domingo, 19 de agosto de 2018

Beira Celebra 111º Aniversário de Elevação à Cidade

  ` Ano XVII – Nº 3536 – Sexta-feira, 18 de Agosto de 2018 Beira Celebra 111º Aniversário de Elevação à Cidade Beira (O Autarca) – A cidade da Beira celebra na próxima segundafeira, 20 de Agosto, 111 anos desde da sua elevação a presente categoria. ca, a cidade da Beira é o segundo maior e mais importante centro urbano e económico do país, depois de Maputo, a capital moçambicana. O Porto oceânico da Beira, que serve fundamentalmente o Interland, é o principal atractivo económico da cidade da Beira. A urbe está a recuperar a sua posição económica no contexto nacional, mercê de uma série de investimentos a todos os níveis que tem estado a desenvolver. O parque imobiliário está a revelar um crescimento assinalável com a construção de muitos edifícios para fins habitacionais e comerciais. Estão de parabéns os munícipes da cidade da Beira e “O Autarca” deseja “Boas Festas” alusivas ao Dia 20 de Agosto.■ (Redacção) Localizada na província de Sofala, centro do país, numa região economicamente estratégica para os países do interland na região austral de ÁfriQuelimane e Nampula também em festa Beira (O Autarca) – Além da cidade da Beira, celebram na mesma semana aniversários relativos a elevação de categoria de cidade os municípios de Quelimane (76 anos, na próxima terça-feira, 21 de Agosto) e de Nampula (62 anos, na próxima quarta-feira, 22 de Agosto). Nampula, a capital da província com o mesmo nome, na região norte de Moçambique, é a terceira maior e mais importante cidade do país, com forte potencial económico impulsionado pelo Corredor e Porto de Nacala. E a cidade de Quelimane, a capital da província da Zambézia, na região centro do país, com maior efectivo populacional, é a quarta maior e mais importante de Moçambique, beneficiando, igualmente, de um porto marítimo. Aos citadinos de Nampula e Quelimane O Autarca deseja Boas Festas.■ (Redacção) Frase: Esta cidade ribeirinha do Índico é um espaço de primordial importância para a província de Sofala, para o país e para a região Austral de África – Noé Nhantumbo SF Holdings, S.A. UM GRUPO COM ENERGIA MOÇAMBICANA CÂMBIOS/ EXCHANGE – 17/08/2017 Moeda País Compra Venda EUR UE 66.45 67.78 USD EUA 58.37 59.54 ZAR RSA 3.98 4.06 O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 02/13 FONTE: INE – INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA – 10 DE FEVEREIRO DE 2017 O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 03/13 FONTE: INE – INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA – 10 DE FEVEREIRO DE 2017 EDITORIAL EXTRA Beira Celebra Aniversário Vencendo Desafios Beira (O Autarca) – Uma cidade de particular importância e situada num ponto estratégico de Moçambique celebra mais um ano de sua elevação a categoria de cidade. São 111 desde que ascendeu a actual categorioa de cidade. É um dia especial no seu percurso histórico e para isso muitos factores e elementos jogam seu papel. Beira demonstra de maneira inequívoca que as dificuldades podem ser vencidas. Quando muitos não acreditavam que a Beira não possuía futuro ela tem mostrado ao longo destes anos ser uma cidade com futuro próspero e realmente do futuro. Enumerar realizações caberá aos actores e autoridades municipais e governamentais mas não poderíamos deixar passar este dia sem nos referirmos a processos fundamentais que tem ocorrido. A acção do homem, a persistência e perseverança em acreditar que uma geografia por vezes desfavorável pode ser vencida e transformada em vantagem tem feito a Beira crescer a olhos vistos. Cidade que atrai gente dos diversos quadrantes, com recursos limitados tem sido capaz de jogar seu papel na economia nacional e regional. Uma combinação de elementos e necessidades de utentes de suas infra-estruturas portuárias, aeroportuárias, rodovias e linhas férreas tem continuamente feito convergir investimentos nacionais e internacionais. A força de seu potencial como porta de entrada e de saída para mercadorias nacionais e internacionais decerto foi fundamental para que da parte das autoridades governamentais a todos os níveis fossem tomadas decisões e acarinhadas iniciativas que se revelaram instrumentais para colocar a Beira no mapa da África Austral. Já não deve ser momento para se falar muito sobre quem fez isto ou aquilo, se o Município ou o governo central. Alguma inveja institucional ou política que possa ainda existir em algumas mentes tem sido vencida com realismo e pragmatismo. A Beira está sedenta de desenvolvimento e em certa medida carente de mais recursos para a concretização de planos que trarão mais consistência e sustentabilidade no seu desenvolvimento. Aquilo que eram ruínas de indústrias que em outros anos foram relevantes para a criação de emprego e receitas estão sendo recuperadas com velocidade graças a decisões de investimento abertas pelas autoridades moçambicanas. Nem tudo está perfeito e o caminho a seguir é longo e não linear. Precisa melhorar a planificação multissectorial e a coordenação entre os diversos níveis hierárquicos no governo. Muito esforço político deve ser feito no sentido de criar uma mentalidade e cultura de