Entregar voluntariamente armas não é acto de desarmamento.
. Na minha modéstia opinião acho ser ultraje quando a frelimo, a imprensa nacional e internacional aparecem a dizer que os guardas da Renamo vão entrar em processo de desarmamento promovido pelo governo de Filipe Nyusi, cujo memorando de entendimento foi ontem assinado pelas duas partes. Chamo o uso do termo "DESARMAMENTO" de ultraje e propaganda barata da frelimo, porque o acto resulta de um entendimento. As duas partes entraram em acordo. A Renamo aceita a título VOLUNTÁRIO levar as suas armas a fim de juntá-las com as do governo da frelimo para que sirva de ponte na formação de um exército republicano visando atender única e exclusivamente os interesses do povo e não acatar ordens emanadas por meia dúzia de membros de um partido político . Portanto, em gramática da língua portuguesa, este processo não é desarmar, mas sim, entrega das armas. Desarmar alguém envolve o uso da força física para retirá-lo a posse da arma em suas mãos, sendo, este alguém, uma pessoa compreendida como quem que não a devia portar aquele instrumento bélico. Faz-se à força. E, neste processo em concreto não há nenhuma força que a renamo está a sofrer para se designar como está sendo. "Desarmamento" chamar-se-ia se a frelimo, em tempos de Khalau, tivesse conseguido na operação que até apelidou-a de " desarmamento compulsivo até última arma em mãos de bandidos". Mas, como todos viram, o processo fracassou tremendamente. O Khalau saiu mal na foto e, obviamente, arrependeu-se de ter nascido e ter avançado com aquela iniciativa. Não consegiu sequer apresentar uma bota perdida dos guardas de Afonso Dhlakama aos seus patrões de Maputo. Os periquitos foram trucidados amargamente em todas as tentativas de surpreender as " Perdizes" em seus redutos. Foram aniquilados. Isto aqui não é desarmamento, mas sim, entrega das armas e respectiva desmobilização e reintegração dos seguranças da Renamo nas FDS. Não é desarmamento, repito. Porque ficou provado que a frelimo é criança e não tem " estofu" para fazer desarmes à Renamo. ___ Espero ter ajudado. Bom dia!.
Inocente C. Elias País dividido sempre é fraco, mas se ficarmos todos unidos com a mesma força e vontade, outros países terao medo/seja respeitarão o nosso belo Moçambique... A ideia de entregar armas foi boa pois nao fica bem atirar pra seu proprio irmao por causa de PÃO.Analistas defendem necessidade de estrutura para garantir memorando entre o Governo e a Renamo
Analistas ouvidos hoje pela Lusa consideram que o acordo sobre a desmilitarização da Renamo pode marcar uma nova era em Moçambique, mas alertam para a necessidade de uma estrutura que garanta a sua execução para evitar que país volte à uma crise militar.
"Qualquer memorando, enquanto as condições básicas e estruturais não forem criadas, será nulo. Nós temos de criar uma estrutura que garanta realmente a democracia", disse o académico moçambicano Alberto Ferreira.
Na Segunda-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou a assinatura de um memorando de entendimento entre o Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) sobre a desmilitarização e a integração das forças do principal partido de oposição.
Para Ferreira, apesar de o instrumento ser positivo, o problema político moçambicano é "mais profundo" e exige que se repense o modelo vigente, cujas bases têm origem no período comunista que o país viveu.
"Podem fazer os memorandos, mas todo o memorando será nulo se esta estrutura prevalecer: um Estado partidarizado e com poderes absolutos para quem governa", observou o director da Faculdade de Filosofia da Universidade Eduardo Mondlane.
Apesar de felicitar Filipe Nyusi pela "boa vontade" que apresentou para resolver a crise política, Alberto Ferreira acredita que é preciso reduzir os poderes da figura de Presidente, considerando, a título de exemplo, que não faz sentido que caiba ao chefe de Estado nomear os presidentes do Tribunal Supremo e do Conselho Constitucional.
"São estas situações que geram conflitos. Quem está no poder tem poder absoluto", alertou o autor de "Totalitarismo e Democracia: Porque faliu o Projecto Libertário de Marx?".
Também o jornalista e comentador moçambicano Fernando Lima observa que o memorando entre o Governo e a Renamo é positivo, mas considera que o medo de o país voltar a cometer os mesmos erros é maior entre os moçambicanos.
"Nós conhecemos a história e as partes também sabem o que aconteceu. Estou certo que eles vão procurar assegurar que os erros não se repitam para que realmente aconteça o desarmamento", observou Fernando Lima.
Embora considere que a integração do braço armado da Renamo nas Forças Armadas e na Polícia é possível, Lima prevê dificuldades para que o mesmo processo aconteça nos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE).
O jornalista moçambicano considera ainda que com a desmilitarização a Renamo ganha um novo estatuto, tornando-se, pela primeira vez, um partido sem um braço militar.
"O acordo militar é um passo basilar para que Moçambique entre numa nova fase da sua democracia, ou seja, que tenha todos os partidos, pelo menos teoricamente, em igualdade de circunstância", concluiu Fernando Lima.
Na sua declaração à nação na Segunda-feira, o Presidente moçambicano disse que dentro de dias serão anunciados os passos seguintes no processo, mas sem avançar detalhes sobre o conteúdo do documento.
O actual processo negocial entre o Governo moçambicano e a Renamo arrancou há um ano, quando Filipe Nyusi se deslocou à Gorongosa, no centro de Moçambique, para uma reunião com o então líder da Renamo, Afonso Dhlakama, no dia 06 de Agosto do ano passado, num encontro que ficou marcado por um aperto de mãos.
Além do desarmamento e integração dos homens do braço armado do maior partido de oposição nas forças armadas e na polícia, a agenda negocial entre as duas partes envolvia também a descentralização do poder, ponto que já foi ultrapassado com uma revisão da Constituição em Julho.
LUSA – 07.08.2018
Comments
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Francisco Moises said in reply to Frank...
Ilusoes e delusoes. A Frelimo ilude-se quando recorre a corta-matos e a Renamo delude-se na sua incapacidade politica, herança da governaçao do malogrado Afonso Dhlakama, homem de tudo. Aconteça o que acontecer, os renamistas terao que pagar as favas. Eles ainda nao conhecem a Frelimo.
E mas depois como é que o Nyusi que fala tanto da paz resolvera a guerra do Norte que se arrasta na sua provincia e ameaça invadir Niassa e Nampula?
A Frelimo vera que soluçoes deshonestas nao sao das melhores. Mesmo depois do enterro voluntario da Renamo, a falta da paz continuara.
2
Frank said...
Parece-me que existe uma grande confusão sobre a semântica das palavras usadas para explicarem o último entendimento entre Frelimo e Renamo.
O titulo deste artigo usa o termo "Desarmamento da Renamo".
O Embaixador suíço fala em " Desmilitarização do braço armado".
Nyusi ao falar sobre o entendimento nomeou as seguintes palavras nesta ordem: "Desarmamento, Desmobilização e Reintegração"
A STV-Jornal da Noite 06.08.2018 abre o noticiário com a palavra "Desarmamento"
O que diz a Renamo? Será que a Renamo caminha para um buraço onde esperará que Frelimo faça o seu enterro?