Monday, July 31, 2017

EUA aplicam sanções contra Maduro por perversão da ordem democrática


Em poucas horas, Washington retaliou contra o Presidente da Venezuela, que ainda celebrava a vitória na eleição de uma assembleia constituinte boicotada pela oposição e denunciada por grande parte da comunidade internacional.
Enquanto Nicolás Maduro fala numa “grande vitória”, a oposição denuncia uma gigantesca fraude
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Enquanto Nicolás Maduro fala numa “grande vitória”, a oposição denuncia uma gigantesca fraude EPA/NATHALIE SAYAGO
Quando, no rescaldo da votação para a escolha dos delegados que formarão a nova assembleia constituinte encarregada de redigir uma nova Magna Carta para a Venezuela, a Administração de Donald Trump prometeu responder “de forma célere e com medidas fortes contra os arquitectos do autoritarismo”, ninguém imaginou que o alvo pudesse ser o Presidente Nicolás Maduro. Mas foi. Em retaliação pelas suas decisões e iniciativas que, segundo a Casa Branca, “pervertem” a ordem democrática, os Estados Unidos decretaram o congelamento de todos os bens de Nicolás Maduro sob sua jurisdição e proibiram todos os cidadãos ou entidades norte-americanas de negociar com o Presidente venezuelano — que passa a acompanhar Robert Mugabe, do Zimbabwe, Kim Jong-un, da Coreia do Norte, e Bashar al-Assad, da Síria, no restrito clube de chefes de Estado sancionados pelos EUA.
“Por que carago havia de ligar ao que diz o imperador Donald Trump” quando o povo soberano votou decisivamente para mudar o modelo do Estado e a própria natureza do regime, de forma a promover a “tranquilidade” do país, perguntava-se Nicolás Maduro, ainda a celebrar a sua “rotunda vitória” numa votação boicotada e denunciada como uma fraude pela oposição interna, pelos observadores independentes e grande parte da comunidade internacional — que antes mesmo da divulgação dos números das autoridades eleitorais, já dissera que não reconhecia o resultado.
A resposta de Washington abre um novo ciclo de incerteza e imprevisibilidade política na Venezuela, onde os acontecimentos se precipitam a um ritmo tão alucinante que não há tempo para avaliar as consequências. Por exemplo: no rescaldo da polémica votação, eram mais as perguntas do que as respostas sobre quase tudo o que dizia respeito ao processo da constituinte, desde a real taxa de participação na eleição, à data para a entrada em funções da nova assembleia e, acima de tudo, o possível alcance das suas decisões — vai ou não avançar com a dissolução de instituições de Estado, como o Parlamento ou o Ministério Público, para concentrar todo o poder na presidência?

Estado pária?

Mas a essas dúvidas logo se vieram acrescentar uma série de outras incógnitas sobre o futuro do país, que corre o risco de se tornar um pária internacional, a avaliar pela reacção imediata da região — os vizinhos da Colômbia e do Brasil, Chile, Argentina, México, Peru, Panamá, Costa Rica, além dos poderosos Estados Unidos e do Canadá — que acentuou o isolamento do regime de Caracas. A “grande vitória” reclamada pelo Presidente Nicolás Maduro foi saudada pelos governos da Bolívia, Cuba, El Salvador, Equador e Nicarágua, que podem oferecer um respaldo ideológico ao regime mas não dispõem de uma influência na arena internacional que permita contrariar o efeito negativo das declarações de rompimento do resto do hemisfério.
Uma reunião de urgência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização de Estados Americanos, agendada para a próxima semana, pode revelar-se dramática para a Venezuela, que até agora tem contado com os seus aliados do Caribe para manter a condenação regional ao nível dos comunicados. Com a constituinte instalada, a pressão para penalizar Caracas será maior: do corte de relações diplomáticas, a reacção pode chegar ao fecho de fronteiras e à suspensão das trocas comerciais. Com 70% dos bens de consumo a serem importados de países como o México, Colômbia ou Brasil, as consequências seriam devastadoras para a população.
Nem a China nem a Rússia, que permanecem no campo dos aliados comerciais da Venezuela, se intrometeram para já nesta refrega. O seu silêncio é um conforto para o Governo de Maduro, que espera contar com a ajuda dessas duas potências se se vir confrontado com a pior das punições internacionais: sanções sectoriais. Nos corredores de Washington já há quem peça abertamente a adopção de medidas sobre a indústria petrolífera, por exemplo uma suspensão temporária das importações de crude venezuelano, que forçaria a bancarrota do país. Fontes do Congresso garantiram esta segunda-feira à Reuters que essa hipótese continua “sob consideração”, sem especular, porém, em que circunstâncias admitiriam o seu recurso.
Antes de saber das sanções dos Estados Unidos, num novo discurso exaltado perante os seus apoiantes, o Presidente Nicolás Maduro pareceu confirmar os piores receios dos críticos: que o controlo do processo lhe fugiu das mãos, deixando-o sem margem para outra manobra que não seja a fuga para a frente. Num tom cada vez mais extremado, Maduro garantiu que todo o poder na Venezuela ficará agora nas mãos da assembleia constituinte — ao mesmo tempo que já anunciava o programa das medidas imediatas a serem levadas a cabo após a sua posse, marcada já para quarta-feira. A prioridade será levantar a imunidade parlamentar “a quem tiver de levantar” para pôr fim a “sabotagem” da Assembleia Nacional e reestruturar o Ministério Público para “fazer justiça” e acabar com o “Estado policial” montado pela procuradora-geral, Luísa Ortega.
Além das acções contra o poder legislativo e o sistema judicial, o Presidente exortou ainda os constituintes a tomar medidas urgentes para solucionar a crise económica, “pondo na ordem a burguesia parasitária”, e a travar um “combate comunicacional” contra as empresas privadas de media, principalmente as cadeias de televisão, que acusou de fazerem a “apologia do delito” e de promoverem as “mentiras” da oposição enquanto “censuram” as posições do Governo.
A oposição respondeu à radicalização do Governo subindo também o tom do desafio. Numa declaração a partir do Palácio Federal Legislativo, o presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, afirmou que “só há um parlamento venezuelano, que foi eleito por 14 milhões de habitantes e que vai continuar a trabalhar”. “Estamos preparados para tudo. Se eles tomarem de assalto a Assembleia Nacional, como estão a ameaçar fazer, nós conduziremos as nossas sessões noutro sítio qualquer”, prometeu o deputado e antigo líder do parlamento, Henry Ramos Allup.

