quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Felipe Nyusi, Emília Moiane e o inaceitável


EDITORIAL
No dia 23 de Julho do ano corrente, entrou em vigor um decreto draconiano, com o número 40 201, e que estabelece o regime jurídico das taxas a cobrar no acto do registo, licenciamento, renovação, averbamentos e encartes publicitários pelos serviços de imprensa escrita, radiofónica e televisiva, incluindo as plataformas digitais, bem como no acto da acreditação e credenciação de jornalistas e correspondentes nacionais, estran­geiros e colaboradoras autónomos, também designados “freelancer”.
O que anteriormente tinha como taxa quase zero foi actualizado com taxas inimagináveis que esfolam qualquer princípio de razoabilidade e bom senso.
Vamos colocar o assunto em números e em meticais, para se poder ter uma ideia sobre aquilo de que estamos aqui a falar. Para o licenciamento de uma rádio, o Governo passa a exigir de um milhão a dois milhões de meticais. Para o licenciamento de uma repetidora de radio o Governo passa a cobrar, segundo a nova tabela, meio milhão de meticais. No caso da televisão, as taxas variam de 1,5  milhão a três milhões de meticais, e uma repetidora paga 800.000.00  meticais.
A nova tabela ataca também a renovação das licenças, com custos a pender de 800.000.00 a um milhão de meticais. Os jornais impressos e electrónicos passam a pagar 200.000.0O meticais para efeitos de registo. A mudança de pro­prietários dos meios da comunicação social em um custo igual ao do licencia­mento, ou seja, quem quiser comprar um jornal, paga ao Governo 200.000.00 meticais, paga um milhão no caso da radio e paga um milhão e quinhentos no caso de televisão.

