terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Toda esta exclusão nas FADM tem o objectivo de destruir-nos”

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“Estamos fartos”
Arlindo_maquival_CMC_n174– General Arlindo Maquival (ex-comandante da Renamo)
Fernando Veloso
“Já avisámos toda a gente, incluindo o Presidente da República que é o Comandante-em-Chefe das FADM, mas andam sempre a enganar-nos. Estamos cansados!
Estamos fartos! A questão central é a exclusão dos ex-guerrilheiros da Renamo e de novo a partidarização das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. A questão principal é que se está a voltar às FPLM, forças armadas do tempo do partido único, anterior aos Acordos de Paz de Roma. E com isso estão a voltar às mesmas razões que nos levaram a fazer a Guerra Civil”.
São palavras do General na Reserva, Arlindo Maquival, que recebeu o Canal de Moçambique na sua residência, no Bairro dos Oficiais Superiores das FADM, na zona militar da Sommerschild, em Maputo. Na circunstância ele fez-se acompanhar do Brigadeiro Miranda Pascoal Armindo, também ex-comandante da Renamo que a partir do Acordo Geral de Paz passou a integrar as forças armadas que era suposto manterem-se apartidárias e integradas igualitariamente por soldados de ambas as partes.

Estes dois oficiais superiores das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, passados compulsivamente à reserva mesmo antes da idade prevista por lei para que os oficiais das FADM passem à reserva, explicaram-nos toda a “manobra” que “está a ser posta em prática desde 2004”. O adjectivo é deles. “Manobra”. É com este termo que classificam as acções “para tornar as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, de novo apenas comandadas por moçambicanos fiéis ao Partido Frelimo”, partido que exclusivamente tem vindo a formar governos desde a Independência Nacional a 25 de Junho de 1975.
Estes dois oficiais apresentaram-nos o despacho (nr. 334-A/2004, de 22 de Novembro) do então ministro da Defesa Nacional, Tobias Joaquim Dai, a passar à Reserva o Oficial Major-General Arlindo Arrigo Maquival, nos termos da número 1 do Artigo 165 conjugados com o artigo 177 ambos do Decreto N-4/98, de 17 de Fevereiro.
Apresentaram-nos ainda um outro Despacho, este com o N.520/ MDN/2009, de 14 de Julho, em que cessam as suas actividades por Destacamento no Ministério da Defesa Nacional. “Onde estivemos sem fazer nada desde 2004 a 2009”, acrescentam o Major-General Maquival e o Brigadeiro Miranda, referindo-se ao tempo em que ainda tinha que ir ao Ministério da Defesa.
Este último documento é um despacho, é assinado pelo actual ministro da Defesa, Filipe Nhussy.
Neste último despacho, de 14 de Julho de 2009, é reiterado que a 22 de Novembro de 2004 transitaram para a situação de reserva, por despacho do ministro da Defesa Tobias Dai, o Major General Teófilo João; o Major General Arlindo Arrigo Maquival; o Contra-Almirante José Pascoal Nhalungo; o Brigadeiro Rodrigues Jacinto Jossene Sumaila; o Brigadeiro Eduardo Cordeiro Lauchand; o Brigadeiro António João Torres; o Brigadeiro Amade Viagem Ngonhamo; o Brigadeiro José Acácio Chaneque; e o Brigadeiro Miranda Pascoal Armindo. “Destes nove (9) apenas dois oficiais (Major General Teófilo João e Brigadeiro Eduardo Lauchand) integraram as FADM provenientes das forças militares da Frelimo. Todos os outros, nós e mais cinco, éramos guerrilheiros da Renamo”, esclarecem os nossos interlocutores.
Arlindo_maquival_CMC_174_oficio“Foram passados à reserva centenas de militares que integraram as FADM idos das forças da Renamo.
Dos vinte e oito oficiais actualmente no activo nas FADM, apenas quatro vieram da Renamo.
E há apenas duas excepções a nível superior para parecer que as FADM não são só da Frelimo: é o caso do Major-General Olímpio Cardoso, que é o vice-chefe do Estado-Maior General das FADM, e o Major-General Raúl Luís Dick, comandante Nacional das Forças Aéreas, um ramo das FADM que não tem nenhuma actividade”.
“Desde que isto aconteceu – começou em 2004 – até agora isto ainda não foi resolvido.
Continuamos todos sem fazer nada. Já avisámos toda a gente, incluindo o Presidente da República que é o Comandante-em-Chefe, mas andam sempre a enganar-nos. Estamos cansados!
Estamos fartos! Sempre nos dizem que devemos ser proactivos e propormos projectos. Já fizemos muitos projectos, mas nada anda. Até já nos quiseram tirar destas casas onde vivemos para nos mandarem para uma zona no mato, em Boane, que recusámos.
Até já quiseram-nos meter numa confusão em Intaka, na Matola.”
As casas em que moram no Bairro Militar, por trás da Cadeia Civil na Sommerschield, ao lado do antigo Hotel Militar, abandonado, ficam numa zona que certa Imprensa já chegou a noticiar que está a ser cobiçada pela nova empresária de sucesso, Valentina Guebuza, filha do presidente da República, para construção de um novo condomínio.
Esta situação põe-nos muito nervosos
“Esta nossa situação põe-nos muito nervosos. Estão em situação semelhante à nossa, aqui e incluindo as províncias, centenas de oficiais subalternos, superiores e generais.
Note bem que não estamos a chorar. Estamos a avisar. Uma vez estivemos com o secretário do presidente da República, Amad Miquidade, e dissemos-lhe que o problema vai ser no dia em que nós convencermos as nossas famílias de que pronto, tudo acabou, e não há outra coisa a fazer se não voltarmos para donde viemos”, concluiu o Major General Maquival.
Aqui colocámos aos nossos interlocutores a versão do Governo e do Comandante das FADM, várias vezes repetida, segundo a qual nas FADM já ninguém é da Frelimo ou da Renamo mas, sim, de Moçambique.
Ambos se indignam e dizem-nos que “isso é conversa” porque “os acordos da Roma eram para sempre funcionar o espírito de Paz e de reconciliação Nacional e com esta exclusão o que estão a fazer é parte de um plano para destruir a Renamo”.
Estes dois oficiais generais explicam-nos, entretanto, com detalhe, “como foi engendrada toda a manobra de exclusão nas FADM”.
Vejamos o que nos contaram: “O Major-General Teófilo João, que é da Frelimo, quando foi passado à reserva, em 2004, logo passou para o Ministério da Defesa Nacional (MDN). É até hoje secretário-permanente do MDN. O brigadeiro Eduardo Cordeiro Lauchand que também é da Frelimo passa à reserva em 2004 e vai logo para o Comité Central da Frelimo. Trabalha lá como assessor político. Os outros todos que foram passados à reserva em 2004, são todos da Renamo.
O Contra-Almirante José Pascoal Nhalungo era comandante nacional da Marinha de Guerra. O comandante que lhe sucedeu é da Frelimo. Nhalungo era comandante desde o Acordo Geral de Paz. Foi tirado do cargo e entretanto faleceu. Foi substituído por um coronel do exército da Frelimo que foi passado a capitão-de-mar-e-guerra, o equivalente a coronel. Chama-se Cancuta Yotamo. Foi promovido logo rapidamente a contra-almirante. Acabou depois por ser substituído por Lázaro Menete (Frelimo), que era brigadeiro e como não era da Marinha, não era da especialidade da Marinha, foi patenteado Contra-Almirante quando passa a Comandante Nacional da Marinha de Guerra. Também é da Frelimo. Foi o director Nacional da Doutrina Militar.
