A democracia foi uma escolha, por ela os moçambicanos se têm batido, embora por vezes seja difícil engolir sapos vivos. Alguns de nós com o hábito de rezar fazem-no também na esperança de pacificar a sociedade, outros que acreditam em curandeiros, nyangas, e na voz dos tinhlolos consultam em vão os búzios com o mesmo propósito.
É tempo perdido tentar converter um bando de psicopatas habituados a matar em honrados cidadãos, cumpridores da lei quanto mais da ética política.
Primeiro foi a Lei eleitoral. Foi-lhes feita a vontade. A emenda à Lei eleitoral deu entrada no hemiciclo acarinhada pelo governo e aprovada por todas as bancadas com assento parlamentar.
Segundo Eneias Comiche, deputado do partido Frelimo e antigo governante, “abancada da Frelimo, viabilizou as propostas de revisão do pacote eleitoral submetidas pela Renamo, no espírito do diálogo entre o nosso Governo e este partido, esperando que fossem parar as atrocidades perpetradas pelos seus homens armados. Foi em vão!”.
Mais uma vez a Renamo, no seu paradigma fenomenológico existencial, tenta enganar o governo. Definitivamente não se pode confiar na Renamo e muito menos numa liderança política à deriva do unanimismo assente na moderação política que a conjuntura exige.
É importante enfatizar que as cedências do governo foi um imperativo nacional numa perspectiva de fazer prevalecer o consenso e a unidade nacional sobre a irreflexão inaudita ditada pela lei da selva. Quantas vezes fora a questão abordada para que a ética política fosse presente contra o argumento fácil da violência, orquestrada da Renamo contra a familia moçambicana?
De tudo isto o partido Frelimo e o governo saíram mais fortes e a Renamo cada vez mais debilitada e desnorteada.
Temos de ser prudentes e realistas em relação ao tipo de sociedade que se pretende construir assim como o tipo de estado.
Ter coragem de vir à rua a chamar as coisas pelo nome, e não escondermos as faces multicolores por detrás de pasquins miseráveis, na sua missão de intoxicar e adensar a opinião pública de desinformação e fofocas e de denigir a gestão patriótica do governo.
A Renamo é um grupo terrorista sanguinário dos vários que a África testemunhou nos últimos 30 anos.
Agora vêm alguns dizer que existem três Renamos, outros que, a Renamo no parlamento a música é outra, ou que não canta a canção do bandido etc,....Não entendo como nos deixamos cair em tamanha patranha. Eu digo que apenas existe uma Renamo, e que não é digna de complacência nem confiança dos moçambicanos.
Não é o lider da Renamo o promotor dos ataques contra moçambicanos inocentes e contra as FDS?
Não é o mesmo que se vangloriza sempre que lhe apetece no pasquim Canalmoz de ser um grande estratega político militar?
Vangloriza-se de matar moçambicanos, roubar e vandalizar bens privados e públicos como um meio de atingir o seu desiderato político imediato?
O terrorismo num estado de direito deve ser punido com todas as forças ao dispor, sendo obrigação do governo munir-se de meios dissuasores político-jurídico e constitucionais que desarmem os adversários do estado de direito.
Se em política a verdade nunca é absoluta, Afonso Dlhakama é um diabo ou tem parte com ele, como uma força de bloqueio encrostada à soberania do estado moçambicano.
Tentar conciliar o irreconciliável tem sido uma perda inútil de tempo e esbanjamento desnecessário de neurónios que nos levariam a situações de maior insustentabilidade política.
Por outro lado é impossivel a criação de uma sociedade moderna e justa quando a justiça não funciona. Nesta óptica o tempo não nos fortalece mas enfraquece-nos.
O poder político constitucional exige que os promotors da violência sejam penalizados perante a lei. Libertá-los para que o desarmamento da Renamo seja efectivo seria uma afronta ao estado de direito que sairá sempre fragilizado. A violência gratuita da Renamo, por outro lado, nunca esteve orientada para fins construtivos e sim para uso de chantagem política.
E qual o papel dos deputados da Renamo em tudo isto? Ficam no limbo. Batem palmas, esquivam-se das diabruras da liderança ou ficam na expectativa para verem se mantêm o tacho?
Caso não se identificassem com a chefia batiam a porta, como aliás os outros, Raul Domingos e o líder o MDM, fizeram.
A Renamo fez com que os seus homens não tivessem sido integrados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS), nomeadamente nas Forças Armadas de Defesa e de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM). O propósito de toda esta maquinação está à vista de todos....
De notar que nesta perspectiva até ao momento o motivo resta omisso (dinheiro e poder), o que a Renamo sente ter perdido capacidade de obter num escrutinio eleitoral.
Moçambique é um estado de direito, respeitado no mundo inteiro e com uma economia sob todos apectos sustentável e em plano de crescimento e onde os investidores estrangeiros mantêm plena confiança.
Não existem prisioneiros políticos no país. O que existe são criminosos de delito comum e assassinos em massa apanhados de armas na mão; criminosos apanhados a incendiar destruir bens públicos e privados assim como a incitarem a violência armada.
Num momento em que a moderação política deve ser o fio orientador da polítca, o espaço político da Renamo foi já tomado pelo MDM ou para lá caminha. As eleições de Outubro irão determinar para que lado pendeu a balança para maior partido da oposição.
Moçambique rumo ao progresso.
Inácio Natividade
JORNAL DOMINGO – 16.03.2014
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