Para acreditação de um jornalista nacional, o Governo exige 30.000.00 me­ticais. Os jornalistas autónomos estrangeiros passam a pagar 150.000.00 meti­cais. Se o órgão de comunicação social for estrangeiro quiser ter um jornalista correspondente moçambicano, esse órgão deverá pagar ao Governo 200.000.00 meticais, mas, se quiser enviar um correspondente estrangeiro para Moçambi­que, deverá pagar qualquer coisa corno meio malhão da meticais. O averbamen­to do registo das empresas detentoras dos meios de comunicação também foi atingido. Para o caso da imprensa escrita, como ê o nosso caso, passa a custar dois milhões de meticais, as rádios pagam três milhões, e as televisões pagam quatro milhões da meticais.
A justificação oficial ê que se pretenda adequar o sector da comunicação so­cial às “exigências modernas”.  O Governo não explica o conceito de “exigências modernas" que aplica na concepção do seu decreto, mas, se tivermos de o dizer terra-a-terra, diríamos que a autoridade que superintende o licenciamento, neste caso, o Gabinete de Informação (Gabinfo) perdeu completamente a ver­gonha e decidiu fazer abertamente o que, até há dias, era feito na clandestinida­de ou com medidas camufladas. E o que é? O combate à liberdade de imprensa.
Se o Governo da Frelimo dirigido por Guebuza combatia a liberdade de im­prensa por via da intoxicação da opinião pública, com a institucionalização do famigerado G40, que minava todos os órgãos de comunicação social, dos públicos aos privados, com os tais moços de opinião de telecomando, em que, regra geral, todos pensam e anseiam colocar todos a pensar da mesma forma, o Governo de Nyusi decidiu legalizar em forma de decreto uma verdadeira sanção económica contra toda a iniciativa privada de democratização da infor­mação.
Para além de todas as questões legítimas que se possam colocar em relação a esse decreto, uma das mais importantes è mesmo legal. Sob o princípio geral da justiça na actuação da administração pública, de que faz parte o princípio da razoabilidade, da proporcionalidade, da boa-fé e os demais inerentes, um serviço que custava zero meticais não pode, de um dia para o outro, custar dois milhões. Isto equivale a tomar indisponível o que estava disponível. Não se trata de aplicar uma taxa, trata-se de interditar, em última análise.
A outra questão é saber se essa medida levou em conta a rentabilidade e sustentabilidade dos órgãos de comunicação que operam no país, e sobretudo dos órgãos privados, já que, dissimuladamente o Governo diz, no seu decreto, que também é aplicável aos órgãos públicos. A resposta ê “não”. Esses valores foram indicados numa verdadeira arbitrariedade, em que o único objectivo é dificultar ao máximo a existência de órgãos de comunicação social indepen­dentes do Governo.
E o contexto? Também se fazia mister que uma medida que mexe com a eco­nomia política dos órgãos de comunicação tivesse em conta o contexto econó­mico geral. Era preciso que o Governo tivesse ciência das contas das empresas de comunicação social no actual contexto económico, a ver se esses valores são consentâneos com a realidade dos seus proventos.
E é curioso que se diga que tais taxas astronómicas visem a compatibilização com exigências modernas. O que sabemos sobre as exigências modernas no contexto global ê de uma maior massificação de democratização da acuida­de de informar e de ser informado, estando os órgãos de comunicação social formais a desempenhar um papel cada vez mais importante para transformar a larga massa habitante em cidadãos com opinião que formam a partir de infor­mação credível, opinião essa que os faz tomar decisões politicas cada vez maia autónomas.
É mesmo inconstitucional por violar o princípio da defesa da pluralidade e do reforço da democracia. As alíneas f) e g) do Artigo 11 da Constituição da Republica determinam como objectos fundamentais do Estado moçambica­no: o reforço da democracia, da liberdade, da estabilidade social e da harmonia social e individual; a promoção de uma sociedade de pluralismo, tolerância e cultura de paz.
Se olharmos para os objectivos que repousam por detrás do decreto em aná­lise, em nenhuma linha se vislumbra, por parte da quem o idealizou e aprovou, qualquer interesse em que haja uma pluralidade de opinião na nossa sociedade e que a nossa democracia saia reforçada.
Desengane-se quem pensar que esta ofensiva visa apenas os meios de co­municação social considerados incómodos para o regime ou a possibilidade do seu surgimento. Não. Em última análise, esta medida ê contra as liberdades de informar e de estar informado. É uma medida contra a acuidade de estar qualitativamente informado. E, em última instância, è uma ofensiva contra os cidadãos, na verdadeira acepção do termo.
A última questão e não menos importante deste decreto é que o mesmo é da iniciativa do Gabinfo, órgão que é dirigido actualmente por Emília Moiane, membro em exercício do Comité Central do partido Frelimo, exac­tamente o partido que tem estado a investir tudo o que tem ao seu alcance con­tra a liberdade de imprensa em diversas frentes. Emília Moiane notabilizou-se por cobrir a campanha de Filipe Nvusi e dirigir debates televisivos e cruzadas contra a oposição na Televisão de Moçambique. Como prémio por este serviço, foi colocada como polícia dos órgãos de comunicação. E não estaríamos equi­vocados se assumíssemos que, para agradar aos que lá a colocaram, nada mais adequado que aprofundar a agenda contra a imprensa alternativa à imprensa controlada pelo partido do qual ela é membro do Comité Central.
Do nosso lado, achamos que os cidadãos devem levantar-se conta isto, por ser absolutamente inaceitável. Comissários políticos não se podem valer do poder discricionário que o Estado lhes confere para fortalecer a sua agenda conta a liberdade dos cidadãos. Não se trata apenas de um cerco contra a co­municação social, trata-se de um cerco contra o intelecto das pessoas., contra a possibilidade de as pessoas raciocinarem de forma livre. Devemos todos unir--nos contra esta tentativa vil de acabar com a verdadeira imprensa.
Este decreto é um atentado contra a faculdade de estar informado e de pensar livremente, um ataque inaceitável contra a democracia que nos custou sangue.
CANAL DE MOÇAMBIQUE – 08.08.2018
O pior legado de Nyusi e o desnorte de um Conselho de Ministros reacionário
Desde que o Presidente Filipe Nyusi chegou ao poder em 2015, Moçambique tornou-se num país mais corrupto. No Índice de Percepção da Corrupção da Transparência Internacional, temos vindo a descer de posição num ranking onde 0 é totalmente corrupto e 100 absolutamente limpo. Em 2015 fomos colocados no lugar 31, em 2016 no lugar 27 e em 2017 no lugar 25. Desde que o Presidente Nyusi chegou ao poder, a liberdade de imprensa tem retrocedido. Este ano, a RSF (Reportéres Sans Frontieres), colocou-nos descendo no seu ranking. Descemos da posição 93 para a posição 99. O score relevante, compilado com base em dados qualitativos e quantitativos sobre abuso contra os media e jornalistas, manteve-se inalterado. O problema é que outros países ultrapassaram o nosso. O Timor e a Libėria, por exemplo.
Este ano no seu relatório sobre direitos humanos, a Human Rights Watch (HRW) destaca uma tendência recente para crimes políticos e contra a liberdade de expressão. A impunidade é gritante. Os assassinatos de magistrado (juiz Silica), académico (Giles Cistak) e político (Jeremias Pondeca), todos eles antes de Nyusi completar o primeiro de dois mandatos constitucionalmente previstos, nunca foram resolvidos. Mais recentemente, figuras proeminentes do comentário politico (o académico José Macuane e o jornalista Ericino de Salema) foram violentamente atacadas, numa investida facínora contra a liberdade de expressão.
Desde que Moçambique iniciou sua transição para a democracia nos anos 90, nunca se tinha visto tamanha deterioração de indicadores relevantes das área da Governação. O assassinato do jornalista Carlos Cardoso em 2000 foi o mais drástico atentado contra a liberdade de expressão desde o início da IIa República em 1990. As percepções sobre a corrupção sempre foram negativas mas mostraram alguma melhoria com a aprovação da Lei Anti-Corrupção em 2004 e a condenaçāo judicial de alguns peixe-graúdos nos anos subsequentes, como Diodino Cambaza e Almerinho Manhenje. A incidência da violação de direitos humanos tinha fundamentalmente base na violência policial e não necessariamente em crimes contra o pensamento livre, centralmente comandados.
Numa mistura de avaliações, avanços e retrocessos nos campos da proteção dos directos humanos, da liberdade de expressão e da acçāo penal contra a corrupção, as autoridades moçambicanas nunca ousaram estrangular a liberdade de imprensa. Desde Chissano a Guebuza, ela foi sempre protegida ferreamente, pelo menos de jure. Quando houve percepções negativas, elas destacavam o acesso difícil à publicidade estatal ou a falta de sustentabilidade económica da maioria dos meios. No último caso, só o crescimento da economia podia melhorar o estado das coisas. Quando Armando Guebuza chegou ao poder em 2005, muitos esperavam um agravamento das liberdades de expressão e de imprensa mas isso não se verificou. Anos depois, o Juiz Joāo Guilherme arquivou um processo contra o economista Carlos Castel-Branco, em que o ofendido era o Presidente Guebuza, mas este se conformou com a decisão.
Durante estes anos de democracia, Moçambique mostrou sempre um quadro positivo de liberdade de imprensa. Quando muito indicadores se deterioravam, incluindo os ratings sobre a dívida soberana, a liberdade de imprensa manteve-se como um valor positivo de uma democracia minimalista, com avanços aqui e alguma estagnação em dimensões como participação em processos legislativos, por exemplo. Muita reforma legal recente foi operada sem consulta pertinente aos relevantes stakeholders. Por isso, a CTA juntou forças para influenciar um diploma que obrigava o Governo a fazer consultas quando quisesse encetar uma reforma legal. Essa proposta foi entregue ao executivo há meses. Mas segue empoeirando-se nalguma prateleira. Quando se esperava a aprovação desse diploma, o mesmo executivo exara sem consulta um documento legal que atenta drasticamente contra a liberdade de imprensa.
O único indicador que nos podia orgulhar no plano internacional, em comparação com outros países, foi profundamente arrasado, numa atitude reacionária de um dos governos menos competentes deste a transição política e económica. A aprovação desse diploma é a prova paroquial dessa incompetência tamanho do Governo e da incapacidade de Filipe Nyusi em disciplinar a arrogância e o fanatismo de uma entourage de ministros e assessores empenhados em lhe esfaquear pelas costas, fingindo que lhe estão ajudando.
Este decreto do Conselho de Ministros, que impõe essas medidas draconianas contra a liberdade de imprensa, é um presente envenenado para ele. O Presidente está mal acompanhado. Gente, como os antigos ministros Jorge Ferrāo e Pedro Couto, que podiam argumentar contra esta medida, foram afastados do Governo. A única saída do PR é rasgar este decreto. Paciência! Se ele não o fizer, Nyusi estará cimentando um legado de autocrata. Estará tambem legitimando a pior nódoa da sua governação. Com um país de tangas e em crise profunda, os ministros e assessores de Nyusi deviam apoiá-lo na edificação de uma narrativa de esperança assente em reformas concretas e uma mensagem capaz de mobilizar novamente uma sociedade fracturada e reconquistar alguma credibilidade no plano internacional.
Ao invés de aprendermos com a narrativa de uma nova madrugada depois do pesadelo de Zuma aqui o lado na RAS, nossos ministros fazem uma inversão de marcha na mais intacta das liberdades democráticas. Nunca Moçambique experimentou tamanho reaccionarismo. Em vez de cultivarem a esperança, insuflando uma aragem reformista no nosso corroído aparato institucional, nossos ministros acabam de matar a joia da coroa dessas liberdades. Um retrocesso perverso em momentos eleitorais diz muito de um barco à deriva sulcando os caminhos do desnorte. E Nyusi será recordado no futuro como o Presidente que mais dificilmente conviveu com os fundamentos basilares da democracia.