serviços mais fortes e correspondentes aos desafios. O factor lucro subsequente de todas as actividades económicas realizadas na cidade deve levar a que haja um diálogo cada vez mais profundo entre todos os intervenientes, públicos e privados para que se atraiam mais agentes económicos nacionais e estrangeiros. De nada valerá criar novas rotas de entrada e saída de camiões nacionais e internacionais se os exportadores fugirem para outros portos e destinos. Entre o lucro rápido e aparentemente possível devido ao factor estratégico que a localização da Beira significa e pode suscitar não se pode esquecer outras percepções e realidades da região em que vivemos. Apraz aos citadinos munícipes verificar e registar que cresce o investimento na hotelaria através de novas unidades, aumentam os armazéns construídos de raiz, portos secos já são uma realidade, fábricas de óleo, sabão, de descaroçamento de algodão, carpintaria e serrações estão operando, a camionagem nacional e internacional marcam sua presença todos os dias. O porto está abarrotado e requerendo expansão o que está sendo pensado e executado à medida das capacidades e recursos existentes. Mas nesta celebração do Dia da Beira queremos chamar atenção ao factor humano e aqui referir que cabe ao Conselho Municipal da Beira, ao Governo Provincial, ao Governo Central interagirem e fiscalizarem a legalidade enNossos serviços: - Consultoria Ambiental - Planeamento Físico - Auditoria Ambiental - Consultoria em Minas - Consultoria em água e saneamento JOSÉ ZECA, Msc CONSULTOR BEIRA SOFALA Rua Comandante Gaivão N°160 PONTA-GEA Tel: +258 825782820 ,+258 845782820 Email: zezeca07@gmail.com, zezeca07@yahoo.com.br Our services: - Environmental consulting - Physical planning - Environmental audit - Minning consulting - Water and sanity consulting JOSÉ ZECA, Msc CONSULTOR BEIRA SOFALA Comandante Gaivão Road, N°160 P4NTA-GEA Tel: +258 825782820 ,+258 845782820 Email: zezeca07@gmail.com, zezeca07@yahoo.com.br O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 04/13 FONTE: INE – INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA – 10 DE FEVEREIRO DE 2017 Continuado da Pág. 03 volvida na realização das actividades económicas na cidade. Os aspectos de segurança no trabalho, o salário justo e legal, a protecção do ambiente não podem ser esquecidos em nome do desenvolvimento económico. Queremos celebrar mais um ano da cidade da Beira vendo as partes envolvidas nos diversos sectores concreti-zando acções que mostrem que alguma coisa beneficia os munícipes e algum ganho fica nesta cidade. Somos mais do que uma porta de entra e saída de mercadorias. Camiões transportando terras e entulho produtores de poeira devem trabalhar com sua carga coberta e as estradas não alcatroadas em que circulam, devem ser periodicamente molhadas ou irrigadas em benefício da saúde pública. Não se pode permitir o armazenamento de clinker na zona urbana como acontece na Munhava. Um orçamento deve ser encontrado para abordar a questão das estradas da Beira de maneira profunda e mais definitiva tendo em conta o nível de ingressos fiscais que chegam aos cofres do estado por via de seu porto e suas estradas. Não pode haver hesitações em assuntos de importância nuclear. Boas Festas e Futuro Próspero é o que O AUTARCA deseja a todos os munícipes desta que também é a nossa cidade.■ (Redacção) Lançada prática de canoagem no Chiveve - É a primeira vez que esse desporto acontece na história do Chiveve e isso mostra claramente que a Beira está a crescer, está a acompanhar o mundo. O que nós pretendemos é criar condições para concentramos as pessoas em actividades turísticas e de lazer, mais diversão e relaxamento e menos stress para a nossa população – Daviz Simango, Autarca da Beira Beira (O Autarca) – Foi lançada na manhã desta sexta-feira (17), na cidade da Beira, a prática da canoagem no Chiveve. Trata-se da concretização de um velho sonho que vem desde a época colonial agora tornado realidade pelo actual executivo do Conselho Municipal da Beira presidido pelo Eng. Daviz Mbepo Simango. O lançamento da prática de canoagem no Chiveve que coincide com as festividades do 111º aniversário de elevação da Beira à categoria de cidade, foi marcado pela realização de uma prova que envolveu oito concorrentes. A prova partiu da zona do desaguadouro, nas Palmeiras-I, até a Praça dos Professores, na Rotunda de Chipangara. Mesmo sem anúncio prévio, a prática de canoagem no Chiveve atraiu uma imensurável multidão, na sua maiora os residentes de Inhamudima, Chipangara, Goto e Matacuane que acompanharam o evento com bastante emoção. lhes mais diversão e relaxamento e reduzir o stress na nossa população Muitas vezes pensamos que é só o futebol, motocross que arrastam a população. Mas o lançamento da prática de canoagem hoje no Chiveve provou-nos nova realidade, que é uma modalidade apetitiva, com forte potencial de arrastar multidão” – Daviz Simango. “É a primeira vez que a prática desse desporto acontece na história do Chiveve e isso mostra claramente que a Beira está a crescer, está a acompanhar o mundo. É fantástico estar aqui e assistir esse tipo de desporto. O que nós pretendemos é criar