MARCO DO CORREIO por Machado da Graça
Olá Amélia
Como estás tu e a tua família? Do meu lado tudo bem, felizmente.
O que parece não estar nada bem é a situação político-militar no país.
As notícias que vão chegando são bastante assustadoras. Sem qualquer respeito pelo período de festas que atravessamos, as forças de defesa e segurança e os homens armados da Renamo continuaram aos tiros, uns aos outros, espalhando luto e sofrimento. Sucedem-se as notícias de novas embuscadas dos homens da Renamo a militares e polícias, quer na coluna de automóveis da Estrada Nacional N.º 1, quer em outros pontos da província de Sofala.
Fala-se agora que guerrilheiros da Renamo reocuparam uma sua antiga base na província de Inhambane, alargando assim a área de possível conflito.
Por outro lado, notícias ainda pouco claras falam de uma acção repressiva de grande vulto, na zona da Gorongosa, em que está a ser capturado, pela Polícia e militares, grande número de camponeses do sexo masculino, acusados de serem homens da
Renamo.
Tudo isto indica que a situação está a piorar em vez de melhorar. E, se esta última notícia for verdadeira, que o Governo está a seguir o mesmo caminho, errado e perigoso, que todos os governos têm seguido quando enfrentam forças de guerrilha, tentando isolar os guerrilheiros da população. E esse caminho tem levado, quase sem excepção, à derrota das forças governamentais.
Perante este panorama, eu creio que temos que fazer muito mais para parar com este inferno do que estamos a fazer. Se for preciso sair à rua todos os dias, vamos sair. Se for preciso exigir a demissão deste desgoverno, vamos exigir, alto e bom som.
Em relação ao sr. Afonso Dhlakama, só tenho a dizer que, se ele queria mostrar o seu músculo militar, já mostrou. Já toda a gente viu que, se quiser, pode causar enormes problemas à segurança nacional. Que se espalhar este tipo de acções por todo o país rapidamente faz ruir toda a máquina militar/policial do país. Agora é tempo de parar com os ataques. Com anúncio público para não deixar margem para dúvidas. Retirando às forças governamentais o pretexto para continuarem com as suas acções.
É tempo de negociações sérias sobre a lei eleitoral.
As fraudes, em grande escala, nas eleições autárquicas mostram que algo tem que ser feito para alterar a composição dos órgãos de administração eleitoral. Qual é a solução justa? Não sei. Para isso servem legistas e diplomatas e não gente aos tiros no mato.
E, vou-te dizer, estou farto desses joguinhos de condições e pré-condições. Estou farto de, no discurso sobre O Estado da Nação, Armando Guebuza dizer que está pronto a encontrar-se com Afonso Dhlakama INCONDICIONALMENTE, para agora voltar a dizer que o encontro tem que ser em Maputo, o que é, obviamente, uma pré-condição.
Estou eu farto e está farta cada vez mais gente.
E só quem está cego não vê aonde isso nos pode levar.
Há mais de um ano que andamos a avisar que estávamos a marchar, a passo acelerado, para este lamaçal de sangue. E quem dirige o país, visionária e clarividentemente, continuou firme na mesma direcção.
Agora há que sair daqui. Há que encontrar os caminhos para isso. Há que não deixar dúvidas sobre a nossa indignação.
Um beijo para ti do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ – 07.01.2014
Durante as rusgas da famosa Operaçao Produçao do sr. Guebuza e muitas outras rusgas da autoria do mesmo individuo que homem governa Moçambique, nem se tratava de um individuo ter cartao de identidade. Muitos individuos que tinham cartoes de identificaçao eram interpelados e puxados para camioes que os levavam a pontos de espera nas cidades antes de serem despachados para os campos de concentraçao, ditos de re-educaçao no eufemismo da Frelimo.
Casos concretos de individuos que tinham cartoes e foram mesmo assim despachados para campos de concentraçao da Frelimo foram reportados pela informaçao na cidade de Tete em 1983.