Sérgio Chusane, Augusto Chicava, Isack Pilonthy Alela e 95 outras pessoas gostam disto.
Comentários
Luis Nhachote
Era interessante saber se aqueles que o “colocaram no poder” tem uma mão nessa medida draconiana!
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Uric Raúl Mandiquisse
Uma questão

Dentre tantos país no mundo, dentre os 52/3 países na África a patria amada nunca falha nesses "rankings" afinal esse "way" que os estrangeiros fazem sentados nos seus computadores, tablets... O que mudam no nosso cotidiano.
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Anselmo Titos Cachuada
Fazem alguma pressão... Em algum lugar e momento crucial tem sua alíquota na busca de ajudas internacionais.
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Uric Raúl Mandiquisse
Pode até parecer, mas na verdade. São apenas opiniões que agitam a sociedade civil e parte dos cidadãos insatisfeitos com algo. Os tipos deixam de estudar fenomenos dos seus países e estudam africa e com foco na patria amada? Essa audiencia nas suas paginas web pelo vucu-vucu dá mola.
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Geraldo Manjate
Já é bom quando não falha nesse " ranking", pelo menos prova que existe abertura para aqueles que elaboram esses relatórios, não estamos fora da aldeia global nenhum país deve viver como uma ilha, veja a Correia do Norte por exemplo podem não ter dados, apenas se sabe que Kim não gosta da domocracia muito menos de jornalistas mas como vive fechado, ninguém terá nada de concreto, não podemos considerar estes estudos apenas credíveis quando falam bem do nosso país, não existe lar com " soriso" por 365 dias, vamos pegar o relatório e procurar melhorar os pontos negros.
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Uric Raúl Mandiquisse
Olha, é ideal que todo crescimento dum Estado reflicta no bolso do cidadao (desenvolvimento). Não é a ideologia da democracia? Ok. Todo o estudo cientifico, envolvendo um Estado e suas condicoes (...) tem como fim a melhoria ou o bem estar social por via das accoes do governo do mesmo.

Agora, desde que esses tipos fazem esses rakings e desde que nos incluem nessa lista VIC (Very Important Country) , o que esses numeros mudaram na vida do cidadao da zona de Chironga, localidade Mualadze sede, PA de cantina, distrito de Maravia, provincia de Tete, no centro de Mocambique?
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Geraldo Manjate
Uric Raúl Mandiquisse ,será que fizemos alguma investigação científica para concluir que nada melhou em Marávia, chibabava, Boane...? Será que o governo visado tem interesse em colaborar?, isto é como uma auditoria os donos do dinheiro mandam fazer para verificar se o que estão a investir está a ser bem ou não aplicado, cabe ao visado acatar e melhor, caso contrário, será lhe rerirado o investimento, neste caso, ninguém gosta de financiar ditadores, estes relatórios para nós que não gostamos de criticas podem não servir para nada, mas são de muita utilidade para os doadores.
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Geraldo Manjate
Qualquer dia ficamos igual a Venezuela.
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Antonio Pensa Pensa
É d lamentar o nosso país vai mal a cada dia....e nos Moçambicanos assistindo tdo isso.
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Vasquinho King
As medidas conta a Radio e Jornais foi forte em Zanzibar uma Ilha do tamanho de Vilanculos há mais de 25Radios em FM de conteudo diverso e em contrapartida a Vila de Vilanculos nao tem mais de 2estacoes de Radio. Há que rectificar o diploma creio que nao foi discutido
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Helder Hugo
Quem elabora esses relatórios que cita? Existe total transparência na sua elaboração? É possível levantar a possibilidade de algum interesse político económico por parte do Organismo que os elabora?
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Egidio Vaz
Caro Marcelo, este texto é dos menos conseguido desde que regressaste à blogosfera. Mas devo reconhecer a sua competência retórica.

