior esforço de responder às questões aqui colocadas.
E, pare de empurrar responsabilidades à quem não está no lugar do, Sr turista...
Ulisses De Almeida
Definitivamente, o dia não tem 24 horas.
Marlene Germano
Colossal Edgar Barroso!
Como diz a giría popular "aqueles velhote ali vai secar 1 lado" 🤣🤣🤣
Helio Maguengue
Já está tudo claro, o professor acaba de assumir ser simpatizante da Frelimo num post bem recente e quer que anamola acate as suas críticas como sociólogo
Joao Alcantre
Edgar Barroso, cuidado com os aplausos meu caro, muitas vezes em vez de construir, destroem. Fazem nascer um ego.
Nunca vi nos textos de o professor teu nome, tente fazer o mesmo. Evita mencionar nome dele, em proteção da tua própria liberdade, se a memória não me falhar, nunca vi ele te mencionando.
E sim, tens que ter calma, eu já vi um comentário de alguém que não concordava consigo e concordava com o professor e simplesmente não atacaste a causa, tua resposta foi muito curta e breve:
TU ÉS UM DICK RIDER do professor.
Para quem não sabe, dick rider é montador de pênis (aquele que cavalga num pênis)
Ai, insultaste a pessoa e o professor!
Não são ataques pessoais e insultuosos esses?
Provavelmente venhas com uma resposta parecida neste comentário, mas meu conselho se mantém, fica calmo, não precisa insultar, use tua inteligência para edificar.
Bom dia e abraços 🫂
Dercio Arlindo Manhica
O professor Macamo tem uma e única missão: Idiotizar, imbecilizar, alienar.
Pois critica a FRELIMO, " mata os opositores" para que continuemos olhando para um único lado!!
Wa Ka Mutlinyinye
Edgar Barroso, estou profundamente honrado só por ser teu contemporâneo. Anima te ler meu caro.
Mas a última machadada foi demais: Absoluta INUTILIDADE.
Abraços.
Salomâo Nicasse
Este foi e ainda continua a ser um dos problemas na arena científica. A ideia dos fazedores e consumidores da dita ciência…. Em tempos que deviam ver e analisar os problemas de forma horizontal
Borboi Maganja da Costa
Rendo com o longos textos das duas partes desavindas...
Valdemiro Inácio Abel Bié
Aqui não é para geração androïde qualquer.
Carlos Mauricio
Sergio Zimba meu irmão estou com medo deste país de medo. Vindes cá. Saudades tuas meu confrade. Ninguém é detentor da verdade. O kamikaze já disse tudo
Rafael Monteiro
Se isso não se realizar nas letras, temos que pedir ao Gul pra organizar um "fight" ao estilo "Lil weyne vs Da beleza"
Inocêncio Albino
Ah.... Já acabou!?! Kkkkk
Gilda Tamele
Estou no intervalo, vou terminar de ler mais tarde.
Mouzinho Zacarias
Edgar Barroso você estudou muito rendi também
Francis Correia
Não se metam com Edgar Barroso ! 🤣
Muito bem posicionado...
Custodio Mondlane 
Sim Senhor 👏👏👏
João Ngumbe
Edgar Barroso, para já com isso. 😀😀😀😀
Khumalo Macaussane
Marcelo Tavares vem ler o meu guru aqui.
José Jofre 
Uma caligrafia ULTRA e que ALEIJA.
O Prof está a sentir vertigem.
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Venancio Amido
Uma verdadeira aula de como se deve fazer uma análise crítica. Acredito que o prof. EM vai aprender mais, afinal, saber não ocupa espaço.
Milagre Papy Rindzela Jr. 
Não me canso de dizer, Edgar Barroso tem uma caneta pesada 🙌
Arnaldo Soares Mendes
Mais uma aula, thank's broh
Hélio Maúre
Esse quadro tem Giz.
Arquimedes Mateus
Edgar Barroso , igual a si
Continue..