condições para concentramos as pessoas em actividades turísticas e de lazer, oferecendo- O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 05/13 FONTE: INE – INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA – 10 DE FEVEREIRO DE 2017 Cidade da Beira: 1907 – 2018 do pon to de vista administrativo, é um município com um governo local eleito. Beira é a segunda maior cidade de Moçambique, logo após a capital do país, Maputo, contando com uma população de 431.583 habitantes de acordo com o Censo de 2007. Panorama do centro da da cidade da Beira A cidade de Beira foi originalmente desenvolvida pela Companhia de Moçambique no século XIX, e depois directamente pelo governo coloLocalização de Beira na província de Sofala nial Português entre 1942 e 1975, ano em que Moçambique obteve sua independência de Portugal. Actualmente a cidade se encontra modernizada, embora ainda mantenha algumas áreas degradadas e problemáticas, como é o caso do Grande Hotel Beira. Depois de Maputo, Beira é o segundo maior porto marítimo para o transporte internacioBeira (O Autarca) – nal de cargas de e para Moçambique. A cidade do Futuro de Moçambique, tal como a cidade da Beira é apelidada desde o início da escritura da história contemporânea Moçambicana, celebra na próxima segunda-feira, 20 de Agosto, o 111º aniversário de elevação da urbe a actual categoria. Já fizemos menção deste facto em editoriais anteriores nos quais temos rerferenciado de forma reiterada os pilares que sustentam o desenvolvimento da cidade única em Moçambique, Africa e no Mundo. A menos de 48 horas da festa de aniversário, recorremos a maior enciclopédia livre do universo, o Wikipédia, que a seguir nos retrata a origem da Beira (Moçambique). Beira é uma cidade de Moçambique, capital da província de Sofala. A antiga localidade tem o estatuto de cidade desde 20 de Agosto de 1907 e, Nossos serviços: - Consultoria Ambiental - Planeamento Físico - Auditoria Ambiental - Consultoria em Minas - Consultoria em água e saneamento JOSÉ ZECA, Msc CONSULTOR BEIRA SOFALA Rua Comandante Gaivão N°160 PONTA-GEA Tel: +258 825782820 ,+258 845782820 Email: zezeca07@gmail.com, zezeca07@yahoo.com.br Our services: - Environmental consulting - Physical planning - Environmental audit - Minning consulting - Water and sanity consulting JOSÉ ZECA, Msc CONSULTOR BEIRA SOFALA Comandante Gaivão Road, N°160 PONTA-GEA Tel: +258 825782820 ,+258 845782820 Email: zezeca07@gmail.com, zezeca07@yahoo.com.br O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 06/13 Beira Localização da Beira em Moçambique - Coordenadas: 19º 50` S 34º 51` E - País: Moçambique - Província: Sofala - Início da povoação: 1887 - Elevação à cidade: 1907 - Presidente do Município: Daviz Simango - Área: 633 km2 - Altitude: 14 m (46 pés) - População em 2007: 431.583 - Densidade: 681.8 km2 - Gentílico: Beirense - Fuso horário: CAT (UTC+2) - Código postal: 2100 - Código de área: +258 23 - Sítio: www.municipiobeira.gov.mz A povoação foi fundada pelos portugueses em 1887, numa área conhecida pelo nome de Aruângua, e logo suplantou Sofala como principal porto no território da actual província de Sofala. Originalmente chamada Chiveve, o nome de um rio local, foi rebaptizada para homenagear o Príncipe da Beira, Dom Luís Filipe, primogénito de D. Carlos I que, em 1907, foi o primeiro membro da família real portuguesa a visitar Moçambique, trazendo de Lisboa o decreto real que elevava Beira à categoria de cidade. Tradicionalmente, o príncipe herdeiro de Portugal levava o título de Príncipe da Beira, província histórica de Portugal. A administração portuguesa construíu um porto e famílias portuguesas se estabeleceram na localidade recém-fundada, e começaram a desenvolver actividades comerciais. A cidade passou a ser administrada pela Companhia de Moçambique, fundada em 1891 e que tinha sua sede em Beira. Foi então construída uma ferrovia que ligava à então Rodésia, aberta em 1899. Em 20 de agosto de 1907, Beira era elevada à condição de cidade, um ano depois era inaugurada a iluminação elétrica e, em 1911, um serviço telefónico urbano. Em 1926, ainda não existiam automóveis em Beira, porém, em 1934 estes já somavam 596, bem cerca de 1.190 km a norte de Maputo, no centro da costa do Oceano Índico. É uma cidade portuária no Canal de Moçambique. O município tem uma área de 633 km², uma altitude média de 14 metros acima do nível do mar e está situado nas coordenadas 19° 50' sul e 34° 51' leste. Tem limite ao norte e oeste com o distrito de Dondo, a leste com o Oceano Índico e ao sul com o distrito do Búzi. A cidade está localizada numa região pantanosa, junto à foz do Rio Púnguè, e sobre alongamentos de dunas de areia ao longo da costa do Índico. A vegetação natural é caracterizada por terras baixas e litoral com mangais. Clima A cidade da Beira é caracterizada por um clima tropical húmido chuvoso de savana, com temperaturas elevadas e húmidas no verão, especialmente durante a estação das monções de verão (hemisfério sul) de Outubro a Fevereiro. Economia A cidade vive do comércio e do porto, que movimenta carga geral (carga solta/não contentorizada), mas também existe um terminal de contentores. A cidade