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26/01/2014
Breve reflexão sobre actual situação político-militar em Moçambique
Sérgio Chichava
Que o país está em guerra já não constitui novidade. Que Armando Guebuza e a Frelimo são neste momento bastante impopulares, também já não é novidade nenhuma. Muita crítica tem sido feita à actual equipa governamental moçambicana, em especial ao presidente da república, que sem dúvida mostrou seus limites quanto à sua capacidade de governar, de criar desenvolvimento, enfim, de melhorar a vida dos moçambicanos. Pode-se dizer que Guebuza e seu governo são vitimas do seu próprio populismo, pois, aquando da sua chegada ao poder, uma das suas apostas era eliminar a pobreza e resgatar a “auto-estima” dos moçambicanos. Entretanto, não só as condições de vida de muitos moçambicanos pioraram, como mostram as diferentes estatísticas, como também o governo actual tem se evidenciado cada vez mais por não ter soluções para alterar o actual cenário, e por ter ficado também mais arrogante e mais distante dos cidadãos. Aliás, é do domínio popular que Guebuza é considerado uma figura menos simpática quando comparada com seu predecessor Joaquim Chissano.
Que o país está em guerra já não constitui novidade. Que Armando Guebuza e a Frelimo são neste momento bastante impopulares, também já não é novidade nenhuma. Muita crítica tem sido feita à actual equipa governamental moçambicana, em especial ao presidente da república, que sem dúvida mostrou seus limites quanto à sua capacidade de governar, de criar desenvolvimento, enfim, de melhorar a vida dos moçambicanos. Pode-se dizer que Guebuza e seu governo são vitimas do seu próprio populismo, pois, aquando da sua chegada ao poder, uma das suas apostas era eliminar a pobreza e resgatar a “auto-estima” dos moçambicanos. Entretanto, não só as condições de vida de muitos moçambicanos pioraram, como mostram as diferentes estatísticas, como também o governo actual tem se evidenciado cada vez mais por não ter soluções para alterar o actual cenário, e por ter ficado também mais arrogante e mais distante dos cidadãos. Aliás, é do domínio popular que Guebuza é considerado uma figura menos simpática quando comparada com seu predecessor Joaquim Chissano.
Entretanto, se muita crítica tem sido feita à actual governação do país, pouca crítica tem sido feita à Renamo e muitos argumentos tem sido esgrimidos para justificar a actual situação. Um dos argumentos usados para justificar a ausência de progressos nas conversações entre a Frelimo e a Renamo não passa de estratégia de Guebuza para se perpetuar no poder, pois uma situação de guerra e caos total levaria ao país adiamento das eleições gerais previstas para Outubro de 2014. A selecção de José Pacheco, Filipe Nyussi e Alberto Vaquina como possíveis candidatos à sucessão de Guebuza não passaria, neste caso, de um simples entretenimento. Seja quais forem os reais motivos para justificar a inflexibilidade da Frelimo nas actuais conversações, é preciso dizer que a obsessão em criticar um dos lados, ou seja, em criticar apenas a Frelimo, mais precisamente Guebuza, tem servido para a Renamo justificar, sem pudor algum, a actual situação de guerra no país.
É claro que a situação se deteriorou após o ataque mal sucedido a Satunjira, local onde o Dhakama tinha se instalado para pressionar a Frelimo, mas não se pode perder de vista que um país não pode ficar refém de um movimento que que ao longo dos cerca de 21 anos de paz ou de ausência de Guerra nunca conseguiu se transformar em partido político ou pouco se esforçou para tal. Com efeito, durante todo este período, a Renamo nunca conseguiu encontrar outra forma de pressionar a Frelimo ou de fazer política senão ameaçar recorrer à força das armas. Um dos factores que impediu este movimento de se transformar num partido político foi precisamente ter mantido um grupo de militares que supostamente serviriam como guarda pessoal do seu presidente.
