Monday, July 31, 2017

Guebuza é que tem patrões estrangeiros

 Daviz Simango
Savana 29 -03-2013

Centrais Guebuza é que tem patrões estrangeiros 14 Savana 29 -03-2013 Savana 29-03-2013 15 NO CENTRO DO FURACÃO Por Emídio Beúla e Raul Senda Fotos de Urgel Matula Ao cabo de mais um mandato como Presidente da autarquia da Beira, a segunda maior cidade do país, Daviz Simango coloca a sua corrida ao terceiro mandato nas mãos dos militantes do MDM que em Maio vão escolher os 43 candidatos às autárquicas de 20 de Novembro. Reconhece os problemas de transitabilidade das estradas da Beira e avança com soluções para um problema que diz ser mais complexo do que pode parecer. Aos recados de alguns militantes seniores da Frelimo, ele responde na mesma medida, dizendo, por exemplo, que “Guebuza é que tem patrões estrangeiros”. Acompanhe a entrevista feita na tarde desta quarta-feira em Maputo, onde Daviz vinha participar da reunião dos municípios organizada pelo ministério da Administração Estatal. Faltam menos de 10 meses para o término do seu (segundo) mandato como Presidente do Município da Beira. Das várias promessas que fez ao eleitorado, o que é que conseguiu concretizar? Nós concorremos para as eleições de 2008 com um programa vasto que assentava em alguns pilares básicos. Estamos a falar do projecto de protecção costeira, do projecto de saneamento e abastecimento de água e do projecto de integração social das nossas comunidades. Conseguiu materializar esse programa? Em relação à protecção costeira conseguimos, através da conferência de doadores, mobilizar fundos. Vários parceiros responderam positivamente às nossas solicitações e hoje estão a decorrer obras de protecção costeira. A cooperação suíça financiou com três milhões e duzentos e cinquenta mil dólares (USD 3.250.000) e o Banco Mundial vai financiar com 70 milhões de dólares (USD 70.000.000). O financiamento do Banco Mundial está virado para as mudanças climáticas e vai consistir numa rede de águas para a cidade da Beira. É uma malha de rede de águas para resolver o problema das inundações. Como sabem, Beira é uma cidade plana, erguida sobre um pântano e as águas por si só não conseguem correr. É preciso que haja outro tipo de exercício. Do Banco Mundial estamos também a mobilizar 15 milhões de dólares (USD 15.000.000) para materializar a nossa intenção que consiste em de criar condições para que as valas abertas não sejam transformadas pelos munícipes em depósitos de lixo e outros detritos sólidos. O Conselho Municipal pretende privilegiar as margens das valas com arruamento e zonas de diversão para desencorajar a prática de hábitos que contribuam para a degradação das mesmas. Conseguimos mobilizar fundos do Banco Árabe para reabilitar as valas e alargamento da rede de saneamento na zona de Macurungo. A abertura do canal de Chiveve faz parte do programa das mudanças climáticas? Sim, ainda na componente mudan- ças climáticas mobilizámos cerca de 13.5 milhões de Euros através do Banco Alemão KFW para a abertura do canal de Chiveve. Neste momento, estão a decorrer estudos e já nos apresentaram, na semana passada, três propostas alternativas de abertura do canal. Nós entendemos que com abertura do canal do Chiveve estaremos a criar condições para a respiração da nossa cidade. Vai também permitir o escoamento de águas nos bairros próximos do canal de Chiveve, reduzindo assim as possibilidades de inundações. Avançámos na componente de abastecimento de água. Na cidade da Beira existiam zonas que não tinham água potável. Estamos a falar dos bairros de Muavi e Inhamizua que pela primeira vez tiveram rede canalizada. Nem sempre é possível recorrer ao FIPAG (Fundo do Investimento e Património de Abastecimento de Água), temos que recorrer a parceiros ou a fundos próprios para comprar material de abastecimento da água potável. Recentemente, a União Europeia financiou a reabilitação do sistema de saneamento da Beira. Que benefícios isso trouxe para a cidade? O programa de saneamento da cidade consistia na reabilitação do sistema existente e não abrangeu novas zonas. Estamos satisfeitos porque nas zonas onde houve reabilitação melhorámos o aspecto ambiental, construímos uma ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) que estava projectada desde os anos 60. Trata-se de uma ETAR que no futuro o Conselho Municipal pode aproveitar para a produção de biogás. É preciso dizer que durante o mandato que este ano termina tivemos alguns constrangimentos. A que tipo de constrangimentos se refere? A perda das sedes dos bairros. Era preciso repor a administração a funcionar, daí que iniciámos com a construção das sedes dos bairros e temos a impressão de que valeu a pena, pois temos infra-estruturas novas e com adaptação para os jovens: tem sistema de internet disponível para estudantes e alunos. No fundo, neste mandato, notamos que na cidade da Beira há um grande crescimento económico. As pequenas e médias empresas começam a ter lugar e existem infra-estruturas. Só neste mandato tivemos quatro hotéis novos, o que não acontecia há muitos anos. Beira está hoje com estradas esburacadas, situação que contrasta com a imagem de uma das melhores cidades em termos de gestão municipal. Ainda vai a tempo de repor a transitabilidade das estradas da cidade? A nível das estradas, a cidade da Beira tem uma característica própria: O nosso pavimento torna-se sempre alagado, sempre molhado e impróprio para o asfalto. Portanto, tivemos a iniciativa de avançar com estradas de pavês. No mandato anterior, já tínhamos feito uma experiência idêntica em relação a Kruss Gomes, agora fizemos a rua 33, estamos a fazer a rua da Chota, estamos a fazer a rua do Vaz e este ano vamos avançar com mais quatro. Estamos a fazer um estudo em relação à FPLM, que sai da Praça da Independência em direcção ao Estoril, estamos a falar também da estrada que parte do aeroporto em direcção à ponte, estamos a falar das ruas 2 e 6 e da rua da Base N’Tchinga. Algumas vão ser pavimentadas e outras vamos reclassificar o pavimento existente, tornar a pôr a base para depois asfaltar. Trabalhámos também nas ruas terciárias nos bairros. No ano passado, houve um investimento extremamente grande do município nas ruas que desde o tempo colonial nunca tinham sido trabalhadas. Conseguimos fazer o trabalho, é verdade que em algumas ruas fomos infelizes com as chuvas que caíram. A avenida 24 de Julho, por exemplo, foi reabilitada há menos de dois anos, mas hoje apresenta-se em péssimas condições de transitabilidade. É o problema das chuvas que caíram? É preciso compreender a composição geológica dos solos da Beira. O problema da estrada 24 de Julho é que foi construída ao logo da vala. Fomos infelizes porque na altura que abriram a vala foram retirando solos para construir a base e a sub-base da estrada. Durante muitos anos, essa estrada nunca foi pavimentada. Nessa altura, circulava-se normalmente e não encontravam nenhum assentamento diferencial. Mas os camiões de grande tonelagem não circulavam por lá. Quando iniciámos com a reparação