O quadro que pinta sobre a governação do Presidente Nyusi é totalmente falso, quais quadros de picaso falsificados e adquiridos a olhos de cara um pouco por todo mundo! A começar pelos rankings, que é uma tremenda baboseira até a falácia de “non sequitur” (a falácia lógica na qual a conclusão não decorre das premissas). O agravamento das taxas de credenciação de jornalistas estrangeiros não deve significar logo o retrocesso da liberdade de impressa ou de expressão. Qual é a base de comparação? Quanto se paga nos EUA, Reino Unido? Malawi ou África do Sul? E em Angola? Era necessário expôr essas comparações para depois concluir com razão. E mesmo se fosse caro, o âmbito do debate deveria ser esse mesmo: que as taxas são caras. E trabalhar-se para ajustá-las a preços comportáveis. Ora, assumir que a alta das taxas têm impacto sobre a qualidade da liberdade de imprensa é falacioso.

Segundo, sobre a percepção de corrupção, o Marcelo muito bem sabe que se trata de uma espalhafatosa metodológica. Percepção de um selecto grupo de indivíduos e instituições de um determinado país são válidas apenas para aquele contexto. Ora comparar essa percepção com percepções de pessoas de outros países é “bulshit”. De novo, é uma tremenda falta de respeito à ciência assumir que um país é mais corrupto só porque cidadãos daqueles países nivelaram por baixo. Se levássemos as mesmas pessoas e instituições para outro país, provavelmente os resultados seriam diferentes. E mais, a percepção pode igualmente ser contextual. E nisso, deverá perceber os efeitos da crise da dívida, das dívidas da EMATUM, ProIndicus, MAM; dos efeitos da guerra, etc. Há-de ver o que os mesmos dirão quando sair o relatório de 2018. Terá seguramente melhorado.

Para terminar, o teu argumento peca por nadar em mais duas falácias: Primeira, ATENÇÃO SELECTIVA-escolheste três ou quatro indicadores para construíres um argumento que bem entendeste. Isso é grave e em nada abona a marca Marcelo. Por causa disso o teu argumento está infestado pelo viés de confirmação ou confirmation bias, que é a tendência de procurar, interpretar, favorecer e recordar informações de maneira a confirmar suas crenças ou hipóteses pré-existentes. Existem muito mais histórias de superação, reformas legislativas e até iniciativas de governação que, também organizados de forma selectiva, podem documentar um país resiliente que agora sai aos bocados da crise. Recentemente escreveste um texto neste sentido, quando analisavas a visita do FMI ao país.

Segunda falácia – espantalho – desvirtuou um facto para torná-lo mais fácil de atacar. Logo no principio da sua lavra diz que “Desde que o Presidente Filipe Nyusi chegou ao poder em 2015, Moçambique tornou-se num país mais corrupto” – isto é fácil dizer, como se o país estivesse em paz e a respirar fartura! Outra citação “Desde que Moçambique iniciou sua transição para a democracia nos anos 90, nunca se tinha visto tamanha deterioração de indicadores relevantes das área da Governação” a terceira, “Numa mistura de avaliações, avanços e retrocessos nos campos da proteção dos directos humanos, da liberdade de expressão e da acçāo penal contra a corrupção, as autoridades moçambicanas nunca ousaram estrangular a liberdade de imprensa”. A última citação “Durante estes anos de democracia, Moçambique mostrou sempre um quadro positivo de liberdade de imprensa”.
Isso tudo Marcelo, é mentira. E mentira de um académico equipara-se a crime. Está a alienar jovens incautos.