O Major General Arlindo Arrigo Maquival (Renamo) entra nas FADM como director nacional dos Serviços Sociais. Foi tirado para a reserva quando ocupava este posto. Nessa altura é extinta a direcção Nacional dos Serviços Sociais. Mais tarde quando o governador de Cabo Delgado era o coronel Lázaro Mathe, ele é demitido com problemas em Cabo Delgado e é de novo criada, aparentemente para o acomodar, é criada outra vez a Direcção Nacional dos Serviços Sociais nas FADM. Ele é nomeado director. Mantém a patente de coronel.
O brigadeiro Rodrigues Jacinto Jossene Sumaila, que foi da Renamo para as FADM, era o comandante da Região Norte. Foi passado à reserva quando ocupava tal cargo. Na mesma altura (2004) as regiões militares são extintas. Passaram a ser designadas como Áreas Regionais de Logística.
Na altura era início de 2005. Para comandante na Área Regional de Logística do Norte é nomeado o coronel André Messias. Mas dois anos depois tiram-no. É nomeado adjunto do Comando de Reservistas. Para comandante da Área Regional de Logística do Norte é indicado o coronel Langa, que foi muito tempo protocolo do General Lagos Lidimo. É um ex-militar do exército do tempo do partido único, Frelimo. Ainda está no posto.
O Brigadeiro António João Torres, que integrou as FADM ido da Renamo, foi nomeado Inspector do Comando do Exército, logo depois do Acordo Geral de Paz, quando se criam as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e são extintas as FAM-FPLM.
A 22 de Novembro de 2004 é passado à reserva. Tem 50 anos. Normalmente vai à reserva, no caso de Majores Generais, vai-se à reserva com 56 anos, de acordo com o Estatuto dos Militares (Boletim da República de 17 de Fevereiro de 1998, Decreto 4/98). Os brigadeiros passam aos 55 anos. Quando o brigadeiro Torres, das ex-forças da Renamo, é passado à reserva é simultaneamente extinta a Inspecção-Geral das FADM. O General Graça Chongo, da Frelimo, era o Comandante Nacional da Inspecção-Geral e logo passou para chefe da Política de Defesa. Passado algum tempo é de novo criada a Inspecção-Geral das FADM e ele mesmo, o general Chongo, volta à Inspector-Geral. Mais uma vez está claro que se tratou de uma manobra para excluir os militares que foram da Renamo para as FADM. Manobra para afastar os da Renamo que estavam na Inspecção-Geral. Depois de serviço feito volta, também neste caso, tudo ao princípio.
O Brigadeiro Amad Viagem Ngonhamo (ido da Renamo para as FADM) – não confundir com o general Ngonhamo – foi vice-presidente do Tribunal Militar Supremo (1994-2004). Passa compulsivamente à reserva com 40 anos. Como já disse os brigadeiros, por lei, passam à reserva com 55 anos ou se tiverem 15 anos ou mais anos de serviço, neste último caso só se o próprio requerer. Não foi nomeado ninguém para o mesmo posto, até hoje.
O brigadeiro que foi da Renamo para as FADM, José Acácio Chaneque, com 46 anos, hoje, tinha 36 anos na altura em que foi passado compulsivamente à reserva pelo Ministro da Defesa Tobias Dai. Era o comandante-adjunto do Comando de Logística e Infra-estruturas (CLI). O chefe dele era o Major General Teófilo João, da Frelimo. Quando sai Teófilo era suposto o seu adjunto, brigadeiro Chaneque (Renamo), subir, mas foi passado à reserva compulsivamente. Para o posto de comandante do CLI foi nomeado o coronel Daniel Frazão Chale, que veio da Frelimo. Foi logo promovido a brigadeiro. Não mais se nomeou um adjunto. Assim eliminaram mais um oficial que veio para as FADM proveniente das forças da Renamo.
Aqui ao meu lado – prossegue o general Maquival – o Brigadeiro Miranda Pascoal Armindo. Tem 46 anos. Foi passado à reserva com 41 anos quando a lei diz o que diz e já falei disso lá atrás.
Era na altura director do Departamento de Planeamento e Administração no Estado-Maior General. O departamento foi extinto. Até hoje está sem fazer nada. Não tem tarefa. Fica só em casa. Todas estas decisões foram tomadas pelo ministro da Defesa Nacional, na altura Tobias Joaquim Dai, que é irmão da esposa do presidente da República e Comandante-em-chefe das Forças de Defesa e Segurança, incluindo as FADM, Armando Guebuza.
Guebuza, registe-se como uma nota à margem das declarações de Maquival, é tenente-general na reserva e foi comissário político das ex-FAM-FPLM.
Depois destes casos – continua Maquival– praticamente todos os oficiais das FADM vindos da Renamo, que ocupavam cargos de comandantes e cargos de chefia nas unidades militares em todo o País, foram afastados.
Nós pensamos que isto acontece para partidarizarem as Forças Armadas de Defesa de Moçambique. Alguns foram colocados, para disfarçarem, foram colocados como assessores de alguma coisita, em postos que na orgânica militar não existem. Não têm, desde então, qualquer espécie de actividade.
Há apenas umas duas ou quatro excepções para fazer parecer que as FADM não são da Frelimo.
Casos concretos recordamos o Major General Olímpio Cardoso, vice-chefe do Estado-Maior General das FADM, e o Major General Raul Luís Dick, comandante nacional da Força Aérea que não tem nenhuma actividade.
Estes dois estão no activo e foram da Renamo. São a excepção à regra.
A nossa questão central é a exclusão dos ex-guerrilheiros da Renamo e de novo a partidarização das Forças Armadas, acrescenta Maquival e prossegue:
A questão principal é que se está a voltar a criar as FAM-FPLM, exército partidário da Frelimo anterior aos Acordos de Paz. E com esta e muitas outras estão a voltar às mesmas razões que nos levaram a fazer a Guerra Civil.
Quando ouvimos na TVM, há dias, Marcelino dos Santos a dizer que não conseguia até hoje perceber por que razão a Frelimo não venceu a Renamo no teatro da guerra, deixou-nos ainda mais nervosos a pensar que toda esta exclusão tem o objectivo de destruir a Renamo, observa Maquival. Tudo isto que está a acontecer viola o Acordo de Paz e a própria reconciliação nacional.
É a Frelimo a declarar-nos guerra. Esta nossa situação põe-nos muito nervosos.
Estão nestas circunstâncias, inclusive nas províncias, centenas de oficiais subalternos, superiores e oficiais generais.
Não estamos a chorar, estamos a avisar
“E note bem que não estamos a chorar. Agora já estamos a avisar.
Não falta muito, teremos de dizer às nossas famílias: Pronto! Acabou!
Não há outra coisa a fazer!...”
O quê? – perguntámos. A mímica da resposta deixou-nos preocupados. A troca de olhares foi suficiente…
As esposas destes ex-combatentes das forças de guerrilha da Renamo também foram guerrilheiras durante a Guerra Civil.
Canal de Moçambique – 14.11.2012