Banco Mundial classifica de proibitivos juros praticados em Moçambique


Banco Mundial considera proibitivas taxas de juro médias praticadas em Moçambique pelos bancos comerciais nos empréstimos que concedem
Na sua mais recente análise sobre a Actualidade Económica de Moçambique, o Banco Mundial conclui que as taxas de juro médias praticadas pelos bancos comerciais nos empréstimos são proibitivas, ou seja, sufocam grande parte das empresas e famílias.
Como soluções, os economistas do Banco Mundial propõem que haja maior fortalecimento da taxa de câmbio, redução geral dos preços e das taxas de juro nos créditos, que, momento situam-se nos 30%. No entanto, para que a retoma económica tenha sucesso, consideram necessária uma política fiscal robusta do lado do Governo.
“A situação fiscal de Moçambique continua a ser insustentável e o ajuste fiscal, a nível geral, tem sido limitado. Não havendo progressos no processo de reestruturação da dívida do país até à data, a posição da mesma continua a ser insustentável”, considera o Banco Mundial na análise.
Para a instituição financeira, as dívidas em atraso acumuladas e o financiamento doméstico estão a impedir o ajuste fiscal. Por outro lado, o banco diz que os custos salariais continuam a ser uma fonte significativa de pressão, enquanto os recentes cortes dos orçamentos para investimentos estão a afectar os sectores económicos e sociais e a piorar a composição orçamental.
Além disso, o Banco Mundial alerta que os riscos fiscais, principalmente, de algumas das grandes empresas estatais de Moçambique, estão a materializar-se, podendo vir a comprometer os esforços de recuperação fiscal, se não forem geridos de forma proactiva.
Segundo os economistas da instituição, “o progresso nas negociações de reestruturação da dívida é fundamental para restabelecer a estabilidade fiscal e travar a acumulação de dívidas em atraso junto aos credores”.
Entretanto, o banco considera que após uma desaceleração acentuada do crescimento em 2016, o primeiro trimestre de 2017 mostra sinais de melhoria, impulsionado pelo sector extractivo.
 

Mandado de captura contra antiga Presidente do Malawi




Imperioso defender a costa marítima


Quinta, 23 Julho 2015
É IMPERIOSO que Moçambique tenha um sistema que garanta a protecção das águas territoriais da sua Zona Económica Exclusiva na costa do Oceano Indico, para pôr termo à pesca ilegal que resulta na captura de 11 a 26 milhões de toneladas de pescado por ano, avaliado pela FAO em dez a 23,5 biliões de dólares respectivamente, segundo defendeu há dias, o Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a recente visita de Estado efectuada à Franca.
Em resposta a uma pergunta da AIM, durante a conferencia de imprensa que marcou o termo da sua visita oficial de três dias à Franca, sobre o que é que pretende fazer de facto, quando afirma que uma das razões que o impeliu a criar pela primeira vez em 40 anos de independência, um Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas, é defender a costa moçambicana, Nyusi começou por lamentar que haja alguns moçambicanos que se deixam embalar pela falácia política dos que ignoram os prejuízos causados pelos pescadores ilegais, ou que dela se beneficiam, para se oporem a todas as iniciativas que visam por termo a esta ilegalidade.
Nyusi diz que é imperioso que todos os moçambicanos “abram os olhos” para que vejam os prejuízos económicos que são causados não só pela pesca ilegal, mas também porque no fundo das nossas águas marítimas, existem várias outras riquezas que estão sendo descobertas.
Este é o caso das imensas reservas de gás em Cabo Delgado e outros recursos que, segundo ele, se acredita fortemente que poderão ser também encontrados à medida que se fazem prospecções, como a de petróleo e que tudo é muito cobiçado por certos países e até singulares gananciosos.
Dados contidos em estudos da FAO indicam que só na costa do Oceano Indico, pescaram nele nos últimos anos, especialmente na costa da Somália, cerca de 700 barcos privados, provenientes de vários países, destacando-se os da Europa e Ásia, como da Rússia, da China e mesmo das Américas.
Este estudo da FAO revela que só as 54 nações que são banhadas por oceanos, de que Moçambique é uma delas, estão sendo alvos duma pesca excessiva que ameaça extinguir mais cedo que antes, as suas espécies, dado que, o que mais move os pescadores ilegais e outros desonestos que mesmo sendo licenciados não declaram tudo o que pescam, é o lucro. A não declaração de tudo o que se pesca visa evitar os impostos ou a fuga ao fisco, usando termo mais comum nestes casos.
Os autores deste estudo concluíram que a pesca ilegal e não declarada é responsável pela captura de pelo menos 16 a 34% dos 11 a 23,3 milhões de toneladas de diferentes espécies marinhas que são pescadas anualmente só nas 54 nações que foram abrangidas pelo estudo. O que mostra quão a pesca incrementou-se bastante, é que, até 1950, ou seja, há 65 anos, se pescou 900 mil toneladas na costa indica.