da base e a colocação do pavimento, os camiões de grande porte começaram a circular. E o lodo começou a reagir e a estrada ficou degradada. O município não previa a circulação de camiões de grande tonelagem por aquela via? A reabilitação não foi antecedida por estudos económicos e de engenharia? Se não tivéssemos estudos, teríamos o mesmo problema no prolongamento da Kruss Gomes, a partir da Munhava Matope em direcção à lixeira. Tivemos fundo para reabilitar aquela estrada, mas no âmbito da construção do terminal de carvão (do Porto da Beira) notámos que os camiões da empresa holandesa que entravam para a dragagem do porto e para os aterros tinham 50 toneladas de eixo. E os fundos que nós tínhamos iam até o máximo de 15 toneladas de eixo. Achámos por bem não fazer a estrada, senão teríamos o mesmo problema da 24 de Julho. Estamos a negociar com algumas empresas como a futura fábrica de cimento, a mineradora Jindal, para ver se em conjunto podemos fazer uma estrada que possa atingir 50 toneladas eixo. Senhor Presidente, até ao fim do seu mandato quais são as estradas que estarão totalmente transitáveis? É preciso compreender que Beira é uma cidade com tanta estrada de terra batida e com tanto movimento de camiões e quando chove tudo fica complicado. E é preciso compreender o que era a cidade da Beira ontem e o que é a cidade da Beira hoje. A cidade da Beira não tinha o volume de camiões que tem hoje. Hoje temos em média 600/dia de alta tonelagem que entram na cidade. Muitas das nossas estradas foram concebidas na década de 70, e nessa altura os camiões que existam eram de três a quatro toneladas. O que o município tentou fazer foi assegurar que as grandes estradas que esvaziam a circulação de viaturas da zona urbana para a zona peri-urbana funcionem. Hoje temos o orgulho de dizer que a primeira estrada, que é a rua da Chota, hoje está sendo pavimentada e vai ser inaugurada. Só para ver o esforço que o executivo está a fazer, estamos a importar da Swazilândia as caixas para fazer a ponte. Grande parte das estradas vão estar boas até ao fim do mandato, sobretudo as de terra batida que foram intervencionadas no ano passado e neste ano vai se passar a máquina niveladora. Não é possível num mandato aterrar todas as estradas de terra batida. Neste momento, estamos concentrados na substituição do asfalto por pavê, trocar a terra batida por pavê. Já não queremos arriscar em asfalto, porque na cidade da Beira basta chover o asfalto não funciona. Gostaríamos de perceber uma coisa no projecto de protecção costeira em curso na Beira: Quem mobilizou fundos foi o município ou foi o Governo Central? Na altura em que arrancou o processo, eu pessoalmente tive a oportunidade de estar na Alemanha para mobilizar fundos do KFW, através do Banco Mundial. É preciso compreender que no sistema financeiro internacional os fundos mobilizados passam pelo Governo Central. Pelo que, por mais que consiga mobilizar, há acordos internacionais que como moçambicanos temos que respeitar. Contudo, existem outros fundos que podem passar directamente do financiador para o município. É o caso do fundo que mobilizámos para o saneamento da Beira, onde a União Europeia pagava directamente aos empreiteiros. As duas modalidades funcionam… Sim. O importante é que estejamos seguros, pois há situações pouco agradáveis. Por exemplo, nós beneficiámos de um fundo da cooperação italiana para as autarquias, mas o que acontece é que temos vários constrangimentos para aceder. Isso porque o fundo era directo, depois passou para o Ministério de Administração Estatal e agora passou para os governos provinciais. O que acontece agora é que aquilo que é a proposta do Conselho Municipal, o principal beneficiário do fundo, acaba sendo censurado pelo governo provincial. Por exemplo, nós agora queríamos adquirir dois camiões de lixo porque há interesse do Conselho Municipal nesse sentido, mas o governo provincial disse que não, porque o municí- pio tem muitos camiões de lixo. O governo provincial não sabe qual é a nossa necessidade nessa matéria. É que é preciso compreender que a vida útil dos camiões de lixo é diferente de um carro normal. Voltando à construção de novas sedes dos bairros, o município vai terminar com o trabalho ainda neste mandato? Pelas contas que tenho, agora vamos entregar mais nove. Estão todas quase prontas, existe apenas uma por iniciar que é a sede do bairro Vaz. Não iniciou com as outras porque tivemos problemas de terrenos. Como pode imaginar, o próprio município também tem problemas de espaço. Estamos a negociar com alguns privados que têm espaços para arrancarmos com as obras. Imagine que se não tivéssemos problemas das sedes, que tipo de investimentos em outras áreas poderíamos ter aplicado o dinheiro. É preciso compreender que ao nível do Conselho Municipal da Beira conseguimos fazer algo inédito: Todos os Centros de Saúde urbanos têm ambulâncias compradas pelo Conselho Municipal. E esses Centros de Saúde já passaram para a gestão do município? Infelizmente, ainda há muitas jornadas por acontecer. Mesmo agora na reunião dos municípios tivemos oportunidade de perguntar (ao Ministério da Administração Estatal) sobre isso, mas apenas responderam que ainda se está em processo de harmonização. O Conselho Municipal da Beira solicitou a transfer- ência de competências em 2007, hoje estamos em 2013, passam seis anos, e ainda continuamos na harmonização. Achamos nós que não faz nenhum sentido, porque o Conselho Municipal da beira já solicitou. Hoje fala-se de cinco cidades, Maputo, Matola, Chibuto, Xai-Xai e Pemba. Agora a minha questão é: Porquê essas cidades? Que níveis de gestão de centros têm essas cidades e que Beira não tem? E ao nível da educação, o Conselho Municipal já recebeu algumas escolas? A situação é a mesma. Aqui também a justificação do Ministério da Administração Estatal é que o município ainda não está preparado? O problema não é o facto do municí- pio estar ou não preparado. Há interesses políticos. Nós todos sabemos qual é o papel do partido no poder junto a essas duas entidades (Educação e Saúde) em processos eleitorais. Portanto, enquanto persistir esta situação de processos eleitorais e interesses políticos é natural que eles não vão entregar. Não faz sentido hoje entregar Xai-Xai e Pemba, autarquias que nem têm capacidade de recolha de receitas. E nesta reunião de Maputo ficou claro que os municípios têm problemas na recolha de receitas. Mas ninguém disse que a cidade da Beira não faz parte dos municípios que têm problemas de recolha de receitas. O próprio relatório apresentado estava vazio de conteúdo e espelha que não envolveu as autarquias. Se envolveu, foram 41 autarquias e duas foram excluídas (Beira e Quelimane). Mas a transferência de competências do Estado para os municípios representa encargos para as autarquias? O poder é para ser exercido e a lei é para ser cumprida. Está claro na lei 02/97, de 18 de Fevereiro, que a gestão da Saúde primária e da Educação primária são da responsabilidade do município. O município da Beira