O projecto visando a construção de uma central eléctrica hídrica sobre o rio Lúrio que serve de fronteira entre as províncias de Nampula e Cabo Delgado vai mesmo avançar embora sem data de início e montantes revelados para custear a empreitada. Este facto foi avançado recentemente no decorrer do segundo seminário internacional sobre as estratégias de desenvolvimento regional do Corredor de Nacala, realizado na cidade de Nampula.
A central hidroeléctrica que vem sendo motivo de varias abordagens por parte do governo e seus parceiros relativamente à sua construção, terá a capacidade de produzir cerca de 120 quilowatts, considerados suficientes para garantir o fornecimento de electricidade às regiões norte e sul de Nampula e Cabo Delgado, onde estão em curso pesquisas para descoberta de hidrocarbonetos orientadas por diversas multinacionais do sector.
Aquelas regiões das províncias de Nampula e de Cabo Delgado, beneficiam de energia eléctrica produzida pela hidroeléctrica de Cahora Bassa em Tete, mas, devido à crescente demanda que se prevê venha a registar-se a curto prazo, foram iniciados estudos visando cobrir o défice, sendo a central sobre o rio Lúrio considerada uma opção viável.
Entretanto, no decorrer do encontro internacional em alusão no qual tomaram parte especialistas nacionais e do Japão nos domínios da água e electricidade, além de empresários dos países supracitados e do Brasil, Malawi e Zâmbia, foram colocadas mais intenções sobre o rio Lúrio por parte dos governos de Nampula e Cabo Delgado, as quais questionam se o seu caudal vai responder à concretização dos projectos atinentes.
O executivo de Nampula pretende cobrir o défice de água que a cidade portuária de Nacala enfrenta neste momento, sobretudo para fazer face às necessidades de abastecimento às industrias que estão a ser implantadas num ritmo que satisfaz às expectativas criadas pelo governo no âmbito das zonas económica especial.
Para o efeito, foi desenhado um projecto que prevê a construção de um desvio das águas do rio Lúrio para descarregar na bacia do rio Mecubúri, no interior da província de Nampula, onde faz fronteira entre os distritos de Nacarôa e Eráti.
Para alimentar o rio sobre Muhecula que abastece de água à barragem e, consequentemente, à cidade de Nacala-Porto, estão previstos trabalhos que se consubstanciam na abertura de um segundo desvio, a partir da bacia do Mecubúri. Peritos japoneses disseram no decorrer do encontro que os estudos preliminares efectuados apontam para a viabilidade da iniciativa, sem impactos ambientais negativos.
Entretanto, do governo de Cabo Delgado foi revelada, no encontro orientado através do chefe do departamento de planificação e orçamento na direcção provincial do plano e finanças, Omar Saide, a intenção de fazer um desvio das águas do rio Lúrio para um local a partir do qual será construído um centro de tratamento e de distribuição para Pemba, cidade capital provincial, que enfrenta dificuldades para prover o precioso liquido às populações locais.
O ministro da planificação e desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, que orientou os trabalhos do segundo seminário internacional sobre estratégias de desenvolvimento regional do corredor de Nacala, apelou aos peritos para aprimorarem os estudos relativamente à viabilidade dos projectos avançados com vista à sua acomodação sem prejuízos.
WAMPHULAFAX – 28.03.2014
NOTA:
Nem comento esta “brincadeira” de desvio dos rios acima anunciada. Eu conheço aquele chão todo e não acredito na sua viabilidade económica. Aliás, basta ver as cotas.
Relembro esta notícia de 2006: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/02/produo_de_energ.html
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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