Bersani, Monti, Berlusconi
D.R.
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O primeiro-ministro em fim de mandato, Mario Monti, o polémico ex-presidente, Silvio Berlusconi, o líder de centro-esquerda, Pier Luigi Bersani, e o antipolítico Beppe Grilo são os protagonistas das eleições gerais em Itália.
A decorrer nos dias 24 e 25, estas eleições contam com 19 listas que se apresentam-se à Câmara dos Deputados e 16 ao Senado.
O primeiro-ministro cessante Mario Monti, 70 anos, anunciou a sua candidatura a 25 de dezembro. Em teoria seria a última vez que poderia candidatar-se, uma vez que é senador vitalício, mas vários especialistas estão a realizar um trabalho para que o antigo comissário europeu possa repetir o mandato.
Dia 4 de janeiro, Monti apresentou a lista Eleição Cívica, que coligada com a União dos Democratas Cristãos (UDC) de Pierferdinando Cassini, e Futuro e Liberdade (FLI) de Gianfranco Fini. Este candidato reúne 16% das intenções de voto, de acordo com as últimas sondagens.
Já o antigo primeiro-ministro Berlusconi, de 76 anos, apresenta-se como cabeça de lista para o Senado (câmara alta do parlamento), pelo partido Povo da Liberdade (PDL), que concorre às eleições com o antigo aliado a aliança Liga do Norte.
Depois de registar uma queda de 10% nas sondagens, Berlusconi conseguiu ganhar terreno até entre 28% e 30%, graças à proposta de devolução do imposto predial, contra orientações de Bruxelas.
O líder da coligação de centro-esquerda italiana, Pier Luigi Bersani, de 62 anos, com intenções de voto entre 34% e os 38%, promete devolver as políticas sociais destruídas pelas medidas de austeridade de Monti, sem abandonar a recuperação económica e de crescimento.
Vindo do Partido Comunista, Bersani apresenta-se como um candidato capaz de acabar com a "confusão e a opacidade" em Itália, cuja culpada é a direita italiana e as suas promessas.
Bersani apresenta-se com o carismático Nichi Vendola, líder do movimento Esquerda, Ecologia, Liberdade, que representa a corrente mais progressista do centro-esquerda com um programa baseado na conversão ecológica da economia.
Nascido no seio de uma ideologia comunista e fé católica, Vendola, 55 anos, homossexual, é o fundador da Associação Lésbica e Gay italiana.
Por fim, o líder do Movimento Cinco Estrelas, o cómico Beppe Grillo, 63 anos, reúne os desencantados da política italiana, apesar dos traços populistas e demagógicos. Este movimento tem 16% das intenções de voto.
Ausente dos programas televisivos, Grillo pretende "renovar e limpar" a política através de um "movimento cidadão", baseado na participação popular, e para isso escolheu os candidatos pela Internet, entre várias profissões, domésticas, estudantes, desempregados, mas nenhum político profissional.
De acordo com as sondagens, 30% dos italianos ainda não decidiram o seu voto, sendo que a indecisão, mais do que a abstenção, vai ter um enorme peso nas eleições, especialmente os cinco milhões de eleitores que decidem o sentido de voto no último minuto.
Com Lusa
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