conseguiu construir três Centros de Saúde, comprou ambulâncias para todos esses centros e para outros que já existiam. Os salários dos motoristas, o combustível e a manuten- ção dessas viaturas estão a cargo da autarquia. Continuamos a fornecer regularmente carteiras a escolas e agora vamos construir, com fundos próprios do município, uma escola que caiu em Macuti. O que é que mais resta para provarmos a nossa capacidade de gestão? E como está o processo de transfer- ência do sistema de gestão dos transportes públicos do Governo para o município da Beira? Também fomos infelizes. Submetemos a proposta à Assembleia Municipal, mas rejeitaram a proposta. Tivemos oportunidade de falar com o vice-ministro dos Transportes e Comunicações para compreendermos como funciona o processo de transferência da gestão de transportes públicos e a recomendação foi que era preciso criar uma empresa municipal de transportes e a partir dela solicitar a transferência. A criação da empresa foi recusada pela Assembleia Municipal e automaticamente todo o processo ficou bloqueado. Qual foi o argumento que a Assembleia Municipal apresentou para chumbar a proposta? Não apresentou nenhum argumento. Apenas disse que não dava. E nós tínhamos planeado dois modelos. No primeiro, o município recebia os resíduos da empresa TPB e no segundo dizíamos que o que existe da empresa TPB sai muito caro para o município, pelo que vamos comprar novos autocarros para o transporte público na Beira. O Governo Central transferiu recentemente a gestão do transporte público urbano para os municípios de Maputo e Matola. Mas o município da capital do país já está a abater alguns autocarros que herdou da empresa pública TPM. Não teme receber prejuízos dos Transportes Daviz Simango em entrevista ao SAVANA Públicos da Beira? O problema é que por mais que os colegas autarcas de Maputo e da Matola tivessem vontade de manifestar a sua indignação perante o que receberam do Governo Central, não tinham muito espaço. Veja que o Governo trouxe os autocarros de onde trouxe e entregou-os aos municípios para gerir. Nós nãos íamos aceitar isso. Porque não é concebível hoje que se adquira um equipamento que ao nível do mercado interno não se encontre sobressalentes ou acessórios para a sua manutenção. A Assembleia Municipal da Beira queixa-se que o Conselho Municipal às vezes não cumpre com as suas deliberações. Por exemplo, a proposta da alteração dos sentidos nas vias da cidade que foi reprovada pela Assembleia Municipal através da deliberação N°42/AMB/2012. Mesmo assim, consta que o Conselho Municipal avançou com a nova sinalização… O Conselho Municipal trabalhou com a Associação dos Transportadores da Beira, trabalhou com a Polícia Trânsito e trabalhou com o INATTER e outras instituições vocacionadas na gestão rodoviária. Fizemos uma proposta concreta que foi assinada por todas estas instituições especializadas e propusemos à aprovação da Assembleia Municipal. Nós como Conselho Municipal tive- “Nós ganhámos Quelimane com muito suor, precisamos de manter o município, precisamos de revalidar o mandato”, diz o mos a iniciativa de ir trabalhar com Presidente da autarquia da Beira. “Tenho investimentos na área imobiliária“ 16 Savana 29-03-2013 NO CENTRO DO FURAÇAO as instituições de Direito que nos aconselharam e o Conselho Municipal simplesmente chumbou. Imagine o nível da compreensão da Assembleia Municipal, até ao ponto de chumbar instituições de Direito que regulam o funcionamento rodoviário. É extremamente grave. O que fizemos é que já havia um sinal num dos troços onde havia acidentes e era preciso agirmos. São vias que registavam muitos acidentes. Portanto, não podíamos parar sabendo que há vítimas humanas. Temos outro exemplo em que o Conselho Municipal ignorou a deliberação N°45/AMB/2012 da Assembleia Municipal que ordenava a devolução do espaço e material de construção confiscado pelo município ao cidadão Samuel Rodrigues. Até hoje o Conselho Municipal ainda não devolveu nada a este cidadão… Não posso mentir, não estou a ver quem é esse cidadão. Para responder precisaria de me inteirar junto dos colegas do município. O senhor Presidente não se lembra de nenhum conflito de terra que envolve o município? Conflitos de terra são tantos e vão existir sempre. Eu poderei dar mais dados assim que souber quem é esse cidadão e o que terá acontecido. Sei que tivemos várias petições na Assembleia Municipal, mas algumas eram petições de burla, outras em que certos cidadãos faziam-se passar por pessoas de boa-fé e queriam burlar empresários e nós somos rígidos quanto ao combate à corrupção. Temos também casos de membros da Assembleia Municipal que vendiam terrenos e nós agimos contra eles. O município é também acusado de expropriação das machambas dos munícipes e em compensação paga, de forma indiscriminada, dois mil meticais. Não acha que estão a cometer uma injustiça contra os munícipes? Em Moçambique existem leis ligadas ao Ministério da Agricultura que definem quanto custa uma árvore, uma árvore de fruta, machambas, etc. O Conselho Municipal está a cumprir a lei que define o custo de cada benfeitoria. Mas temos de perceber que a cidade da Beira é um pântano. Onde hoje existe o edifício do Conselho Municipal eram machambas, onde existem todos os prédios eram pântanos. E por natureza própria, os pântanos são favoráveis à produção de arroz em tempo de chuva e à produção de batata-doce em tempo seco. E é assim como vivemos. Mas é preciso compreender que a expansão urbana está a crescer e a gestão do solo urbano está a cargo da autarquia. Nós temos um plano de estrutura urbana e fizemos uma coisa inédita: Estamos a preparar o plano 2035 que vai integrar o porto, a expansão da energia, de água… Hoje o plano do próprio Porto da Beira está ultrapassado, pois verifica-se um congestionamento de camiões. E isso não pode acontecer, o porto tem de expandir, tem de ter uma área de reserva tendo em conta a sua importância para o desenvolvimento da cidade. Os camiões não podem continuar a entrar na cidade para chegar ao porto, tem de se encontrar estradas direccionadas para a zona portuária e industrial. Como avalia a convivência política entre o Conselho Municipal e o representante do Estado na Beira? Nós temos um feitio próprio de estar. Temos uma missão, temos um legado que nos foi incumbido pelos munícipes para dirigir o município e tomar conta dos seus destinos. Naturalmente o Governo entendeu nomear um representante do Estado que tem as funções próprias. Portanto, nós não nos cruzamos com eles. E com o Governador? Cada um faz o seu papel. É verdade que nas cerimónias púbicas trocamos abraços, o Conselho Municipal tem parcerias com o governo provincial, assim como eles devem ter parcerias com o Conselho Municipal. E assim vamos continuar nesse ambiente de trabalho. Em Moçambique, os municípios ainda dependem do Governo Central em termos financeiros. Em que nível estão os níveis de colecta de receitas no município da Beira? A cidade da Beira recebe fundos do Governo Central através do Fundo de