A escalada de violência em Cabo Delgado está, aparentemente, a colocar a nu a falta de controlo e incapacidade das forças de segurança naquele ponto do país, com insurgentes a movimentarem-se pela província e a protagonizarem ataques em aldeias com saques e destruições pelo meio. Duas aldeias do distrito de Nangade, norte de Cabo Delgado, foram atacadas no último sábado, em mais uma acção de terror que continua a ser imposta por grupos armados inspirados no radicalismo islâmico. No concreto, trata-se das aldeias Machava e 5º Congresso. Na aldeia Machava, segundo soube o SAVANA de fontes no terreno, os insurgentes irromperam em plena luz do dia, entre 12 e 13 horas, matando quatro pessoas, dos quais um funcionário da administração distrital de Nangade. O funcionário era motorista de um tractor que, normalmente, fazia o trajecto entre a sede distrital e a aldeia Machava, apoiando no transporte de castanha de caju da aldeia para a vila sede distrital. Aliás, foi exactamente na altura em que o tractorista ia buscar castanha de caju que foi surpreendido pela invasão dos atacantes, tendo o tractor sido incendiado. As restantes três vítimas da aldeia
Machava são pai e os seus dois filhos. Ainda no distrito de Nangade, os insurretos atacaram por volta das 23:00 horas de sábado a aldeia denominada 5º Congresso. Porque já se sabia que a aldeia estava, igualmente, na mira do grupo, a administração local, em coordenação com as Forças de Defesa e Segurança (FDS), conseguiu disponibilizar, aos milicianos locais, um total de três armas de fogo. Com base nelas, os milicianos conseguiram, diante do ataque, avançar para uma contra – resposta e, graças à reacção, nenhum civil foi morto pelos atacantes. Entretanto, do confronto, soubemos, dois milicianos foram feridos, dos quais, um veio a perder a vida no Hospital Distrital de Mueda. À saída, os atacantes conseguiram ainda atear fogo em 43 casas construídas de material precário. A 27 de Novembro passado, a aldeia de Namacuto, a cerca de 50km de Macomia, foi saqueada, casas incendiadas e habitantes expulsos. Os ataques têm sido cometidos na base de meios artesanais, sem recurso a armas de fogo. A 22 de Novembro, registou-se um ataque na aldeia de Chikaua, distrito de Nangade, próximo da fronteira com a Tanzânia. 12 civis em diversas aldeias foram mortos, com a destruição de dezenas de
casas. Fontes no terreno fazem notar que os insurgentes estão a adoptar uma estratégia de dispersão das suas células, tornando a sua eliminação mais complexa. Vários países e parceiros privados têm vindo a oferecer apoio ao governo. Estados Unidos da América, Rússia, África do Sul, Argélia e Marrocos são alguns dos países que se disponibilizaram a apoiar. Até ao momento, Moçambique tem resistido em aceitar apoios internacionais, porque, segundo apurámos, tal corresponderia a assumir a falta de controlo da situação numa zona palco de grandes investimentos na indústria de gás natural.
Num passado recente, chegaram propostas do sector privado envolvendo Erik Prince, o norte-americano fundador da Blackwater, multinacional do sector de segurança privada e sócio da Frontier Services Group, que entrou na Ematum, pela mão de António Carlos do Rosário (ACR), antigo director da inteligência económica nos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE). ACR, identificado como Indivíduo “A” no relatório Kroll, é um dos cérebros das chamadas dívidas ocultas, que empurraram o país para um descrédito nas praças financeiras internacionais.
