O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) é o grande vencedor das eleições de 20 de Novembro. E, ao contrário daquilo que seria natural supor, o maior derrotado não é o partido Frelimo, mas sim o seu actual Presidente, Armando Emílio Guebuza. Importa aclarar as coisas para não resvalarmos no insulto fácil e sermos, então, acusados de desrespeitar o Chefe de Estado. Portanto, vamos traçar um rol de obras e conquistas do actual Presidente do país e da Frelimo.
A reversão da hidroeléctrica de Cahora Bassa é apontada como um feito de Armando Emílio Guebuza. A ponte da unidade, que leva o seu nome e liga o país de ponta a ponta, também é fruto das suas conquistas. A revitalização das bases partidárias, para falarmos num contexto interno, repousa sobre os seus ombros. É, portanto, justo reconhecer o seu mérito nesse aspecto.
No entanto, é preciso recuar ao Congresso de Muxara para compreender que o actual PR suplantou, devido à genuflexão dos camaradas, a dimensão do partido. Ou seja, Guebuza ofuscou o brilho da Frelimo. As obras deixaram de ser do partido e passaram a ter o seu nome. As manifestações de adoração e bajulação multiplicaram-se e a ideia de um ser divinal desnorteou os membros do partido dos camaradas.
Se é justo atribuir mérito a sua excelência senhor Presidente da República pelas suas conquistas, é igualmente sensato pedir-lhe responsabilidades pelos desaires do seu partido. O MDM conquistou assentos nas assembleias parlamentares e disputou as eleições taco a taco.
Os acontecimentos do dia 20 de Novembro nas autarquias como Quelimane, Beira e Angoche, onde as instrumentalizadas Forças de Intervenção Rápida (FIR) dispararam bombas de gás lacrimogéneo contra cidadãos indefesos, são motivos mais do que suficientes para que um Chefe de Estado que se preze ponha a mão na consciência. Mas parece-nos que o grande líder continua a jogar tudo na sua vaidadezinha política e na sua arrogância. Apoiado por uma horda de seguidores esquizofrénicos do costume, ele prossegue indiferente a tudo e a todos, empurrando o seu partido para um abismo sem precedentes.
As manobras para vencer as eleições autárquicas, que consistiram no enchimento de urnas com boletins de voto assinalados e o uso da FIR para intimidar os eleitores, são o paradigma do nível do desespero e da falta de vergonha de que actualmente o partido Frelimo de Guebuza se reveste. Porém, o povo, exercendo o seu direito e dever de cidadania, demonstrou a sua aversão a iniciativas medíocres que subjazem interesses obscuros.
Portanto, os moçambicanos já começam a ganhar consciência de que existe neles um poder revolucionário capaz do os tornar senhores dos seus destinos. Os últimos resultados eleitorais mostram que os moçambicanos querem mudança. Uma mudança profundamente revolucionária. E é cada vez mais evidente que o povo nunca precisou de líderes que olham para os seus próprios umbigos e os dos seus filhos para resolverem os problemas que os apoquentam.
Editorial, A Verdade
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) é o grande vencedor das eleições de 20 de Novembro. E, ao contrário daquilo que seria natural supor, o maior derrotado não é o partido Frelimo, mas sim o seu actual Presidente, Armando Emílio Guebuza. Importa aclarar as coisas para não resvalarmos no insulto fácil e sermos, então, acusados de desrespeitar o Chefe de Estado. Portanto, vamos traçar um rol de obras e conquistas do actual Presidente do país e da Frelimo.
A reversão da hidroeléctrica de Cahora Bassa é apontada como um feito de Armando Emílio Guebuza. A ponte da unidade, que leva o seu nome e liga o país de ponta a ponta, também é fruto das suas conquistas. A revitalização das bases partidárias, para falarmos num contexto interno, repousa sobre os seus ombros. É, portanto, justo reconhecer o seu mérito nesse aspecto.
No entanto, é preciso recuar ao Congresso de Muxara para compreender que o actual PR suplantou, devido à genuflexão dos camaradas, a dimensão do partido. Ou seja, Guebuza ofuscou o brilho da Frelimo. As obras deixaram de ser do partido e passaram a ter o seu nome. As manifestações de adoração e bajulação multiplicaram-se e a ideia de um ser divinal desnorteou os membros do partido dos camaradas.
Se é justo atribuir mérito a sua excelência senhor Presidente da República pelas suas conquistas, é igualmente sensato pedir-lhe responsabilidades pelos desaires do seu partido. O MDM conquistou assentos nas assembleias parlamentares e disputou as eleições taco a taco.
Os acontecimentos do dia 20 de Novembro nas autarquias como Quelimane, Beira e Angoche, onde as instrumentalizadas Forças de Intervenção Rápida (FIR) dispararam bombas de gás lacrimogéneo contra cidadãos indefesos, são motivos mais do que suficientes para que um Chefe de Estado que se preze ponha a mão na consciência. Mas parece-nos que o grande líder continua a jogar tudo na sua vaidadezinha política e na sua arrogância. Apoiado por uma horda de seguidores esquizofrénicos do costume, ele prossegue indiferente a tudo e a todos, empurrando o seu partido para um abismo sem precedentes.
As manobras para vencer as eleições autárquicas, que consistiram no enchimento de urnas com boletins de voto assinalados e o uso da FIR para intimidar os eleitores, são o paradigma do nível do desespero e da falta de vergonha de que actualmente o partido Frelimo de Guebuza se reveste. Porém, o povo, exercendo o seu direito e dever de cidadania, demonstrou a sua aversão a iniciativas medíocres que subjazem interesses obscuros.
Portanto, os moçambicanos já começam a ganhar consciência de que existe neles um poder revolucionário capaz do os tornar senhores dos seus destinos. Os últimos resultados eleitorais mostram que os moçambicanos querem mudança. Uma mudança profundamente revolucionária. E é cada vez mais evidente que o povo nunca precisou de líderes que olham para os seus próprios umbigos e os dos seus filhos para resolverem os problemas que os apoquentam.
Editorial, A Verdade
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