Compensação Autárquica, mas não está atado a esses fundos. O Conselho Municipal esforça-se no aumento de receitas internas. Exigimos metas aos nossos colectores de receitas e estão a lograr sucessos. Nós começámos o primeiro mandato com receitas nos mercados na ordem de oito mil meticais/dia e hoje estamos a cobrar 64 mil meticais/dia. Os mercados são uma das principais fontes de receitas. Os nossos orçamentos andam por volta dos 700 a 800 milhões de meticais/ano e as colectas internas cobrem cerca de 60% do nosso or- çamento. Por outro lado, a cidade da Beira é uma escola na gestão do fundo da redução da pobreza urbana. Nós não fazemos o que acontece em outras cidades onde os edis ou administradores entregam dinheiros. Nós recebemos a transferência do Governo Central que são um pouco mais de 14 milhões de meticais e metemos no Banco Terra. Os conselhos consultivos recebem e seleccionam os projectos e submetem à revisão e estudo da viabilidade da comissão técnica constituída por funcionários do Conselho Municipal e membros da sociedade civil. Este por sua vez propõe a homologação dos projectos aprovados do Conselho Municipal. O nível de desembolsos ultrapassou no primeiro ano sete milhões de meticais. Este é um caso de estudo e de divulgação, mas ninguém divulga. Recandidatura nas mãos dos partidários do MDM Senhor Presidente, está no fim do seu segundo mandato, vai avançar para a corrida do terceiro mandato? Eu sou cidadão filiado a um partido político que é o Movimento Democrático de Moçambique. Os órgãos do partido é que vão determinar quem são os candidatos aos municípios. A minha posição está entregue ao partido. Pensamos nós que em Abril ou Maio o MDM fará apresentação pública dos seus candidatos. Se o MDM indicar o seu nome para candidato do partido na Beira, vai aceitar disputar o terceiro mandato? Eu continuo e continuarei a ser escravo do partido e a servir o partido. Há quem diga que se o MDM apostar num outro candidato para a Beira pode vir a perder, porque há mais pessoas que apoiam a figura do presidente do município tido como vítima da Renamo do que propriamente do partido. O Daviz Simango nunca foi vítima nem será vítima da Renamo. A minha expulsão foi normal, é uma coisa que acontece. O Daviz Simango não venceu as eleições de 2008 por ter sido vítima, venceu porque tinha uma equipa de trabalho que vinha exercendo algo palpável. E hoje, à frente do município, Daviz mantém uma outra equipa profissionalizada. Eu penso que qualquer elemento deste grupo de trabalho é elegível a presidente do Conselho Municipal. O MDM vai concorrer em todos os municípios? Sim, vamos aos 43 municípios. O partido considera a possibilidade de apoiar candidatos independentes? Ao nível do MDM se aparecerem figuras que se identificam com os manifestos do partido é claro que terão o nosso apoio. Nós não somos egoístas. Somos por um Moçambique para todos, temos uma visão patriótica, o que interessa o MDM é que de facto as figuras comunguem connosco, tenham simpatias connosco e peguem nos nossos manifestos como cavalo de batalha para o desafio eleitoral. Guebuza é quem tem patrões estrangeiros nos seus negócios Num passado recente, Sérgio Vieira disse ao SAVANA que o MDM era um partido ao serviço de interesses estrangeiros e com agendas estranhas à nação moçambicana. No último fim-de-semana, o Presidente Armando Guebuza, disse, na qualidade de presidente da Frelimo, que chega de patrões estrangeiros. Qual é opinião do presidente do MDM em relação a esses pronunciamentos? É com certa tristeza que alguns ainda continuam a comentar que o MDM está ao serviço de patrões estrangeiros. Os grandes sócios de Guebuza nos seus negócios são estrangeiros, os grandes assessores de Guebuza não são moçambicanos, os grandes financiadores e colaboradores do Orçamento do Estado não são moçambicanos. Afinal de contas quem tem patrões estrangeiros? É o próprio Armando Guebuza que tem patrões estrangeiros. A primeira cidade moçambicana a assinar acordos de gemelagem com o município da Beira foi Quelimane da era Araújo. Há quem diga que aquilo foi uma estratégia para drenar dinheiro do município da Beira para Quelimane, numa altura em que Araújo não tinha acesso às contas do município para implementar o seu manifesto. É preciso compreender que nós vamos continuar a assistir tecnicamente o município de Quelimane. Nós ganhámos Quelimane com muito suor, precisamos de manter o município, precisamos de revalidar o mandato. Também é preciso ver que o MDM é um partido que tem um departamento de governação local. E este departamento harmoniza a forma de estar do MDM na sua governação local. Por isso é natural que tivéssemos uma gemelagem com o município de Quelimane, permitindo dessa forma que a ideologia política e de governação do MDM se mantenha. É bom compreender que não se pode drenar dinheiro de um município para outro município. É importante saber que o município da Beira tem gemelagens com outros municípios e o mesmo sucede com Quelimane. Manual de Araújo quando chegou à presidência do município de Quelimane apostou naquilo que chamou de competência técnica, integrando no seu executivo membros de outros partidos, como a Frelimo. Como é que o MDM encarou essa situação? Os edis são eleitos. Nós como partido político não interferimos naquilo que é selecção a dedo das pessoas. Nós temos um perfil próprio. Porém, é importante também que qualquer edil seja rodeado de pessoas competentes, é natural que qualquer um de nós esteja rodeado de pessoas que ajudam a resolver problemas e não pessoas que venham apenas para complicar. A manutenção de vereadores que eram de Pio Matos não chegou a criar alguma crispação no partido? É preciso perceber que o mandato de Quelimane foi extremamente curto, era preciso estudar o ambiente de Quelimane. Era preciso aprender com essas pessoas como é que as coisas eram feitas e nós aprendemos. Daviz Simango quando chegou no município da Beira também fez o mesmo. Tem mantido alguma relação com o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama? Não falo com ele deste 2008. Alguns analistas criticam aquilo a que chamam de concentração de poderes na figura do presidente do MDM. Porque mudaram as regras de jogo? Não é bem assim. O presidente do MDM não concentra poderes. Porém, há situações próprias dum partido recém-criado que devem ser percebidos. Considera-se um homem rico? Considero-me rico porque vou deixar um legado. Na minha presidência no município da Beira aprendi e aprendo muito com os munícipes, parceiros e colaboradores. Estamos a falar do património. Temos informações de que o presidente está a construir um condomínio em Inhamizua… Sou moçambicano e como moçambicano invisto no meu país. Tenho investimentos na área imobiliária. É muito importante saber que muito antes de ser autarca já tinha esses investimentos. Sou um engenheiro civil que chegou ao município da Beira com mais de 20 anos de experiência. Guebuza disse na última sessão do Comité Central da Frelimo que há moçambicanos com sede de patrão estrangeiro.