Diga o que se queira, Portugal é agora um pais democratico. Durante a minha estadia de algumas semanas em Portugal em 1982 nao fui nem sequer interpelado uma unica vez e exigido a produzir um cartao de identificaçao. Andei em Lisboa, por Cascais, Estoril e em Sintra, nao via policia nas ruas sequer e os portugueses eram cidadaos e nao meros individuos e objectos de violencia como acontece com os moçambicanos no regime da Frelimo-- talvez que isto acontecia no regime de Salazar.
O mesmo nao teria acontecido se eu tivesse ido a Moçambique. Teria sido preso no aeroporto e de fuzilado de seguida como aconteceu a um certo Luis Khembo que regressou a Moçambique ido da India. Muitos de nos tinhamos escrito ao Khembo para nao regressar a Moçambique da Frelimo, mas ele nao quiz ouvir. Eis o que lhe aconteceu.
« Portugueses não têm de andar com cartão de identificação
PEDRO MARQUES, 04 fevereiro 2008
Auroridades só podem exigir identificação com suspeita de ilícito
A lei portuguesa não obriga os cidadãos a fazerem-se acompanhar de um cartão de identificação,
ao contrário da ideia enraizada,
tal como foi recentemente clarificado pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira.
Grande parte da confusão foi gerada pela Lei n.º 5/95, de 21 de Fevereiro de 1995, cujo título estabelece a obrigatoriedade do porte de documento de identificação.
No entanto, a lei prevê apenas um ónus, ou seja, um dever de identificação que levava à detenção de suspeitos que não se fizessem acompanhar desse documento, os quais poderiam ser transportados a instalações policiais e aí serem obrigados a permanecer por um período máximo de duas horas, para efeitos de identificação.
Além disso, ainda segundo a lei, as autoridades apenas podem exigir a identificação de qualquer pessoa que "se encontre ou circule em lugar público, aberto ao público ou sujeito a vigilância policial, sempre que sobre a mesma pessoa existam fundadas suspeitas de prática de crimes contra a vida e a integridade das pessoas, a paz e a Humanidade, a ordem democrática, os valores e interesses da vida em sociedade e o Estado ou tenha penetrado e permaneça irregularmente no território nacional ou contra a qual penda processo de extradição ou de expulsão".
Ou seja, os não suspeitos não podiam ser mandados identificar ou detidos, tal como evidenciou um recente acórdão do Tribunal Constitucional sobre a inconstitucionalidade de um decreto do Parlamento,
que, em 1994, chegou a prever a obrigatoriedade de as pessoas se fazerem acompanhar sempre pelo respectivo documento de identificação.
Mais tarde, aquando da revisão do Código de Processo Penal, alterou-se o seu artigo 250.º por admitir a detenção por seis horas como forma a criar um regime único de detenção de suspeito.
Assim, o art. 250.º do CPP passou a conter um regime mais pormenorizado, que absorveu pontos previstos na Lei n.º 5/95 e continuou a prever uma detenção que se pode prolongar por seis horas.
Esta medida dá maior capacidade de acção à polícia, já que permite manter os detidos por mais tempo.
Fonte da Polícia de Segurança Pública contactada pelo DN confirmou que as forças de segurança actuam em conformidade com a lei, o que implica que, por sistema, não exigem a apresentação do bilhete de identidade em locais públicos, o que tanto é válido para cidadãos portugueses, como para estrangeiros. "Considerando que não existe legislação uniforme, relativa a esta matéria, nos países da União Europeia, tanto os cidadãos portugueses como os cidadãos estrangeiros de outros países são obrigados a cumprir a lei do país que visitarem."
http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1002004&page=-1
Há cerca de 20 anos estava com a minha Mulher num café após o jantar, a cerca de 200 m de minha casa.
Apareceu uma rusga da polícia, PSP, e começou a identificar toda a gente.
Ora, nem eu nem m/Mulher tínhamos o BI.
Entramos numa carrinha policial, e fomos juntamente com vários outros para a esquadra que ficava perto - detidos.
Lá chegados telefonamos para casa, e conseguimos que nos fossem levados os BI's em falta.