Não digo que os factos narrados, isoladamente não sejam verdadeiros. Mas a interpretação e conclusão a que chegas é debatível. Muito debatível e nalguns casos, descartáveis.
Obrigado pela atenção.
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Joseph Mata
Nada mais a dizer...
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Vassily Grossman
Palmas!!!
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Elson Guila
Fez um óptimo comentário, mas deixou uma mancha ao chamar de "completamente falso" o que ele apresenta na publicação. Você pode sempre rebater os argumentos de quem quer que seja sem descer até esse nível.
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Marcelo Mosse
Viva Egidio Vaz Gosto da tua reaçāo exasperada....e da forma tentas desqualificar minhas leituras...gosto da forma como atacas o IPC da TI sem discutir a metodologia...gosto como chamas mentirosa minha argumentação sem no entanto indicares onde está a mentira...gosto do preconceito onde estas mergulhado e do teu silencio relativamente a um Decreto que eh um grande atentado a liberdade de imprensa...um grande retrocesso...para quem se diz historiador e académico da área da Comunicação eh gravíssimo que voce esteja a dar cobertura a esse Decreto...mas isso revela sobretudo o teu alinhamento politico com o regime...o que eh uma opção que respeito. Mas desqualificar os estudos de percepção sem saber como eles são construídos eh vergonhoso...tua reaçcão esta cheia de preconceito que, para mim, fica complicado entrar em discussão. Porque teu objectivo nao eh debater...eh desqualificar...eh tornar invalido meu texto. Ainda bem. Quando pessoas como tu correm a desqualificar da forma como fazes eu fico feliz...sinto que toquei na ferida...e esse era o objectivo...Grande abraco
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Egidio Vaz
Elson Guila não disse completamente falso o que ele escreveu. Mencionei o que estava completamente falso. Veja bem.
Gerir
Marcelo Mosse
Elson Guila Ele, ao tentar desqualificar, esta se desqualificando....eu nao me reduzo ao nivel daquele comentario...Paciencia.
Gerir
Egidio Vaz
Marcelo Mosse este é outra falácia adhominem. A minha explicação sobre a metodologia do ITI denota algum conhecimento sobre a metodologia. A minha reação às taxas de credenciação tem por objectivo limitar o exagero. Estabeleces uma relação especulativa entre alta das taxas e liberdade de imprensa. Que exagero! Por último, selectivamente vai escolhendo dados para satisfazer a sua pré existente decisão em chamar o governo actual do mais incompetente. Pelo que sei, não são os critérios por ti referidos que nos permite concluir se um governo é ou não competente.
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Egidio Vaz
Marcelo Mosse rebate o que disse. Está muito longe de subverter a minha crítica ao texto. Faz isso por favor. Quero que prove com A+B como chegas a conclusões tão graves como as expostas no teu longo texto.
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Marcelo Mosse
Ele menciona o que esta falso sem dizer aonde assenta a falsidade....sinceramente..deixe me eu me concentrar noutras materias...haaam conhecimento das metodologias de medicao da corrupcao? Entao porque que nao debate a metodologia ele propria e faz apenas uma mencao a metodologia para convencer os leitores incautos que voce esta a falar cientificamente quando nao passa de uma mistura de palavras sem qualquer argumentacao logica....por favor Egidio Vaz. Nao baixes ate esse nivel...um abraco. Chega sde conversa...vou trabalhar noutro texto...para depois vires ca comentar...
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Egidio Vaz
Marcelo Mosse tu nem sobre a metodologia te dignaste a falar. A metodologia do ITI não passa mesmo de Bulshit. Conheço-a. E para comentar este post, fui lá rever para me certificar. Não vim neste debate desprovido de conhecimento. O teu argumento é falacioso. Tendencioso. Não vais com três ou quatro factos isolados concluir da forma como o fez. É lamentável e inimaginável. A Marca Marcelo Mosse não se identifica com essa leveza e irresponsabilidade metodológica. Muita emoção aqui
Gerir
Vasquinho King
Minha humilde sugestao o EVR desmente que as taxas que a Radio e Imprensa em Moçambique estejam alta que de alguns paises. O critério da ciencia é demonstrar as taxas desses paises. Portanto o o Egidio Vaz que traga a prova porque quem acusa é que deve provar com taxas de Angola, Brasil, Tanzania etc.
Gerir
Egidio Vaz
Vasquinho King não, é o contrário. Que o Marcelo Mosse traga esses dados para confirmar a sua conclusão. Só há liberdade de imprensa quando as taxas de credenciação de jornalistas estrangeiros forem baixas ou a custo zero? É essa sua tese? Parece que é a do Marcelo.
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Donaldo Tovela
Egidio Vaz ees um escova sem juízo. Aquele que defende sem no mínimo reparar os meios que usa. É vergonhoso o que fazes. De um acadêmico respeitado, tornaste-te num fanfarrão ao gosto do regime que lhe daa uns trocados.
Gerir
Egidio Vaz
Donaldo Tovela pois é. A vida é assim mesmo. Você só vê escovas e comida em tudo. Andas faminto. Vá trabalhar, malandro
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Jr Chauque
Vasquinho King mas também que absurdo querer comparar nossas taxas com outros países como base da razao, são essas pessoas que NUNCA VÃO COMPARAR O SALÁRIO DOS MOÇAMBICANOS COM OUTROS Países E Dizer QUE MOÇAMBICANO RECEBE MAL...pk somos pobres a economia esta mal, agira para o pagamento dessas taxas a economia não esta mal para ganhar dinheiro para pagar as taxas? só comparam OUTRAS COISAS só que hipocrisia total
Gerir
Egidio Vaz
Jr Chauque no é a moçambicanos que se está cobrar tais taxas. São estrangeiros. Compreenda bem.
Gerir
Nordito Pente
Quando as taxes para licença de abertura de uma universidade subiu, nao se pronunciaram. Peço vosso comentario?

No meu entender, usando como metodologia a crise economica que atravessamos, estamos a usar a maxima money over everything. Conhecem algum serviço que baixou as suas taxas? Alguns preços de jornais subiu, a televisao esta cada trimestre mais cara, and so on.

Eu nao sei se isso faz do nosso governo incompetente, mas we are fucked up!
Gerir
Inacio F. Menete
Era este reencontro de que muito esperávamos. Não é propriamente um "Davi X Golias", mas isto para mim é interessante, pois permite essocar o pensamento em balanças opostas. Gosto.
Gerir
Egidio Vaz
"To pick fruits, information and ideas according to taste can make neglect better ones. Why not looking for other flavors and mind vitamins?"/ Corremos o risco de negligenciar as melhores frutas se tivermos como base de escolha as nossas informações, idéias e gosto. Por que não buscar outros sabores e importarmo-nos mais com vitaminas?

Assim começaria de novo a salpicar os argumentos do Marcelo Mosse com antídotos da exposição/atenção selectiva.
O teu problema começa logo no princípio, quando te instalas no castelo da lógica binária: ou Moçambique é 100% corrupto ou não é. Académico que é, conheces muito bem da perniciosidade deste enviesamento. A negligencia da complexidade da realidade; dos aspectos graduais; da evolução e dinâmica e situações não bem definidas, etc. Quando logo a iniciar asseveras que Moçambique tornou-se num país mais corrupto e depois alimentas a crença com dados do ÍNDICE DE TRANSPARÊNCIA INTERNACINOAL sem se ater as outras formas de aferir a governação, o Marcelo Mosse está sendo pregador. Qualquer um pode, através do google, obter váriadissimas formas de aferir a governação de u m país. Existem vários instrumentos, incluindo o mecanismo africano de revisão de pares, etc. Esse seu pensamento TOTALITÁRIO é um monumental obstáculo ao pensamento científico, nos termos propostos por Gaston Bachelard.

O argumento de que desde os anos 90 do séc. passado "as autoridades moçambicanas nunca ousaram estrangular a liberdade de imprensa" é uma tormentosa amnésia selectiva, competentemente denunciada pelo Professor Carlos Nuno Castel-Branco. Mas fizeste de propósito, pois Marcelo Mosse que és, és meticuloso na escolha de dados e não sofre de nenhuma distração quando se concentra sobre os assuntos da nação.

Marcelo Mosse, como podes afirmar por um lado que a morte de Carlos Cardoso foi o pior golpe à liberdade de imprensa e voltas a dizer que desde 2015 a esta parte, o quadro da liberdade da imprensa é pior de todos tempos desde a instauração da democracia? É uma contradição insanável.

