segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Marcha de saudação ao PR foi um fiasco

Marcha de saudação ao PR foi um fiasco
Povo disse “Guebuza não”!
Esperava-se mais de 20 mil pessoas e só estiveram aproximadamente duas mil, entre dirigentes e seus familiares

Paúnde alega que Guebuza e sua esposa têm viajado pelo mundo para o bem dos moçambicanos
É caso para dizer que o tiro saiu pela culatra. A marcha de exaltação ao chefe de Estado, organizada pelo partido Frelimo no último sábado, acabou não sendo o que se esperava. A marcha foi organizada para lavar a imagem de Armando Guebuza que anda bastante desgastada e impopular devido à sua governação, considerada desastrosa e tido como promotor do espectro da guerra civil em que o País se encontra mergulhado.
Esperava-se que estivessem na marcha cerca de 20 mil participantes para exaltar o “querido líder”, e a participação foi muito aquém da previsão. Tal como o Canalmoz avançou em primeira-mão, foram mobilizados e intimidados funcionários públicos a nível dos distritos da província de Maputo para participarem do evento para dar uma errada ideia de popularidade de Armando Guebuza. Só que na hora da verdade, “ninguém” foi à marcha. Em número aproximado, estima-se que tenham estado presente cerca de duas mil pessoas, contra as 20 mil previstas. Estiveram apenas dirigentes e seus familiares entre outras pessoas que tiram benefício directo do partido Frelimo. O povo disse “não à marcha”. 


À moda coreana, os participantes da marcha traziam vários dísticos onde se podia ler os seguintes dizeres: “Guebuza amigo, o povo está contigo; A Organização da Juventude Moçambicana (OJM) inspira-se nos feitos do presidente Armando Guebuza; presidente da República, promotor da paz e desenvolvimento”, tudo com vista a branquear a imagem de Armando Guebuza.
A marcha não teve comparação possível com a realizada em Outubro do ano passado, contra o Governo, onde mais de 30 mil pessoas saíram à rua para protestar contra os raptos e o clima de guerra civil. Recorde-se que um dia antes da marcha contra o Governo o porta-voz da Frelimo, Damião José, veio a público apelar as pessoas a não aderirem. Mas as pessoas saíram em massa.

TVM e RM transmitiram em directo

Quando o povo saiu à rua em Outubro passado, nenhum órgão de comunicação social do sector público transmitiu o evento em directo, apesar de ter mobilizado quase que toda a cidade de Maputo e com objectivo de interesse público. Este sábado, a TVM e RM transmitiram em directo a marcha pró-Guebuza, onde os comentadores (o famigerado G 40), tinham instruções para dizer que a marcha foi um sucesso e que Armando Guebuza é o “filho mais querido” de Moçambique. Mas a verdade é que a marcha não teve aderência e ficou claro que Armando Guebuza não tem aceitação no seio povo, muito por culpa da sua (des)governação.

Paúnde lidera culto de louvores a Guebuza

Coube ao secretário-geral do partido Frelimo, Filipe Paúnde, outro contestado dentro da Frelimo, liderar a maratona de louvores a Armando Guebuza num discurso mais virado aos que criticam o PR. Segundo Paúnde, “o presidente da República não merece o tratamento que alguns compatriotas estão a dispensá-lo. Ele e sua esposa têm feito tudo para o bem-estar dos moçambicanos. Priva-se do convívio familiar visitando e trabalhando em todos os 128 distritos e nos postos administrativos”.
Paúnde acrescentou ainda que Armando Guebuza tem feito tudo ao seu alcance para a preservação da paz e harmonia social. Portanto, ele é um homem de princípios e não merece os insultos e ataques que algumas pessoas proferem a si e à sua família. A crítica faz parte da democracia. No entanto, a democracia não se compadece com insultos, ataques pessoais e até de desqualificação da figura do presidente” concluiu Paúnde afirmando que todos deviam exaltar Armando Guebuza.
Refira-se que devido à fraca participação a marcha acabou sendo um evento muito rápido, contrariamente ao que estava previsto. (Redacção)
CANALMOZ – 20.01.2014

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