30.11.2018 às 18h20
Os resultados negativos estão praticamente em linha com o registado em igual período de 2017,
O Novo Banco teve prejuízos de 419,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o banco liderado por António Ramalho sublinha que "pela primeira vez na sua história o Novo Banco teve um crescimento de 5,2% do resultado financeiro e de 3,9% do produto bancário comercial. O que quer dizer que os resultados operacionais estão a melhorar, embora o legado ainda pese nas contas do banco.
Os custos operacionais caíram 7,8%, o que diz o banco, "permitiu um crescimento do resultado operacional core (o negócio bancário) de 41.5%".
O rácio do crédito malparado (NPE) situou-se nos 27,7%, o que ainda é muito significativo, embora tenha decrescido 3,8% face a setembro de 2017. O legado em termos de crédito não produtivo continuar a pesar nas contas do banco. De janeiro a setembro registou uma redução de 1,6 mil milhões de NPE. Em setembro o crédito não produtivo ascendia a 8,5 mil milhões tendo a cobertura por imparidades reforçada para 63,5%, quando em setembro de 2017 era de 51,9%.
"Apesar das melhorias, o legado vai continuar a custar tempo e dinheiro", afirmou António Ramalho ao Expresso. Porém, o presidente executivo do banco diz que nem tudo é mau . " As boas noticias decorrem dos crescimentos da margem financeira e do produto bancário. Mas é preciso continuar a limpar o legado".
Um ano após a compra do banco pelos norte-americanos da Lone Star que ficaram com 75% do capital, verificou um reforço das imparidades e provisões em cerca de 456 milhões, com destaque para as dotações para crédito que ascenderam a 232,6 milhões.
Os recursos do Novo Banco observaram uma queda de 7,1%, embora os depósitos tenham crescido 13,7% no período. Já quanto ao crédito concedido o decréscimo em termos líquidos foi de 6,1%. No que toca ao crédito concedido a empresas a queda foi ainda maior, 7,7% face a igual período de 2017, com o crédito a particulares, sobretudo habitação com um crescimento marginal de 0,8% e a rúbrica, outro crédito (consumo) a subir 3,5%.
O rácio de transformação (crédito sobre depósitos) desceu para os 86% face aos 103% em setembro de 2017, devido ao crescimento dos depósitos e redução do crédito.
O rácio de capital do Novo Banco (CET1) foi de 13,5% e o rácio de capital total de 15,2%.
Recorde-se que no final do ano o banco fechou as suas contas com prejuízos recorde de 1.395,4 milhões de euros, num ano em que constituiu mais de 2.000 milhões de euros de imparidades (provisões para perdas potenciais). Já depois da compra pela Lone Star concretizada em outubro de 2017 e da injeção de capital que os norte-americanos fizeram de 1000 milhões de euros em 2017. O Fundo de Resolução ficou com 25% do capital e a obrigação de injetar capital no banco se a desvalorização dos ativos problemáticos que ficaram sob a sua alçada (3,89 mil milhões) tivessem impacto no capital do banco.
No final de maio deste ano, e na sequência das elevadas perdas registadas, o Fundo de Resolução injetou 792 milhões no banco, dos quais 430 milhões de euros resultaram de um empréstimo ao Estado.
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