sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Trump duplica taxas alfandegárias e lira turca afunda 16%

ATUALIZADO
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A lira caiu a pique assim que Donald Trump anuncia mais taxas sobre a Turquia. Erdogan fala em guerra económica e pede aos turcos para trocarem dólares que têm "debaixo da almofada" por liras turcas.

AFP/Getty Images
Depois de uma manhã de turbulência e de uma recuperação parcial, a lira turca voltou a afundar 16% face ao dólar na sequência do anúncio de Donald Trump de que autorizou a duplicação das taxas alfandegárias sobre a importação de aço e alumínio da Turquia, num altura em que a relação entre os dois países está tensa. Reçep Tayip Erdogan pede aos turcos para trocarem euros e dólares que têm “debaixo das almofadas” por liras e fala em guerra económica contra a Turquia.
“Acabei de autorizar a duplicação das tarifas sobre o aço e o alumínio relativamente à Turquia numa altura em que a sua moeda, a lira turca, desvaloriza rapidamente contra o nosso forte dólar! [A taxa sobre o] alumínio será agora sobre 20% e sobre o aço 50%. As nossas relações com a Turquia não são boas nesta altura”, disse o presidente dos Estados Unidos numa publicação na rede social Twitter.

I have just authorized a doubling of Tariffs on Steel and Aluminum with respect to Turkey as their currency, the Turkish Lira, slides rapidly downward against our very strong Dollar! Aluminum will now be 20% and Steel 50%. Our relations with Turkey are not good at this time!

