Pontífice falou dos “modelos de vida anormais”, numa alusão ao casamento gay. O líder da Igreja católica pediu também a reforma da ONU, criticou o sistema capitalista e as agências financeiras, apelou para a preservação do ambiente e para a necessidade de igualdade económica e social
ontem às 18:01Redação / SL
"Algumas pessoas procuram promover uma colonização ideológica através da imposição de modelos e estilos de vida anormais, estranhos à identidade dos povos e, em última instância, irresponsáveis”, sustentou.
Francisco apelou também para que a ONU reconhecesse a “lei moral inscrita na própria natureza humana, que inclui a distinção natural entre homem e mulher e o absoluto respeito pela vida em todas as suas fases e dimensões”.
Muitos dos presentes não atribuíram esta conotação sobre os casamentos homossexuais às palavras do líder da Igreja católica.
O Papa apelou à reforma da ONU e para que esta zele pelo ambiente e pela igualdade entre as nações. O líder da igreja católica não poupou críticas ao sistema capitalista que provoca “a destruição do ambiente, que está acompanhado do processo de exclusão económica e social”.
O pontífice afirmou que o sistema de consumo não está só a afetar a vida dos mais pobres mas também a prejudicar o ambiente. O Papa focou o seu discurso em torno dos “direitos do ambiente”, pedindo à ONU que banisse as armas nucleares, pois a sua proliferação significa um grande perigo para a humanidade.
“Os seres humanos fazem parte do ambiente. Vivemos em comunhão com ele e o ambiente tem em si limites éticos que os humanos devem conhecer e respeitar. Um mal feito ao ambiente é, por isto, um mal feito à humanidade”, declarou o Papa Francisco
“A crise ecológica e a grande escala de destruição da biodiversidade podem ameaçar a existência da própria espécie humana”.
A destruição do ambiente é apenas uma das preocupações do Papa. “A exclusão económica e social” foi também adereçada. O líder da Igreja católica afirmou que a ONU devia fazer mais para assegurar a igualdade entre as nações e que deve fiscalizar e “limitar o poder” de alguns países.
Do apelo surgiu um pedido inédito do Papa: que o Conselho de Segurança sofresse uma reforma.
“Reforma e adaptação aos tempos são sempre necessárias na perseguição do objetivo de garantir a todos os países, sem exceção, a possibilidade, e a influência genuína e igual, de participar nos processos de decisão”.
O pontífice disse ainda que esta igualdade deveria ser alargada aos comités de segurança e às agências financeiras, uma vez que estas “devem preocupar-se com o desenvolvimento sustentável dos países e assegurarem-se que não ficam presos a sistemas de empréstimo opressivos que, longe de trazer progresso, sujeitam as pessoas a mecanismos que aumentam a pobreza, a exclusão e a dependência”.
A educação para como direito universal, a perseguição religiosa, a mediação de conflitos e o fim do tráfico humano foram também assuntos abordados no discurso.
Para a concretização destes objetivos, o Papa afirmou que Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a Conferência para as Mudanças Climáticas, a realizar-se em França, são sinais de esperança, mas que que é preciso mais “ação” e menos “diplomacia”.
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