Comments


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gloria chizizy said...
"Toda esta exclusão nas FADM tem o objectivo de destruir-nos”............é este o problema actual do Afonso e da Renamo:
O facto de voces terem pegado em armas contra a Ditadura Comunista da Frelimo nao queira dizer de que voces devem ter regalias e especiais privelegios....Mas ,afinal qual é o mal de extinçao das forças da Renamo???...QUe medo têm voces????...Nao estao na reforma,e ganham dinheiros sem fazerem nada???...O que quere mais???...Mais dinheiros???...senhores da Renamo,o vosso periodo tem um fim!

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umBhalane said in reply to umBhalane...
É bom NÃO ESQUECER
A LUTA É CONTÍNUA

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Francisco Moises said in reply to Eusébio...
Como eu ja disse desde que o senhor começou a escrever aqui,consigo, embora seja da Frelimo que nao é nenhum crime visto que eu tambem fui da Frelimo, posso conversar, podemos beber cha e jantar junto. Talvez que alguns nunca entenderam que eu nao seja o seu inimigo visto que o sr. pertence a Frelimo e eu critico o comportamento da Frelimo.
Em principio nao gostaria de ser inimigo de ninguem visto que nao posso contribuir com ideias para a liberalisaçao da sociedade moçambicana e para a sua democratisaçao, sendo inimigo de todos os individuos que esteja no outro lado. E talvez na nossa politica mal formulada nas nossas cabeças, alguem que critica a Frelimo nao pode e nao deve conversar com alguem da Frelimo. Algumas semanas atras alguem se zombou de si e de mim neste blog e chegou mesmo de me apelidar como agente da Frelimo visto que tento sempre reinforçar o que temos de comum entre nos os dois.
Sinceramente, se posso evitar, nao gostaria de ter inimigos. Mas se a situaçao dita e exige que me proteja nao duvidarei ser inimigo de alguem.
Ja o disse neste blog que o sr. como da Frelimo, é o seu direito principal defender o seu partido, o que o sr. sabe fazer. E nisto nao é preciso que concorde consigo. É direito democratico seu e nao posso lhe dizer que desde que ja nao concordo consigo, você é ja meu inimigo. E pronto -- ja nao podemos falar.
Onde teriamos estado se eu tivesse feito isto -- nem teriamos trocado as informaçoes que trocamos sobre a historia do antigo seminario de Zobue, sobre os padres brancs e jesutias e sobre os missionarios de Angonia e nem teriamos entrado em contacto neste blog com o senhor Joao Maria Neves Pinto, antigo administrador de Zobue, cujo livro "Os passaros tambem falam" voce e eu recebemos dele e que começo ja a ler. Eu chegou-me as maos quando eu ja tinha alinhado um numero de livros para ler.
E o senhor ja disse aqui muitas coisas a favor da Renamo, coisas que a Frelimo devia apreciar visto que um estratega deve considerar os pontos fortes dos seus inimigos mais do que enfasear os pontos fracos dos seus inimigos.
A gente nao pode se indireitar so apreciando aquilo que so nos apetece. A ditadura é ditarua, é ditadura, é ditadura venha donde ela vier. O monarquismo do Dhlakama nao pode ser mais aceite do que o estilo do culto de personalidade do Guebuza. E desta posiçao nada me abala.