Segundo explicou Luís Mumguambe, de trânsito da Comunidade para o (SADC), o governo moçambicano do pelouro dos Transportes nesta Desenvolvimento da África Austral decidiu proibir a importação de organização, os concursos nestas empresas são ganhos sempre por pessoas sem capacidade que depois sub contratam os que tem. “Há esquemas muito complicados no seio dos grandes projectos e que são difíceis de furar por os concursos serem feitos dentro de quatro paredes”, disse lamentando o facto. Salientou que a abertura de concursos e a transparência nestes processos ajudariam o empresariado nacional a estar presente na exploração dos recursos naturais, tais como o carvão mineral que está a ser explorado neste momento na região carbonífera de Moatize. Por outro lado, os transportadores de carga e mercadorias querem que o governo levante a medida que interdita a importação de camiões com volante à esquerda para o país, por estar a prejudicar a economia nacional e muitos moçambicanos contratados como condutores. Em 2011, cumprindo uma das regras Carlos Castel Branco, economista e também que elas não vão resultar investigador do Instituto de Estudos automaticamente desse mesmo Sociais e Económicos (IESE), em crescimento. Maputo, afirmou recentemente ao Para o académico, aproveitar o serviço de informação humanitária “boom” no carvão e no gás para da ONU (IRIN) que é difícil alcançar diminuir a pobreza ou os níveis de m elhorias s ignifi cati vas e desnutrição crónica vai exigir sustentáveis ?em níveis de nutrição e mudanças nas políticas monetária e pobreza, a longo prazo, sem cambial e uma maior mobilização de crescimento económico, mas Editor: Félix Arnaldo - Av, Cardeal Alexandre Dos Santos, KaMavota, Bairro das MahotasRegisto: N°033/GABINFO-DEC/2007 Cel: 825455565, 84 4407342 pontocerto@teledata.mz / pontocertoj@gmail.com - Maputo Assinaturas mensais - Ordinária 650,00MT - Institucional 1.200,00MT - Embaixadas e ONG’s estrangeiras 1.400,00MT PONTO ERTO Diá rio l e e ct n r ó ic o d e 2 aª 6ª Terça - Feira, 12 de Março de 2013 - Edição 1291 - Ano VI 1 Publicidade Previna se evite o SIDA Com um crescimento económico entre sete e oito por cento nas duas últimas décadas e anúncio de investimentos bilionários na indústria extractiva, Moçambique colocou-se no centro das atenções. Quanto à pobreza e desnutrição crónica, por enquanto, continua apenas a provar que uma economia vibrante não significa melhores condições de vida da população. A Confederação das Associações Económicas (CTA) considera ser extremamente difícil ganhar um concurso para o transporte de carga nos grandes projectos em execução no país, tais como a Mozal, Vale Moçambique, Rio Tinto, e outros devido as grandes influência no seio delas. Concursos de transportes são ganhos por pessoas sem capacidade Pobreza e desnutrição à margem do “boom” da economia moçambicana (Cont. pág.2) Nos grandes projectos -mais de metade da população moçambicana continua a viver abaixo da linha da pobreza (Cont. pág.3) 2 12/03/13 PONTO ERTO Voos charter, voos vip, viagens turísticas, fotografia e filmagens, contagem de animais e captura, partilha de segurança, fiscalização aérea, entre outros. Aeroporto Internacional de Maputo Tel +258 21 466 100 - Fax +258 21466099 - Cel: 823976100 helicapital@tvcabo.co.mz, www.capitalairsa.com UNITAID anuncia projectos de diagnóstico de HIV e tuberculose camiões de carga com volante à muito carro. governo para rever a medida. esquerda, medida que entrou em Salientou que um camião novo com Referiu que a Tanzânia que tomou vigor no ano passado. volante a direita está avaliada em 100 uma medida igual reconsiderou a sua Falando a jornalista na semana mil dólares norte americanos, decisão por ter visto parte dos seus passada, à margem da 13ª enquanto que o da segunda-mão e e m p r e s á r i o a f i c a r e m Conferencia Anual do Sector com volante a esquerda está descapitalizados e a perderem o seu Privado, Luís Mumguambe explicou calculado em 30 mil dólares. espaço no mercado da região. que os empresários moçambicanos “Veja só, com 100 mil dólares compro O governo alega que a medida visa estão a se ressentir da medida e apenas um camião novo, mas antes reduzir o número de acidentes no correm o risco de perder o espaço já podia comprar três camiões”, disse país, uma vez que estes carros são conquistado no mercado regional e acrescentando que os camiões de propícios a sinistros. ou falir. segunda mão e com volante a Entretanto, a CTA considera que os Afonte referiu que neste momento as esquerda traziam muitas vantagens acidentes são provocados pelo mau empresas moçambicanas estão a para o país, uma vez que eram três estado das vias e da falta de ganhar muitos concursos para o carros que chegavam, abriam-se condições de acomodação ao longo transporte de carga ao nível da mais três postos de trabalho e a das estradas nacionais para o SADC usando carros com volante a carga manuseada era maior que nas descanso dos motoristas. esquerda, mas com esta medida em actuais. Além disso, Mumguambe referiu que vigor dentro em breve poderão “Nós não percebemos o que se esta iniciativa foi forçada pela vizinha “perder os concursos e falir”. pretende, porque os dois tipos de África do Sul, por ser fabricante de Explicou que neste momento as camiões fazem o mesmo trabalho. camiões. empresas não tem capacidade para Esta medida só está a nos criar A maior pare de camiões de segunda adquirir um camião em primeira mão prejuí zos grandes ”, di s se, mão e com volante a esquerda é e com volante do lado direito por ser salientando que estão a pressionar o proveniente dos Estados Unidos da América, a preços considerados acessíveis. (PC) Falando em conferência de imprensa Ministério da Saúde (MISAU) pela conjunta realizada com o Ministro da Organização Mundial da Saúde Saúde, Alexandre Manguele, por (OMS), Fundo das Nações Unidas ocasião da sua visita iniciada ontem a para a Infância (UNICEF), Médicos Moçambique, Douste-Blazy explicou Sem Fronteiras (MSF) e a Fundação que estes novos projectos com novas Clinton. tecnologias de