A decisão de Donald Trump foi anunciada numa altura em que a lira turca já recuperava de uma forte desvalorização que tinha acontecido no início das negociações. Durante a manhã, a lira turca chegou a cair 11% e depois recuperou parte das perdas. No entanto, assim que foi anunciada a decisão, a moeda turca voltou a cair a pique e já caia mais de 16% pelas 14h40 desta sexta-feira.
Os juros exigidos pelos investidores para comprar dívida turca a dez anos também se continuam a subir, atingindo os 19,74%. A bolsa está a acompanhar a tendência, com os seus principais índices a caírem mais de 5%.
Na Europa, um autêntico mar de vermelho. O bolsa italiana é a que mais cai, com o seu principal índice, o FTSE MIB chegou a cair mais de 3%. Na Alemanha e em Espanha os principais índices caiam à volta de 2%, e em França 1,7%. O principal índice da bolsa portuguesa, o PSI20, também cai cerca de 0,7%.
O euro também está a cair face ao dólar, na sequência da turbulência vinda da Turquia. A moeda única chegou a desvalorizar quase 0,9%.
De costas voltadas com Trump, Erdogan vira-se para a Rússia
Com a tensão com os Estados Unidos cada vez mais elevada, o presidente turco falou ao telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para o que o regime turco diz ter sido uma conversa sobre as relações económicas entre os dois países.
Segundo a Associated Press (AP), responsáveis do governo turco, que pediram para não serem identificados, disseram que os dois presidentes expressaram o seu “agrado” que os laços entre os dois países estão a ser reforçados e pela continua cooperação nas áreas da defesa e da energia, no que parece ser uma alfinetada aos EUA e aos aliados europeus, já que a Turquia é um dos países que integram a NATO. Recentemente, a Turquia decidiu comprar sistemas de defesa anti-míssil à Rússia. A Rússia também está a construir uma central de energia nuclear na Turquia.
Deus e o dinheiro debaixo do colchão como política económica
“Se eles têm dólares, nós também temos o nosso povo, o nosso Deus”, foi uma das primeiras reações do dia do presidente Reçep Erdogan. Depois disso, Erdogan tentou passar mais uma mensagem de calma e fez um apelo pouco ortodoxo à população.
Troquem os vossos euros, dólares e ouro que têm guardados debaixo da almofada por liras nos nossos bancos. Esta é uma luta doméstica e nacional”, disse.
“Esta vai ser a resposta do meu povo àqueles que estão a fazer uma guerra económica contra nós”, acrescentou, antes de garantir que o seu governo não ia perder esta guerra.
No entanto, horas mais tarde o ministro das Finanças da Turquia, Berat Albayrak, que é também genro do presidente turco, sentiu necessidade de vir a pública garantir a independência do banco central: “um dos nossos princípios será garantir a independência total da política monetária”.
A garantia foi deixada durante a apresentação dos planos do governo para um novelo modelo económico na Turquia.
Para garantir a valorização da moeda, a Turquia poderia recorrer à compra da moeda turca como forma de criar artificialmente procura. No entanto, para que essa estratégia funcionasse, teria de ser o banco central a atuar e este teria de ter reservas de moeda estrangeira de uma dimensão considerável que pudesse utilizar nesta altura para estabilizar a moeda, o que não é o caso do banco central da Turquia.
Bancos espanhóis são os mais expostos
Entre os bancos internacionais, os espanhóis eram os mais expostos à Turquia no primeiro trimestre deste ano. De acordo com o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS, na sigla em inglês), a exposição dos bancos espanhóis à Turquia é de cerca de 82,3 mil milhões de dólares. Destes, apenas 2,4 mil milhões de dólares é de exposição aos bancos turcos. A maior parte é a empresas, mais de 59 mil milhões de dólares, mas os bancos espanhóis também detém cerca de 19,3 mil milhões de dólares de dívida pública turca.
No entanto, se se adicionarem a estes o valor das garantias concedidas por bancos espanhóis a entidades turcas e os compromissos já assumidos para dar créditos, a exposição dos bancos espanhóis seria superior a 100 mil milhões de dólares.
Em segundo lugar nesta lista surgem os bancos franceses,  com uma exposição total que ronda os 38,4 mil milhões de dólares, dos quais 24,2 mil milhões são também a empresas. Deste bolo total, os bancos franceses terão ainda cerca de 7 mil milhões de dólares emprestados ao setor público turco e outros 3,9 mil milhões de dólares a bancos turcos.
Os bancos alemães surgem como os terceiros mais expostos, mas só contando com a zona euro (já que o Reino Unido e os Estados Unidos são o terceiro e quarto mais expostos em termos globais) com uma exposição de cerca de 17,2 mil milhões de dólares, mas com mais dinheiro em bancos do que em dívida pública. Os bancos italianos são os quartos mais expostos da zona euro, com um uma exposição de cerca de 16,9 mil milhões de dólares.
O que agravou esta crise?
Os receios em torno da situação económica turca agravaram-se depois de um embate entre o presidente da Turquia e o presidente dos Estados Unidos, depois de a Turquia prender e se recusar a libertar Andrew Brunson, um pastor norte-americano de 50 anos oriundo da Carolina do Norte.
Andrew Brunson encontra-se atualmente sob prisão domiciliária e é um dos 20 norte-americanos acusados pela justiça turca de participarem na tentativa de golpe de Estado contra o presidente da Turquia em 2016.
O pastor é acusado de ter ligações a dois grupos que a Turquia considera terroristas, o partido dos trabalhadores do Curdistão – mais conhecido como PKK – e o movimento liderado por clérigo turco radicado nos Estados Unidos, Fethullah Gulen.
Fethullah Gulen é considerado por Erdogan como o responsável máximo pela tentativa de golpe de Estado e tem sido um foco de tensão entre Turquia e Estados Unidos. A Turquia exige, desde 2016, a extradição de Fethullah Gullen para que seja julgado na Turquia como o autor moral da tentativa de golpe de Estado, mas os EUA recusaram sempre estas pretensões, tanto durante a administração de Barack Obama como na de Donald Trump.
O presidente norte-americano já falou diretamente como Erdogan a exigir a libertação do clérigo norte-americano, mas o presidente turco tem recusado. Na sequência da falta de entendimento, Donald Trump ameaçou impor sanções contra a Turquia, que como uma economia fragilizada, se vê agora a braços com uma instabilidade que pode sair cara aos turcos.
Os Estados Unidos também já tinham aplicado sanções contra dois responsáveis turcos há cerca de um mês, em resposta a este caso. Na altura, a Turquia prometeu retaliar.rasputine
Trump é um grande liberal. Diz aos europeus: os senhores são obrigados a comprar as nossas armas e a aumentar o vosso orçamento para 4% do PIB. 
O senhores são obrigados a comprar produtos agrícolas geneticamente modificados e tratados com pesticidas banidos na Europa.
Os senhores tem que acabar com as  regas de segurança alimentar.
Os senhores tem que comprar o gás de xisto americano.
Os senhores tem que comprar bens e serviços americanos de informática e aceitar backdoors.
... Ler mais
Ping PongYang
3 m
Menos um para ajudar a partilhar a fractura do F35... Outros se seguirão !
Sois Trumpa
26 m
EU NÃO TENHO DÚVIDAS EM AFIRMAR QUE PELO RUMO QUE O €UROPISTAN ESTÁ A TOMAR VAI HAVER DEPORTAÇÃO EM maSSa
NOVAMENTE, TAL COMO ACONTECEU NA DECÁDA DE 40 DO SÉCULO PASSADO COM O 88, E DEPOIS AI JISAS QU'ELE VOLTOU, ...ÓTRA VEZ!? 
É CERTO QUE SE VIVE INFINITAMENTE MELHOR NO MUNDO OCIDENTAL QUE NO MUNDO DO DARKNESS, ENTÃO RESOLVAM O PROBLEMA MAS NÃO OS TRAGAM PARA, O €UROPISTAN TEM DE VOLTAR  SER €UROPA.
OU É PRECISO A AUTO AJUDA DO PETER$ON E DA HELEN FISHER.? SIM TAMBÉM AÍ, EM BELÉM & S. BENTO.
Dr. Feelgood
28 m
I love the smell of napalm in the evening.