Arrebenta connosco.
Só quero recordar aqueles estudados que advogam que só quem estudou pode.... Bla Bla Bla, que alguns ditos populares, tal como, água de côco sabe melhor no próprio côco, entre outros, foram trazidos por pessoas não letradas, que embora com baixo nível de escolaridade transbordam muitos ensinamentos.
Enfim.
Estás no Bom caminho desdeeeeeeee.
Mpfumo Ivaldo
Você melhor começar a mandar audios hii😂😂😂
Aziza Throne
Terriva ..Terrível a forma como dissecas as coisas e os argumentos racionais Não 'e verdade que és avesso a crítica 0 Mega Dr e académico mais conhecedor e com a última palavra, sim, Sofre de algo
Genito Inácio
"... tempos livres de ilocubração intelectual do professor.." 😄
Não pode ser assim pah!😂
Ildo O Sétimo Filho 
O Prof. Elísio e o Conrado são exemplos de que informação demasiada numa cabeça burra vira veneno...infelizmente a escola não conseguiu transforma-los em inteligentes/ conhecedores/humildes.
Eles só se expressam e nada falam..!
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Esperanca Maera Ossiwa Ambrissala
Mais uma vez, espero que tenha sobrevivido (já que conseguiu fazer um texto em "resposta"). Mas esta cena de elitismo intelectual, todos já experimentamos nas nossas universidades e círculos acadêmicos. E sobre pensamento e opinião (lembrei de Régio Conrado e a Doxa). Mas obrigada, Edgar Barroso por um texto que valeu ler cada linha de um "leigo" a bater de frente com o "professa". Esperamos parte 3 e 4 se ele decidir responder e comprovar que já fez o exercício com rigor metodológico...
May be an image of text that says 'Insiste o Prof. Macamo em dizer que quem ousa colocar em causa os seus argumentos não o compreende(u (), que os está a nivelar por baixo ou que não respeita a sua autoridade científica. Acha que debater o país (com método e rigor) é apenas endossar o que ele propõe como linhas e conteúdo de análise. Renova a convicção de que é dos únicos que pensa (bem) em Moçambique inteiro.'
Jornalismo Interactivo Moz
Aquele professor estava a vontade, ainda bem que encontrou alguém para uma boa orientação.
Um abraço muito forte ao dr ilustre Edgar Barroso...
Eu na verdade descobri isso faz tempo que o prof. Macamo está muito apaixonado por VM7 e essa paixão já estava a virar uma patologia
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Ernesto Cossa
Edgar Barroso,não é necessário escrever muito. Falta algo no Prof. A sociedade de hoje enfrenta desafios que exigem uma base sólida de educação familiar, pois a formação de valores começa no lar, e não apenas nas instituições de ensino.
Marcelo Marcelino
O Macamo é convencido. Ele acredita que o saber gravita no seu mundo lunático Já tive entretantos com ele nas redes sociais. Foi assim que Lúcifer foi expulso do Céu, sobérba.
Kanouté Neves
Elisio Macamo encontrou Elísio Macamo dele!
Cloves Macave
Novos tempos, novos paradigmas, novas categorias de análises, novas formas de pensar...é o fim dos intocáveis, dos inquestionáveis...Edgar Barroso, está a desconstruir de forma tecnica e irreverente a ideia de que o pensamento válido em Moçambique é pertença de alguém ou de um grupo. Porque o status quo dos "donos do pensamento" está sendo colocado em cheque, resta lhe a ridicularização e qualquerização de quem ousou bater de frente.
Tiago James
Nem mais. Mas ele (ndr. o Professor), costuma ler (e compreender) bem estes escritos?
Serafim Alfredo Mavale
Parabéns ao Edgar Barroso por A Crítica do Acessório. Finalmente alguém teve coragem de desmontar o império de vaidade do Elísio Macamo, esse professor que confunde arrogância com rigor e acredita que pensar Moçambique é um privilégio exclusivo dos que o aplaudem.