diagnóstico vão a S e g u n d o D o u s t e - B l a z y, e m trazer testes e monitoria para Moçambique, a UNITAID já investiu 40 pacientes em zonas rurais e milhões de dólares em diversos melhorará a qualidade dos cuidados. projectos de saúde, permitindo que “Agora temos aparelhos pequenos mais de 25 mil pessoas recebessem que podemos transportar por todo o tratamento de HIV de alta qualidade. país. As pessoas, particularmente as Igualmente, foram distribuídos outros mulheres, eram obrigadas a percorrer 10 milhões de tratamentos de malária e longas distâncias para fazerem o providenciados vários tratamentos de diagnóstico, mas agora poderão ter tuberculose resistente. acesso ao diagnóstico perto de casa”, Referir que um total de doze máquinas disse acrescentando que “com este chegarão a Moçambique para novo equipamento, o tempo de providenciar 80 mil testes para viagem para os pacientes fica pacientes, com o tempo de espera de reduzido e a qualidade de cuidados resultados só de duas horas, está melhorada, resultando em comparando com até dois meses para pacientes mais saudáveis. Até outros métodos de diagnóstico de TB meados de 2013, mais de 100 locais resistente à medicamentos múltiplos. serão equipados”. A fonte disse que neste momento, seis A UNITAID, uma iniciativa global de países africanos, designadamente saúde financiada primordialmente por Camarões, Congo, Madagáscar, Mali, uma taxa de um dólar no valor das Maurícias e Níger estão a contribuir passagens aéreas adquiridas nos para a UNITAID, através da aplicação países fundadores, nomeadamente, duma taxa em passagens áreas e Brasil, Chile, França, Noruega e apelou para que mais países africanos Reino Unido, providenciou estes adoptassem a taxa de bilhete aéreo da novos investimentos que serão UNITAID com vista a melhorar a implementados em parceria com o provisão dos serviços de saúde. O presidente do Conselho Executivo da Iniciativa Global da Saúde (UNITAID), Philipe Douste-Blazy, na presença do Ministro da Saúde, Alexandre Manguele e outros parceiros principais anunciou ontem em Maputo, a implementação de novos projectos que visam melhorar o diagnóstico de HIV e tuberculose em Moçambique. 12/03/13 PONTO ERTO 3 PUB HIV/Sida mata 2 mil funcionários públicos 82 54 55 56 5 82 30 54 43 4 JÉSSICA Av. Marien Nguambi 813 R/C Tel/Fax 21 310358 Cel 82 1283830 82 4836610 JÉSSICA JESCOLA EC DE CONDUÇÃO KA JECKA Rua do jardim próximo da fábrica 2M Cell 821283830, 82 4836610 PESCOLA ALÓ DE CONDUÇÃO PALÓ Av. de Moçambique n° 14 Tel 21471137Cel 82 128 38 30 823008095 Benfica Estamos mais perto de si visite-nos ESCOLA DE CONDUÇÃO Publicidade recursos internos para diversificar os que o capital estrangeiro está seus primeiros 1.000 dias é crucial. Se serviços e bens de consumo – interessado. É neles que o capital estiver desnutrida durante este especialmente alimentos – e torná-los nacional vê o seu futuro e é isso que é período, a possibilidade de resultar em acessíveis a todos. suportado pelo Estado, com as suas nanismo é permanente. A desnutrição Segundo dados das Nações Unidas, ligações estreitas com capital nacional pode afectar não só o tamanho da mais de metade da população e estrangeiro “, disse Castel Branco. c r i a n ç a , m a s t a m b é m o moçambicana continua a viver abaixo A reacção do Estado aos tumultos dos desenvolvimento de seu cérebro, e da linha da pobreza. Já as taxas de últimos três anos devido à subida de pode levar a doenças cardíacas e desnutrição e a baixa estatura crónica preços dos alimentos, tem sido a diabetes mais tarde na vida. e n tr e a s c ri a n ç a s b a i x a r a m apreciar a moeda nacional para tornar Adesnutrição crónica em Moçambique ligeiramente nos últimos 10 anos, de as importações mais baratas, explicou f o i e s t i m a d a e m p e r d a s d e 48 por cento em 2003 para 43 por Castel Branco. Mas tais medidas produtividade de entre 2 a 3 por cento cento hoje. monetárias pioram a capacidade para do PIB, traduzidos para 300 e 500 Castel Branco referiu ainda que a investir fora dos sectores dominantes, milhões de dólares anualmente, produção de alimentos per capita e minimizam a capacidade do governo segundo dados da estratégia nacional diminuiu no país na última década e os para mobilizar recursos internos a fim do governo para a redução da preços dos alimentos têm aumentado. de diversificar a produção de alimentos desnutrição. Essa inflação dos alimentos, adiantou, para o mercado interno. Pela primeira vez, o governo tem um vai afectar os mais pobres, e não “A questão não está apenas na plano que visa a reduzir a desnutrição outros estratos sociais, porque a comida”, di s se Maai ke Art s , crónica em crianças com menos de maioria do seu rendimento é para a especialista em nutrição do Fundo das cinco anos de idade para 30 por cento alimentação. Nações Unidas para a Infância até 2015 e 20 por cento até 2020, mas Em Moçambique, menos de 1 por (UNICEF) em Moçambique. “Trata-se um compromisso do governo de nível cento de todo o investimento privado de saúde, higiene e saneamento. A superior ainda está a faltar. na última década foi atribuído à diarreia e os vermes afectam a Edna Possolo, chefe do departamento produção de alimentos básicos para o absorção de nutrientes por parte das de nutrição do Ministério da Saúde, mercado interno. Cerca de 85 por crianças. A malária reduz os níveis de refere que a desnutrição é comumente cento do investimento seguiu para os ferro no sangue. Em Moçambique, tida como um problema de saúde que sectores minerais, florestais e muitas mulheres casam e engravidam deve ser tratado pelo governo e muitos produtos primários para o mercado de enquanto adolescentes. Existe uma doadores preferem financiar projectos exportação. O restante foi distribuído correlação significativa entre a idade que lidam com os sintomas de entre a construção, a banca e o da mãe e do estado nutricional das desnutrição em vez de abordagens turismo. crianças”, acrescentou. estruturais que levam mais tempo para “Isto é assim porque é nestes sectores O desenvolvimento da criança nos alcançar