Go DJ got'em by the bollocks, man.
Maurilio Raposo
35 m
Lembrete: O Erdogan pediu aos Turcos na Europa que tivessem 5 filhos para tomar conta disto. Este senhor é um inimigo dos Europeus, e um incompetente de primeira categoria. Finalmente temos alguem que lhe faça frente - uma vez mais os EUA a salvar a Europa, e a Europa uma vez mais mal agradecida e impotente no meio dos acontecimentos
Sois Trumpa
36 m
2º ATENTADO
Quanto + TRUMP talvez menos EUROPISTAN, menos ESCRAVOS e talvez a PORTEIRNHA de LESTE seja posta na ORDEM de VEZ.A IDEOLOGIA DA IDADE DAS TREVAS DO LENÇOL, DO FARRAPO NA TOLA,  DA SANDÁLIA E DA PEDRADA NO CUBO MÁGICO PRETO TEM DE DESAPARECER ou vai continuar a haver aquilo que + se tem visto ...... a ESTUPIDEZ ...O RESTO NÃO SE PODE DIZER QUE O ALGORITMO NÃO DEIXA.
À INTELIGÊNCIA.
Caril Costa
44 m
Trocar dólares por liras turcas?? Só se fossem doidinhos!
José Paulo C Castro
1 h
Lembram-se da imagem em que ele estava sentado e todos à volta a pressioná-lo ?

Olhem agora de novo e pensem quem manda. 

E só de pensar que ele lhes tinha oferecido uma liberalização total do comércio internacional...
Há quem nasça para ser criado, tal como o Durão Barroso...
Relvas Analytics
1 h
O Trump anda por aí a criar futuros criados.
Foi esta politica do quero, posso e mando que transformou os EUA na maior potência mundial. certo ou errado não sabemos, mas negar isso é ingenuidade.

Desde o fim da segunda guerra mundial que os EUA se afirmaram, mostraram quem manda e os outros é que necessitam dos EUA.
Quer gostemos ou não, a verdade é essa.

Trump pegou de novo nesse conceito e tenta aplicar de novo numa época em que os EUA se estavam a ir abaixo.

PortugueseMan .Relvas Analytics
1 h
...Desde o fim da segunda guerra mundial que os EUA se afirmaram, mostraram quem manda e os outros é que necessitam dos EUA...

Só que a época é outra.

Nessa altura a Europa estava destruida, fruto da guerra no seu próprio território.

Os EUA tinham tudo a funcionar em pleno.

Agora não.

Agora, até o ouro que as nações colocaram nos EUA, por uma questão de segurança está a ser retirado de lá. o que por si só já diz muito.
victor guerraPortugueseMan .
58 m
Com Obama era a mesma.Trump está a ajudar  a Europa a amadurecer,enfrentando custos e decisões politicas
Relvas AnalyticsPortugueseMan .
57 m
Está tudo na mesma, a Europa a caminho da destruição e insatizfação do povo, e o EUA a maior potência do mundo.
A europa cada vez mais tem menos impotância no mundo, apenas serve para proteger "refugiados".
PortugueseMan .victor guerra
55 m
A Europa não precisa de ajuda para amadurecer, só precisa de tempo
PortugueseMan .Relvas Analytics
54 m
A Europa não está a caminho da destruição.

O que estamos a assistir é a uns EUA que tentam estar no topo da pirâmide.

Mas mesmo com estas jogadas, penso que não vai conseguir ficar no ramo mais alto. 
Relvas AnalyticsPortugueseMan .
35 m
Há muitos anos que os EUA estão no topo da pirâmide. Desculpa mas não ver isso é de uma pura ingenuidade.