O texto do Edgar é um soco certeiro na pose académica de quem fala de cima da Suíça e julga o país com ares de superioridade colonial. Macamo envelheceu dentro da própria soberba: perdeu o contacto com o povo, com a realidade e com a humildade intelectual. Hoje é apenas o eco cansado de si mesmo.
Bravo, Edgar. Disseste o que muitos pensam e poucos têm coragem de dizer.
Felix Uamba
Muito obrigado Edgar Barroso por esta luz, acredito que o Prof. Macamo poderá começar a ver não só o caminho como irá perceber a necessidade d’ele voltar-se ao essencial.
O Prof. Macamo recorda-me a mãe do Jacó e Esaú, a bíblia relata que, Deus disse-lhe que carregava duas nações que lutavam entre si, é o que acontece com o Elísio Macamo, carregada duas nações que lutam entre si.
1. Uma nação liderada pelo Macamo acadêmico cuja luta, era trazer através da investigação e produção científica, evidências do que é problema estrutural em Moçambique e propor soluções claras e sustentáveis, papel que esta nação desempenhou por tempo considerável.
2. Uma nação liderada por um Macamo capturado por ambições políticas e partidárias, com desejo de inserir-se na elite política que dirige o país, um Macamo voltado para barriga, cansado de contribuir para o país e decidiu e aspirante a influência e a benesses do sistema.
Sousa Licumba Licumbäo 
A verdade é que aquele partido, criou falsos académicos. Criou falsos empresários. Criou falsos heróis. No auge do pensamento dominante pró FRELIMO, fomos todos ensinados a aceitar essas falsas estruturas porque tinham acesso às televisões. Na verdade, são figuras publicadas e não publicas.
Melo David Mogoa
Pegou o leao pela cauda, peço que nao o largue ate que chegue o apoio de outros mocambicanos lucidos.
Jay Thaulane
Li até ao fim sem esforço nenhum.
Muito obrigado.🙏
Angelly David
Yeah, Prof. Edgar escreve!! Sinceramente, o homem do regime, Prof. E. Macamo está levar chambocos.
Fill Machava
Eu leio o prof. Macamo há decadas, no inicio de 2000, eu andava na escola industrial, era um modelo para mim. Fui abrindo cabeça com academia e dei meia volta, compreendi que a sua critica ia numa trajetoria contraria, enquanto ele fazia seus textos romanticos sobre moçambique e outras coisas o país afundava. Entao nao se compreende a sua inteletualidade, por outra tem muita producao e muito pouca produtividade. Compreende-se porque concentra sua critica desproporcional em movimentos emergentes, é frustraçao de falta de sucesso por falta de objetividade ou algo do genero. Décadas de estudos e pesquisas só conseguiu ajudar a criar ditadura e pior intolerancia politica. Sua intencao na critica talvez seja boa, mas acho que um bocado asno ou é um débil inteletual. Para mim devia escrever romances ia ser útil o seu trabalho. O pior é que nem aceita ser criticado porque acha que tudo o que ele pensa esta correto.
José Pinhão
Excelente "tratado de honestidade política".
Eduardo Mondlane
Muita ciência 🫡👏🏻
Tanya Malahe
Yoooo…como diríamos nós, simples mortais, hi yoleyo ndzava.
