EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (62)
Bom dia, Presidente. Acho que traí as minhas convicções. Devia ter encabeçado esta carta com o título Governo de entrincheirados. Sim, porque o Presidente, durante os dois anos e meio da sua governação, entrincheirou-se face a tantas críticas à gestão política da sua competência.
Preferiu ouvir os aduladores, os beijamão.
Tudo o que eles dizem, para si, está correcto. Nunca lhe apontam nenhum erro. Não acha que lhe mentem? Até o Messias não era perfeito…
E não me vou juntar ao soluço dos que choramingam ao sabor de que o Presidente traiu o seu patrão (entenda-se o povo). O maior traidor desta pátria é o povo que sucessivamente, eleição após eleição, escolhe gente que rouba, mente, e ainda alimenta esses mesmos governantes pagando impostos para os seus forrobodós.
E o que é que o Presidente tem feito face às inúmeras críticas ao seu Governo por não ter sido transparente às investigações das dívidas ocultas? Nada. Aliás, não tem de fazer nada. É só continuar entrincheirado. O povo que se aguente. Afinal não foi o próprio povo que escolheu o Governo que tem?! No dia que o povo há-de querer mudanças, tê-las-á. Não pode só ter competências de eleger um Governo entrincheirado e não saber como escorraçá-lo.
Soube, de fontes dignas de crédito, que o Presidente adiou, pela terceira vez , a visita ao Ministério da Economia e Finanças. Até porque o terceiro adiamento foi esta quarta-feira.
Cartas ao Presidente da República (62)
Bom dia, Presidente. Acho que traí as minhas convicções. Devia ter encabeçado esta carta com o título Governo de entrincheirados. Sim, porque o Presidente, durante os dois anos e meio da sua governação, entrincheirou-se face a tantas críticas à gestão política da sua competência.
Preferiu ouvir os aduladores, os beijamão.
Tudo o que eles dizem, para si, está correcto. Nunca lhe apontam nenhum erro. Não acha que lhe mentem? Até o Messias não era perfeito…
E não me vou juntar ao soluço dos que choramingam ao sabor de que o Presidente traiu o seu patrão (entenda-se o povo). O maior traidor desta pátria é o povo que sucessivamente, eleição após eleição, escolhe gente que rouba, mente, e ainda alimenta esses mesmos governantes pagando impostos para os seus forrobodós.
E o que é que o Presidente tem feito face às inúmeras críticas ao seu Governo por não ter sido transparente às investigações das dívidas ocultas? Nada. Aliás, não tem de fazer nada. É só continuar entrincheirado. O povo que se aguente. Afinal não foi o próprio povo que escolheu o Governo que tem?! No dia que o povo há-de querer mudanças, tê-las-á. Não pode só ter competências de eleger um Governo entrincheirado e não saber como escorraçá-lo.
Soube, de fontes dignas de crédito, que o Presidente adiou, pela terceira vez , a visita ao Ministério da Economia e Finanças. Até porque o terceiro adiamento foi esta quarta-feira.
Não me admira.
O Presidente prefere, também porque está no seu direito,
entrincheirar-se nos TPM, ver as baterias dos autocarros, se há
combustível ou não e tais.
Não é o
Ministério da Economia e Finanças que devia ser urgente visitá-lo? Não é
este que move o País? Que relevância tem uma empresa de transporte
público diante deste dinossauro? Não foi este ministério, também, que
engendrou com os prevaricadores A, B e C as dívidas ocultas? E tenho que
ressalvar isto: ainda não entendi essa de que o País está de volta.
Provoca-me asco quando a Rádio Moçambique, paga pelo nosso bolso, solta
continuamente trechos aludindo a isso. Essa forma de engraxar acabará
dando cabo do próprio sapato…
Termino
dizendo que ainda não entendi o sentido das suas visitas às instituições
já visitadas. Não sei se serviu de algo o Presidente ter lá ido. É que,
julgo eu, não mudará nada a sua postura de crítico aos gestores dessas
instituições.
Para mim é
fingimento. A sua função não é criticar, é tomar medidas. O Presidente
tem competências para isso a não ser que lhe sabe bem continuar
entrincheirado.
DN – 28.07.2017
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