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Francisco Moises said in reply to Chacha...
Nao preciso dizer que o sr. concorda comigo quanto a falta de democracia e quanto as politicas de regressao da Frelimo as politicas do passado que nos trouxeram a guerra civil feroz. Seria melhor o sr. nao fintar a questao de falta da democracia na Renamo que nao é questao de hoje e nem faço referencia a ela depois da decisao do Dhlakama de tomar a decisao de ir ao mato. Sempre me referi a isto nao para desejar a Renamo o mal seja qual for, mas, pelo contrario, para chamar a sua atençao ao facto de que na medida em que faltar a democracia na propria Renamo, a imagem da Renamo enfraquecer-se-a nas pessoas que simpatisam e possam simpatisar com elas.
O sr. parece tentar exactamente querer fazer aquilo que eu repisei no meu comentario que o senhor critica: meter a cabeça na arreia como a boa avestruz lendaria faz perante um perigo que vê. A minha posiçao é esta mesma e nao mudara e nem é influenciada pelo trabalho do SISE cuja actuaçao nao conheço e nem estou ao par dela -- continuarei a criticar a Frelimo e o seu comportamento buçal na mesma medida em que criticamente reparo para a actuaçao da Renamo e direi o que preciso dizer. Nao posso ceitar a ditadura na Renamo.
Tenho dito e louvado o bom trabalho que os geurrilheiros da Renamo fizeram no passado em disciplinar e tentar indereitar o comportamento assassino e genocidario da Frelimo.
Se o sr. tem acompanhado bem o que eu tenho dito neste blog, talvez que nao teria tido o problema de me indigar quanto a minha posiçao quanto aos pontos que levantou. Sempre fui claros a eles:
1. a falta de transparencia eleitoral. Eu talvez mais do que ninguem disse aqui que Guebuza e a Frelimo manobraram as eleiçoes, as ultimas tal como as outras antes delas para ele se dar 75% do voto presidencial e a Frelimo um outro tanto 75% dos votos gerais. Coincidencia ou falta de inteligencia no Guebuza e nos frelimistas? Mesmos pessoas poucas informadas podem ver que isto é estranho e ridiculo. A informaçao que obtive e que tenho confirma que, contrariamente ao que a Frelimo diz, este partido nao goza do apoio popular. Tive a informaçao antes das duas ultimas eleiçoes que muita gente boicotava as reunioes da companha eleitoral da Frelimo e a Frelimo tentava sempre distribuir capulanas as populacoes para convence-las que valia apena votar na Frelimo. E quando nao conseguiu concencê-las recorrei a uma arma de grande potencia: a batota eleitoral de grande envergadura.
2.Ja critiquei aqui por muitas vezes a questao de partidarisaçao dos sectores sociais da vida dos moçambicanos. Mais do que ninguem talvez neste blog, com a excepçao do bom umBhalane que me supera nas criticas da liderança da Frelimo que as vezes faz com ironisaçoes, tenho condenando com vigor a tal politica da Frelimo como sendo um processo de destruiçao de democracia a qual se pretende edificar em Moçambique.
3. Ja critique a falta de transparencia na administraçao dos recursos nacionais e apelei que a Frelimo cessasse a sua politica de discriminaçoes e exclusoes dos moçambicanos na base regional, tribal, partidaria, politica, e ideologica.
4. Louvei o bom trabalho da guerrilha da Renamo no passado enquanto criticando a falta de democracia dentro da Renamo liderada por Afonso Dhlakama e esta minha posiçao nao veio depois do Dhlakama ir as matas de Gorongosa. Ja o disse ha muitos anos que Dhlakama ao falar do imperativo da Frelimo praticar a democracia enquanto ele proprio ignorava os principios de democracia na Renamo e nao os praticava dentro da sua propria Renamo primeiro estava a comportar-se como um "coxo que diz a um outro coxo: tu, coxo, deves andar bem e se nao andas bem vou de bater" e esta minha posiçao com esta frase foram publicadas no jornal maputense, "Savana" depois da guerra civil nos principios dos anos de 1990.
Eu nao vou mudar a minha posiçao de criticar o Dhlakama e a Renamo. E nem o regreto tê-lo feito por ser uma questao de principios, bem considerada e bem informada e bem pensada. Nao me agarro a politica de que estamos num tempo critico que as atençoes devem se virar contra a Frelimo somente e nao exijamos que a propria Renamo se rectifique, se indireite abandandando buçalismos anti-democracticos que fazem o jogo da politica da Frelimo contra a propria politica da Renamo.
E eu tenho dito mais do que é necessario dizer quando digo que embora seja bom para a Renamo lutar pelos seus interesses, ela devia sempre sair fora e exigir que os interesses do povo moçambicanos sejam respeitados e que os recursos da nacao sejam administrados para o seu bem estar do povo moçambicano. Pensa o sr. que faz sentido para um pais que ja recebeu mais de 15 bilhoes de dolares dos paises forasteiros ter crianças que estudam abaixo de arvores com falta de coisas essenciais como quadros, giz, cadernos, lapis, lapizeiras e livros enquanto o presidente da Republica anda utilisando por volta de seis helicopteros?
Ja o disse aqui que em principio a decisao do Dhlakama ir as matas fazia sentido embora eu nao apoiasse o proprio Dhlakama por causa da sua propria actuaçao e por causa dos seus comportamentos incoerentes.
Nao comecei a criticar a Frelimo ontem ou hoje. Comecei a faze-lo em 1968, coisa esta que me fez com que abandonasse a Frelimo e continuasse de fora a lutar por uma melhor Frelimo. E durante todo aquele tempo, separava eu a Frelimo dos militantes e a Frelimo dos lideres. Criticava a liderança da Frelimo e nao a Frelimo como tal. Estive metido em combates renhidos contra a liderança do Mondlane e da sua companhia e os seus buçalismos que depois vieram a nos trazer uma guerra civil visto que nao quizeram nos escutar em 1968 e liberalisar a Frelimo que ja era um movimento rigorosamente totalitario e que ja cortava pescoços daqueles que criticava os seus lideres.
Se Dhlakama e a sua gente nao escutar agora e continuarem a perpetuar os seus buçalismos, estaremos tramados uma vez que eles estiverem no poder em Moçambique. Devem aprender a fazer a justiça agora e nao esperarem que estejam no poder. E seria melhor nao encorajar o Dhlakama aplaudindo-o somente naquiloque ele faz bem, mas tambem honesta e sinceramente criticando o seu comportamento retrogrado. Este sera o jogo de democracia. Esta é a minha opiniao ao senhor e nao esta obrigado a aceita-la como eu tambem nao aceito a ideia do senhor que nao se critique Dhlakama e os seus colegas. Quanto ao resto estamos junto, excepto nesta ideia de aceitar a diadura do Dhlakama e so criticar os buçalismos ditatoriais da Frelimo.