No sentido de apurar mais elementos sobre o sucedido, o SAVANAprocurou falar com o administrador distrital de Nangade, Dinis Mitandi, mas aquele responsável do Estado não conseguiu dar detalhes da situação, alegadamente porque está de férias há quatro dias. No concreto, não desmentiu, mas também não confirmou, tendo deixando simplesmente a indicação de que “não estando no local, não posso descrever o ambiente do que aconteceu”. Nisto, pediu que falássemos com a Polícia da República de Moçambique, tanto a nível provincial, assim como a nível do Comando-Geral. Entretanto, como se sabe, a Polícia da República de Moçambique em Cabo Delgado, há muito, que rejeita completamente abordar o assunto “homens armados” e o Comando-Geral já deixou claro que só fala uma vez por semana, no caso, às terças. Oficialmente não existem dados do balanço em torno das acções de homens armados em Cabo Delgado, mas calcula-se em cerca de 280, o número de pessoas que já terão morrido desde Outubro de 2017, entre população civil (maioria), elementos das Forças de Defesa e Segurança e do grupo atacante.
Machava são pai e os seus dois filhos. Ainda no distrito de Nangade, os insurretos atacaram por volta das 23:00 horas de sábado a aldeia denominada 5º Congresso. Porque já se sabia que a aldeia estava, igualmente, na mira do grupo, a administração local, em coordenação com as Forças de Defesa e Segurança (FDS), conseguiu disponibilizar, aos milicianos locais, um total de três armas de fogo. Com base nelas, os milicianos conseguiram, diante do ataque, avançar para uma contra – resposta e, graças à reacção, nenhum civil foi morto pelos atacantes. Entretanto, do confronto, soubemos, dois milicianos foram feridos, dos quais, um veio a perder a vida no Hospital Distrital de Mueda. À saída, os atacantes conseguiram ainda atear fogo em 43 casas construídas de material precário. A 27 de Novembro passado, a aldeia de Namacuto, a cerca de 50km de Macomia, foi saqueada, casas incendiadas e habitantes expulsos. Os ataques têm sido cometidos na base de meios artesanais, sem recurso a armas de fogo. A 22 de Novembro, registou-se um ataque na aldeia de Chikaua, distrito de Nangade, próximo da fronteira com a Tanzânia. 12 civis em diversas aldeias foram mortos, com a destruição de dezenas de
casas. Fontes no terreno fazem notar que os insurgentes estão a adoptar uma estratégia de dispersão das suas células, tornando a sua eliminação mais complexa. Vários países e parceiros privados têm vindo a oferecer apoio ao governo. Estados Unidos da América, Rússia, África do Sul, Argélia e Marrocos são alguns dos países que se disponibilizaram a apoiar. Até ao momento, Moçambique tem resistido em aceitar apoios internacionais, porque, segundo apurámos, tal corresponderia a assumir a falta de controlo da situação numa zona palco de grandes investimentos na indústria de gás natural.
Num passado recente, chegaram propostas do sector privado envolvendo Erik Prince, o norte-americano fundador da Blackwater, multinacional do sector de segurança privada e sócio da Frontier Services Group, que entrou na Ematum, pela mão de António Carlos do Rosário (ACR), antigo director da inteligência económica nos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE). ACR, identificado como Indivíduo “A” no relatório Kroll, é um dos cérebros das chamadas dívidas ocultas, que empurraram o país para um descrédito nas praças financeiras internacionais.
No sentido de apurar mais elementos sobre o sucedido, o SAVANAprocurou falar com o administrador distrital de Nangade, Dinis Mitandi, mas aquele responsável do Estado não conseguiu dar detalhes da situação, alegadamente porque está de férias há quatro dias. No concreto, não desmentiu, mas também não confirmou, tendo deixando simplesmente a indicação de que “não estando no local, não posso descrever o ambiente do que aconteceu”. Nisto, pediu que falássemos com a Polícia da República de Moçambique, tanto a nível provincial, assim como a nível do Comando-Geral. Entretanto, como se sabe, a Polícia da República de Moçambique em Cabo Delgado, há muito, que rejeita completamente abordar o assunto “homens armados” e o Comando-Geral já deixou claro que só fala uma vez por semana, no caso, às terças. Oficialmente não existem dados do balanço em torno das acções de homens armados em Cabo Delgado, mas calcula-se em cerca de 280, o número de pessoas que já terão morrido desde Outubro de 2017, entre população civil (maioria), elementos das Forças de Defesa e Segurança e do grupo atacante.
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