Existe muita coisa má que acontece diariamente neste país. A começar pelo preço do papel, pelo alto custo do jornal, pelo fraco alcance da internet (alto custo incluindo), corrupcão em todos sectores, etc., etc. etc. Mas o tom e a entoação do seu longo texto não nos permite visualizar a terra-firme.

Trata-se de um chamamento vigoroso à eutanásia colectiva; de um desvio de atenção contra a parede, ignorando os caminhos e saídas à nossa trás. Explico-me: neste teu mural, existem tantos posts onde teces comentários elogiosos a dirigentes de topo e intermédios; posts que mostram e vaticinam dias melhores; de um Moçambique viável. Com relação aos dirigentes que elogias, esses mesmos estão sob comando do Presidente da República. Cumprem um mandato com programa. Recebem orientações do proprio Presidente da República, à quem prestam contas. Foram por ele escolhido. Como pode o mesmo Presidente ser o pior dos 4 (Samora, Chissano, Guebuza mais ele) ao mesmo tempo que produz resultados em sectores que elogias? Alguém chamou-me de lambe-botas (e eu nem me importo com epitetos) ha bocado e tú gostaste do epíteto, mas o que fazes pode facilmente entender-se por lipservice (giving approval or support insincerely).

Obrigado, espero que leia tudo nas calmas minha grande refefrência do jornalismo e da arte de bem-escrever.
Gerir
Roberto Julio Tibana
Bem dito Marcelo Mosse!
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Roberto Julio Tibana
O meu coraçãzinho hoje vai para o Egídio Egidio Vaz por me proportionar a oportunidade de ver como uma mente muito fértil e extremamente criativa pode ser transformada muma inutilidade quiçás perniciosa para a sociedade. Despediçou uma oportunidade de enriquecer um debate muito importante iniciado por uma outra mente criativa (falo do Marcelo Mosse), e... pior ainda...mostrou-se incompetente a servir o regime.
Gerir
Egidio Vaz
Roberto Julio Tibana de ti não espero nada senão insultos e inveja de cobra. Uma cobra tem poder venenoso para matar um elefante mesmo sem fome para comê-lo. É o que o senhor é. Coração pequeno, porém extremamente venenoso. Vai pulverizando a sua inveja em outros manjares. E isso de inveja nada tem a ver com graus académicos ou riqueza. Um invejoso é tacanho independentemente do seu estatuto social, o que é digno de estupefacção. Bem-haja.

Ah sim tinha me esquecido, daí que estou a editar este comentário. O senhor é também paradigma de como uma mente tão fertil e academico consumado pode ser tão inutil à juventude por lhe correr nas veias, rios de inveja insáveis. Para si Moçambique devia ser incinerado e sobrar apenas o senhor e sua corja de puritanos para começar do zero. Isto aconteceu no tempo de Noé. Os seus discursos alienadores há muito que deixaram de fazer eco na juvnetude. Não lhe falta NADA Professor. Nem material ou emocional ou espiritualmente senão coração de um humano.
As abvelhas de que o senhor é um dedicado cultor, têm muito mais a ensinar-lhe do que eu. Observe-as com atenção a próxima vez que for extrair-lhes (roubar-lhes, diga-se) o mel.
Gerir
Roberto Julio Tibana
Ushiii, Egidio Vaz, tá mal isso hoje hen? Você está a desperdiçar muitas energia meu caro! Pena mesmo! Você tem recursos intelectuais para dar e pode servir melhor o regime. Regimes como o que temos em Moçambique também precisam de intelectuais que façam trabalho de qualidade. Agora assim como tu operas estás a deitar as tuas credenciais sarjeta abaixo! Cool down!
Gerir
Egidio Vaz
Roberto Julio Tibana cool down você quem começou a me desqualificar. Se o assunto for esse vamos mesmo ficar pelas brincadeiras do xiqueiro
Gerir
Egidio Vaz
Donaldo Tovela tú és pior que a merda de pessoa. Um incompetente como tu não deve se quer se aconhegar aos meus pés. SUCA, Satanás.
Gerir
Roberto Julio Tibana
Ishii!... A coisa ta mesmo pesada hoje, Egidio Vaz! Vamos recuperar esta conversa quando tiveres recuperado um pouco da tua sanidade. Por hoje por mim chega. Estou a ficar tonto de tanta inveja e tanto veneno no meu organismo!...
Gerir
Egidio Vaz
Marcelo Mosse não deixei nada obscuro aqui. O decreto a que te referes tu é que interpretaste mal. Existem detalhes que te escaparam. As taxas referidas são de 5 anos. Trinta mil meticais para freelancers por cinco anos. É muito não é? 😂. Mas pronto, continue assim. Esses é até foi bom.
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Afonso Dete
Chi o proprio mano egidio vaz a trabalhar como advogado "rato" kkkkkkkkkk sao factos gramei EV.
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Boavida Tovela
Durante estes anos de democracia, Moçambique mostrou sempre um quadro positivo de liberdade de imprensa”.
Isso tudo Marcelo, é mentira. E mentira de um académico equipara-se a crime. Está a alienar jovens incautos.
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Mouzinho Zacarias
Egídio Vaz deve ganhar muito dinheiro com isso... não é assessoria gratuita.
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Egidio Vaz
E tu deves ganhar muito dinheiro. Te vi hoje a beber café sem açúcar. Afinal era para afiares tua raiva contra o bom senso. Avante, mas cuidado. Café com cafeína pode fazer mal a tua saúde. Pelo menos pare de fumar soruma e chikhau-khau.
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Mouzinho Zacarias
Egidio Vaz kkkkk....meu conterraneo...um abraco...e muita paz
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Carlos Nuno Castel-Branco
Marcelo Mosse, este texto tem muitos erros e "esquecimentos". Deixa-me apontar apenas alguns. Primeiro, já te esqueceste do famigerado G40, o maior atentado sistemático contra a liberdade de expressão e de imprensa, montado no período de Guebuza? Segundo, já te esqueceste da mão de ferro com que os meios de comunicação social foram tratados na altura (lembras-te, por exemplo, de como foi tratado Rogério Sitoe por exercer com profissionalismo a sua responsabilidade social como jornalista sério?)? Terceiro, os índices a que te referes são muito pouco credíveis como ponto de referência para qualquer análise, e podes perfeitamente discutir a situação crítica de Moçambique sobre tais questões sem recurso a tais índices. Quarto, sobre o caso PGR contra Castel-Branco/Mbanze: já te esqueceste que o caso foi montado por uma PGR do tempo de Guebuza e no tempo de Guebuza; que era uma caso da PGR contra a liberdade de imprensa em que o cidadão Guebuza nem aparecia (não foi indicado como ofendido nem foi ouvido), tendo o caso sido tratado nos termos da lei dos crimes contra a segurança do Estado; já te esqueceste da motivação desse caso, nomeadamente um post no meu mural no facebook em que, entre outras coisas, denunciava a violação da liberdade de expressão e de imprensa, a má gestão económica e política, a corrupção e o culto da personalidade do PR; já te esqueceste que Mbanze e Veloso foram acusados de abuso da liberdade de imprensa por terem publicado o meu post de facebook; já te esqueceste da tremenda campanha racista que se seguiu nos meios de comunicação social oficiais sem que a PGR nada fizesse, apesar de estarem em violação da constituição; já te esqueceste que este caso não foi arquivado - foi julgado em Tribunal e nós fomos ilibados, numa sentença histórica que libertou a liberdade de expressão e de imprensa; já te esqueceste que o julgamento ocorreu no primeiro ano do mandato de Nyusi; já te esqueceste que a PGR dominada por guebuzistas recorreu da sentença e até hoje, 3 anos após a sentença, ainda não há resposta ao recurso infundado da PGR (portanto, é falso que o caso esteja arquivado)? Quinto, quando Cistac foi assassinado quem comandava o Partido, e quem era e de quem era o porta voz, Damião José, que lançou ameaças directas a Cistac uns dias antes do assassinato? Sexto, ainda te lembras do endividamento ilegal do país e da venda da sua soberania financeira?

