Wednesday, May 22, 2013

Sérgio Vieira foi quem planeou assassinato de Evo Fernandes - segundo livro de Paulo Oliveira

 
Dossiermakwakwa_renamo_capa_1 O actual director do «GPZ-Gabinete do Plano do Zambeze», coronel na reserva Sérgio Vieira, foi quem planeou a operação destinada a eliminar o Secretáriogeral da Renamo, Evo Fernandes. A revelação foi feita por Paulo Oliveira, ex-representante da Renamo para a Europa ocidental, num livro de memórias recentemente lançado em Portugal com o título “Renamo, uma descida ao coração das trevas”.

Oliveira, que se assume como agente do «SNASP – Serviço Nacional de Segurança Popular» desde 1979, fundamenta a revelação em conversas tidas em Maputo com oficiais de altapatente

Afectos à «D-13», a divisão da polícia política que tinha a seu cargo as “operações externas”. De acordo com o autor, a operação “há muito fora delineada, mas mantida no «congelador», desde os tempos de Sérgio Vieira como ministro da segurança”.

Na altura do assassinato de Evo, o SNASP era dirigido por Mariano de Araújo Matsinhe. Sérgio Vieira foi designado ministro da segurança em 1984, tendo sido substituído por Matsinhe no cargo pouco após a morte de Samora Machel. No entanto, era responsável pelo Departamento de Segurança da Frelimo desde a independência de Moçambique, nomeadamente na fase em que ocorreram outros assassinatos políticos em território nacional.

O antigo secretário-geral da Renamo foi encontrado morto em Cascais, arredores de Lisboa, em Abril de 1987. O autor material do crime, o cidadão português Alexandre Xavier Chagas, viria a ser detido em Marrocos e posteriormente levado para Portugal.

A polícia portuguesa conseguiu localizar o paradeiro de Chagas dado que este não regressou de imediato a Moçambique conforme o inicialmente planeado. O contratempo, segundo Oliveira, foi devido a atrasos no envio de uma verba pelos seus “controladores” em Maputo. Efectivamente, Oliveira cita Betinho Wate, um dos responsáveis da «D-13», como lhe tendo dito em Maputo que “as verbas não haviam chegado a horas certas”, o que resultou naquilo que

o oficial da secreta da Frelimo descreve como “a merdice de Marrocos”.

SNASP também assassinou ex-embaixador moçambicano

No seu livro de memórias, Oliveira volta a citar Wate, assim como o responsável pelas finanças da «D-13», António Mula, como tendo referido que a morte de João Ataíde, ex-embaixador moçambicano em Paris, fora da responsabilidade de agentes do SNASP propositadamente enviados ao Malawi. Na altura do crime, Ataíde regressava do quartel-general da Renamo

na região de Gorongosa. Tratou-se de uma “vingança” do regime da Frelimo pelo facto de Ataíde ter aderido à Renamo uma vez abandonado o cargo de embaixador, lê-se no livro de Paulo Oliveira. Já em relação a Mateus Lopes, morto na companhia de João Ataíde, Oliveira volta a citar os referidos oficiais da «D-13» como tendo dito que a vítima era um agente ao serviço do SNASP e que a polícia política da Frelimo decidira liquidá-lo por ser “um agente gasto, mais que descoberto e denunciado ...um agente “queimado”.

Recorde-se que João Ataíde e Mateus Lopes, cujo nome verdadeiro era José Alfredo da Costa, apareceram mortos numa estrada no Malawi, junto à fronteira com Moçambique, naquilo que

foi então visto como uma simulação de “acidente rodoviário”. Na altura, como parte de uma campanha de desinformação orquestrada a partir de Maputo, o regime da Frelimo atribuiu a morte de Ataíde e Mateus Lopes aos serviços secretos sulafricanos os quais teriam alegadamente agido em conivência com as autoridades malawianas. Idêntica campanha de

desinformação foi montada a respeito do assassinato de Evo Fernandes.

Paulo Oliveira, que tinha o nome de código “Alcino” enquanto ao serviço do SNASP, foi enviado de Maputo com a missão de infiltrar a delegação da Renamo em Lisboa. O agente secreto “Alcino” conseguiu atingir esse objectivo em Agosto de 1981.