A pesca não declarada acontece mais em países não desenvolvidos como Moçambique, que ainda não dispõem de meios de fiscalização eficazes ou mesmo de fiscais incorruptíveis. Por exemplo, a FAO diz que a pesca ilegal nas águas territoriais dos países da África Ocidental representa mais 40% que a legal.
“Temos que abrir os olhos para que não nos deixemos embalar pelos que desfrutam da vulnerabilidade das nossas águas oceânicas’’, advertiu Nyusi, insistindo que há que compreendermos bem os avisos dos nossos compatriotas da Beira, quando nos aconselham sempre a estarmos de olhos abertos. Eles não se cansam de nos dizer ‘’fungula masso’’ ou, abra os olhos em português. Anteviu que quanto mais o país se apetrechar de meios para a defesa das suas águas territoriais, mais falácia se ouvirá, porque sabem que impediremos que continuem a pescar ilegalmente. Nos países da Europa e das Américas que já dispõem de meios sofisticados de detecção de barcos ilegais, a pesca ilegal reduziu em 50 por cento ou mais nos últimos decénios.
O estadista moçambicano vincou que Moçambique não é o único país que é banhado pelo Oceano Indico, e que, por isso, tem estado a coordenar a sua iniciativa de defesa oceânica com outros países com que partilha o oceano, nomeadamente a Tanzânia e a África do Sul, numa aliança que é mais conhecida por triângulo.
Ele revelou que a defesa duma costa tao vasta quanto longa como a nossa, indica que não é nada barata, mas que o que nela existe, é muito mais valioso, porque não só tem riquezas, como é uma das vias mais vitais para o navegação internacional. O estudo que temos citado diz que 2/3 das mercadorias que são consumidos em todo o mundo são transportados por navios que sulcam a costa índica e o Canal de Moçambique. Revelou que, neste momento, só a África do Sul é que tem feito o patrulhamento de quase toda a costa, usando uma fragata munida de equipamento sofisticado capaz de detectar barcos não licenciados a longa distância. Disse que o dilema para Moçambique é que mesmo que seja alertado, muitas vezes não tem como ir até onde o barco ilegal está.
‘’Mesmo assim, a África do Sul está pagando uma factura onerosa com isso e nós temos que dar a nossa contribuição’’, disse, vincando que ele teve uma percepção mais exacta dos prejuízos que são causados pela pesca ilegal quando era Ministro da Defesa, cargo que deixou quando foi designado candidato às presidenciais de 2014 que acabou ganhando e torna-se no presidente do seu pais.
Para Nyusi, a pesca ilegal e excessiva causa também danos que concorrem para a extinção das espécies, uma vez que a ganancia pelo lucro, leva os que a praticam, a usar métodos que acabam degradando essas espécies, o que faz com que já não haja mais a sua reprodução. Outro dos problemas que a pesca ilegal causa, é a destruição dos mangais que são, neste caso, quem garante a vida marinha. Por exemplo, as costas asiáticas perderam 1,9 milhões de hectares de mangais entre 1980 e 2005, enquanto África perdeu outro meio milhão. A poluição das águas, que resulta do despejo deliberado de substâncias químicas tóxicas, e outras práticas de pesca destrutivas (como o uso de dinamite e venenos), assim como a mineração coral para obtenção de materiais de construção, e o branqueamento desses corais, causaram danos irreversíveis, estimando-se que abranja mais de dois terços numa área dos 12.070 km2, do Oceano Índico.
De facto, um outro estudo a que a AIM teve acesso, da Comissão das Pescas do Sudoeste do Oceano Índico, revela que das 140 espécies diferentes que havia nesta zona do Índico, 65 por cento delas foram já totalmente exploradas em 2010, e que, 29 por cento de outras estão sendo excessivamente pescadas. Isto acontece porque há cada vez mais procura de mariscos no mundo, dado que se descobriu que é um dos alimentos que contém muitas proteínas, que se podem ter na carne, mas que já não causam os mesmos problemas de saúde que se incorre nas chamadas carnes vermelhas.
No Japão, por exemplo, são comercializados mais de 800 espécies diferentes de mariscos. Só no Mercado Central de Mariscos da capital, Tóquio, os mariscos que lá se vendem, rendiam 20 milhões de dólares em média por dia, quando o visitei há cinco anos. Uma das espécies de maior procura é o atum, que é bastante abundante na costa moçambicana, e um dos que é ilegalmente pescado.
O estudo aponta as águas do Oceano Indico que banham o Egipto, a Malásia, Moçambique, Seychelles, Singapura, Tanzânia, Tailândia, como as que providenciam mariscos que são responsáveis por 20 por cento ou mais das proteínas que, regra geral, se obtém dos animais, mas já a partir do peixe. Por exemplo, os povos de Bangladesh, Comores, Indonésia, Maldivas e Sri Lanka, obtêm em média, mais de metade de proteína animal em suas dietas através do consumo de peixes.
Gustavo Mavie, da AIM

