" Todas as testemunhas identificaram os homens da Unidade de Intervenção Rápida. Pode até duvidar-se desta informação, porque provavelmente a maioria dos que lá estavam são membros da Renamo. Mas não é novidade para ninguém que a UIR e a Polícia andam há meses a disparar contra homens da Renamo que há mais de 20 anos convivem pacificamente com a população em vários cantos do país.
A obsessão por um plano de desmilitarização da Renamo à força não é nova. As pessoas já compreenderam de que lado o dedo anda louco, a tremer para dar o primeiro tiro. É do lado das tropas governamentais. Isso toda a Frelimo sabe, apesar do teatro cínico de apelos à paz, os quais incluem canções e arregimentação de algumas personalidades para aparecerem em anúncios comerciais.
Há muita e infeliz coincidência em Manica quando se trata de actos para pôr em perigo a paz.
Vamos desagragar: este episódio acontece numa província agora dirigida por Alberto Mondlane, um colaborador de Nyusi no ataque a Sadjundjira em 2013.
Na altura, Alberto Mondlane era ministro do Interior, e é um dos membros da Frelimo que tem um discurso de violência e de desprezo para com a Renamo.
Num passado não muito distante, o mesmo Alberto Mondlane já havia ordenado à Polícia para inviabilizar um comício da Renamo em Macossa, distrito onde Afonso Dhlakama estava a trabalhar. Isso aconteceu por duas vezes, e numa delas a confrontação esteve iminente, tendo valido o bom senso de alguns militares da Renamo que não aderiram às provocações da Polícia.
Falar de assassinar Dhlakama e atribuir esse objectivo à Frelimo não pode causar espanto a ninguém.
Basta lembrar quem está a dirigir a Frelimo, e está a dirigir o país. É Filipe Nyusi. Este mesmo sujeito comandou pessoalmente, em Outubro de 2013, um ataque de larga escala à principal base da Renamo na Gorongosa, Sadjundjira, com o objectivo de assassinar o presidente da Renamo.
Há muito que se vem comentando, dentro da Frelimo, que a solução para o “assunto Dhlakama” é aplicar a fórmula angolana, em alusão aos métodos usados pelo MPLA, partido no poder em Angola, que eliminou Jonas Savimbi, presidente da UNITA.
É preciso ter em mente que esta hipótese não foi colocada de lado. A operação que Nyusi comandou em Sadjundjira não apanhou Dhlakama, mas matou um deputado da Renamo, que também era membro do Conselho de Administração da Assembleia da República, Armindo Milaco.
Portanto não há “Damiões” suficientes para tirar da cabeça dos moçambicanos que a ideia de assassinar Dhlakama ainda é uma equação existente. O nosso dever patriótico é informar que se está a usar uma mentalidade de alucinação típica de garotos para resolver assuntos que deveriam ser resolvidos de forma mais adulta. Haja maturidade! "
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