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Eusébio said in reply to Chacha...
Peço licença para citar o trecho que interessa à minha opinião: «E note bem que não estamos a chorar. Agora já estamos a avisar. Não falta muito, teremos de dizer às nossas famílias: Pronto! Acabou! Não há outra coisa a fazer!». Estamos perante o prolongamento do discurso do ora escondido Dhlakama. Em todo o conteúdo da entrevista assistimos a uma prova esmagadora, insofismável, do egocentrismo partidário em que se revela a completa identidade de sentimentos entre os renamistas. Enquanto o dinheiro chovia e o povo chorava, a Renamo permanecia muda e cúmplice e agora que o bolso se corrói, evoca o nome do glorioso povo implorando-o em seu socorro.
Todavia, em vez de defender o povo, defende-se mais a Renamo. O sr. ficou cego para não perceber o sentido da crítica que Dr. Moises faz em seu próprio proveito e afirma de boca cheia «ou está connosco ou é contra nós» contrariando regras livre de expressão. Os pontos que o senhor coloca não são, em si, soluções porquanto não clarificam como a Reforma do dispositivo eleitoral, a Não partidarização das instituições, a Democratizar o pais – ressalve-se a Transparência nas gestão da coisa publica – vão libertar o povo que morre de fome, o cidadão que tem que dividir entre comprar comida ou subir chapa, etc. São apenas medidas tendentes a tomada do poder, digamos com o comandante-mor «também queremos comer», mais do que a solução dos problemas imediatos do país.
Não venham dizer-nos os inimigos da crítica – por não serem democráticos nem bons conselheiros – que os críticos se encontram ao serviço do SISE. Primeiro, porque não é verdade; segundo, porque aqueles que detestam a as atitudes da Frelimo são os mesmos que desejam, aplaudem e apreciam o esforço da oposição. Não somos pródigos em louvores e podemos aplicar o princípio bíblico segundo o qual «ninguém chegará ao Pai senão por mim» pois, não se pode chegar a uma democracia plena quando se vive monarquicamente e faz-se ameaças por entre os arbustos. Condene-se o que há por condenar, mas o sr acha que a solução está próxima.
O ditado popular segundo o qual «uma mão lava a outra» está fora do alcance do sr, porque pensa que somente os que se encontram no terreno é que possuem a legitimidade de encontrar caminho para sair do precipício. Desengane-se, porque o adepto é, por vezes, melhor juiz do que o jogador. Em hora desta gravidade, não apenas para a Frelimo, não há lugar para os de dentro nem para os que vivem fora. Estamos na hora em que todos os bons moçambicanos devem unir-se, formando um só corpo e apresentando uma só alma, para aplanar todas as dificuldades a quem tem incumbência de representar as almas. Triste pensar que a solução é substituir a Frelimo quando nós pensamos que é dando oportunidades de vida condigna a todos so moçambicanos.