Ok, neste comentário não estou a discutir Nyusi. De facto, nem o defendo, nem o critico. O que estou a tentar fazer é dizer que a forma como fazes o teu argumento, tentando mitigar o passado para destacar os problemas de Nyusi, não é consistente com os factos históricos observáveis e pode até ser conotada de incompetente ou, pior, desonesta.

Podes e deves poder fazer a tua crítica a Nyusi, cuja governação não é exemplar em nenhum domínio, mas se recorres ao revisionismo ou à desonestidade histórica para o fazer a credibilidade da tua crítica desaparece.
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Marcelo Mosse
Pois Carlos...posso ter sido menos exacto em relacao ao passado ou omitido este ou aquele facto...reconheco isso...mas o grande problema eh que a situacao se esta a agravar. O objectivo central nao e necessariamente cavar o passado mas denunciar este Decreto que acaba de ser aprovado. Nao tenho qualquer intencao revisionista algumas Carlos...tu sabes...Um dos meus dilemas eh tentar escrever textos curtos para serem lidos de uma assentada....mas por favor...desonestidade intelectual Carlos?
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Carlos Nuno Castel-Branco
Marcelo Mosse eu não te acusei de desonestidade. Disse que a forma como fizeste o texto pode dar azo a que se pense isso.

Se queres criticar a situação actual, analisa-a e foca no que queres criticar com rigor. Ao fazeres um texto em que quase ilibas o passado para destacar os problemas do presente - incluindo "esqueceres" questões fundamentais ou reinterpreta-las incorretamente - fazes um texto mais longo do que necessário, em que a contextualização histórica é adulterada e a credibilidade da análise perde-se.

Ser rigoroso e focado não exige um longo texto. Por outro lado, é a única forma de ser útil.

Ok, em que é que piorou a governação de Nyusi sobre as liberdades de expressão e de imprensa? Por exemplo, se quiseres, faz uma tabela ou uma estilização do que ele herdou de Guebuza (não te esqueças do G40 que ainda é muito activo), e outra estilização do 3 anos de Nyusi. Aí podes identificar o que foi alterado, o que melhorou e o que piorou. Assim podes ter uma base de análise e podes ser útil.

O texto que escreveste, além de ser muito impreciso historicamente, não contém informação para se perceber o que estás a discutir sobre Nyusi, além dos índices.
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Carlos Nuno Castel-Branco
Marcelo Mosse vou dar-te um dado para a tua análise da liberdade de expressão no período de Nyusi. Há dias, no mural do PR FJN, foi publicada uma notícia em português e inglês, com três parágrafos, com o seguinte teor: o primeiro dizia que havia sido assinado o memorando com a renamo sobre desmobilização, descentralização e integração; o segundo dizia que este memorando garantiria a paz duradoira que todos queríamos; o terceiro apelava a que todos acarinhassemos o memorando. Mas, a notícia não dava qualquer informação sobre o conteúdo do memorando assinado. Escrevi um comentário a pedir essa informação: a estratégia, o plano, os mecanismos de garantias de implementação, e acrescentei que é difícil acarinhar o que não ae conhece. Nada demais.

Seguiu-se uma barragem de ataques vinda de um bando, possivelmente da segurança e da propaganda de Nyusi, que me acusaram de estar contra a paz, querer informação para a manipular, ser agente da renamo (além de que não sou, nunca fui e nunca serei da renamo, qual seria se o problema se eu fosse, uma vez que a renamo é um reconhecido interlocutor do processo político nacional e uma das duas partes envolvidas no tal memorando?), fui ameaçado e, como não podia deixar de ser, também me dirigiram alguns "cumprimentos" racistas. Suponho que as pessoas que faziam isto representavam instituições de segurança/propaganda pois falavam sempre em "nós pensamos", "nós isto,..., nós aquilo". O "nós" e a insistência no "nós" tinha o sentido de indicar poder por detrás dessas ameaças e acusações. Isto não é diferente das práticas mais famigeradas do G40. Qualquer discussão é impossível porque o mundo em que vivem é ilógico, irracional, ignorante e pouco inteligente.