resultados tangíveis. Pobreza e desnutrição à margem do “boom” da economia moçambicana O grupo petroquímico sul-africano Sasol poderá comprar as participações à venda nos blocos de prospecção petrolífera na bacia do Rovuma, norte de Moçambique, desde que o preço seja interessante, afirmou esta segundafeira o presidente do grupo. Os grupos norte-americano Anadarko forma podemos colaborar com os partir do carvão mas tem estado a Petroleum e indiano Videocon actuais proprietários dos blocos da investir na construção de fábricas para Industries anunciaram pretender levar bacia do Rovuma, quais são as suas tr a n s f o r m a r g á s n a t u r a l e m a leilão participações de 10% cada no necessidades e como podemos ajudá- combustíveis e químicos diversos. bloco Área 1 daquele bacia e o grupo los a transformar em dinheiro o gás David Constable revelou ainda ter sido italiano ENI informou estar em natural ali existente com as recebido pelo Presidente de conversações com o grupo China tecnologias de que dispomos”, disse Moçambique com quem discutiu a National Petroleum Corp pra vender David Constable à agência financeira possibilidade de o grupo que dirige e parte da sua participação de 70% num Reuters. que opera no país desde 2004 ajudar a outro bloco. O grupo Sasol é o primeiro em termos desenvol ver indús tria locai s “Estamos interessados em ver de que mundiais a produzir combustíveis a abastecidas de energia a partir do gás. Sasol interessada no gás natural de Moçambique 4 12/03/13 PONTO ERTO Ainda na prova futebolística Trata-se de uma iniciativa do Por seu turno, Eduardo Tembe, promovida pelo Standard Bank, cuja Standard Bank, que visou apoiar as representante da Direcção Nacional final ocorreu sábado último, no crianças envolvidas no torneio e a do Desporto do Ministério da município da Matola, a Escola população daquela autarquia a obter Juventude e Desportos, disse que P r i m á r i a C o m p l e t a d e este documento essencial que lhes apelou ao Banco para que continue Mussumbuluco conquistou o vai permitir o gozo efectivo da sua com este tipo de iniciativas, pois “elas primeiro lugar nas categorias de cidadania. vêm reforçar o trabalho do Governo, Traquinas e Petizes, enquanto a EPC Abdul Razac, representante do visando o desenvolvimento do Unidade-H venceu na categoria de Standard Bank disse a-propósito que desporto nacional”. Benjamins. o Banco entende que “o futebol deve “Muitos destes meninos que Iniciada a 16 de Fevereiro último, a 1ª ser, para além da formação evoluíram neste torneio poderão vir a edição do Torneio Pequenada desportiva, um excelente parceiro na ser as estrelas do Moçambola, no Standard Bank envolveu perto de formação cívica, incutindo nos jovens futuro”, frisou Eduardo Tembe. 600 crianças de 10 escolas primárias atletas a paixão pela prática do A contribuição do Standard Bank completas desta autarquia, que desporto e a procura pelo auto- para o desenvolvimento do desporto repartiram entre si prémios em respeito, obtido através do Fair Play, no País, particularmente o futebol, material desportivo no valor de 123 pelo que queremos que as crianças através do patrocínio à Liga m i l m e t i c a i s . vivam a verdadeira festa do futebol”. Moçambicana de Futebol (LMF), foi Paralelamente a esta iniciativa, que “Sabemos que no nosso País i g u a l m e n t e o b j e c t o d e teve por objectivo estimular o existem dificuldades, por parte de reconhecimento, no decurso da gala interesse das crianças pela prática alguns c idadãos e m obter do lançamento do Moçambola 2013, do desporto, e em especial o futebol, documentos civis; é, por isso, que ocorrida sexta-feira última, em o Banco desenvolveu, no local, o seu temos aliado os projectos que Maputo. projecto social designado Campanha desenvolvemos junto ao Moçambola No total, a LMF distinguiu 15 da Cidadania, que resultou na com a Campanha de Cidadania”, ins titui ções e e m presas , emissão emissão gratuita de cerca referiu, realçando que muitas das nomeadamente Standard Bank, de 1.200 bilhetes de identidade crianças que participaram na 1ª mcel-Moçambique Celular, EDMbiométricos, pela brigada móvel da edição do Torneio Pequenada Electricidade de Moçambique, entre Direcção de Identificação Civil, do Standard Bank "obtiveram, aqui, outras, por terem garantido, através Ministério do Interior, destacada no entre nós, o seu primeiro bilhete de do seu apoio, que o Moçambola 2012 local. identidade, o que é fantástico”. ocorresse com sucesso. (FDS) Termina primeira edição do Torneio Pequenada Standard Bank As Escolas Primárias Completas de Sikwama, Matola “J” e Mussumbuluco, no município da Matola, foram as grandes vencedoras da 1ª edição do Torneio Pequenada Standard Bank, em masculino, nas categorias de Traquinas (dos 8 aos 10 anos), Benjamins (dos 11 aos 14 anos) e Petizes (dos 6 aos 7 anos), respectivamente. A TVCABO, o único operador de televisão e internet em Moçambique – recebeu, semana passada, em Maputo uma visita de um grupo de empresas norte-americanas e portuguesas, inserida na Missão Comercial organizada pela Câmara de Comércio Americana em Portugal e pela Câmara de Comércio Portugal – Moçambique. Segundo o Director Geral da c o m s u c e s s o ?, e x p l i c o u . integração de empresas norteTVCABO Moçambique, Fernando O Director Geral da TVCABO disse americanas no país. Azevedo, esta visita contou com a ainda que é do interesse de todos Único operador dual play de TV+NET participação de dez empresas norte- que surjam novas oportunidades de do país, a TVCABO aposta em americanas e cinco portuguesas dos negócios, por isso, a TVCABO, tecnologias e infra-estruturas mais variados sectores - energia, enquanto empresa de referência no inovadoras para fornecer serviços tecnologia, cuidados de saúde, mercado das telecomunicações e multimédia, internet de banda larga e serviços financeiros e áreas das tecnologias, fará tudo o que for televisão por cabo em fibra óptica. educativas. preciso para contribuir para o ?Esta reunião pretende ser um sucesso destas empresas em primeiro passo para o fortalecimento