segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Jornalista iraniano critica proibição de concertos e é condenado a dez anos de prisão

Jornalista iraniano critica proibição de concertos e é condenado a dez anos de prisão

Mesquita em Mashhad onde se encontra o mausoléu do imã Reza, figura venerada entre os xiitas.
DEA / ARCHIVIO J. LANGE/GETTY IMAGES

Mir Mohammad-Hossein Mir-Esmaili, que trabalha para um diário iraniano, irá recorrer da sentença, conforme anunciou o seu advogado

Mir Mohammad-Hossein Mir-Esmaili, jornalista iraniano, expressou o seu descontentamento no Twitter face à proibição de organizar concertos em Mashhad, imposta por um dos principais clérigos xiitas da cidade iraniana, e foi condenado a dez anos de prisão por causa disso, disse o seu advogado esta segunda-feira aos media locais.
O jornalista, que trabalha para o diário iraniano “Jahan-e Sanat”, foi detido em abril do ano passado, quando tentava sair do país. Ahmad Alamolhoda, clérigo xiita de Mashhad, tinha anunciado há pouco tempo que não haveria mais concertos de música naquela cidade e Mir Mohammad-Hossein Mir-Esmaili mostrou-se contra a medida no Twitter.
“Alamolhoda disse que a música e a dança são um insulto ao imã Reza [um dos 12 imãs que descendem de Maomé, segundo o xiismo, corrente do Islão, e por isso uma figura venerada entre os xiitas]. Por favor, não nos mintam, o imã Reza era um dos nossos”, escreveu o jornalista, numa publicação que foi entretanto apagada.
Mir Mohammad-Hossein Mir-Esmaili viria a clarificar o seu comentário numa publicação seguinte mas isso não impediu que as suas palavras fossem consideradas insultuosas pelas autoridades iranianas, que o condenaram a dez anos de prisão.
O seu advogado, Hossein Ahmadiniyaz, mostrou-se indignado com o veredicto e anunciou que o jornalista iraniano tenciona recorrer da sentença. “Aquilo que era uma sátira acabou por ser interpretado como um insulto”, disse, citado pela agência de notícias “AFP”.

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