terça-feira, 11 de março de 2014

"Uma Estranha Paz"

 

11 March 2014 at 21:24
Paira um estranho entendimento dos processos políticos em Mocambique. Alguma Mídia, procura puerilmente, transmitir a ideia de “fracasso generalizado”sob os mais efusivos, variados e coloridos adjectivos e sinónimos. Pior, arranjam-se culpados e exorcizam-nos, à lupa das suas idiossincrasias tanto os processos como os supostos culpados.

Outro estranho entendimento está na maneira como se olha, avalia e se entende o Estado, o Governo e as instituições. Olha-se para o Estado e as instituições republicanas e correlatas numa perspectiva informal e muitas vezes se nivela por baixo a apreciações àquelas. Compara-se, por exemplo, o Estado e o Governo, legitimamente eleito a um grupo de pessoas que se consideram partido político e por via dessas comparações elaboram-se conspiratórias e maquiavélicas teses à medida de cada perspectiva e informal análise.

Em nome de escusos interesses, os expoentes máximos desse jornalismo, arregimentam ideias, escamoteiam factos, apelam à emoção e passam mensagens sublimares de verdades absolutas sobre processos analisados debaixo de uma complexa teia de interesses. Transmitindo, quais paladinos, a sua verdade, privatizada por interesses mesquinhos, pessoais e revanchistas, por outras palavras o que equivale dizer em jornalismo: a mais abjecta mentira. Acreditando que a democracia se constrói pela sucessão de mentiras. Grandes profissionais. A antí-tese do que dizem ser e exigem dos demais.

Quando um arsenal é apoderado por malfeitores e levado ao acampamento de seu líder não há como ficar indiferente! Pergunto porque levar armamento? O AGP refere-se a guardas armados para proteger seu líder. Como se justifica que em Muxúngue aparecessem indivíduos armados a atacar pela madrugada uma esquadra da policia? A que distância fica Muxúngwe da residência de Dlhakama (Satungíra)? De onde vieram as armas e as munições usadas para atacar o posto policial? Perguntas simples que um profissional faria em primeiro plano.

No processo de lavagem cerebral dos leitores, branqueamento de personagens e instituições e adulteração dos factos faze-se orelhas moucas, olha-se para o lado e se assobia quando a Renamo, sucessiva e insistentemente ataca alvos civis e embosca unidades das FDS matando, queimando, transmitindo a quem quiser ouvir que era uma reacção à situação política do país. Não conseguindo todavia explicar a tal situação política do país.

Com estas “democráticas” manobras, põem, estas pessoas e instituições, o Estado no banco dos réus. Quando por outro lado, exigem que aquele faça o seu papel. Como? De forma aberta e manifesta se posicionam do lado da Renamo quando aquela rouba, trucida e ceifa os bens e a vida de inocentes, semeando dor e luto nas famílias moçambicanas, e acima disso, põe em perigo o complexo e esperançoso momento económico que vivemos.

Faz-se tabula rasa dos mais elementares e básicos preceitos de um estado de Direito democrático, expressão que pulula textos, editoriais e discursos para as plateias boquiabertas em fóruns nacionais e internacionais, os primeiros acreditando piamente na responsabilidade de discursos tão cidadãos e os segundos acreditando na honestidade e integridade de tão manhosos oradores, porém quando recebidas as moedas, se transfiguram em tudo o que criticam e supostamente condenam. A incongruência de mãos dadas com a hipocrisia: assiste-se a cada episódio o solidificar de mentes alienadas que vivem numa aura de mentira e de falsidades.

Para que não se perca o fio à meada importa perguntar a tão doutas e sapientes mentes o seguinte:
  1. Deve o Estado deixar impune assassinos de cidadãos indefesos apanhados nas malhas de planos inconfessos e vis?
  2. Deve o Estado, permitir que instalações, agentes das FDS sejam sistematicamente assassinados pelos mesmos acima referidos?
  3. A paz só fica em perigo quando o Estado chama a si o direito de ripostar, depois de haver tolerado as provocações dos referidos assassinos?
  4. Qual é a tarefa do Estado: Acomodar interesses de pessoas que se recusam a participar do jogo que dizem representar e defender?
  5. O que é mais importante para estas pessoas: a vida de todo o povo ou a satisfação dos interesses pessoais de poucos?
  6. O que os consterna mais a acção legítima do Estado ou o assassinato injustificado de cidadãos e agentes do Estado?
  7. Porque insistem na estratégia de enfraquecimento do Estado? Que interesses perseguem? O lugar de parlamentares? De ministros numa hipotética e suposta partilha do poder? A sua ambição não tem limites?