ter r itór io m oça m bi cano, e de relações com estas empresas consequente m ente para o norte-americanas. Temos todo o crescimento do país. gosto, através da nossa experiência Refira-se que as fortes ligações entre em território africano e do norte-americanos e portugueses, por conhecimento desta cultura, em serem já de longa data e de grande auxiliar no que for preciso para que confiança, pretende-se que venham se possam estabelecer e crescer a facilitar qualquer processo de TVCABO recebe missão comercial da embaixada dos Estados Unidos em Portugal ANUNCIE NO PONTO CERTO 84 4407342 Barros Licença disse à agência conceder ou recusar os registos para estratégias de internacionalização das noticiosa angolana Angop que a os seus territórios, de acordo com a empresas e o acesso a um mercado iniciativa visa criar um sistema que respectiva legislação. alargado constituído por 8 países e por g a r a n t a m a i o r c e l e ri d a d e e Constituem vantagens da criação do mais de 220 milhões de potenciais simplicidade à protecção de marcas sistema de língua portuguesa a consumidores dispersos por quatro nos países da CPLP. centralização da apresentação do continentes. O sistema de registo de marcas vai pedido de registo numa única A fim de dar corpo a este sistema, permitir a concessão de marcas numa entidade, com celeridade do processo Barros Licença adiantou ter-se base de colaboração entre os serviços de registo de marca e com a redução realizado recentemente em Lisboa, da Organização da Marca Lusófona dos custos para os agentes Portugal, um encontro sobre a criação (OML) e as instituições nacionais de económicos (através de um só pedido da Marca Lusófona, onde directores e propriedade industrial recaindo obtêm a protecção da marca em vários representantes nacionais com inteiramente sobre estas a decisão de países), facilitando-se deste modo as competência para o registo de marcas decidiram avançar o mais breve possível com a iniciativa para a concretização do projecto. 5 12/03/13 PONTO ERTO 29,94 Mt 30,14 Mt 3,30 Mt 3,32 Mt Estados Unidos África do Sul Swazilândia União Europeia Inglaterra Canadá Noruega Suiça Suécia Dinamarca PAÍS MOEDA COMPRA VENDA 3,30 Mt 38,19 Mt 44,99 Mt 29,09 Mt 5,27 Mt 5,26 Mt 4,71 Mt 31,72 Mt 3,32 Mt 39,46 Mt 45,29 Mt 29,29 Mt 5,30 Mt 5,29 Mt 4,74 Mt 31,93 Mt Boletim N° 047/13 - 11.03.13 Malawi Tanzania Zâmbia Zimbabwe Japão 82,03 Mt 18,48 Mt 5,77 Mt 79,21 Mt 312,49 Mt 82,58 Mt 18,60 Mt 5,81 Mt 79,74 Mt 314,58 Mt Dólar Rand Lilanguenui Euro Líbra Coroa Kwacha Shilling Iene Câm bio Taxa de câmbio média Mercado Cambial Dólar Coroa Coroa Franco Kwacha Dólar Fonte: BM Meticais por 1000 Unidades de Moeda Nessa carta, a Embaixada de Moçambique em Portugal “sobre as posteriormente identificados como Moçambique diz que “à exibição do dificuldades na atribuição de vistos fraudulentos, alguns alegadamente bilhete de avião no posto fronteiriço turísticos para aquele destino, apresentados por agências de África do Sul - Moçambique (Ressano designadamente os que permitam a viagens” e que isso “tem motivado um Garcia), onde está aposto o regresso a saída do território moçambicano para maior rigor na sua análise e Portugal, através do Aeroporto de visitas ao Kruger Park, na África do concessão”. Mavalene, os turistas beneficiarão de Sul”. “Importa, assim, assegurar que todos um visto de fronteira que lhes permitirá Na mesma Circular, a APAVT diz aos o s v i s t o s a s o l i c i t a r s e j a m a reentrada em Moçambique e associados que a Embaixada de efectivamente destinados ao fim posteriormente o embarque para Moçambique “deixou de emitir vistos declarado, acompanhados de título de Portugal”. múltiplos” e que o Embaixador a transporte válido de ida/regresso, bem A Circular da APAVT refere ainda que informou “da existência de um como de correcta indicação do esse é o desfecho de uma reunião da crescente número de pedidos de alojamento no destino”, acrescenta a Associação com a Embaixada de v i s t o s t u r í s t i c o s q u e s ã o informação. Turistas portugueses com reentrada em território moçambicano assegurada Vistos nas extensões ao Kruger Park Os turistas portugueses que façam extensões de Moçambique ao Kruger Park, África do Sul, terão a reentrada em território moçambicano assegurada “desde que munidos de bilhete de avião com data de embarque para Portugal” à partida do Aeroporto de Maputo, diz uma Circular da Direcção da APAVT aos associados, na qual transcreve a informação que recebeu da Embaixada de Moçambique em Portugal. Países de língua portuguesa pretendem criar registo colectivo de marcas A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pretende criar um sistema de registo de marcas que vá de encontro ao crescente interesse das empresas pelos mercados dos países-membros, afirmou segunda-feira, em Luanda, o director do Instituto Angolano de Propriedade Industrial. Mandela está com problemas de memória Hospitalizado na África do Sul O antigo presidente sul-africano, Nelson Mandela, 94 anos, foi hospitalizado de urgência durante o fim de semana, para um exame de controlo e, apesar de estar bem, começa a ter problemas de memória, segundo o seu velho amigo e célebre advogado George Bizos, noticiou à AFP. "Infelizmente, às vezes ele se esquece de alguns que já morreram, o seu rosto revela incompreensão quando lhe falam que Walter Sisulu e outros já não estão nesse mundo", disse Bizos, em entrevista agência de informação rádio Eyewitness News agência, depois de ter visitado Nelson Mandela. Herói da luta anti-apartheid, o sul-africano mais célebre no estrangeiro e no seu país, onde é querido por todas as comunidades, Mandela continua, no entanto, segundo a sua família, a acompanhar a vida política, mas não tem dado nenhuma opinião nos últimos anos. George Bizos, está ligado a Mandela desde os anos 1940, e visitou-o apenas há uma semana na residência de Joanesburgo, onde vive o expresidente desde ao seu último longo internamento de três semanas em Dezembro, por uma infecção pulmonar.

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