está na origem de dois corredores de transporte. O Corredor da Beira liga ao Zimbabué, por via rodoviária e ferroviária e facilita o acesso do interior do continente ao litoral como, por exemplo, de Lusaka, capital da Zâmbia, país sem acesso directo ao mar. O segundo corredor liga ao Malawi e é neste momento exclusivamente rodoviário. Depois de atravessar o rio Zambeze pela Ponte Dona Ana, a linha ferroviária toma o sentido noroeste em direcção a Moatize para servir as minas de carvão locais. O ramal que ligava ao Malawi ainda não foi reabilitado. Todas essas ferrovias têm "bitola do Cabo" e podem carregar uma carga por eixo de 16t, e 17t no Zimbabué. como duas companhias de transportes colectivos. Em 1942, com o fim da concessão da Companhia de Moçambique, a administração da cidade reverteu para a administração directa do governo Português. A construção de uma nova estação ferroviária foi concluída em 1966. Antes da independência, a Beira era destaque por seu porto marítimo bem equipado, uma das principais instalações de seu tipo em toda a África Oriental, e também pelo turismo, pesca e comércio. A cidade prosperou como um porto cosmopolita com diferentes comunidades étnicas (portugueses, indianos, chineses, africanos indígenas) empregadas na administração, comércio e indústria. O grande número de habitantes que fala inglês deve-se ao facto da cidade ter sido um destino de férias preferido para os brancos da Rodésia. Um sinal desta época é o Grande Hotel construído perto da costa do Oceano Índico. Em 1970, a cidade da Beira possuía 113.770 habitantes. Após a independência de Portugal Após a independência de Portugal em 1975, a maioria dos portugueses deixaram a cidade. Moçambique foi devastado por uma guerra civil entre 1976 e 1992, que opunha os marxistas da FRELIMO, que controlavam o governo, e os rebeldes da RENAMO, chegando próximo ao caos total em dois anos e gerando fome, doença e miséria. O Grande Hotel foi ocupado por cerca de 1.000 beirenses desabrigados, e no fim da guerra civil, a cidade estava bastante degradada. Em 2000, inundações em Moçambique devastaram Beira e as regiões próximas, deixando milhões de desabrigados e causando graves danos à economia local. Geografia A cidade da Beira, capital da província de Sofala, está localizada a https://www.facebook.com/Jornal-O-Autarca-da-Beira-Mozambique-298173937184488/ O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 07/13 O porto comunica, através de um sistema de rádio com a Cidade do Cabo e, assim, indirectamente com todos os outros portos mais importantes do mundo. Os principais produtos de exportação do porto são açúcar, tabaco, milho, algodão, fibra de pita agave, cromo, minério de ferro, cobre, chumbo, carvão. O Corredor da Beira contém também um oleoduto que liga o porto da Beira ao Zimbabué. A cidade da Beira é o segundo maior parque industrial do país logo após a Matola. Demografia Crescimento populacional Ano População % 1940 24.700 - 1950 42.000 70,0 1960 58.200 38,6 1970 113.770 95,5 1980 230.744 102,8 1997 412.588 78,8 2007 431.583 4,6 Mulheres beneficiando arroz na Beira Pescadores consertando rede na Beira A RENAMO seleccionou outro candidato para as eleições de 2009, levando a que Daviz Simango concorresse como candidato independente. A Beira foi o único município que não foi ganho pelo Partido Frelimo. Daviz fundou, em seguida, o partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Daviz Simango sucedeu a Chivavice Muchangage, o primeiro Presidente de Conselho Municipal eleito em 1998 pelo Partido Frelimo. O município encontra-se dividido em cinco postos administrativos: Urbano nº 1, Urbano nº 2, Urbano nº 3, Urbano nº 4 e Urbano nº 5, que se dividem em 26 bairros: Macúti, Palmeiras, Ponta-Gêa, Chaimite, Pioneiros, Esturro, Matacuane, Macurungo, MunhavaCentral, Mananga, Vaz, Maraza, Chota, Alto da Manga, Nhaconjua, Chingussura, Vila Massane, Inhamízua, Matadouro, Mungassa, Ndunda, Manga-Mascarenha, Muave, Nhangau, Nhangoma e Tchonja. Religião A Arquidiocese da Beira, em latim: Archidioecesis Beirensis, é uma sede metropolitana católica de rito latino, com sede nesta cidade e criada em 4 de junho de 1984. Educação A nível do ensino superior privado, a cidade abriga várias faculdades e outros serviços da Universidade Católica de Moçambique (UCM), uma universidade privada que foi fundada pela Igreja Católica em 1996. Na Beira encontram-se a Faculdade de Economia e Gestão, a Faculdade de Ciências de Saúde, o Centro de Ensino à Distância, o Centro de Pesquisa em Gestão e Economia Aplicada (Gea-Consult), o Centro Santo Agostinho, o Centro de Investigação Geográfica (CIG) e o Centro de Investigação de Doenças Infecciosas (CIDI). De acordo com o censo de 2007, Beira possuía uma população total de 431.583 habitantes, sendo 219.624 homens e 211.959 mulheres. Um total de 259.728 habitantes tinha 15 ou mais anos de idade. A população da cidade da Beira pertence na sua maioria ao grupo Bangwe, resultante do cruzamento ocorrido entre os Machangas, Matewes e Podzos do vale do Zambeze. A maioria da população é cristã, havendo também um elevado número de muçulmanos e hindus. Política e Administração População