Posto o que fomos libertos.
Eu pensei que o Mbuya iria reclamar a caderneta de identificação por ser diferente do B.I.,
e não o facto de quaisquer cidadãos tenham que possuir identificação.
Quero aproveitar para concretamente testemunhar que em Moçambique da frelimo passou a ser necessário o documento de identificação, o cartão de trabalho, e guia de marcha quando fora da residência habitual para deslocações.
E se fosse acompanhado por uma donzela, sem ser casado, erava prostituto e ela prostituta, com direito a férias num campo de concentração, sem fim à vista.
Vivi, e por isso testemunho.
O POVO já acordou de vez faz tempo.
Ife tensene ndinadzmanga FIRlimo – Nós todos vamos correr com a FIRlimo.
Na luta do povo ninguém se cansa.
E sempre a dizer sem cansar,
Fungula masso iué (abram os olhos).
A LUTA É CONTÍNUA
Daviz, Raul Domingos e companhia estão completamente fora de jogo)
o caminho para a paz, que passará por um governo de unidade nacional que vai então preparar o País para eleições livres, justas e transparentes e a implantação duma economia de mercado.
Este cenário é possível, atrativo, mais simples que todos os outros e atenua a resistência das forças de base tribal que queiram impor as suas tendências."
Até que gosto Caro Khalil Gibran.
Claro como a luz do dia ensolarado.
Sem mas, mas, porém, porém,...directo ao objectivo.
A RENANO "depois implementa o seu programa de formação dum governo de unidade nacional e prepara o País para eleições", e para tal convidará os hóspedes MDM/Simango e Raul Domingos e companhia, como estou certo.
Até por conveniência própria, por inteligência, que há muito, contrariamente ao que o INIMIGO faz propagandear.
Agora, a RENAMO tem que os encostar à parede, no mínimo, e o rio Incomáti, não o Save que já está muito apertado, o rio Incomáti é a "fronteira" de segurança.
O POVO já acordou de vez faz tempo.
Ife tensene ndinadzmanga FIRlimo – Nós todos vamos correr com a FIRlimo.
Na luta do povo ninguém se cansa.
E sempre a dizer sem cansar,
Fungula masso iué (abram os olhos).
A LUTA É CONTÍNUA
Questao de concordância gramatical. Mesmo lingua do preto, indigena com caderneta de identitidade para nao ser preso pelo cipaio ou chefe do posto e comedor de ratos ou quiabo, tambem tem gramatica. E foi um erro de bater na maquina e nao de ignorancia gramatical.
Deve se ler: "Anasosa nyati, nyati inaakuwaza('vai desgraça-los' e nao 'unaakuwaza' para dizer 'tu vais desgraça-los')."
Bom. Me citou com autor das palavras acima colocadas. A verdade é que nao sou eu quem gerou tais plavras ou palavras semelhantes.Nem teria tido esta capacidade. Simplemente parafraseei as plavras ou palavras semelhantes atribuidas a Jesus Cristo quando o tal homem ilustre contava uma parabola para ilustrar os seus pensamentos.
Como estudante da literatura inglesa na universidade alguns anos atras, um dos textos de estudos literarios dizia que a lingua inglesa esta em primeiro lugar profundamente influenciada pela Biblia e a sua segunda maior influencia vinha da literatura do William Shakespeare, o maior dramaturgo da lingua inglesa e poeta que viveu no século 16. E por isto que se fala da lingua inglesa como a lingua de Shakespeare.
Como muitos pensamentos biblicos ja passaram para a historia e se integraram nas linguas europeas, nao ha mais necessidade de citar tais dizeres ao nao ser em papéis de pesquisas academicas.