Pode alegar-se que o controle que a Frelimo exerce sobre os órgãos de administração eleitoral, que o uso do Estado para asfixiar a oposição e perpetuar-se no poder foram os factores que levaram a Renamo a voltar às matas. Mas como bem salientou o jornalista Salomão Moyana, a vitória do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) nalguns municípios, bem como os resultados encorajadores obtidos por este partido em outros municípios nas eleições locais de Novembro 2013, mostra que, mesmo num contexto desfavorável, um partido politico bem organizado pode sobreviver.
O povo anda descontente contra o alto custo de vida, contra a fraqueza e inoperância do sistema de transportes, contra a corrupção, criminalidade, arrogância e enriquecimento ilícito de alguns indivíduos pertencentes à actual direcção da Frelimo, mas a Renamo nunca soube capitalizar esse descontentamento a seu favor, tudo isto porque confia na guerra. Só a guerra pode fazer a Frelimo ceder, assim pensa a Renamo. Não admira que ao longo destes anos todos, sempre que Dhlakama estivesse zangado com a Frelimo dizia que ia paralisar o país em 24 horas; que ao verificar que não tinha argumentos suficientes para contrariar a ultra-hegemonia da Frelimo, Dhlakama fosse se instalar em Satunjira ao invés de, por exemplo, convocar manifestações populares. Esta devia ser a maneira de ser e de fazer política de um verdadeiro partido politico. É esta mentalidade “militarista” que a Renamo deve abandonar, se facto quiser contribuir para o desenvolvimento de Moçambique e se quiser ter um lugar no espaço politico moçambicano. Mas isso só é possível com a renovação da actual direcção deste movimento, pois está provado que se Dhlakama é um militarmente capaz, o mesmo já não se pode dizer quanto à sua capacidade para dirigir um partido político e muito menos um país num contexto democrático e de crescente envolvimento civíco dos moçambicanos.
Para concluir, dizer que a Renamo critica a Frelimo de ser um partido “sulista”, dizendo, por exemplo, que antes de a Guerra chegar ao sul, o partido de Guebuza não estava preocupado. Ora, ao usar este tipo de argumento para justificar as acções armadas da Renamo no sul do país, a Renamo não faz nada mais, nem nada menos que mostrar que também é tribalista, que não é diferente da Frelimo, ou seja, que o inimigo é o “modelo” a seguir.
Moçambique teve o “azar” de ter Guebuza e Dhlakama, dois líderes sem visão, a dirigirem simultaneamente dois dos maiores partidos deste país. Portanto, a haver uma marcha contra a actual situação político-militar e económica do país, essa tem que ser não só contra o governo de Armando Guebuza, que já mostrou não estar à altura de governar o país, mas também contra Dlhakama, que nunca apresentou nenhuma proposta política ou económica para tirar o país do actual marasmo. Fazer manifestação apenas contra Guebuza seria legitimar as acções de Dhlakama, o que seria perigoso para o país. Se Dhlakama se auto-proclamava “pai” da democracia moçambicana, não há dúvidas que foi dos primeiros a “matá-la”. A haver “justiça”, Dhakama devia ser julgado pela opinião pública por não ter sabido capitalizar o apoio que teve dos moçambicanos ao longo das diferentes eleições.
A culpa de a Renamo não ter chegado ao poder e ter quase atingido o mais baixo índice de votação em 2009 não pode ser apenas atribuída a Frelimo, mas também à própria Renamo! Porque a Renamo boicotou as eleições autárquicas de 1998? Apenas porque Dhlakama, que gere este partido como se sua machamba fosse, disse “não”, contrariando as bases deste partido! O mesmo se pode dizer em 2013! A Renamo precisa de outra liderança também, não é apenas a Frelimo que precisa de renovação!
Moçambique não precisa nem de Dhlakama, nem de Guebuza, pois está provado que, com estes dois, o país não tem futuro nenhum. Mudança sim, mas tem que ser uma mudança coerente e completa, afastando do cenário político estes dois inimigos do povo moçambicano.