por faixa etária e sexo Faixa etária Homens Mulheres Total 0 6.263 6.273 12.536 1-4 23.168 23.240 46.408 05-09 27.405 27.802 55.207 10-14 28.237 29.467 57.704 15 - 19 26.365 26.139 52.504 20 - 24 26.877 25.386 52.263 25 - 29 20.635 18.213 38.848 30 - 34 14.300 13.891 28.191 35 - 39 10.959 11.024 21.983 40 - 44 9.683 8.420 18.103 45 - 49 8.133 6.521 14.654 50 - 54 6.099 5.160 11.259 55 - 59 4.434 3.451 7.885 60 - 64 2.917 2.529 5.446 65 - 69 1.839 1.660 3.499 70 - 74 1.163 1.287 2.450 75 - 79 649 811 1.460 80 + 498 685 1.183 Total 219.624 211.959 431.583 O actual presidente do Conselho Municipal da Beira é Daviz Simango, eleito em 2003 como representante da Renamo-UE e reeleito em 2009 como independente. O seu Diário Electrónico Editado na Beira O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 08/13 A cidade ainda é sede do Instituto Superior de Ciências e Tecnologias Alberto Chipande (ISCTAC), fundada em 2011 e da Universidade Jean Piaget de Moçambique (UNIPIAGET), fundada em 2002, pertencente ao Instituto Piaget de Portugal. Sedea igualmente uma nova universidade, a Universidade Adventista de Moçambique (UAM), inaugurada ainda em 2010. Quanto ao ensino superior público, destaca-se a delegação da Universidade Pedagógica e a UniZambeze (Universidade Zambeze), uma universidade pública com a missão de servir a região central do país. Turismo O turismo é uma indústria em potencial para a Beira, mas os retornos são, até ao momento, limitados. Os atractivos turísticos da Beira incluem a Catedral da Beira, a Estação Ferroviária, o Farol do Rio Macúti, a Praia Macúti e mesmo o Grande Hotel. A Beira Catedral da Beira Farol do Rio Macuti é a porta de entrada para o Parque Nacional da Gorongosa, um dos princiexterno do Zimbabué, Malawi e Zâmbia, principalmente devido ao seu porto, o segundo maior de Moçambique. A importância do porto ficou demonstrada durante a Guerra Civil Moçambicana, quando as tropas zimbabueanas protegeram a ferrovia e a estrada que ligam Beira a Mutare, a fim de permitir a continuação do comércio. A cidade conta com uma imponente Estação de Caminho de Ferro. O governo concretizou a sua intenção de modernizar os portos da Beira e Nacala, este último mais ao norte, privatizand a sua gestão. O governo está igualmente a modernizar a infraestrutura rodoviária e ferroviária ao redor do porto da Beira de modo a melhorar a ligação deste com as minas do país. Há também um serviço de batelão que liga a cidade a povoações vizinhas, especialmente o Búzi. A Beira é servida pelo Aeroporto Internacional da Beira situado a nordeste da cidade, com voos domésticos e internacionais. A estrada que liga a cidade ao Zimbabwé é parte de um dos eixos da Rede Rodoviária Transafricana em desenvolvimento, a Estrada Beira – Lobito, ligando a Beira ao porto atlântico do Lobito, Angola. Desporto Beira possui vários clubes e arenas desportivas. Algumas equipas de futebol disputaram ou disputam o Campeonato Moçambicano de Futebol, o Moçambola. De entre as infraestruturas desportivas está o campo do Ferropais parques nacionais de Moçambique, situado a 170 km a noroeste da cidade. A cidade já possui uma infraestrutura adequada para o turismo internacional. Já possui igualmente restaurantes e hotéis de padrão turístico e a segurança pública é considerada eficiente. Praias A orla marítima estende-se desde o Grande Hotel até ao Farol do Rio Macúti. As melhores praias da cidade localizam-se entre o Clube Náutico da Beira e o Farol. A praia de Savane está localizada a 32 km da cidade. A viagem de barco até ao local tem uma duração de entre 5 a 10 minutos, e nela se podem observar variadas espécies de pássaros. Outra praia de referência é a Praia Nova, situada em mar aberto. Reserva Nacional de Marromeu A Reserva Estatal de Marromeu está situada a Sul do Delta do Zambeze, é uma das mais ricas em biodiversidade na região da África Austral e compreende a reserva e as coutadas oficiais nº. 10, 11, 12 e 14. Sendo uma zona para safári turístico, é possível praticar safári fotográfico, pesca no mar e no rio, e a canoagem no rio Zambeze. Pode-se observar animais como: búfalos, hipopótamos, porcos bravos, aves marinhas e terrestres, e colónias de pelicanos brancos, entre outros animais. Aeroporto internacional da Beira Há muito tempo que a Beira é um local importante para o comércio O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 09/13 viário da Beira e o Clube de Golfe. O primeiro título obtido por uma equipa da cidade no campeonato, disputado desde 1976, foi conquistado pelo Grupo Desportivo da Companhia Têxtil do Punguè em 1981. Cidadãos ilustres  Mia Couto – Escritor  Chiquinho Conde – Futebolista  Orlando Conde – Futebolista  Jorge Mamade - Músico  Carlos Beirão – Artista  Ferreira Mendes – Engenheiro  Carlos Cardoso – Jornalista  José Rodrigues dos Santos – Jornalista e Escritor português  Maria Rueff – Atriz portuguesa  Dom Jaime Pedro Gonçalves – Primeiro Arcebispo da Beira  Noé Nhantumbo – Escritor  Adelino Timóteo – Escritor  Maria Pinto de Sá – Poeta  Alfredo Binda (Jah Bee) – Artista  Gilberto Correia – Advogado  Augusto Macedo Pinto – Advogado  Eliseu de Sousa – Advogado  Hélder Miranda – Médico  Ganha Ha-Koom – Empresário  Lourenço Bulha – Empresário  Jorge Fernandes – Empresário  Pedro Mucambe – Empresário  Amílcar Sabino – Académico  God Ivo – Arquitecto  Joaquim Mesquita – Empresário  Rizuane Mubarak – Académico  Carlos Crespim – Desportista e Bancário  Artur Ricardo – Jornalista  Younusse Ahmad – Político  Félix Machado – Empresário  Falume Chabane – Jornalista, Editor e Fundador do 1º Jornal Independente da Beira.