Os vendedores ambulantes de diferentes produtos, nomeadamente alimentares, vestuários, higiénicos entre outros, já começaram a abandonar as ruas e passeios da cidade de Nampula, no norte de Moçambique.
A reacção é resultado de um ultimato feito por Paulo Vahanle, autarca do maior concelho autárquico do norte de Moçambique, na última segunda-feira, no qual apelou aos vendedores ambulantes para abandonarem as ruas e passeios da urbe.
Tal como avançamos na edição 286, o edil assegurava que no negócio nas ruas teria dias contados, eis que Paulo Vahanle abandonou o seu gabinete de trabalho, e na companhia da sua equipe de trabalho escalou os vários mercados improvisados nas ruas e passeios para dar um ultimato, pessoalmente, aos vendedores para abandonarem os passeios.
O autarca escalou, sucessivamente, os mercados instalados forçosamente nos passeios da avenida do Trabalho, sobretudo na zona da Padaria Nampula, centro de saúde 1º de Maio, e um outro, de peixe, que acaba de surgir na chamada zona da “meia – via”, onde deixou ficar um único recado: abandono definitivo dos locais de forma voluntaria e caso pautassem pela renitência não se responsabilizaria pelo que viesse a acontecer.
Vahanle explicou, na ocasião, que existem, na cidade de Nampula, vários mercados abandonados, citando os exemplos dos de Muanona, Mpavara, Shoping do Povo, 25 de Junho, Memória, Yeye e Muthita – Subestação e que os mesmos poderiam acolher de volta os vendedores. Alias, o autarca constatou, depois de efectuar uma visita, que nestes estabelecimentos comerciais existe condições condignas para a prática do comércio.
Entretanto, os vendedores, apesar de reconhecerem que atentavam contra a postura camarária ao praticaram o comercio na rua, mostraram-se desapontados com a decisão da edilidade, pois segundo eles, aqueles locais eram de fácil acesso para os clientes de diferentes pontos da cidade, além de que conseguiam obter ganhos nas suas actividades em pouco tempo.
Juma Abdala, um dos vendedores ouvidos pelo Ikweli, lamentou a decisão e receia “morrer a fome”. “De facto, nesses mercados em que o presidente se refere existem condições para o comércio, mas não há clientes como por exemplo aqui [na rua]”, disse, aparentemente agastado.
Munícipes sentem-se aliviados
Enquanto a decisão aborrece os vendedores, os munícipes festejam pela iniciativa da edilidade em retirar os comerciantes informais nas ruas e passeios da cidade, pois, segundo eles, além de sujarem a urbe contribuíam para ocorrência de acidentes de viação, visto que, vezes sem conta, eram forçados a partilhar as estradas com os automobilistas.
“A ter que se efectivar a retirada de todos os vendedores dos passeios e ruas, estaremos muito agradecidos e a cidade voltará a ser mais organizada e limpa como era antes, na altura do presidente Amurane”, disse Adelaide Alexandre, residente no concelho autárquico de Nampula.
Igualmente, é do interesse de Vahanle acabar com o negócio dos take aways espalhados pelas ruas e passeios de Nampula. (Texto: Sitoi Lutxeque, Foto: Hermínio Raja)
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