domingo, 24 de novembro de 2013

O que aprendi nestas eleições Autárquicas 2013:

A opinião de Zenaida Machado



- Que o presidente da CNE pode lançar os alertas que quiser, eles nunca terão efeito. Por exemplo, disse que não iria tolerar que durante a campanha, fossem quebradas as regras e leis eleitorais. A lista de regras quebradas é longa, mas eu não me esqueço é daquela magia de transformar viaturas do estado em viaturas normais, num segundo - basta cobrir a matrícula com cores do partido vermelho....

- Que em campanha eleitoral, é possível solicitar escolta policial para passar no meio de um comício dos adversários. As consequências? Serão analisadas mais tarde… Muita pena que muitos ainda não saibam o verdadeiro significado de “O mais fraco não confronta, encontra outro caminho e desvia-se”
- Que a polícia moçambicana tem poder e a autoridade, para entrar numa assembleia de voto e "sequestrar" urnas.
- Que afinal os tais de enchimentos de urnas não eram invenção da Renamo. Dhlakama deve estar a rir-se de nós.
- Que as gráficas podem enviar aquilo que não lhes foi encomendado…mesmo em assuntos tão delicados como impressão de boletins de voto. E pior: não existe um mecanismo para perceber os erros das gráficas. Será o pobre do eleitor a descobrir que a foto do seu candidato favorito não faz parte do boletim de voto
- Que os gestores do website têm acesso a resultados [falsos] de votação, antes do final da contagem... Podem entregar esses resultados aos “invasores”, que irão publica-los durante horas – sem “ninguém” se aperceber. Quando “alguém” se aperceber, é só corrigir a falha: “Foi por engano."
- Que as ordens da CNE custam muito a ser acatadas… Por exemplo, contra a vontade da CNE, urnas foram movimentadas sem acompanhamento de representantes dos partidos políticos. As mesmas urnas foram guardadas em “parte incerta”, durante toda a noite, sem que “ninguém” as pudesse ver. Também contra a vontade da CNE, não foram emitidas credenciais para que os observadores pudessem fazer o seu trabalho.
- Que afinal a polícia moçambicana tem muito gás lacrimogéneo e quando este acaba, vale usar balas de verdade… se alguém morrer, a justificação será “Foi em missão de serviço”.
- Que a nossa democracia é um caminho árduo a percorrer… mas com força de vontade se chega lá. Pena que muitos terão de ficar pelo caminho… Uns, como heróis mortos… Outros, como cobardes vivos.
- Que contra a vontade da maioria não há violência ou intimidação que vença. É possível fazer a mudança através do voto. Pelo menos vinte e cinco (25) lugares da oposição contra 36 do poder, em Maputo cidade, onde se tem acesso as eloquentes performances de tantos "analistas" da boa governação… Quem diria?!
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