O propalado ambiente de paz de vinte e tal anos, alicerçava-se em perigosos e falsos pressupostos: era uma paz comprada, em troca de valores monetários a Renamo sempre “vendeu” o seu quinhão da democracia (vendeu a sua filha, a democracia, como estuprou o país). Quando viu que tal não era possível simulou passar das palavras à acção (qual criança mimada que se atira para o chão porque lhe recusaram um doce). Perguntem-se quanto custou aos cofres do Estado o silêncio do Sr. Dlhakama, o padrasto da Democracia?

Nunca ninguém se interrogou sobre quais são, as verdadeiras razões por detrás dos epilépticos ataques da Renamo em vésperas de eleições? Como pode se partir para uma análise quando já se têm as conclusões? Que princípio jornalístico é este? Que ética e deontologia acobertam semelhante erro e defendem tamanha aberração?

Os entendimentos de Roma levaram dois anos e a sua preparação mais ainda, lembremo-nos que Samora tombou nos escusos caminhos da busca da paz para Moçambique. Que não se confunda a paz com uma refeição, uma bebida ou algo que se obtém por via de compra ou por receita, fórmulas ou mésinhas mágicas.

Num Estado de Direito democrático não é permitido a nenhum partido político que mantenha no território desse mesmo estado bases e estrutura militares e exercer por via daqueles qualquer acção de natureza bélica que ponha em perigo a vida de pessoas e o normal funcionamento das instituições do estado, civis, privadas ou de qualquer índole. Porém o oposto já é permitido em toda a sua extensão do território nacional e territórios que lhe forem adjacentes.

Os assuntos sérios devem ser tratados de forma seria, e não supostamente séria, a julgar pelos termos não espanta as brilhantes conclusões a que tais elementos chegam: "estorietas", "não cola", "brincadeira de crianças" e a culpabilização forçada, qual pensamento circular, e insistente do Estado, quando não fazem referência à Frelimo: “uma vez que as unidades das FADM criaram condições objectivas bastantes para que fossem atacadas, a fim de realizar seus intentos de ocupação da base do líder da Renamo”. A sério? Como se pode aferir tal conclusão?

E a pergunta que não se cala: quanto gasta Dlhakama para limpar a sua imagem? Há jornais que tiveram conhecimento dos primeiros ataques e estiveram posicionados para ilustrar a suposta humilhação que a Renamo ia dar às FDS, quando manda a consciência de um verdadeiro cidadão alertar ao Estado de actividades que ponham em causa a vida de concidadãos e a autoridade do Estado. Obviamente a consciência desses jornalistas pesou para o lado dos valores monetários e naturalmente para a morte e para o caos.

“A alternativa à paz é a própria paz”, insiste o PR, mas sem procurar entender ou sequer dar o beneficio da dúvida (in dubio pro reo) preferem acreditar em alguém que mandou matar para que os seus “se desenrascassem... Que arranjam-se uma maneira” como se expressou aquele que disse ter ordenado o ataque a Muxúngwe para responder à provocação das FDS. A política até pode “ser feita de percepções” como dizem nas suas repetidas aparições e através das suas arrendadas penas e vendidas consciências, mas é certo que as pessoas não são ignorantes e muito menos cegas, embora caladas sabe onde reside a verdade e conhecem tanto a história do país como as estorietas que diariamente lhes são dadas a ler e assistir.

A história se repete quando o autor quer demonstra à sua família, aos seus seguidores e os que de si se distanciam que é capaz de demonstrarpela força destruidora, de matar e por via disso se fazer ouvir.

Hoje a Renamo condiciona a desmilitarização à libertação dos presos políticos e à concessão de título de herói ao brigadeiro Malagueta. Isto é conplica mais a plataforma negocial recorrendo à estratégia do ralo. tapar a única forma de entendimento: a concórdia. Assim sendo enquanto as eleições aproximam-se a Renamo arrasta-se a si e à sua máquina militar para a inviabilização manu militari das eleições: o caos com os planos já revelados de sabotagem da linha de Sena e do terrorrismo urbano.

outro aspecto estranho é o ensurdecedor mutismo das personalidades que antes apelavam ao governo para em nome da concórdia, da paz e da estabilidade, que se sentasse com a Renamo à mesa das negociações até porque as reivindicações da Renamo faziam algum sentido. Logrado os intentos da Renamo a continuição das mortes fazem sentido? enfim coisas de personalidades...


A meio de uma astuta, intricada e complexa manobra, onde jogam interesses vários (pessoais, institucionais e quiça externos) o Estado vai sendo enconstado à parede enquanto se avoluma uma ameaça muito grande ao país. a Renamo faz muito barulho e distrai enquanto bna calada da noite: embosca, ataca e desdobra e infiltra os seus homens estrategicamente pelo país.

“Pobre democracia, tão longe da cidadania e tão próxima dos críticos de nada...” diria certamente Porfírio Diaz. Mas aquele é mexicano e não somos nós para muitos, nada mais do que uma amálgama de tribos e de raças que não se entendem e se misturam?

Putzz!!! faz Gabriel Garcia Marquez, o homem de Macondo...

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