O guarda com sentido de dever


Eu gosto do Mia Couto. Gosto do que escreve. Gosto da sua imaginação. Gosto da sua criatividade. Gosto da forma surpreendente que ele tem de dizer verdades incômodas. E não sou o único, o que revela a sua grandeza. Dou-lhe os meus parabéns pelo doutoramento honoris causa. Acho que esse é o doutoramento mais difícil de conseguir. O outro, o normal, é assunto de cumprimento de dever. É, para usar a insinuação de Mia Couto durante a sua oração de sapiência, algo que se obtém sem mesmo conhecimento… mas doutor honoris causa significa o reconhecimento por aquilo que nós fazemos pelo nosso talento, pela perseverança, pela dedicação. Qualquer pessoa pode ser doutor de verdade, mas nem todos podemos ser doutor honoris causa, pois enquanto o primeiro trabalha para esse fim dentro de parâmetros claros, o outro nem aí está, e mesmo assim pode ser reconhecido.
Li a sua aula de sapiência com muito interesse, como aliás deve ser quando se trata de Mia Couto. É uma aula que contém ideias brilhantes, chamadas de atenção pertinentes e ainda por cima, eivadas do humor fruto duma capacidade de observação do quotidiano que só ele tem entre nós (e, aposto, no mundo inteiro). O conjunto da aula, contudo, incomodou-me mais do que me estimulou. As verdades pareceram-me simples demais, os pressupostos na base dessas verdades pareceram-me fruto dum tipo bastante superficial e nocivo de análise que é característico da nossa sociedade, a base normativa chegou a mim como algo rebuscado, amnésico em relação ao passado que está na origem de alguns dos males por ele apontados, uma base normativa que nega aquilo que a própria aula queria transmitir, nomeadamente a ideia de que Moçambique é um lugar que pode ser para todos, um lugar, portanto, onde cabem todas as sensibilidades, incluindo as daqueles que acreditam em valores desprezados por outros.
Explico-me. A aula chegou a mim como uma crítica velada a Guebuza. O que me incomoda nisso não é a crítica em si que isso é assunto do próprio Guebuza e, já agora, da Procuradoria Geral da República… Incomoda-me, isso sim, a repetição de lugares-comum, a ausência de esforço em entender as condições que produziram a cultura política e pública tão características do segundo mandato de Guebuza, e o recurso a uma análise do tipo censura para entender os desafios enfrentados pelo país. É opinião assente em Moçambique que passamos por uma experiência de governo caracterizada pela arrogância do poder, ganância pessoal e o uso de vocabulário sugestivo, mas oco. Tudo o que foi feito nos últimos dez anos reduz-se à impressão com que ficamos dos últimos cinco anos do mandato de Guebuza e, sobretudo, da reacção do governo e do próprio chefe às críticas, algumas vezes justificadas, outras vezes simplesmente injustas e incoerentes. Algumas das reacções de Guebuza a jornalistas foram simplesmente mal reportadas pelos jornalistas, arrancadas do seu contexto e colocadas ao serviço da reprodução duma imagem fixa que esses jornalistas tinham dele.
Espanta-me que pessoas que têm percurso na Frelimo tenham pouca sensibilidade para a forma como aquela organização funciona. Quando Guebuza tomou as rédeas da Frelimo fez um grande investimento na revitalização do partido – muita gente esquece que durante o consulado de Chissano muitos se tinham afastado, sobretudo aqueles que durante o consulado de Samora Machel tinham o poder e, muito possivelmente, se opuseram ao fim negociado do conflito com a Renamo. Uma das coisas mais bonitas que aconteceram quando Guebuza subiu ao poder – para quem é simpatizante da Frelimo – foi ver o regresso (à lucidez), mas também ao trabalho do partido dessas pessoas. Guebuza investiu muito nisso, apesar de tudo. Estou a pensar no caso bem específico de Marcelino dos Santos. Quem não se lembra da desgraçada imagem que ele fazia de si próprio por aí, confirmado alguns dos defeitos que lhe tinham sido apontados por Janet Mondlane na sua auto-biografia? Quem não se revoltou com isso sabendo o que tinha acontecido a pessoas que se haviam comportado daquela maneira durante os anos gloriosos da Frelimo? Para percebermos porque algumas dessas pessoas se tornaram tão hostis a Guebuza não é suficiente convocar termos simplistas como corrupção, ambição, ganância e arrogância. É preciso também perceber que agendas entraram em choque lá na Frelimo e que tipo de agenda reunia consensos. Não creio que tenha sido a agenda do enriquecimento fácil que vingou no interior da Frelimo. Foi uma agenda pragmática distante do populismo revolucionário que tanto mal fez ao nosso país. O facto de o país atravessar um momento económico e político que facilita muito o enriquecimento fácil, o oportunismo e a ganância precisa de ser analisado. Não é um indivíduo que é responsável por isso. Isso é simplista demais. Por muito que Nyusi jogue à bola com crianças, vá à Igreja rezar por mais encontros com Dhlakama, etc. só a sua atitude não vai mudar muita coisa enquanto não analisarmos as condições estruturais que determinam muitos destes comportamentos problemáticos. Ademais, estamos a ver no julgamento que decorre agora que o discurso de “traição dos valores revolucionários” é muito forte e é minha impressão que precisamos de olhar para esse discurso também para percebermos porque a nossa representação dos últimos dez anos é bastante simplista. Eu acho caricato que o Mia Couto fale do luxo em que viveu enquanto compunha o hino nacional no meio de toda a miséria daquela altura, mas não encontre palavras para julgar isso e o tipo de política que produziu essas contradições, mas tenha muito a criticar aos que hoje se enriquecem. Porque é que a vida aparentemente de luxo dos dirigentes de então não deve merecer reprovação moral? Não percebo.
O Mia Couto falou, e muito bem, da erosão dos valores morais. Isto é muito importante, desde o momento que essa erosão não seja vista como algo de hoje (ou pior ainda, dos últimos dez anos). E aqui gostaria de abordar uma questão que me incomoda bastante no discurso moralista da actualidade no nosso país. Muitos daqueles que criticam o estado actual das coisas não têm a rectidão de falar donde isso vem, falar da responsabilidade que a folia revolucionária deve assumir e, acima de tudo, distanciarem-se elas próprias de forma clara e inequívoca dos excessos desse tempo (e, se for o caso, do seu próprio papel nisso; no mínimo deviam ter a coragem de nos dizer o que fizeram para evitar esses excessos e, se nada fizeram, dizerem porque não fizeram, e pedirem desculpas por isso). O que hoje chamamos de Guebuzismo é talvez um dos extremos (o outro foi o Samorismo que poucos dos apóstolos morais criticam – o seu quinquagésimo aniversário foi festa nacional, isso não era lambe-botismo?) do poder da Frelimo, um poder que sempre se constituiu na definição de quem pertence, e quem não pertence. A incapacidade revelada por Guebuza de lidar com um poder absoluto é típica da Frelimo e foi bem patente nos primeiros anos da nossa independência até à morte de Samora Machel. Reduzir essa incapacidade a Guebuza parece-me bastante simplista, ainda que com isso seja fácil marcar pontos numa esfera pública que confunde a crítica com a auto vitimização. Os aplausos que vejo por aí ao interessante discurso de Mia Couto não são apenas o reflexo de algo merecido. São também uma manifestação da miséria da nossa crítica, uma ilustração daquilo que o próprio Mia Couto critica, nomeadamente aplaudir quem diz mal dos outros.
Numa outra ocasião vou querer falar de aforismos como “a maior desgraça de um país pobre é que, em vez de produzir riqueza, vai produzindo ricos”, ou, já agora, “o outro problema das nações pobres é que, em vez de produzirem conhecimento, produzem doutores…”. São excelentes aforismos, mas numa esfera pública onde eles não são debatidos para se saber o que o autor queria dizer servem facilmente para que cada um de nós forme a sua ideia de “ricos” ou de “doutores” que devem ser abominados. Seria um outro texto. Mas é evidente que a produção dum rico em si não precisa de entrar em conflito com a riqueza, muito menos com a distribuição justa da riqueza. Mais desgraçado é o país pobre que nem um rico consegue produzir. Quando ele é capaz de produzir um rico devemos ficar contentes, pois isso revela potencial. A discussão, contudo, deve ser em torno do que impede outros de se tornarem ricos e o que acontece com essa riqueza. Mas, lá está. Somos herdeiros dum discurso marxista mal digerido que nos leva imediatamente a abominarmos qualquer coisa que cheire a capitalismo mesmo quando nas nossas práticas quotidianas não fazemos outra coisa senão emularmos, em silêncio, esse modelo de vida.
Parabéns ao Mia pelo reconhecimento. Não quero estragar uma festa merecida. Mas acho que se a mensagem tivesse incidido no guarda que cumpriu o seu dever, e menos numa imagem caricaturada do seu chefe, teria sido mais instrutiva, pois esse é que sempre foi o nosso problema, ou melhor, o problema da Frelimo, a saber o lambe-botismo que toda a cultura política autoritária fomenta. E não foi Guebuza que inventou isso.