Em Janeiro de 1983 foi destacado para dirigir a emissora da Renamo na África do Sul. Oliveira regressou a Portugal logo a seguir à assinatura do Acordo de Nkomati em Março de 1984. Três anos mais tarde desligou-se da Renamo devido a desentendimentos com Evo Fernandes, para em 1988 surgir de novo em Moçambique. Analistas políticos interpretaram o regresso de Oliveira a Maputo como uma tentativa do regime da Frelimo em dar corpo à sua política de “amnistia” concedida aos “bandos armados” já que na prática ninguém havia passado para as hostes do regime. Para além de Oliveira, o regime da Frelimo “amnistiou” igualmente Chanjunje Chivaca João, um outro agente do SNASP que havia infiltrado a delegação da Renamo em Lisboa.

CANAL DE MOÇAMBIQUE – 13.07.2006

Download srgio_vieira_foi_quem_planeou_assassinato_de_evo_fernandes.doc
Veja:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2006/05/dossier_makwakw.html

1
Adelino Serras Pires said...
Sérgio Maria Castelo Branco da Silva Vieira, nome de nascimento, agora simplesmente Sérgio Vieira, menino do colégio de Santo Tirso e depois Coimbra, fugido para França,Argélia e países comunistas, leninistas-marxistas, regressando a Moçambique com Samora Machel em 1975, mais conhecido como torturador quando chefe da Snasp.
Eu,o meu filho,sobrinho e Rui Monteiro fomos vítimas, como muitos milhares de moçambicanos, desse psicopata e criminoso.
Agora capitalista com ligações a Almeida Santos,Stanley Ho e outros. Diz-me com quem andas....
Adelino Serras Pires

2
Pedro A. Marangoni said...
Comentário de alguém, hoje no Brasil, companheiro de André Matsangaíssa:
“Lí até ao final, embora com certo esfôrço no descartável último terço,
Renamo-uma descida ao coração das trevas.
Infelizmente não tenho dúvidas sobre a veracidade e a importância de parte das informações colhidas pelo autor, em quantidade e qualidade suficiente para, nas mãos certas, produzir um livro de valor, independente se contra nossas convicções políticas e que seja resultante do atropelo dos mais altos valores de dignidade humana, moral, lealdade...
Mas o resultado impresso oscilou entre a imaturidade e a inconsequência, passando por calúnias gratuitas, revelações privadas absolutamente desnecessárias ao desenrolar dos fatos, exposição pública vexatória de pessoas ainda vivas e - absurdo ! - detalhadas descrições de aventuras sexuais e bebedeiras doentias e degradantes, inesperadas para o
leitor sério que compra um livro que acredita ser político-militar. Confesso que ao folhear o exemplar pela primeira vez acreditei ser um erro de composição da gráfica, que introduzira algumas páginas de um livro erótico por engano!
Lamento pelo autor que desceu, sem dúvida, pelos seus atos e vícios, ao coração das trevas e muito mais lamento que existam editores em um Portugal que se destaca pela qualidade de seus lançamentos, que não se preocupem em, face a um material valioso, filtrar todo o lixo patológico nele existente e publicar com dignidade um livro menor, contundente e sério, evitando esta triste auto exposição do autor.
Lamento pela Renamo que hoje é apenas uma sombra da força vigorosa, cheia de ideal que nosso pequeno grupo trazia quando, no início de 1977, cruzou a fronteira próximo a
Untali, rumo à Gorongosa.
E o circo de parasitas da retaguarda que mencionei quando abandonei a Rhodesia e a Resistência, mostra toda sua esperada e perniciosa performance neste livro do Sr. Oliveira. Esta obra que realiza a proeza de prestar um deserviço à Renamo, à Frelimo, a Moçambique, ao Homem Português e principalmente ao próprio autor, pelo menos servirá também como alerta aos verdadeiros Matsangaíssas, guerreiros enganados pela vaidade e apego ao poder de falsos líderes.
O Comandante André, a força que impulsionou e fez vingar um sonho de liberdade era homem de combate, avesso a políticos. Retornar às origens guerreiras e não se deixar desarmar novamente em troca de promessas, estar ciente que não existem eleições verdadeiras nos domínios da Frelimo, conquistar o poder pelas armas ou dissolver-se é o que resta à Renamo.
Engrossar as fileiras da Resistência ou deixar perpetuar-se a ditadura corrupta e incompetente da Frelimo é o que resta ao povo moçambicano.
E pobre de Portugal se permitir que seu glorioso passado de Heróis do Mar seja esquecido e que se cultuem verdadeiros e auto proclamados heróis de bar, como nesta obra de triste figura."

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