Monday, February 18, 2013

Estou aqui para colocar ordem e não para matar moscas”

Diferendo entre administrador de Báruè e o coordenador da SC naquele distrito 
- Assim se pronunciou o administrador, Joaquim Zefanias que acrescenta “enquanto eu for administrador não vou permitir que um cidadão perturbe o meu trabalho,
pois o Rangel passa a vida a chamar-me de fdp e a fazer política em vez de actividades cívicas...isso eu não vou permitir” – sentenciou o administrador que nega, entretanto, ter expulsado o Coordenador da Plataforma da Sociedade Civil naquele distrito

(Maputo) Determinado em manter aquilo que considera norma de disciplina e comportamento que deve caracterizar a população do distrito de Báruè, na província de Manica, o administrador daquele distrito, em contacto com o mediaFAX, confirmou ter efectivamente decido que o coordenador local da Plataforma da Sociedade Civil não deve mais e, em nenhum momento, intervir em nome da Sociedade Civil naquele distrito. Alega que Rangel Mairoce, coordenador da Plataforma da Sociedade não respeita as estruturas governamentais locais e, além de desenvolver actividades cívicas, “passa a vida a fazer política”, insultando segundo o administrador, o partido no poder.
Mostrando-se completamente contrariado com o comportamento de Rangel Mairoce, o administrador, Joaquim Zefanias, disse que estava no distrito para colocar ordem e não para “matar moscas”.
Assim, “enquanto eu ter competência para mandar e dar ordens aqui, assim o farei. Não vou permitir, em momento algum, que um cidadão como o Rangel perturbe o meu trabalho. Não vou permitir que ande a chamar fdp a mim e a outras pessoas do bem que trabalham aqui. Ele anda a insultar até o Procurador Distrital, e isso, eu como administrador, em nenhum momento vou permitir” –reiterou ele em tom forte e determinado.
Tal como noticiamos na edição de sexta-feira, o administrador distrital, em reunião de 24 de Janeiro passado, terá decido verbalmente expulsar o coordenador da Sociedade Civil, ao mesmo tempo que lhe impedia de continuar a exercer qualquer actividade naquela região. No dia seguinte, o visado escreveu uma carta pedindo que o administrador lhe mandasse por escrito as suas decisões afim de poder recorrer a outras instancias. Entretanto, na carta- resposta de 28 de Janeiro, o gabinete do administrador não faz menção à expulsão de Mairoce.
“Ele é um cidadão moçambicano que pode viver onde muito bem quer” – disse o administrador, negando, por conseguinte, a expulsão de Mairoce do distrito.
Entretanto, o administrador confirma ter decidido e dito que o coordenador do MASC não deve exercer mais qualquer actividades naquele distrito, exactamente pelo facto de, segundo o administrador, estar a desrespeitar as autoridades locais “incluindo as pessoas com que ele (o Mairoce) diz que trabalha”.
Perguntamos depois ao administrador se competia a ele decidir que Rangel não devia mais trabalhar no distrito. A resposta veio de forma peremptória: “O senhor jornalista acha que eu como administrador vou aceitar continuar a ouvir insultos de um Rangel? Aquele é um malandro. Ele só anda aqui a gingar e a esbanjar dinheiro do MASC. Isso eu não vou tolerar porque, em vez de ensinar as populações anda a difamar as pessoas e a falar de política. Não é esse o trabalho dele aqui”.
Mas não acha que está a meter-se num assunto que diz respeito ao funcionamento da Sociedade Civil? – voltamos a perguntar.
“Se pensa assim tudo bem. Mas eu sou administrador e, pelo menos, enquanto eu estiver aqui, ele não vai trabalhar” – reiterou não deixando qualquer dúvida.
Mas, não seria mais conveniente o senhor queixar-se junto a procuradoria em torno dos insultos que sofre e outros comportamentos do coordenador da plataforma?
“Se mesmo o procurador ele não respeita. Em todas as reuniões aí só fala mal das pessoas e diz que ninguém lhe pode fazer nada porque tem chefes dele (grandes) em Maputo. Agora eu quero ver quem é esse chefe dele que lhe diz para não respeitar os órgãos locais”.
Rangel Mairoce
Enquanto isso, em contacto com o mediaFAX, o coordenador da Plataforma, Rangel Mairoce, disse que continua a aguardar pela resposta da carta que mandou à governadora de Manica, Ana Comoane, queixando-se daquilo que considerou comportamento prepotente, injusto e ilegal do administrador.
Reiterou que o administrador, durante a reunião de 24 de Janeiro, pronunciou sim, e de viva voz, pedindo que deixasse o administrador para morar noutro lugar, pelo facto de não respeitar as autoridades locais. (Redacção)



Hermínio dos Santos
Entre perseguição policial e verticalidade dos tribunais
- Pela terceira vez, o presidente do Fórum dos Desmobilizados é “sequestrado” pela polícia e presente ao juiz que, não vendo qualquer indício criminal, decide por mandar o réu em paz para sua casa

(Maputo) Depois de mais uma estranha detenção policial, a terceira em cerca de ano e meio, o líder do Fórum dos Desmobilizados de Guerra, Hermínio dos Santos, foi sexta-feira última, posto em liberdade, mediante termos de Identidade e Residência.
Dos Santos fora detido na passada quarta-feira, em mais uma estranha operação policial que tal como doutras vezes, cheira à perseguição e intimidação aos ex-combatentes e ao seu líder, em particular, considerando que a detenção ocorreu depois de mais uma concentração junto do Gabinete do Primeiro Ministro, para exigir o pagamento de pensões.
Após mais de 24 horas detido, divididos entre as celas do tribunal de Kampfumu e a Cadeia Central da Machava, Dos Santos foi ouvido pela juíza da terceira secção do Tribunal Judicial de Ka Mpfumu, na manha de sexta-feira.
Marina Augusto, juíza daquela secção não encontrou motivos para a detenção do ex-combatente e decidiu pela sua restituição à liberdade.
Durante o julgamento, o tribunal de Ka Mpfumu esteve com o perímetro cercado de agentes policiais, desconhecendo-se as reais intenções da sua presença.
O mesmo veio a acontecer no período da tarde, quando por volta das 14 horas, Hermínio dos Santos juntou no chamado "Jardim dos Madjermanes" perto de duas dezenas de associados, para concertarem sobre os próximos passos.
O ex-guerrilheiro disse a imprensa estar cansado das sistemáticas detenções, que considera serem perseguições do governo.
Tal como doutras detenções, as causas que mais uma vez levaram o líder dos ex-militares à cadeia, continuam estranhas e desconhecidas.
Hermínio dos Santos lidera uma das alas dos ex-combatentes que exige o pagamento de pensões mensais no valor de 20 mil meticais pelo tempo que estiveram ao serviço da guerra civil. Entretanto, pela disponibilidade orçamental das autoridades moçambicanas, o pagamento de pensão com estes valores, torna-se completamente impossível.
O grupo reiterou a intenção de protagonizar nos próximos dias, manifestações pacificas para exigir o pagamento das pensões, no valor mensal de 20 mil Meticais, que dizem ter direito, pelos 17 anos que serviram a guerra civil.

2 comments:

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