Natureza diabólica de Dhlakama

 Quarta, 17 Fevereiro 2016
PARA melhor sustentar a conclusão de que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, é um moçambicano que se tornou inimigo dos moçambicanos, tal como aqueles romanos do tempo de Cícero que eram inimigos dos próprios romanos, passo a transcrever, com a devida vénia, partes de um estudo feito em 1988 pelos Estados Unidos da América (EUA), relatório esse que é mais conhecido por Gersony Report e concluía que nessa altura a guerra que a Renamo movia era de índole terrorista ou criminosa, porque negava e violava deliberada e sistematicamente os direitos fundamentais dos seus próprios compatriotas, incluindo o direito à vida.
Nesse estudo ou relatório feito há 26 anos, o conceituado consultor do Bureau para os Refugiados, do Departamento do Estado dos EUA, fez uma radiografia verbal da natureza diabólica da Renamo, o que equivale dizer que Dhlakama era mandante das matanças e todo o rol de abusos que eram infligidos aos civis desarmados pelos seus homens. Gersony apurou que entre os anos 1997 e 1998 a Renamo matou directa e deliberadamente 600 civis, sem contar os que morreram de fome, doenças e afogamentos quando fugiam dos ataques daquela organização armada.
Ao ler de novo este relatório noto que há uma semelhança entre o terror, sofrimento e matanças protagonizados nos campos de concentração dos nazis liderados por Hitler, com o sofrimento, brutalização e matanças infligidos aos civis nas zonas em que a Renamo actuou entre 1977 e 1992. Recordar que os EUA mandaram investigar a guerra da Renamo, a seguir série de massacres levados a cabo por este movimento armado, principalmente os de Maluana e Homoíne, em que só neste último os homens, sob comando de Dhlakama, mataram a sangue frio mais de 400 civis, que foi muito contra a própria vontade de Deus, já que nos garante na Bíblia que só viria nos buscar um a um e não 400 de uma só vez. Para não perder espaço em explicações sobre o que está plasmado nesse relatório, aqui estão algumas das revelações que Robert Gersony recolheu aos 200 refugiados e deslocados que ele entrevistou durante três meses dentro de Moçambique e nos campos dos refugiados criados nos cinco países vizinhos que então acolhiam milhões de moçambicanos que tinham fugido do país para escaparem a essas matanças e brutalização dos mandatários de Dhlakama.
Depois de vincar que não há quem ficava nas zonas da Renamo de sua livre vontade, mas apenas porque eram forçados, Gersony diz o seguinte: Qualquer tentativa de se fugir das zonas controladas pela Renamo era invariavelmente tratada como um crime cuja pena era capital. Um dos homens que tentou escapar contou que teve muita sorte por ter sido enviado à cadeia da Renamo, dado que a maioria apanhada a tentar fugir foi severa e sumariamente punida, enquanto muitos outros foram executados.
Gersony ouviu de muitos refugiados que acabavam de fugir dos campos da Renamo que as execuções eram feitas por diferentes instrumentos, tais como catanas, facas ou através de machados, sob alegação de que tinham de poupar as balas para outras investidas. Isto pode parecer exagero dos refugiados, mas mesmo o conceituado fotojornalista moçambicano, Naíta Ussene, contou-me semana passada que uma das formas que os mandatários de Dhlakama usavam para matar os seus capturados era amarrá-los numa árvore e deixá-los aí até sucumbirem. Naíta contou ter encontrado numa das bases da Renamo, que acabava de ser tomada pelos soldados moçambicanos, dois corpos sem vida, um dos quais pouco decomposto que o outro, o que foi prova evidente de que estava num estado de menos decomposição, era de um homem que terá sido amarrado próximo daquele que já havia morrido e já ficado esquelético. “Na verdade, o último homem que foi amarrado ao lado do que já havia ficado decomposto viu certamente antes dele próprio morrer o que igualmente iria acontecer com ele, isto é, que iria morrer da mesma maneira que o seu vizinho cadavérico”, disse Naíta em jeito de recordar os diabólicos horrores da Renamo.
Gersony diz que para os homens que conseguiam escapar, caso deixassem para trás as suas esposas ou filhos menores, o mais que podia-lhes acontecer era serem executados como sinal de retaliação pela fuga dos seus parceiros ou pais. Robert Gersony revela ter sido dito por mais de 90 por cento dos 200 refugiados que entrevistou individualmente em locais separados e sem a presença de mais ninguém, senão dele próprio, que a Renamo usava este tipo de punições como uma das formas de desencorajar os outros cativos de empreenderem qualquer tentativa de fuga. Os refugiados revelaram que, de facto, a severidade das punições teve um efeito muito inibidor a todos os que estavam nas zonas controladas pela Renamo e que os que optavam pela fuga só o faziam quando se apercebessem de que, ainda que não fugissem, iriam morrer na mesma de fome, porque não lhes era dado nada para comer e nem mesmo água para beber.
Gersony descreve que a prova dos que fugiam era de facto pessoas que estavam à beira da morte, vítimas da fome, é que os que foram chegando das zonas da Renamo aos campos em que ele estava fazendo entrevistas estavam tão esqueléticos, mal podiam estar de pé e muitas vezes estavam nus ou quase nus. Diz que, vendo o aspecto tão degradado os que se apresentavam nos campos da Renamo, era “claro que somente a morte se tornava uma possibilidade real nas suas mentes, que ensaiavam o risco de tentar fugir”. Os relatos dos que conseguiram escapar dos mujibas – nomes pelos quais eram conhecidos os carrascos da Renamo que controlavam os capturados pelos homens de Dhlakama – são bastante chocantes e deixam claro que a Renamo era tão diabólica igual ou pior que o próprio diabo, como revela esta descrição: “muitos refugiados relataram que havia, para além do medo de ser morto por tentar escapar, o facto de que muitos dos cativos já estavam tão consumidos pela fome, tão fracos, tão velhos ou tão doentes que já não podiam mais aguentar com a “longa marcha”. Diz que alguns pais que tinham os seus filhos já crescidos nesses campos encorajavam a empreender uma fuga na companhia de alguém de confiança, que pudesse servir de guia pelas matas adentro, já que as fugas tinham de ser feitas à noite e nunca pelas estradas ou ruas, mas sempre no meio da floresta, para que nunca fossem recapturados pelos majibas.
Robert Gersony conta que os mantidos vivos nas zonas da Renamo eram apenas para serem usados como bestas para carregar armamento ou como escravos de satisfação sexual dos erráticos combatentes da Renamo, caso das meninas e mulheres ainda não velhas. Os que sobravam para estas funções eram deixados como reserva não bem cuidada, daí que acabavam morrendo de fome ou doenças. Diz que quem não mais aguentasse carregar as trochas ou que recusasse a manter relações sexuais era pura e simplesmente executado, talvez porque não era difícil substitui-los por outros. “Tudo indica que a Renamo tinha poucas dificuldades em substituir os indivíduos que matavam, os que morriam de fome, os que ficavam tão enfraquecidos para cumprirem certas missões e os que escapavam. Todos estes tinham como principal fonte de reposição os que eram também capturados nas várias emboscadas feitas pelos homens de Dhlakama em diferentes partes do país”. Ele adianta que o cativo nada mais podia esperar como retribuição à sua forçada permanência nas zonas da Renamo, não fosse esperar a oportunidade de continuar vivo por mais algum tempo antes que morresse ou escapasse por algum milagre.