■ Inauguração do Estádio Municipal engrandece a festa da cidade MUNICÍPIO DA BEIRA CONSELHO MUNICIPAL Tolerância de Ponto Por ocasião da comemoração dos 111 anos da elevação à categoria de Cidade e para permitir que os residentes passem condignamente o Dia 20 de Agosto de 2018, o Conselho Municipal da Beira (CMB) concede Tolerância de Ponto à todos os trabalhadores desta Urbe, de acordo com o despacho de Sua Excelência Senhora Ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social. A Tolerência de Ponto não abrangerá os trabalhadores cuja natureza da sua actividade não permite interrupção no interesse público. Beira, 16 de Agosto de 2018 O Presidente Daviz Mbepo Simango / Engº Civil / Beira (O Autarca) – Está tudo conforme para a realização da cerimónia de inauguração do Estádio Municipal, na Munhava, amanhã, sábado (18), que será um dos momentos mais marcantes das festividades do 20 de Agosto – Dia da Cidade da Beira. É esperada a participação no evento de mais de cinco mil pessoas. A cerimónia inicia as 09h00 e termina por volta das 20h00. Serão realizados dois jogos de futebol, o primeiro entre finalistas do Torneio 20 de Agosto, nomeadamente selecções da Baixa e da Manga. E o jogo mais importante colocará frente-afrente as selecçõe nacionais de futebol feminino de Moçambique e do Zimbabwe. Diversas personalidades nacionais e estrangeiras foram convidadas a testemunhar o evento, entre representantes da CAF, FMF, do Governo e Diplomatas. Haverá actuação de grupos culturais, artistas musicais, banda militar. O primeiro toque da bola será dado pelo patrono do Estádio, o Autarca Daviz Simango.■ (Redacção) https://www.facebook.com/Jornal-O-Autarca-da-Beira-Mozambique-298173937184488/ O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 10/13 Correspondênci@ Electrónic@ Por: Noé Nhantumbo (Título Póstumo) Beira: Sustentabilidade e desenvolvimento humanizado no centro das atenções Beira (O Autarca) – O Jornalista e Escritor Noé de Nascimento Nhantumbo, falecido recentemente, em vida destacou-se como um dos maiores amantes da Cidade da Beira. Produziu vários artigos publicados no O Autarca sobre a Cidade da Beira. Como forma de imortalizar a sua grande obra a favor do engrandecimento da Cidade da Beira, O Autarca republica na íntegra nesta edição o seu artigo intitulado “Beira: Sustentabilidade e desenvolvimento humanizado no centro das atenções”, publicado na edição do Jornal O Autarca nº 2937, de 19 de Agosto de 2015, por considerar a sua abordagem oportuna por ocasião da celebração dos 111 anos da Cidade da Beira. Queremos mais uma vez agradecer ao Noé Nhantumbo por tudo quanto fez de bem pela Cidade da Beira e pelo Jornal O Autarca, e continuar a rogar para que a sua Alma descane em Paz, pois cá ainda estamos para dar continuidade a sua Obra.■ “Celebra-se mais um ano da Beira elevada a categoria de cidade. Esta cidade ribeirinha do Índico é um espaço de primordial importância para a província de Sofala, para o país e para a região Austral de África. Sua posição geográfica é estratégica para as comunicações nacionais e regionais. Beira e seus munícipes celebram esta data num quadro conjuntural complexo e cheio de desafios. Os desenvolvimentos recentes no campo das infraestruturas públicas dão alento e satisfazem os utentes. Mas o trabalho bem como a sua complexidade não param de se evidenciar. Vivemos o presente mas importa que munícipes, CMB e outros níveis hierárquicos juntem esforços e comecem a pensar no futuro, pois face as limitações e constrangimentos de natureza geográfica e humana a Beira precisa de estar preparada. Há condições para estruturar o desenvolvimento mas isso vai requer que as autoridades municipais cresçam sobre os desafios e problemas característicos da Beira. Beira precisa de mais profissionalização de sua gestão de modo a que se diminua a improvisação operacional. Ordenamento territorial, urbanização, arquitectura, gestão de resíduos sólidos, gestão de mercados, drenagem e salubridade, manutenção e reabilitação de estradas são áreas que merecem atenção especial de todos mas especialmente das autoridades municipais. Mas convém que se reconheça que para uma gestão harmoniosa, promotora de desenvolvimento sustentável, a Beira precisa de despir-se de alguns constrangimentos de natureza política. Entanto que centro urbano, a Beira tem sofrido de investidas políticas dos vários actores políticos sem que a sua verdadeira agenda de desenvolvimento seja o foco. Reflectir e agir em consonância com as realidades e necessidades dos munícipes requer que os políticos tenham agendas claras e unificadoras. Há alguma dispersão de recursos e duplicação governativa que desviam recursos escassos em nome de uma politização de conteúdo duvidoso. A