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Chacha said in reply to Francisco Moises...
Ha problemas concretos que precisam de uma solucao. O sr acha que os da frelimo nao sao democratas e por ai fora. Concordo plenamente. Ninguem vai aturar a regressao para uma ditadura. Pelo menos uma boa parte dos moçambicanos entende isso. Essa parte ve essa regressao. O que o general falou 'e coralario desse ambeinte vivido. O problema em Moçambique 'e grave porque as instituiçoes nao funcionam. Como 'e que se resolve um problema desse tipo?
O sr nao apresenta solucoes.
O buçalismo da renamo devia pelo menos ter algum esclarecimento por parte do sr.
O sr est'a fora, nao vive os problemas que n'os vivemos aqui.
Desde sempre a renamo reclama coisas, elementos basicos da existencia de uma sociedade. Ninguem d'a ouvido a isso. Como 'e que se discute uma situacao deste tipo? Qual a sugestao do sr?
renamo diz claramente:
1 - Reforma do dispositivo eleitoral. Isso a partir da experiencia vivida;
2 - Nao partidarizacao das instituicoes, porque isso 'e uma coacao ideologica das pessoas;
3 - Transparenncia nas gestao da coisa publica.
4 - Democratizar o pais.
Sao questoes pelas quais a renamo lutou. Se a guerra terminou, supunha-se que esses problemas fossem resolvidos. Os problemas persistem e a guerra acabou. A gente pergunta: Porque 'e que houve a guerra dos 16 anos?
O sr dira a renamo nao 'e democratica, o Dhlakama nao 'e democratico, Dhlakama destruiu a renamo, Dhlakama 'e buçal, etc, etc, ... Na verdade quem fala isso sao pessoas da Frelimo. Sao elementos do SISE. 'E uma propaganda para desacreditar a renamo. Essa propaganda funciona de varias formas. Interna e externamente. Como os donos chamam, existe uma divisao interna, velando pelos problemas internos; e uma divisao externa, fazendo eco de fora. Essa 'e uma das maiores guerras a que renamo enfrenta, atualmente.
Acho nao ser logico, desviar atencao das pessoas. Muita gente do bem acredita que o lider da renamo tomou posicao correta neste caso, especialmente os visados: funccionarios publicos, uma boa parte de intelectuais, ... a visao que tem 'e essa, e os demais comprometidos com o estado de direito do pais.
Nao 'e logico e nao passa de um propagandista da ditadura frelimista, quando no meio destes esforcos para encontrar solucao, alguem aparece a dizer que os protagonistas do processo sao buçais. O SISE funciona desta forma. Quando ve que ha uma possibilidade da solucao do problema, mete confusao. Nao meta confusao por favor. Esteja la na boa, a gente vai enfrentando a realidade venha o que vier.

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Francisco Moises said in reply to Eusébio...
Concordo que o dialogo como processo de criar uma cultura de liberdade e democratica é importante. Mesmo aquilo que se chamam democracias hoje em dia nao começaram como democracias.
Nem a Inglaterra que e pai da democracia liberal foi sempre uma democracia em tempos idos. Levou uma grande Revoluçao em 1789 e mais revoluçoes depois para que a França se tornasse em democracia que hoje é. Alemanha ocidental viu-se a aceitar um regime democratico depois da sua derrocada na Segunda Guerra mundial pelas naçoes que venceram Alemanha. Depois da derrota do regime salazarista, Portugal viu-se forçado a se democratisar por estar na Europa onde havia somente duas senao três ditaduras no tempo da revoluçao portugesa em 1974: Portugal, Espanha e Grécia. Portugal salazarista era cinicamente tolerado pelos paises democraticos da Europa por causa da sua posiçao estratigica na Europa, principlamente a importancia dos Açores para os americanos e a OTAN (NATO).
Os proprios politicos portugueses, embora certos deles comunas e socialistas, perceberam que o tempo para manter Portugal com uma ditadura ja tinha passado e que o seu pais devia ser uma democracia se quizesse ser aceite pelo resto da Europa.
E foi assim que eu, um refratario e antigo rebelde contra o regime português, pude por patas em Portugal em 1982 e vadiei la em Cascais, pelo belo Estoril, em Lisboa e fui para Sintra sem chatices algumas -- o que nao podia ter acontecido antes da revoluçao portuguesa de 1974. Teria sido preso pela PIDE logo a chegada no aeroporto de Lisboa vindo de Londres. E nem tambem teria sonhado ir a Portugal.
Os historiadores se lembrarao de todas as lutas, guerras e revoluçoes que assolaram a Europa através dos séculos para que se construisse o que hoje consideramos como democracias europeas.
Dailogar por querer dialogar ou para passar tempo e aldrabar outros ou fazer adormecer os meninos como a Frelimo tem feito para depois regressar ao comportamento do passado é muito perigoso. Igualmente perigoso é o comportamento na Renamo onde nao existe o dialogo para falar de tanta coisa que nela nao anda bem. O receio que tenho é que se tal Afonso Dhlakama e ose seus generais e oficiais que nunca cultivaram uma situaçao de liberdade e democracia dentro da Renamo nao serao capazes de nos garantir a tal democracia ao abrigo da qual eles falam quando querem fustigar a Frelimo, caracterisar a Frelimo como ladroes e gulosos que querem sempre comer bem sozinhos enquanto excluem a Reanmo, que tambem quer comer bem, da mesa do banquete.
Ha alguem que gostaria de ver a Frelimo substituida por uma liderança do nao igualmente esclarecido Afonso Dhlakama com o buçalismo que muitas vezes apresenta e o caracterisa? Dhlakama, esclarecido ou obscurecido com buçalismos, tem o direito de querer e até de se tornar presidente de Moçambique como qualquer outro esclarecido ou buçal que la possa existir. O ter o direito nao é problema. Mas a questao que se coloca é e sera: queremos nos mudanças? Sim, queremos mudanças. E é porque depois dum regime estar no poder por muito anos, os cidadaos cançam-se do status quo e requerem ou exigem mudanças.
Mas que tipos de mudanças queremos nos? Uma mudança para o retrocesso ou uma mudança para um avanço que possa nos ajudar corrigir os nossos erros e para aprendermos a melhorar progressivamente o pais com o estabelecimento duma sociedade equitavel. Digo equitavel, e nao igualista, para evitar soar como um utopico visto que a naçao tem o direito de se sentir una e indivisivel sem a exclusao de quem quer que seja. Se seremos capazes de assegurar tudo duma forma igual aos povo, disto tenho duvida visto que nenhm pais até entao conseguiu fazê-lo.
As ameaças sub-entendidas que o general Arlindo Maquival profere nesta entevista com Canal de Moçambique devem ser tomadas a seria. Duma maneira muito subtil, o militar da Renamo repete as mesmas ameaças como as do seu patrao Afonso Dhlakama de se voltar a guerra visto que a Frelimo nao cumpre e nem respeita ao acordado do Acordo de Roma. Mas a minha preocupaçao é a mesma: os homens da Renamo ainda nao mostraram serem suficientemente esclarecidos a ponto de nos asseguar que querem um socidade livre, democratica e equitavel sem exclusoes, que a sua natureza de homens indemocraticos pode na verdade fazer com que se estabeleça um regime nao esclarecido, nao livre e nao democratico, que nos reduzira a situaçao que eles agora querem combater, mas mais tarde com eles no cumulo a praticar injustiças e buçalismos.
Nao tenho problemas em criticar a Frelimo e os seus defeitos, mas em consciencia dum homem pensante e esclarecido nao posso fazê-lo cobrindo, ou ignorando, as tolices na Renamo. Obviamente, nao gostaria de dizer que aconteça o que acontecer em Moçambique, nao importo disto visto que isto nao me abrange visto que vivo uma outra realidade algures longe Moçambique, o povo de Moçambique incluindo os meus proprios familiares nao têm um outro pais onde possam viver. Mudanças portanto para o melhor sim, mas nao mudanças para retrogredir e sempre crias focos de tensao com a sua possibilidade de eclodir em guerras civis.