Gersony vinca que os refugiados nunca souberam a razão da luta da Renamo, nem lhes foi dito, como eram ditos pela Frelimo, que a luta desta era contra o colonialismo português e pela independência. Contaram que para Renamo o seu principal alvo eram as zonas que não estavam ainda nas suas mãos e raras vezes atacavam os soldados. O seu principal alvo eram as populações civis, como está a repetir agora nas escaramuças que amiúde têm protagonizado em alguns pontos do país, como os ataques que fez semana passada contra camiões e civis em Muxúnguè e Marínguè. De novo o seu principal alvo é civil, tal como o fez há três anos quando atacava as viaturas no troço de Muxúnguè. É isto que me leva a concluir que Dhlakama é um moçambicano que se tornou inimigo dos moçambicanos, tal como aqueles romanos que eram inimigos de Roma. Esta minha conclusão é sustentada pela maneira diabólica com que a Renamo move a sua descabida guerra e que, como o diz Gersony, o seu principal alvo são as aldeias onde vivem as populações. Diz que quando os homens da Renamo entendessem que alguém estava ligado ou servia a Frelimo, como são os casos dos secretários dos bairros, estes eram capturados juntamente com as suas esposas e filhos, incluindo menores de idade e executados sumariamente pelo simples facto de que o seu marido ou pai era da Frelimo. Um dos aspectos que revela quão terrorista é a Renamo, os ataques eram feitos de surpresa às primeiras horas de manhã e com uma “chuva” de balas sobre as casas dos aldeões ainda em sono profundo. Robert Gerson diz que os que despertavam e saiam em debandada tentando fugir eram baleados como se de criminosos fossem. Pessoalmente testemunhou este tipo de ataques com o colega Michael Robinson da BBC, logo pela manhã do dia 11 de Novembro de 1986, na vila de Ulónguè, tendo morto vários civis e incendiado várias casas.
“Os ataques às aldeias e áreas designadas como sendo alvos para destruir eram, na verdade, os seus alvos preferidos. Tais ataques eram geralmente feitos nas primeiras horas de manhã, bem antes do nascer do Sol. Em alguns casos era claro que os grupos que atacavam iam de povoação em povoação, numa área seleccionada para conduzir a mesma operação em cada uma delas. Os atacantes pareciam que estivessem organizados e instruídos para executarem a sua missão da mesma maneira, independentemente de haver ou não soldados do Governo ou milícias para as defenderem. Assim, em caso de não haver soldados nessa aldeia, os ataques eram logo dirigidos contra os civis e onde havia soldados atacavam-se também em simultâneo com os residentes. Este tipo de ataques causa a morte de muitos civis. Há evidências de que um elevado número de civis foi vítima de tiroteios propositados e outros que foram mortos à catanada e machado, para além dos que lhes abriram as barrigas para provocar a sua morte. Outros morreram carbonizados nas suas casas, depois dos homens da Renamo os terem fechado a cadeado para que delas não pudessem sair. Se o caro leitor é jovem de 26 ou mesmo 35 anos e por isso duvida deste depoimento de Gersony, pergunte aos que já eram adultos quando a Renamo cometeu estas atrocidades, certamente confirmarão que este académico norte-americano descreveu o que fez. Por isso, reitero uma vez mais que ao tentar agora reactivar a mesma guerra diabólica, Dhlakama prova, outra vez, que é um moçambicano inimigo dos moçambicanos.
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27 comentários
Comentários
Rivelinho Manuel Mohamade
Rivelinho Manuel Mohamade Estou na faixa dos 25 a 35 anos, era criança nessa altura. Mas pelos ralatos dos meus pais e outros mais velhos, ficou sempre claro que a Renamo servia e serve a interesses obscuros, sempre com chantagens baratas, no qual seu principal alvo foram sempre os civis. Factos, revelam claramente que Renamo é resultado do regime colonial que não ficou satisfeito com a conquista da independencia total e completa do nosso país. 
Dhlakama vive de sangue dos moçambicanos, um ser obcecado pelo poder forçado. De facto, um ser diabólico, matou e continua ofuscando a paz e tranquilidade do povo que ele diz querer dirigir. 
Nas últimas eleições a Renamo estava representada em cada mesa de eleições, em cada STAE, CNE e sua representações, em que momento acusa fraúde? Ou será que dúvida dos seus próprios homens que confiou para a representatividade nesses órgãos? Ninguém foi as urnas votar representantes de autarquias provínciais, o país tem constituição, que alguém não pode simplesmente manipular num piscar de olhos para servir seus interesses. Nos paises com regime Federal, todos são primeiramente consciencializados do que vão eleger, isto é, os assuntos são previamente definidos em sede própria e é sensibilizado o povo para exibir o poder de patrão. Está claro que ninguém foi as eleições para eleger representante de autarquia provincial nenhuma, o que revela que as condições impostas pela Renamo não são constitucionais, nem praticaveis. 
Um conselho para renamo: baixem as armas e organizem-se como partido politico a semelhança dos outros.
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 9:55
Gerir
Nenê Da Conceiçao Machate
Nenê Da Conceiçao Machate Meu pai morreu assim em 1979, Guerra dos 16 anos e está estupidez continua assim... Chega de sangue e orfãos...
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 10:44
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Joao Augusto Joanessa Joao
Joao Augusto Joanessa Joao Hehehe madje minha vida ja estava dificil agorA com essa instabilidade nao sei como vou ficar se é que se vai viver com os produtos de primeira nessecidade a subirem os pressos.🙌🙅
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 11:13
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Antolinho André
Antolinho André Um estudo deste calibre aglutina muitos cenários que devem ser ponderados acrescido ao facto de vir dos EUA país cuja a sua diversidade e simpatia pela renamo é um facto. Só um cheirinho para a camada jovem sobre a natureza da renamo basta revistar a história para saber quem foram os criadores desta organização e em que momento o fazem. Todos estamos carecas de que Orlando Cristina homem forte da PIDE-DGS é que encabeçou no início. Em seguida o sr. Ivo Fernando portanto o André Matsangaissa e Dhlakama aparecem depois. Esta realidade os membros da renamo e seus seguidores em momento algum fazem referência.
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 11:50
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Pablo Osvaldo Osvaldo
Pablo Osvaldo Osvaldo A busca pela paz deve ser um imperativo nacional,est tipo de post só pode provocar reaçoes ao nivel violento do post,temos todos Moç2mbcanos de boa fé e sem camisolas partidarias transmitir mensagens positvas na busca pela paz.
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 12:02
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Raul Mavie
Raul Mavie Recorremos à história para projectar melhor o futuro.
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 13:12
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Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy Meu caro Ariel Inroga! 