No entanto, quando Nyusi tomou o poder houve um esforço para acabar com o G40ismo, e ele pronunciou todos esses discursos sobre ouvir a crítica, inclusão, etc. O que é que mudou? Porque mudou? Porque se está a voltar a mecanismos semelhantes ao pior que foi feito no tempo de Guebuza? Seria interessante analisar a sociologia disso.
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Inacio Arnaldo Mazive
O Presidente dos EUA separou filhos menores dos seus pais em que posição a HRW o classifica no referido relatório sobre os Direitos Humanos Marcelo Mosse?
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Imtiaz Vala
"Quando se esperava a aprovação desse diploma, o mesmo executivo exara sem consulta um documento legal que atenta drasticamente contra a liberdade de imprensa." Como se chama o respectivo diploma exarado pelo Executivo??
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Inacio Arnaldo Mazive
O governo é obrigado a fazer consultas antes de exarar um determinado despacho?
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Domingos Mazivila
O interesse em informar-se sobre as questões de casa através de nossas fontes é sempre maior.

Porém quando o que é escrito e pensado em casa pouco constrói, perdemos aquela esperança de nos associarmos as causas nobres.

O Marcelo Mosse tem trazido blogs com um teor investigativo e informativo muito pontual. Apraz-me ler com alguma apreensão actual post.

Associar o legado do Presidente Nyussi as demais quedas, algumas delas difamatórias destas organizações internacionais e os seus famosos índices (alguns deles inúteis na actualidade, lutando para sua sobrevivência) parecem-me prematuro e infeliz.

E para não me alongar vou dizer em linguagem popular, quase todos os indicadores que utiliza classificam o país com dados de antes da chegada do sr. FJN. a ponta vermelha. Os raptos, assassinatos, as dívidas, etc. Temos de usar instrumentos realísticos e talvez reconhecer o que é merecedor.
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Egidio Vaz
Magister dixit
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Anselmo Titos Cachuada
Os factores - das crises - podem ter sido produzidas nas Adminstrações anteriores, mas as consequências - e nos parece que isto é que mais importa! - ocorre(ra)m neste mandanto do planalto. Penso que há-de ser por aí que MM pega os assuntos, porque pesquisa jornalistica se difere de outras no quisito métedo, uma vez todo o esforço deve ser mobilizado para compreensão ( percepção/entendimento/apreensão) do facto social real relatado do leitor/receptor médio. Do outro modo o jornalismo seria fútil, diante dessas outras "ciências".
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Nelsoncarlos Tamele
I'll be to back to read
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Elson Guila
Eish...
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Elson Guila
Caro Egidio Vaz, por favor, siga este link
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Egidio Vaz
Elson Guila li e entendi que para o caso de credenciação de órgãos de informação nacional, o valor é altíssimo. E deve-se lutar para reduzir tais taxas. Ora, daí dizer que é atentado contra a liberdade de imprensa é esticar demais. É como comparar a subida de gasolina à maturidade de uma democracia. São coisas diferentes.
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Elson Guila
Tenta ver as coisas da seguinte forma: com aumento das taxas, torna-se quase impossível manter a actividade, ou seja, ao dificultar o exercício dessa forma, muitos se tornarão ilegais ou serão forçados a cessar a actividade. Isso é limitar ou não?
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Egidio Vaz
Elson Guila são taxas pagas de cinco em cinco anos.
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Stelio Jeree
Stelio Jeree
👀
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Mauro Manhica
Um fraco Rei faz fraco o forte Povo.
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Mardelene Chimene
Mardelene Chimene Há liberdade de expressão sim, por isso que você e tantos outros podem escrever essas coisas e ainda vivos estão🤷🏽‍♀
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Elson Guila
A questão não é essa. Leia de novo
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ID Eddy
Vá cair além, que nas proximidades nos sujas as alparcas. Então eu falo condicionado e isso é liberdade?
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Sidio Macuacua
Caro Marcelo Mosse, penso que há exagero na confiança que dás aos tais #Rankings encomendados só para rebaixar e humilhar um Governo... Isto devia te preocupar em pesquisar mais sobre os INDICADORES usados para esse estudo, incluindo as FONTES de consulta que usaram, o SISTEMA DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS que conduziu a esses resultados que os donos da pesquisa publicaram. Ademais, nunca hão-de abonar este Governo porque é um dos governos que mais soube seguir a-risca os critérios minimamente exigidos para combater a Corrupção no país.... É preciso desconfiar um pouco de tudo que vem de fora, nem tudo constitui realidade sobre o Governo moçambicano.
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Egidio Vaz
Ele sabe. Mas não dá para fazer bem.
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Naldo Dos Santos Chivite
Depois se diz por ai que somos um País democrático. Bem redigido meu amigo Marcelo Mosse
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Evaristo Cumbane
Marcelo Mosse escreveu muito bem. Mas há pessoas que não gostam de reconhecer as qualidades dos outros se não as suas. E procuram sempre argumentos sem pernas nem cabeça. Quem não sabe que estamos mal em quase tudo aqui em Moçambique? Mesmo os analfabetos sabem. Não procurem fechar o sol com a peneira meus senhores fanáticos dos males que nos são infligidos. Esta mal isso pessoal. O pais está de pernas pra o ar. Mas acreditemos que existem líderes nossos que lutam no sentido de inverter a situação e damos a nossa confiança neles. Que Deus abençoe Mocambique e de direcção aos nossos dirigentes.
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