Beira precisa que os políticos entendam que os munícipes e seu bem-estar são o mais importante e nesse sentido esta ocasião deve servir de momento para reflexão consequente. Não se podem colocar barreiras artificiais ao desenvolvimento só por razões eleitoralistas e políticas. Esta aguerrida e solidária cidade precisa de preparar-se para um futuro incerto do ponto de vista climático e sua orla marítima precisa de encontrar medidas de protecção que exigem apurados conhecimentos em engenharia. Reflectir e agir em consonância com as realidades e necessidades dos munícipes requer que os políticos tenham agendas claras e unificadoras. Há alguma dispersão de recursos e duplicação governativa que desviam recursos escassos em nome de uma politização de conteúdo duvidoso. A Beira precisa que os políticos entendam que os munícipes e seu bem-estar são o mais importante e nesse sentido esta ocasião deve servir de momento para reflexão consequente. O seu Diário Electrónico Editado na Beira O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 11/13 Continuado da Pág. 02 Não se podem colocar barreiras artificiais ao desenvolvimento só por razões eleitoralistas e políticas. Esta aguerrida e solidária cidade precisa de preparar-se para um futuro incerto do ponto de vista climático e sua orla marítima precisa de encontrar medidas de protecção que exigem apurados conhecimentos em engenharia. Acreditamos que juntos podemos fazer muito mais e melhor em prole do desenvolvimento da Beira. Mas também queremos dizer que se registam deficits de recursos mente políticas. A Beira que tem sabido superar desafios desde a sua fundação é produto de convicções fortes de seus munícipes e hoje juntamo-nos a todos eles nesta festa bem merecida. Juntos vamos redobrar esforços e com o talento bem como criatividade de todos saberemos ultrapassar os desafios do presente e do futuro. Sem sectarismos e sem politiquices os beirenses constroem seu futuro. Viva o 20 de Agosto!■ humanos adstritos ao município em áreas estratégicas como gestão de infraestruturas públicas, estradas, sistemas de esgoto e outros sectores. Profissionalizar a administração e gestão municipal vai requerer orçamentar e recrutar internamente e a nível internacional gestores de topo com um know-how apropriado e adequado aos desafios existentes. Não podemos ter vergonha de aprender com os que sabem mais do que nós e não podemos impedir que quem sabe nos ajude a fazer melhor por nossa cidade independentemente das questões de natureza político-partidária. Humanizar o desenvolvimento tem de significar agir em concertação e em coordenação com os munícipes em todos os aspectos. Alavancar o desenvolvimento requer que exista uma sintonia entre os munícipes, o CMB e os investidores que demandam a nossa cidade. Numa situação de escassez de espaço físico para implementar projectos industriais e comerciais há que encontrar através do diálogo e do respeito pelas posturas municipais, um meiotermo que não coloque as partes em conflito. E importa que os eventuais conflitos emergentes não sejam motivo de aproveita-mento político. Existe capacidade interna que por vezes não é aproveitada e utilizada devidamente por questões meraLiga Desportiva de Sofala Contribuindo para a Promoção do Desporto em Sofala ADIRA JÁ O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 12/13 Diríamos que o primeiro comentário ao livro de João Craveirinha [Mphumo Kraveirinya] tem a ver com a necessidade de que seja entendido cum grano salis, como gostam de dizer os juristas ao terem de sopesar os diversos conteúdos de alguma afirmação mais polémica. Trata-se aqui de um grito de alerta, de uma impiedosa denúncia de tudo o que aflige o autor deste livro no seu tão amado país. É precisamente porque o ama que fala, ele que tem Voz audível e pode exprimir o que muitos conterrâneos igualmente pensam, tão incomodados como ele com a desagregação social que a seus olhos se patenteia. Na ordem prática das coisas, os males que aponta residiriam no facto de a cidade do Maputo, em que particularmente se detém, se ter agigantado para além dos limites que é possível gerir, em termos materiais como comportamentais. Daí a sua insistência em que se mude a capital quase que para qualquer lugar, desde que não seja aquele; constituiria pólo de desenvolvimento de região do interior e, sobretudo, pelas suas mais reduzidas dimensões, estaria mais vocacionada para aquela coesão e valores de solidariedade que foram apanágio da África tradicional. Um segundo ponto exige destaque. É que, se a intenção de denúncia é clara e se exprime de forma cortante e algo violenta, o seu contraponto – os ancestrais valores culturais – encontra-se apenas implícito no livro. Resultou este de uma pequena remodelação de crónicas que a imprensa moçambicana foi sucessivamente publicando, sempre obtendo como retorno o interesse e o apreço do público anónimo bem como das autoridades do país. Destinando-se a uma sociedade bem consciente das suas tradições, referi-las no livro teria sido ocioso e redundante. Não assim com o público português que, embora sem malevolência, tenderá a tomar a árvore pela floresta e a deturpar as reais e