O que os moçambicanos precisam neste momento não é conhecer os defeitos das duas partes, mas sim ajudar a eles para reconciliarem-se mutuamente e encorajar o Governo para continuar a assumir à sua posição paternal da PAZ!..


Chissano está ainda vivo! Os sapos que ele engoliu para domesticar uma rebelião armada, jamais seriam confundido com à presente época em que o Jovem Presidente Nyusi se mostra tão intolerante, chegando ao ponto de querer prometer que à Paz efectiva passa pela eliminação física de Afonso Dlhakama! 

De acordo com à Bíblia do Presidente (Histórico Discurso de Tomada de Posse) todo moçambicano, acaba achando muito estranho às declarações do fim de tolerância do Chefe do Estado, em relação à cultura de diálogo pacífico entre Nyusi e Dlhakama! 

Tal e qual foi no passado, quando a Frelimo decidiu levar à Renamo para à mesa de negociações, não houve nenhum obstáculo para concretizar esse sonho que acabou poupando à vida dos inocentes e destruição de bens e infraestruturas!

Acreditamos que se a Frelimo, a partir de hoje decidir que nenhuma gota de sangue vai ser derramado em nome deste conflito, à Renamo não vai poder continuar à disparar sozinha, tal e qual foi no passado! 

Os moçambicanos estão a mendigar uma paz, fruto de um diálogo pacífico e não fruto de óbitos!
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 15:13
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Antolinho André
Antolinho André Ora vejamos! A Frelimo deixar de ... digo o governo deixar de disparar, a Renamo não poderá disparar sozinha isso é verdade? Se a Renamo está se a organizar e procura avançar no terreno? Se o governo estiver a assistir segundo a sua opinião a Renamo vai se espalhar e ocupar os pontos estratégicos e aí iremos assistir outros cenários mais dramáticos. Esta opinião só me leva a pensar que existe por detrás um plano de golpe de estado. Se Nyusi deixar acontecer isso a Renamo não está para brincar aos tiros mas sim levar o poder a força já que por via democrático jamais alcançará. A Frelimo está no povo porque é do povo e essa realidade a Renamo não tem como inverter por muitos anos.
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 · 20 de Fevereiro de 2016 às 9:44
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Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy Meu campatriota Antolinho André!

A situação actual em relação à confiança entre a Renamo e Governo, está muito degradada! 


É preciso envolver grandes parceiros de prestígio internacional para ajudar a baixar os ânimos entre às partes! 

Acredito que à Frelimo e o seu Governo, caso precisarem de impedir à Renamo para não assaltar o poder à força, poderá contar com às técnicas diplomáticas de Joaquim Chissano!

Se à Frelimo estiver interessado para mergulhar o País numa Guerra sangrenta, é simplesmente, aceitar à convicção dos seus generais que estão determinados à liquidar à Renamo por via militar! 

Nós mendigamos à Paz, somente à partir da boa vontade política da Frelimo, pois esse grande partido independentista, constitui um único parceiro serio com a experiência das consequências duma guerra num país tão rico e com um povo bastante pacífico e tolerante!
Fausto Quinhas
Fausto Quinhas Nem li...mas deve ser boa cena....
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 16:36
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Antolinho André
Antolinho André Mano Yaqub, estás a tentar ser rato? Na verdade faço um grande exercício para te entender. Não faz mal já saquei a tua cena. Avante meu irmão.
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 20:06
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Cisco Afique
Cisco Afique Vi de perto isso na provincia de Niassa distrito de Majune localidade de nairobi foi terrivel.
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 20:40
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Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy Meu caro Antolinho André! 

Todo líquido que serve para apagar à fogueira da Guerra é bem vindo!


Queremos uma Paz efectiva que não depende da morte de Dlhakama! 

Nyusi e Dlhakama, constituem duas peças muito importantes para à consolidação da nova agenda da Democracia de Desenvolvimento Sustentavél, da autoria da Oposição construtiva!
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 21:26 · Editado
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Arsénio Zucula
Arsénio Zucula Por várias vezes conversei com os meus avós que viveram na pele a guerra dos 16 anos. Todo que Gustavo relatou é pura verdade.... a minha avó jura e outros mais que nunca votariam na renamo, devido aos massacres que perpetuaram....Sou um deles que não vivi mas ouvi e vi vestígio desse dura realidade vívida pelos moçambicanos.
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 20:52
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Antolinho André
Antolinho André Que ainda vivem no centro do país nas masmoras da renamo. Como acaba de dizer o ilustre Yaqub devemos procurar o melhor líquido que apague a fogueira. agora peço ao ilustre como grande conhecedor da génese da renamo que fale dela aos novos para que conheçam por dentro esta organização de modo a dar ferramenta de análise real o que as pessoas esperam caso a renamo esteja no poleiro.
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 22:22
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Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy Ilustre Antolinho André!

Eu sempre mostrei à minha disponibilidade patriótica para falar sobre à origem assim como às circunstâncias em que foi fundado a Renamo! 


Mas penso que neste momento, falar sobre este tema não contribuiria melhor para baixar os ânimos desta nova guerra que nos é imposta pela intolerância do regime de Maputo, sem razões palpáveis para tal! 

Somos um país civilizado que já atingiu à puberdade pública urbana, reconhecido como alto exemplo de pacificação de conflitos! 

Devíamos ter vergonha por ser governado actualmente por dirigentes que ateam fogo a este "museu" de grande referência internacional que Moçambique ganhou perante o Mundo inteiro na área de resolução pacífica de conflitos!
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 22:59 · Editado
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Antolinho André
Antolinho André Agora fico bem confuso quando diz que o regime de Maputo é intolerante. Intolerante às exigências de Dhlakama e seu partido? Quem dizer que a proposta de Dhlakama de lhe darem as 6 províncias é apoiada pelo ilustre Yaqub? O ilustre Yaqub é pelo retalho do país? Que a CR pode ser ignorada? Me desculpe seja mais claro nesta sua construtiva. Acredito que há aspectos a considerar mas deve dar mais subsídios.
Quer dizer nisto o PR Nyusi aparece como catalizador para activar negativamente os ânimos da Renamo? Os apelos e mais exercícios que ele demonstra estar para diálogo sincero não é real?
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 23:10 · Editado
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Yaqub Sibindy
Yaqub Sibindy Os moçambicanos acreditam que nós os defensores da Unidade Nacional, jamais seremos adeptos do Projecto das autarquias Províncias, pois este projecto é um autêntico sinónimo de desmembramento da Nação moçambicana! 

