quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Ordem para fechar ou não noticiar a agitação e insegurança que se vive em Homoine

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Governo provincial de Inhambane limita direito à informação
- Rádio Comunitário local foi obrigada a acatar as ordens, pois caso contrário, as autoridades iriam recorrer à força para encerrar as emissões
A Rádio Comunitária de Homoine recebeu, na tarde de ontem, um emissário do governo provincial de Inhambane, com ordem expressa para parar de emitir o seu sinal (sinal da rádio), esta terçafeira.
O emissário do governo provincial, que dirigiu-se até as instalações da rádio e reuniu com o coordenador da mesma (rádio), Berlaves Alexandre, deu uma segunda hipótese, caso não fosse possível encerrar as emissões da rádio esta terça-feira. Para a segunda hipótese, o emissário disse que o coordenador da rádio devia assumir o compromisso de não publicar na sua grelha de noticiários, informação que tem a ver com o clima de agitação que está instalada em Homoine, tudo por causa da suposta presença de homens armados naquele distrito.
Segundo soube o mediaFAX, o coordenador da rádio, inicialmente mostrou relutância em aceitar as ordens do emissário do governo provincial, mas no fim acabou aceitando as ordens porque o emissário ameaçou usar a força policial para “trancar” as emissões da rádio esta terça-feira. O encerramento exigido pelo governo provincial tem duas motivações: a primeira porque ao longo desta segunda-feira, a rádio emitiu vários noticiários sobre a situação que vive em Homoine e as notas informativas não agradaram o governo provincial de Inhambane, que, forçosamente, querem manter a agitação em segredo.
Não se sabe exactamente porque razões as autoridades decidiram omitir a agitação em Homoine, mas localmente comenta-se muito que a ideia visa não dispersar os homens da Renamo, alegadamente acampados na base de Nhamunde.
A segunda razão da ordem para o encerramento da rádio tem a ver com o facto de uma brigada do governo provincial ter programado para esta terça-feira “um trabalho” naquele distrito no âmbito da tensão que está instalada.
“Parece que não querem que nós publiquemos informações sobre o trabalho que vão realizar, apesar de não sabermos exactamente que trabalho é esse que vai acontecer aqui amanhã, terça-feira” – disse um colaborador da rádio local, cuja identidade omitimos por razões obvias.
“Mas me parece que o referido trabalho tem a ver com a chegada do contingente da FIR que vem de Maputo. Então não querem que isso seja reportado” – disse, para depois acrescentar: “o grande problema é que o governo, em vez de acalmar as pessoas, mantém as pessoas mais agitadas quando fica calada. Porque, apesar de algumas pessoas dizerem que é boato (mas não é), o governo devia publicamente procurar formas de acalmar as pessoas, o que não está a acontecer” – lamentou.
A ingerência governamental em rádios comunitárias tem sido prática recorrente e incessante no país, postura que já mereceu duras criticas por parte das entidades gestoras destes meios de comunicação locais.(Damião André, em Homoine e redacção, em Maputo)
MEDIA FAX – 07.01.2014

1 comentário:

Anónimo disse...

A cabeça de cabrito não se embrulha com o jornal,pois tem xifres.