superiores intenções do autor. Com pratos da balança em que de um lado se amontoam críticas arrasadoras e no outro nada se encontra, não é difícil antever para onde, sem verdade profunda e sem justiça, ela poderá pender em Portugal. Se algo existe que caracterize a sociedade tradicional africana, é justamente o elevado grau da sua estruturação. Todos e cada um desempenhavam papéis de contornos bem definidos: homens e mulheres tinham-nos interiorizado, tal como os chefes das dinastias reais ou clânicas e respectivos súbditos e parentes. Também as crianças, aliás educadas com grande liberdade de movimentos, iam adquirindo conhecimentos que atingiriam o seu ponto alto nas formais cerimónias de iniciação. A história profana e sagrada legada pelos seus maiores ser-lhes-ia então revelada, em rituais por vezes de grande secretismo, bem como as regras de comportamento social, familiar, sexual, que deveriam regê-las nas suas vivências futuras. Hoje como ontem, provérbios, enigmas, contos de animais (que apenas o são na aparência, sedutoras (Continua na página seguinte) https://www.facebook.com/Jornal-O-Autarca-da-Beira-Mozambique-298173937184488/ PREFÁCIO pela Profª DRA Leonor Correia de Matos MOÇAMBIQUE, FEITIÇOS, COBRAS E LAGARTOS. Crónicas Romanceadas da Etno-História e Actualidade 2001 – 2002 (três edições esgotadas) Autor: João Craveirinha (Mphumo Kraveirinya) O Autarca – Jornal Independente, Sexta-feira – 17/08/18, Edição nº 3536 – Página 13/13 (Continuação do Prefácio da Profª DRA Leonor Correia de Matos, de ‘Moçambique, Feitiços, Cobras e Lagartos.’) pados. Quando Lacerda e Almeida parte de Tete, em Moçambique, rumo a Angola, numa daquelas numerosas viagens destinadas a estabelecer a ligação entre as duas costas – antecipando o futuro "mapa cor-de-rosa" – deparará com inúmeras dificuldades e morte precoce simplesmente pela sua recusa em atender insistentes recomendações de quem melhor conhecia África e suas normas diplomáticas. Obstinar-se-á em se rodear de vasto séquito de gente armada, embora não fosse mandatado para guerra nenhuma. Teria ido mais seguro na pele de viajante, quiçá negociante, que solicitava passagem por terras de régulos, como lhe competia. Quem estranhará, pois, que João Craveirinha veja com indignada mágoa a desagregação da sociedade moçambicana na sua cidade capital? Por onde se escoou o direito consuetudinário, a civilidade, a solidariedade, o respeito mútuo? Na carreira de tiro verbal que montou, o autor deste livro é a voz que clama, mas não no deserto: é ouvido, entendido, aprovado pelos melhores dos seus concidadãos. João Craveirinha não está só.■ – LCdM – ‘Sim Africa’ História e histórias de contactos culturais em Angola de Leonor Correia de Matos LCdM - Leonor Correia de Matos (Licenciatura em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa; Doutoramento (Ph.D.) na School of Oriental and African Studies da Universidade de Londres) Propriedade: AGENCIL – Agência de Comunicação e Imagem Limitada Sede: Rua do Aeroporto – Desvio 2141 – Casa 711 – Beira E-mail: oautarca@teledata.mz; oautarcabeira@yahoo.com.br Editor: Chabane Falume – Cell: 82 5984510; 84 2647589 – E-mail: chabanefalume08@gmail.com O Autarca: Preencha este cupão de inscrição e devolva-o através do fax 23301714, E-mail: oautarcabeira@yahoo.com.br ou em mão SIM, desejo assinar O Autarca por E-mail ( ), ou entrega por estafeta no endereço desejado ( ) Entidade................................................................................................................................................................................ Morada.......................................................... Tel................................ Fax .............................. E-mail .............................. Individual ( ) Institucional ( ) .............../ ........../ 2013 Assinaturas mensais MZM – Ordinária: 14.175,00 * Institucional: 18.900,00 metáforas de verdadeiros seres humanos) relembram, a velhos e novos, práticas antigas de aplicação intemporal. Provérbios e contos que encontram quase perfeita contrapartida nos que os europeus igualmente recolheram do seu passado – só que expressos com imaginação mais rica, elemento que, inserindo-se na natural fugacidade da tradição oral, lhes confere valor de memória perdurável. Em tom jamais moralizante, mas com humor, ironia e malícia, muito se dizia, muito se ensinava. Tão estruturada era a sociedade tradicional que até os primeiros viajantes portugueses, negociantes como Silva Porto em Angola, estavam a par de regras que exigiam cumprimento. Nos lugares mais remotos, matos mais cerrados, existindo algum chefe nas cercanias, ele haveria de ser antes de mais abordado: após o envio de um presente (que seria retribuído), logo no primeiro encontro o viajante seria convidado a identificar-se, a declarar que propósitos ali o levavam, para onde se dirigia. Assim procedendo, adquiria um estatuto definido, teria por si as leis do lugar; procurasse ele o anonimato, prosseguindo desapercebido (ao que julgava) naquela imensidade de território, esperavamno roubos, até mortes, com a total impunidade dos cul-

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