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Eusébio said...
A convulsão de fome que tem sorvido milhões de vidas no meio rural e devorado já o sacrifício de uma geração que vive nas cidades, como jamais Moçambique vira acumuladas num só tempo, dura há cinco anos – período longo na existência dos pobres, mas fugaz na vida dos abastados da pérola. À luz das realidades actuais, muito mais profunda terá, sem dúvida, de ser a equação que o Governo escolher de modo a voltarmos a pensar noutras coisas e deixarmos de advinhar qual será o próximo abrigo. Não podemos deixar cair princípios, normas e instituições regadas com sangue só por pretender reformar compulsivamente uma parte das forças militares que, constituirão a espinha dorsal de um provável conflito.
A nova grande realidade deflagrada em 2012, e cuja razão aparente foi a partidarização e exclusão social, é já, nesta hora, a luta de duas alas pela sua hegemonia no panorama nacional. Renamo e Frelimo disputam, com efeito, a missão de a comandar. Mas para lá dos horizontes que limitam os campos de argumentos e dos objectivos dos que dirigem as negociações, já despontam, claramente, outros objectivos, sustentados por circunstâncias porventura mais fortes ainda, porque, sobrepondo-se aos interesses dos partidos em luta, representam aspirações espirituais e económicas, irreprimíveis e indomináveis dos homens que esses partidos aglomeram e aglutinam.
As aspirações que adquirirem consistência crescente na consciência colectiva, e cuja justiça é inegável, é que permanecerão a última palavra, se não na paz, com certeza na guerra, para ela poder ser verdadeira e profícua. O caminho é um e tem nome: diálogo, assente em bases sólidos. A divisão do Sudão e, recentemente, do Mali, teve, entre as causas remotas, ausência de diálogo genuíno.
Se a inteligência e a previsão esclarecida dos homens que não souberam evitar este conflito e o dirigem com animosidade agora, e, sobretudo, a inteligência e a previsão daqueles que um dia hão de construir os alicerces da Paz não tiverem em suprema conta que, para além dos partidos que se arruma ou alteram sobre o mapa nacional, existem milhões de moçambicanos que iniquidades e desequilíbrios económicos e sociais afligem progressivamente, à crise política que ora devasta as mentes e ameaça a nação, sucederá, como flagelo maior ainda, o flagelo nacional.
Quando voltarão os homens civilizados, com o estabelecimento de um diálogo permanente na ordem social nacional, para que os moçambicanos conheçam a Paz verdadeira, Paz nos tratados e nos espíritos, e não somente a preparação de novas guerras, enfim, Paz que dure, ao menos, também 20 anos? É o que a ninguém, por enquanto, é dado prever ao certo.

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Reflectindo said...
Penso que aqui está todo o dossier sobre a materia das FADM, a forca conjunta ao abrigo do AGP.