Domingos Alexandre Simbine
Hats off, sinceramente. Deu agenda a esse doutorzinho de gabinete. Devias perguntar a ele, quando é que esteve em algum povoado ou distrito do centro e norte de Moçambique, a conviver ou a vivenciar a miséria e a desgraça que afectam a maioria dos moçambicanos, vítimas de décadas de desgovenacao. Aposto que depois destes 2 artigos que li e reli com muito gosto, o professor sabichão nunca mais voltará a escrever babuseiras sobre o ANAMOLA. Se ele responder a este artigo, será com muita sorte ou ousadia da parte dele. Isto é um verdadeiro KO. Se for uma pessoa honesta (algo que divido bastante), ele vai te procurar em off. Vai evitar bater de frente contigo, Barroso. O Prof. Macamo encontrou o Prof. Macamo dele. Eu já fui um admirador do Professor Macamo, participei em vários debates com ele na blogsfera, mas quando começou a perder-se, o enfrentei e questionei as suas ideias perversas, embora com método e regor. E aí, eu e outros fomos banidos e bloqueados, sem antes sermos ameaçados ou chamuscados.
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Tayob Parbato
Edgar Barroso é o cara.
Oly Waka Banze
"Enquanto o árbitro se dar ao luxo de chutar os penalties do adversário", eu, no conforto do meu escritório (minha palhota em Moçambique) vou continuar a preferir os seus textos, se eles são ou não populistas menos importa, só sei que têm neles o que vivo.
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Fajama Moz
Elísio Macamo não vai sobressair!
António Magaia
Brada Edgar Barroso aqui zangaste... Isto tá tipo Nas a responder Jay Z Foste mais que convincente, fundamentaste devidamente às questões, isso é como vencer o dono do casino, no jogo dele. O prof aqui levou com chinelo no rabo fogo kkkkkkk
Armando J R Habana
Simplesmente bom 👍, uma lição ou lições...
El Madrugada Madruga
Sempre foi assim, nem todos se curvam a Belial.
Gilberto Raimundo
Uma aula pra repetir sempre, que for necessário.
Edson Blue
Este é o "not like us" deste "beef"
Ligia Tamele
Esse Prof Macamo não reconhece que ele exagera nos comentários sinceramente
Helio Clemente Clemente I
Vou ler os ditos textos do Pro. Elísio - em que responde à sua crítica. Depois volto para cruzar os Ts.
Isto está um debate dos grandes.
Dom Mene
Yo. Qual a cena?
Paula Denise Pinto
💯👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼. Só saca as patentestes quem não consegue ou não sabe argumentar com a razao
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Francis Manuel
Definitivamente és o terror do homem que não paga imposto nesta pérola do Índico. E hoje, mais uma vez " o tiro foi na cara, e de certeza estragará o velório..." kkk
Onésio Orlando Nhaduco Arma
Amigos do Barça olá...
Max Max
Professor Macamo é muito ciumento. Quer monopolizar o protagonismo intelectual.
Jiel Xilawule
A “media” está a desperdiçar um grande debate. É verdade que já houve um (debate) em que o Prof Macamo apanhou bons “mimos” da Quitéria, mas o actual seria bem mais agradável!!
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Tura Jch Justin Ch
O tal professor, uma chapada de luvas de ouro "apanhou" mais uma vez.😂😂😂😂😂
Paulinos Muzondas
O Prof. Elísio Macamo, encontrou outro Prof. Elísio Macamo dele também
Claudino G. Nchumali
Afinal os sipaios não saem apenas nos livros de quarta classe?
Adamo A. Saieti
Faltava mais um parágrafo Edgar Barroso, excelente!
Adriano Basilio Dinala
Elisio Macamo . Continua a receber chambocos
Quingue Macuacua
Você escreve para caramba Mano. Isso é sobrenatural!
Zélio João Ibraimo 
Para não ter que dizer: procura o que fazer, o país está cheio de problemas
😅
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Jose Cumaio
Terrorismo intelectual... Heheheheh Grande texto!
Arcénio Macamo
Há gajos que escrevem!
Jose Cumaio
Se o Prof. Tentar responder ah... Check-mate..
Amarildo Manuel Cumbanane
Continua sem reconhecer a sua (in)suspeita desproporcionalidade analítica, especificamente manifesta na concentração desmedida da sua atenção crítica sobre Venâncio Mondlane e o partido ANAMOLA😜🤪😝
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