Na quarta ronda
Maputo (Canalmoz) - À quarta ronda de diálogo entre o Governo moçambicano e a Renamo as partes se entenderam e estabeleceram “acordo de princípios do diálogo”, conforme proposto na ronda passada pela Renamo e ainda avançaram para discussões de questões eleitorais, o primeiro assunto da negociação.
O encontro desta segunda-feira terminou às 19 horas e as duas partes revelaram-se satisfeitas com o entendimento alcançado.
Tanto o chefe da delegação governamental ao diálogo, o ministro da Agricultura, José Pacheco, como o chefe da delegação da Renamo, o deputado Saimone Macuiana, anunciaram que no próximo encontro a ter lugar na próxima segunda-feira, dia 03 de Junho, vai discutir questões de facto, fora das questões prévias que eram discutidas até aqui.
“A partir da próxima ronda começam a ser discutidas as questões de conteúdo” disse José Pacheco na Conferência de Imprensa no final do encontro.
“O governo entende que as questões de matéria eleitoral são de capital importância para os moçambicanos” disse o ministro da Agricultura, admitindo por outro lado a possibilidade do “assunto ser enviado futuramente à entidades apropriadas (Assembleia da República) para análise e decisão”.
Segundo o ministro, a Renamo tem vindo a colocar bem as suas questões, contrariamente ao que fez na ronda de Dezembro do ano passado, “permitindo que o nosso diálogo corra com fluidez”.
Incidente de Gorongosa
José Pacheco comentou o incidente da sexta-feira passada em Gorongosa, afirmando que o Governo está a analisar os incidentes da passada sexta-feira, entre a FIR e homens da Renamo que resultaram em ferimento de 17 agentes da policia na versão da Renamo e 9 agentes na versão da própria polícia.
Prometeu que se haver matéria criminal “o governo não deixará de agir criminalmente contra os autores das provocações”.
“Todo este trabalho tem alicerces no AGP” - Saimone Macuiana
A Renamo, através do chefe da sua delegação, Saimone Macuiana, destacou que “todo o trabalho que está sendo feito tem como alicerce os Acordos Gerais de Paz”.
Num outro desenvolvimento, Saimone Macuiana disse que os 30 dias previstos para a duração do dialogo “são indicativos, dependendo tudo das abordagens sobre as questões em discussão”. (Bernardo Alvaro)
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