O que condenamos é o recurso à guer
ra como resposta do Estado para inviabilizar esse projecto maquiavélico da Renamo! 

Acreditamos e continuamos confiantes que através do diálogo político estamos em condições de derrotar Dlhakama, dentro das balizas constitucionais e condenamos o recurso à guerra, pois essa guerra requerida mais pelo governo, tem alguns interesses ocultos que não são verdadeiramente à defesa da Unidade Nacional!
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 23:54
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Antolinho André
Antolinho André Puxa então em volta desta rixa há muita coisa escondida. Mano Yaqub, a informação que está em voga é que a renamo ataca aqui que a renamo está a criar quartéis enfim a renamo está a se preparar para guerra e para dar corpo o diziam decidem atacar carros de civis. Muita afronta mesmo. A pergunta que não se cala é: perante estas provocações todas o governo deve estar no silêncio?? O Governo deve estar impávido, sem mexer uma única palha para mostrar que está interessado em diálogo??
Carlos Junior
Carlos Junior O meu Avo sr macassa vulgarmente conhecido por sr mwemessa no mulevala na zona de mpweia quem vai a macuva foi morto da seguinte maneira: abriram uma cova mandaram entrar Na cova por cima puseram uma chapa por cima de chapa um Monte de lenha e acenderam e meu Avo morreu afugado desta maneira por ter os filhos que se encontravam a trabalhar Na Beira Na Cfm isso foi em 1989 adimiro hoje quando dizem sao votados Na zambezia quem Vita esses malfeitores da renamo?
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 22:24
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Antolinho André
Antolinho André Caro Carlos Junior, esse drama que seu pai teve até à morte bárbara. Ele não morreu afogado mas sim cozido vivo. Há muita história a contar. Fui colega dum jovem raptado numa incursão em Namacurra onde trabalhava como técnico de saúde. As dificuldades que passou nas mãos destes manos não dá repetir. Nossa casa este grupelho levou de assalto e destruíram até hoje. Enfim a renamo tem muita conta a ajustar com as pessoas com este comportamento só vem piorar.
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 22:33
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Carlos Junior
Carlos Junior Esses gajos da renamo em particular o seu lider mece julgamento no tribunal internacional e oque lhe merece
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 23:09
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Antolinho André
Antolinho André As NU estão nas tintas com o povo moçambicano se isto estivesse a acontecer na Europa o Dhlakama já era.
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 · Responder · 17 de Fevereiro de 2016 às 23:22
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Issufo Nelson Nelson
Issufo Nelson Nelson Vovó Rider evite trazer sangue, aqui ninguém é vampiro.
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 · 17 de Fevereiro de 2016 às 23:22
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Cadafe Namale Buanamade
Cadafe Namale Buanamade
Traduzido do Malaio
HahahahahahahaVer Original
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 · Responder · 18 de Fevereiro de 2016 às 11:59
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Felizarda Matusse
Felizarda Matusse Lendo isso ainda era bebe mas todos os dias oiço minha familia a lamentar a morte do meu tio que fazia parte dos makualas dos tpm que foi atacado em cubane na provincia de inhambane. Escrevo isto com lagrimas no canto do olho. Sem falar da minha prima que foi capturada e usada como escrava sexual para asaciar os desejos dos comandantes da renamo onde ate o filho foi morto ela a ver. Teve a sorte de conseguir fugir quando toda familia dava por morta. Até hoje tem sequelas disso😭😭😭😭😭
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 · 18 de Fevereiro de 2016 às 17:38 · Editado
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Filimao Suaze
Filimao Suaze Horrivel isso Felizarda Matusse, eixiiiii
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 · 18 de Fevereiro de 2016 às 18:09
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Antolinho André
Antolinho André Infelizmente é o péssimo comportamento dos combatentes pela democracia. Eles têm povo escolhido o resto não lhes interessa por isso aquela barbaridade cometida em Inhambane e outras regiões que não seja. ... nem dá falar me provoca convulsão.
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 · Responder · 18 de Fevereiro de 2016 às 23:18
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Leonor Macavaca
Leonor Macavaca Nao entendo muito de politica se isso se chama .... como e que na mesma organizacao uns estao no parlamento e outros a matar e roubar nas estradas e povoacoes. Isso vai sobrar para nos o povo pois eles sairam para fora do pais com suas familia. Guerra nao... sim a Paz
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 · 20 de Fevereiro de 2016 às 6:53
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Antolinho André
Antolinho André Ilustre Leonor Macavaca, não precisa entender muito da política para entender que estes manos estão desorientados. Acusam o governo de ser intolerante quando são eles que são intolerantes. Não faz sentido os que se declaram homens de bem andam armados e aos tiros. Obrigam os carros andarem em coluna escoltada porque senão atacam. Quem é intolerante?
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 · Responder · 20 de Fevereiro de 2016 às 9:51
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Antonio Il Corto Maltese Vegna
Antonio Il Corto Maltese Vegna Pessoalmente acho que o acordo de paz do 1992 nao foi completo porque faltou a criacao de uma comissao de investigacao sobe o crimen de guerra.
Como pode ser feita a paz sem fazer justicia?
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 · Responder · 20 de Fevereiro de 2016 às 10:18
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Samuel Mazivila
Samuel Mazivila Significado de renamo é um sindicato sanguinario que cançado do mato veio as cidades com capa ds democracia. Insaciaveis e seus patroes insatisfeitos querem destruir oque construimos com muito sacrificio. Deixaram de ser cidadaos para bandidos armados como sempre foram
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 · Responder · 24 de Fevereiro de 2016 às 20:59
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Fortunato Tondo
Fortunato Tondo Sr Mavie ainda como seu genro eu li todo texto nasci e cresci depois tudo o que o sr disse eu ja ouvi varias vezes em locais diferentes e recondidos por causa do meu trabalho mas conheco o sr de cara la nas barracas do museu tomando seu jonnie walker se nao estou em erro ontem ouvi o senhor a chamar dlhakama de psicopata mas nao lhe condeno mas para muita gente isso inclui o sr gustavo mavie alguma vez ja estives-te numa coluna? Ou quantos compatrioras ja estiveram na coluna? Qual e a sensacao? De quem se fala? Isso e uma troca de experiencia responda as questoes depois teras mais experiencia de que te digo agora
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 · Responder · 2 de Março de 2016 às 20:49