Se estivesse a escrever na minha lingua nao teria parafraseado palavras atruidas a Jesus Cristo, visto que a Biblia nao influenciou e até agora nem influencia a minha lingua. Teria dito uma coisa deste género: "Anasendjekera moto, moto unaapisa (aqueles que brincam com fogo, o fogo vai queima-los)" ou "anasosa nyati, nyati unaakuwaza (quem provocam o bufalo, o bufalo vai desgraça-los)"
Pelos vistos parace que o fogo ja esta a queimar nao so aqueles que brincaram com ele e os inocentes tambem ou o bufalo que provocaram ja estar a gorar nao so a eles, mas tambem os nao culpados. Este é o perigo do bufalo, o animal mais perigoso da selva africana. Quando é ferido, a culpa pelo seu ferimento é que qualquer ser humano que encontrar e atacara qualquer ser humano.
Creio que a tempestade já está demasiado desenvolvida para ser parada com as mãos.
Agora só falta à Renamo decidir o que fazer. Temos quatro cenários possíveis:
Um: A Renamo progride na luta armada até Maputo, derruba o governo e toma o poder à força, depois implementa o seu programa de formação dum governo de unidade nacional e prepara o País para eleições. Este cenário pode dar origem a um banho de sangue e os resultados são incertos, porque muitas forças políticas de base tribal no sul não aceitam no poder real outras forças políticas de base tribal do centro e norte.
Dois: A Renamo expulsa as forças da Frelimo para o sul do Save e declara a autonomia do resto do País. Este cenário é o mais calmo, porque é benvindo à maior parte da população do centro e norte, enquanto que o sul não vai ter a coragem para invadir as regiões ao norte do Save controladas pela Renamo. A própria SADC não se vai opôr, desde que os investimentos estrangeiros e a integração regional não sejam postas em causa, isto é, que se mantenham os corredores abertos aos países do Hinterland e que se dê continuidade aos mega-projectos em curso. Este projecto poderá ser aprimorado dando-se às populações do sul privilégios, como travessia da fronteira sem visa e sem pagamento, respeito pelas suas propriedades no centro e norte, etc.
Três: A Frelimo, como tem muito dinheiro dos mega-projectos, contrata mercenários e outras forças estrangeiras para atacar a Renamo onde ela estiver. Possivelmente é o que está a acontecer agora, dada a intensidade dos combates na região de Gorongoza e Muxungué, sinal de que a Renamo está a encontrar grande resistência em controlar completamente a região. Será que as FADM e as FIR ainda têm combatividade suficiente para tal? Este cenário é igualmente sangrento e incerto. A Renamo pode até retaliar sobre os mega-projectos e passar a destruir linhas de energia, minas, linhas férreas, etc., para cortar as fontes de financiamento da Frelimo. As consequências serão demasiado funestas para todos nós.
Quatro: A Frelimo, como dona do governo, decidir mudar o rumo dos acontecimentos, ora devido a mudança de ideias, ora por meio de imposição por membros fortes do partido, ou mesmo por golpe de Estado, e mandem parar a guerra e negociem com a Renamo (já não há mais outra força política com quem negociar, Daviz, Raul Domingos e companhia estão completamente fora de jogo) o caminho para a paz, que passará por um governo de unidade nacional que vai então preparar o País para eleições livres, justas e transparentes e a implantação duma economia de mercado. Este cenário é possível, atrativo, mais simples que todos os outros e atenua a resistência das forças de base tribal que queiram impor as suas tendências. Para a Frelimo este cenário é perigoso porque está claro que a Renamo e Dhlakama estarão em grande vantagem nas eleições, dada a sua superioridade em estratégia política e militar. A comunidade internacional, que aposta em Daviz, vai ficar envergonhada, mas o problema é de quem andou a desinformá-la - a Chatam House, instituição q ue estuda as relações internacionais e muito respeitada em todo o mundo, e que mandou cientistas políticos estudar a situação de Moçambique em 2009 e voltaram de lá com a boa novidade que Daviz, o menino Jesus de Moçambique, acabara de nascer.
Assim, vou dormir para acalmar a cabeça, e depois talvez em quando volte a este assunto.
Talvez em quando.
Ife tensene ndinadzmanga FIRlimo – Nós todos vamos correr com a FIRlimo.
Na luta do povo ninguém se cansa.
E sempre a dizer sem cansar,
Fungula masso iué (abram os olhos).
A LUTA É CONTÍNUA