A europa está a perder a sua identidade, isso é fraqueza, o povo fica desconfiado e revoltado, partidos de extrema direita ganham poder...depois é o divorcio em massa.
PortugueseMan .Relvas Analytics
29 m
...Há muitos anos que os EUA estão no topo da pirâmide. Desculpa mas não ver isso é de uma pura ingenuidade...

Claro que estão há muitos anos no topo. Esse é o problema, há mais a subir e estão a lutar para não ter que partilhar o lugar.

O que eu acho é que não vão conseguir reverter esta tendência.

Vários países estão a colocar isso em causa.

Relvas AnalyticsPortugueseMan .
23 m
Não são vários, é apenas a China e a Russia...bom é a Russia.
Jean-Pierre ThiranPortugueseMan .
19 m
...lol...
PortugueseMan .Relvas Analytics
16 m
A Rússia não é uma potência económica. É apenas uma potência militar e energética.

A China é uma potência económica. 

A Rússia não tem como ameaçar o lugar do topo dos EUA, mas está a tentar que esse topo esteja ocupado por vários.

E dado que tem interesses convergentes com a China os dois são uma séria ameaça aos EUA e nas suas pretensões.

Basta ver a ameaça da China de aplicar uma taxa de 25% ao gás GNL importado dos EUA. É um murro no estômago, dos produtores americanos que estão a tentar com toda a força ganhar quota de mercado.
PortugueseMan .Jean-Pierre Thiran
12 m
Quer participar na troca de opiniões, ou isso é o melhor que pode fazer...?
Relvas AnalyticsPortugueseMan .
9 m
A Russia é a segunda maior potência militar. e é este tipo de potência que dita as regras, pois é ele que implementa o medo.
A primeira potência militar já sabemos qual é. o orçamento militar dos EUA é algo de doidos.

Os outros países como medida de proteção têm de escolher a quem se aliam, á primeira ou á segunda.
PortugueseMan .Relvas Analytics
1 m
Certo.

E o que digo é:

Ninguém pode atacar os EUA militarmente.

Agora se atacarem a economia deles, tudo o resto é afectado, INCLUINDO aquele gigante orçamento militar...
Luis Ribeiro
1 h
problemas com os bancos franceses e alemaes????? Portugal paga!!!!
Passos, O Catedrático (de Aviário)
1 h
Se Donald Trump fosse o Presidente dos EUA em 2015, nunca o meu governo teria iniciado nesse ano a recuperação económica de Portugal. Pelo contrário, teríamos voltado à segunda maior recessão desde 1960, da qual me envergonho e que levou o país a uma dramática queda superior a quatro por cento do PIB em 2012. Não foi bem uma recessão mas antes uma depressão. Estou muito preocupado com os enormes esforços que o senhor primeiro-ministro Doutor António Costa terá de fazer para contrabalançar os desvarios deste senhor Trump. Mas quero reiterar que confio no senhor primeiro-ministro Doutor António Costa pois é um homem notável. Peço-lhe que nunca desista e que mantenha Portugal sempre à frente. Desejo-lhe os maiores sucessos e uma retumbante vitória eleitoral nas legislativas de 2019.
victor guerra
1 h
Um homem de negócios.Oferece um corte de x porcento.quem não quer,passe bem
Ku Doirado
2 h
O Trump está a lançar meio mundo nos braços da Russia. Está a arranjar inimigos em meio mundo. Que se ponha a pau, o inimigo do meu amigo meu inimigo é.
Eduardo Batista
3 h
Grand Trump. Um estratega...
Ping PongYangEduardo Batista
2 h
Atacar aliados antigos, pode parecer boa ideia no momento. A médio e a longo prazo paga-se sempre demasiado caro !
PortugueseMan .Ping PongYang
1 h
Concordo.

Esta política do "quero, posso e mando", não sei se vai dar bons resultados.

Sanções à Turquia, Irão, Rússia.

Ameaça de sanções à Indonésia.

Guerra comercial com a UE, China e mais uns quantos.

Vamos a ver até onde isto vai.
Eduardo BatistaEduardo Batista
1 h
É o poder do individualismo. Este individualismo está nas populações reprimidas, pelo menos numa parte delas, onde as pessoas sabem pensar. Trump tem o apoio do cidadão comum, por todo o planeta. Erdogan só ganhou nas zonas rurais. No litoral, ninguém gosta dele. De qualquer das formas, os amaricanos conjugam o poder económico com o militar, como nenhum outro, daí o seu poder. A grande ameaça é interna. O povo amaricano está agora dividido...tudo vai depender dos sucessos alcançados por Trump.

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