Ora vejamos diz o senhor que:
"É claro que a situação se deteriorou após o ataque mal sucedido a Satunjira, local onde o Dhakama tinha se instalado para pressionar a Frelimo"
Então, o ataque teria sido bem sucedido se tivesse acontecido oque?
- Esta claro que só teria sido bem sucedido se morresse o Afonso. Neste quadro o que se espera de um militar que esta sendo caçado para ser morto?
-logicamente defender-se
Afonso instalou-se em Satunjira para pressionar o governo, não acha isso uma forma de manifestação de descontentamento, nunca ouviu falar de greve de fome, para si só e manifestação quando se leva população para a rua para depois a FIR esquartejar como fez em Montepuez?
"ao invés de, por exemplo, convocar manifestações populares".
Manifestação para os senhores mandarem o exercito da FIR fazer matanças coletivas que nem um culto satânico?
"Fazer manifestação apenas contra Guebuza seria legitimar as acções de Dhlakama, o que seria perigoso para o país".
Afinal o que e bom? Fazer manifestação ou não?
só uma ultima coisa, a Frelimo quando conquistou a independência em Moçambique não foi por via de manifestação de rua, pergunte-lhes o que teria acontecido se ousassem fazer isso.
Quais são as outras formas que se acha que são mais saudáveis para reclamar as diversas injustiças em Moçambique?
Não houve nenhuma santa eleição que não tenha havido recursos a CNE, Constitucional e ate ao Supremo a ser oficialmente chumbados com direito a banquetes de impressa.
Qual e essa outra forma que se tenta dizer aqui que a Renamo devia usar para pressionar o Regime?
Se a Renamo manteve armas durante vinte anos o regime sabe porque permitiu isso.
Como não se quer que se pense que a Frelimo e Sulista. Durante a Luta de libertação Fez se tudo incluindo assassinatos para que o primeiro presidente fosse do sul, para o segundo a regra foi a mesma, com expulsões a mistura que culminaram com os lendários reacionários foi instalado mais um do sul, o terceiro presidente, também do sul a sua instalação foi mais polaite tudo porque os chingondinhos já estavam domesticados e o quarto presidente igualmente do sul, este não teve mãos a medir fez um golpe palaciano e instalou-se contra tudo e todos e com o andar da carruagem não esta disposto a passar as mãos para um qualquer?
E o que quer que se pense? Lembra-se logo apos a independência a unidade nacional foi muito difundida e ela significava ter a maior parte dos Administradores dos Distritos oriundos do Sul
Se Coerente.
"A Renamo precisa de outra liderança também,
não é apenas a Frelimo que precisa de renovação!"
RENOVAÇÃO.
"Moçambique não precisa
nem de Dhlakama,
nem de Guebuza,
pois está provado que, com estes dois, o país não tem futuro nenhum.
Mudança sim,
mas tem que ser uma mudança coerente e completa,
afastando do cenário político estes dois inimigos do povo moçambicano."
EXTINÇÃO
- Então porquê falara em RENOVAÇÃO de algo que se preconiza extinguir, acabar!!!
Estranho.
Onde fica a tal coerência?
- Quanto à extinção dos 2 protagonistas citados, qual é a alternativa credível, coerente e completa - ??? - Bla, ba, bla,...
Pois...NADA.
Apenas um esforço para sustentar, justificar, defender o SITUACIONISMO/IMOBILISMO, antes da guerra iniciatida, começada pela FIRlimo.
SÓ, mais nada.
É mais fácil sustentar a passagem de um elefante num buraco de uma agulha, do que essa toda bulabula.
O POVO já acordou de vez faz tempo.
Ife tensene tinadzmanga FIRlimo
NÓS todos vamos correr com a FIRlimo.
Na luta do povo ninguém se cansa.
E sempre a dizer sem cansar,
Fungula masso iué (abram os olhos).
A LUTA É CONTÍNUA