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Francisco Moises said in reply to Francisco Moises...
Em traduçao portuguesa o que escrevi em inglês:
Cara judity roberts,
Se ler as declaraçoes feitas por Afonso Dhlakama nas suas queixas impetuosas contra Guebuza e contra o tratamento da Renamo pela Frelimo e por porta-vozes, generais e oficiais da Renamo, compreendera quanta razao voce tem quando diz que so se TRATA DE DINHEIRO. Raramente os lideres da Renamo falam e fazem referencia ao povo e aos seus interesses. Como com a Frelimo, so se trata deles e deles somente. Eles querem todas as boas coisas que os lideres da Frelimo têm para eles tambem, para eles os lideres da Renamo somente e raremente dizem que querem o mesmo para os militantes da Renamo que foram abandonados sem escrupos para sobreviverem a sua maneira ou para perecerem, se nao nao podem sobreviver.
A atitude da Renamo quanto aos seus militantes simples e ao povo é de cinismo e falta de respeito. "Qu'ils s'emmerdent (que vao a m-") como diria apatamente a bela lingua de Molière. "Qu'ils se débrouillent (que façam como podem)" ou que sobrevivam a sua maneira se podem, se nao podem que estas bestas sem valor pereçam.

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Francisco Moises said in reply to judity roberts...
Dear judity roberts,
If one reads well the statements made by Afonso Dhlakama in his charging complaints against Guebuza and Frelimo's treatment of Renamo and by many of his spokesmen, generals and officials, you will realize how right you are when you say that it is ALL ABOUT MONEY. Rarely do Renamo leaders speak about or refer to the people and their interests. Like with Frelimo, it is about them and them only. They want all these goods things that the Frelimo leaders have for themselves too, for the leaders of Renamo only and even hardly for the militants of Renamo who have been abandoned to their own devices so that they can survive as best as they possibly can or perish, if they can't.
The attitude of Renamo vis-à-vis their own simple militants and the people is one of cynicism and spite. "Qu'ils s'emmerdent" as Molière's beautiful language would aptly express it. "Qu'ils se débrouillent" or let them find thei own means of survival, if they can, the low animals.

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umBhalane said in reply to XATEADO...
A RENAMO, os oficiais e todos os outros militares de outras patrentes da RENAMO, têm que recorda/lembrarr o que aconteceu com a UNITA em Luanda.
Quando o MPLA assassinou o vice-presidente da UNITA Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral Adolosi Paulo Mango Alicerces, Elias Salupeto Pena,Chefe da Delegação da UNITA à Comissão Conjunta Político-Militar (CCPM), e Eliseu Sapitango Chimbili, figuras preminentes entre as várias dezenas de milhares que massacrou (cerca de 50 mil assassinados).
Estas figuras superiores da RENAMO serão os primeiros alvos.
Maputo é o ninho da jibóia/serpente.
Depois se admirem!
A LUTA É CONTÍNUA

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XATEADO said...
Não estamos a chorar, estamos a avisar
“E note bem que não estamos a chorar. Agora já estamos a avisar.
"Não falta muito, teremos de dizer às nossas famílias: Pronto! Acabou!
Não há outra coisa a fazer!...”
O quê? – perguntámos. A mímica da resposta deixou-nos preocupados. A troca de olhares foi suficiente…
As esposas destes ex-combatentes das forças de guerrilha da Renamo também foram guerrilheiras durante a Guerra Civil."
De quem será a culpa?
Quem comanda o "polvo", que criou esses arranjos nas FADM?
Lá, lá nas matas o Cmdte.Zero foi peremptório na primeira noite, antes do aniversário
da morte do Cmdte.André.
Disse a quem quis ouvir, e a "esticar as suas barbas brancas" e o longo "cabelo rasta":
Senhor Comdte.Afonso Macacho , alguma vez o senhor foi respeitado com disciplina, como
nós ainda o respeitamos?O Cmdte Afonso, respondeu -vós, e também as "popurações"!
-Então porque é que desde 1993, o Senhor General já não respeita muito as suas tropas?
Eu sempre respeitei, mas todos vocês, foram integrados nas FADM, aí, tiveram que começar a respeitar novas estruturas militares.
Agora, Senhor Cmdte.Afonso, pode explicar, como é que o General Dai, "corria" com os meus amigos, que sofremos juntos, e o Senhor Cmdte. nunca nos explicou, aqui na Casa Banana, porquê só nos despulso?
É uma situação que não está sendo cumprida desde nosso Congresso, na mata em 1992.Sempre chamei atenção nos jornais, rádio, todos.
Então Senhor Comdte.Afonso, de quem foi a responsabilidade nestes 20 anos, "sermos desprezado como cão" ?Governo ou Frelimo?Chissano ou Guebuza?Quem não quer sentar e conversar connosco?Senhor Cmdte já está aqui.Quem falta, para começarmos, para entender de vez.
O Senhor Cmdte. fica com "nós" ou "vai no cidade".Nós queremos também ser RESPEITADO!
Está tudo dito!
Quem ficou com o "menino nas mãos"?
Alguém sábio terá a resposta abalizada?
Porque os oficiais superiores em Maputo, começam a ter a mesma linguagem.
A Frelimo continua na senda "camuflada" de destruir a Renamo, e isto é péssimo para o povo moçambicano - se diga a verdade- culpada ela própria , devido a "gostar de roubar primeiro" e perguntar depois.
Verdade se diga, pura verdade, o culpado foi Samora Machel.Quis ser Marechal, e assim
qualquer tropa é Manjor, coronel, etc.

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Chacha said in reply to judity roberts...
Yes that is all about money.
Specially those greedy ones who exclude the others in order to get all the money from all sides.
They fail to set proper political environment, marginalizing the majority, to obtain as I said, all the money.
Yes that is all about the money.
But we have to remeber that money is possible to set ablaze all of us.
Money is the source of joy, but it is well documented, specially in bible, as cause of mayhem as well.
We have to keep that in mind

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judity roberts said in reply to Eusébio...
It is all about Money.....easy money

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Eusébio said...
Preocupante!

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